sexta-feira, maio 14, 2010

Marinês

Marinês (Inês Caetano de Oliveira), cantora, nasceu em São Vicente Férrer, PE, em 16/11/1935, e faleceu no Recife, PE, em 14/05/2007. Seu pai, filho de índios Ariús, era seresteiro e a mãe foi cantora de igreja.

Aos 10 anos de idade começou a participar de programas de calouros, tendo chegado a competir num deles, com o também ainda menino Genival Lacerda. Foi casada com o sanfoneiro e produtor Abdias, com quem se casou aos 14 anos.

Depois de premiada com um sabonete numa retreta de rua, espécie de concurso de calouros ao ar livre, no bairro da Liberdade, onde morava, resolveu inscrever-se num programa de calouros na rádio local e, para fugir da vigilância dos pais, acrescentou o Maria ao seu nome. Ao ser anunciada no concurso, o locutor acabou por chamá-la de Marinês, e ela, gostando, adotou o nome artístico.

Em 1949 formou com o marido Abdias o Casal da Alegria. Em seguida, o casal juntou-se ao zabumbeiro Cacau e formou um trio. Este trio, no começo dos anos 50, passou a atuar como a Patrulha de Choque do Rei do Baião, especializada em realizar apresentações nas praças das cidades onde Luiz Gonzaga iria tocar, interpretando músicas do seu repertório, anunciando sua chegada nas cidades do interior do Nordeste, num trabalho feito espontaneamente.

Seu encontro com o Rei do Baião deu-se na cidade de Propriá, em Sergipe, apresentados pelo prefeito da cidade, Pedro Chaves. Na mesma noite do dia em que se conheceram, fizeram um show juntos. Com o apoio de Luiz Gonzaga, que lhe ensinou o xaxado, a carreira de Marinês ganhou impulso, sendo então batizada de A Rainha do Xaxado.

Gravou seu primeiro disco em 1956, lançado no ano seguinte pela Sinter, apresentando-se como Marinês e sua Gente. Gravou na ocasião, a quadrilha Quadrilha é bom, de Zé Dantas e o xaxado Quero ver xaxar, de João do Vale, Antonio Correia e Leopoldo Silveira Junior.

Em 1957, gravou dois grandes sucessos, os xotes Peba na pimenta, de João do Vale, José Batista e Adelino Rivera e Pisa na fulô, de João do Vale, Ernesto Pires e Silveira Jr., que foram posteriormente regravados por inúmeros artistas. No mesmo ano, lançou o xaxado Xaxado da Paraíba, de Reinaldo Costa e Juvenal Lopes e o xote O arraiá do Tibiri, de João do Vale e Silveira Jr. Ainda nessa época, a convite de Luiz Gonzaga, vão para o Rio de Janeiro, onde se apresentaram no programa Caleidoscópio, na Rádio Tupi.

Em 1958, gravou de Rosil Cavalcanti os baiões Aquarela nordestina e Saudade de Campina Grande. Gravou ainda, de Gordurinha e Wilson de Morais, o baião Perigo de morte. No mesmo ano participou do filme Rico ri à toa, de Roberto Faria. Em 1959, gravou de Antônio Barros e Silveira Jr. o baião Velho ditado e o xote Marieta.

Em 1960, gravou da mesma dupla o baião Mais um pau-de-arara e o chótis Balanço da saudade. No mesmo ano, transferiu-se para a RCA Victor, onde lançou, de Reinaldo Costa e Juvenal Lopes, o xote Viúva nova e, de Onildo Almeida, o xaxado História de Lampeão. Gravou ainda, de Zé Dantas e Joaquim Lima, a polca Chegou São João. No mesmo ano recebeu o troféu Euterpe no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, como a melhor cantora regional.

Em 1961, gravou os cocos Gírias do Norte, de Jacinto Silva e Onildo Almeida e Cadê o Peba, de Zé Dantas. No mesmo ano, gravou a moda de roda Marinheiro, de motivo popular com arranjos de Onildo Almeida e o coco de roda No terreiro da Usina, de Zé Dantas. Gravou ainda o LP Outra vez Marinês, que lhe rendeu um segundo troféu Euterpe, além de ter obtido o prêmio de melhor vendagem.

Em 1962, gravou, de Onildo Almeida, as modas de roda Siriri, sirirá e Meu beija-flor. No mesmo ano, gravou de João do Vale e José Batista o xote Xote de Pirira e de João do Vale e Oscar Moss o coco Gavião.

Em 1963, gravou as modas de roda Balanceio da usina, de Abdias Filho e João do Vale, e Pisei no liro, de Juvenal Lopes. No mesmo ano, gravou, de João do Vale e B. de Aquino, o xote Xote melubico e o baião Macaco véio.

Em 1984 apresentou-se em diversos shows em teatros da periferia do Rio de Janeiro dentro do projeto Pixinguinha, além de fazer participações especiais em discos do conjunto The Fevers e de Zé Ramalho.

