terça-feira, janeiro 30, 2018

Eu vou pra Vila - Almirante


Noel podia, perfeitamente, ter inspirado o desenhista que imaginou a capa ao lado do samba "Eu vou pra Vila", pois nela aparecem, além dos Tangarás voando em torno do título, os tipos mais explorados pelo compositor em suas obras: o policial, o tipo de chapéu de palha, o seresteiro, a mulata (ilustração extraída da Revista da Semana, de 08/11/1952).

Eu Vou Pra Vila (samba, 1931) - Noel Rosa - Intérprete: Almirante

Disco 78 rpm / Título: Eu vou pra Vila / Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Almirante, 1908-1980 (Intérprete) / Bando de Tangarás (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Parlophon, 1930 / Álbum 13256 / Lanç.: 1931



Não tenho medo de bamba
Na roda do samba

Eu sou bacharel... Sou bacharel...
Andando pela batucada
Onde eu vi gente levada
Foi lá em Vila Isabel.

"Na Pavuna tem ternura..."
"Na Gamboa, gente boa..."

Eu vou pra vila,
Onde o samba é de coroa

Já mudei de Piedade,
Já saí de Cascadura,
Eu vou pra vila,
Pois quem é bom não se mistura.

Quando me formei em samba,
Recebi uma medalha,
Eu vou pra vila,
Pro samba de chapéu de palha,
A policia, em todo canto,
Proibiu a batucada.
Eu vou pra vila,
Onde a policia é camarada.

Cordiais saudações - Noel e Bando de Tangarás

Cordiais Saudações (samba, 1931) - Noel Rosa - Intérpretes: Bando de Tangarás e Noel Rosa

Disco 78 rpm / Título: Cordiais saudações / Autoria: Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Bando de Tangarás, 1929-1931 (Intérprete) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Parlophon, 1931 / Nº Álbum 13327 / Lado A / Gênero: Samba.


Intr.:(F Fm C A7 D7 G7 C7)

F Fm C   A7 D7 G7 C 
(Cordiais saudações...)
G7                       Am
Estimo que este maltraçado samba
E7             Am
Em estilo rude, na intimidade
A7         Dm   G7        C
Vá te encontrar gozando saúde
A7         D7    G7     C
Na mais completa felicidade
(Junto dos teus, confio em Deus