Em 1986, lançou o LP Marinês e sua Gente - Tô chegando, com a participação especial de Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jorge de Altinho. Com Luiz Gonzaga, interpretou Tá virando emprego, de Luiz Gonzaga e João Silva, com Dominguinhos, Agarradinho, de Michael Sullivan e Paulo Massadas, com Gilberto Gil, Doida por uma folia, do próprio Gil e Quatro cravos, de Jarbas Mariz e Cátia de França, e com Jorge de Altinho, Jeito manhoso, de Nando Cordel.

Em 1987, gravou pela RCA Victor o LP Balaio de paixão, interpretando, entre outras, as composições Tô doida pra provar do teu amor, de Nando Cordel, Fulô da goiabeira, de Anastácia e Liane, Novinho no leite, de Nando Cordel e Feitiço, de Jorge de Altinho.

Em 1988 estreou na Continental com o disco Feito com amor, onde regravou sucessos dedicados à festas juninas. Recebeu discos de ouro com A dama do Nordeste e Bate coração.

Gravou diversas músicas consideradas apimentadas e que mexeram com a moral da época, como Peba na pimenta e Pisa na fulô, de João do Vale, Cadarço de sapato, Xote da Pipira e Viúva nova, entre outras. Devido a essas gravações, chegou a ter problemas com os meios católicos do país, tendo ocorrido casos de padres que durante as missas pediam aos fiéis para não comprarem seus discos, como foi o caso de Peba na pimenta.

Com a separação do marido e produtor Abdias, ficou alguns anos sem gravar; ainda sim, lançou cerca de 30 discos, entre 78 rpm, LPs e CDs. Dentre os seus LPs, estão Nordeste valente, Balaiando e Cantando pra valer.

Em 1995, lançou o CD Marinês cidadã do mundo. Ainda nos anos 1990, participou do disco de forró lançado por Raimundo Fagner. Em 1998, com produção da cantora Elba Ramalho, lançou pela BMG o CD Marinês e sua Gente, contando com a participação de importantes nomes da Música Popular Brasileira contemporânea, quase todos do Nordeste. Uma das faixas de destaque é o dueto com Alceu Valença em Pelas ruas que andei, do cantor e compositor pernambucano.

No mesmo ano, a Copacabana/EMI lançou uma coletânea de seus sucessos remasterizados na série Raízes Nordestinas. Foi a primeira mulher a formar um grupo de forró. Em 2000 teve CD lançado pela BMG dentro da série Eu só quero um forró, no qual contou com as participações especiais de Gilberto Gil na música Quatro cravos e Alceu Valença em Pelas ruas que andei.

Faleceu em 2007, vítima de um acidente vascular cerebral que foi acometida um mês antes de sua morte.

Fonte: Cantoras do Brasil.

Lílian knapp

Lílian Knapp (Sílvia Lílian Barrie Knapp), cantora, compositora e modelo, nasceu no Rio de Janeiro em 30/3/1948. Ao lado de Leno, era a metade da dupla Leno e Lílian, um dos diversos grupos atuantes durante a Jovem Guarda.

Os dois conquistaram as rádios, em 1966, com Pobre menina (Hang on Sloopy) (Bert Russell - Wes Farrell - versão de Leno), Devolva-me (Lílian e Renato Barros) e Eu não sabia que você existia (Renato Barros - Tony).

Em 1967 estouraram mais uma vez com Coisinha estúpida (Something stupid) (Carson Parks - versão de Leno). A dupla se desfez em 1968, mas Lilian continuou a fazer sucesso, ganhando três discos de ouro com seus trabalhos solos.

Vendeu 500 mil cópias de Como se fosse meu irmão (1975), música que foi incluída na trilha sonora do longametragem Pixote. Em 1979 atingiu cerca de um milhão de discos vendidos do disco Lílian, ancorada pelo sucesso de Eu sou rebelde (Soy Rebelde) (M. Alejandro - versão de Paulo Coelho). O sucesssso seguinte foi Uma música lenta (Ed Wilson e Robert Livi), que ficou na casa das 850 mil cópias, em 1980.

Ancorada nesses sucessos, a cantora percorreu todo o Brasil e chegou a cantar na Argentina, Chile e Colômbia. Em seguida se especializou em ser cantora de estúdio, fazendo backing vocals para gravações de vários cantores, como Gal Costa, além de ter músicas gravadas por Sandra de Sá, José Augusto, Sandy e Júnior e Zezé di Camargo e Luciano.

Esporadicamente, reúne-se a Leno em shows comemorativos sobre a Jovem Guarda. Lançou mais dois discos solo, Lilian (1992) e Lilian Knapp (2001). No ano de 2000, sua canção Devolva-me foi reagravada com imenso sucesso pela cantora Adriana Calcanhotto.

Em 2002 Lilian relançou o Cd de 2001 com outro nome (Lilian Barrie) e com uma música inédita, Enrosca, de Gastão Lamounier. No decorrer de sua carreira, Lílian trocou algumas vezes seu nome artístico, tendo seu nome grafado nas capas de seus discos como Lílian, Lílian Knapp e Lílian Barrie. Atualmente se apresenta como integrante do grupo de rock Kinna, ao lado de Luís Sérgio Carlini e Cadu Nolla.

Fonte: Cantoras do Brasil.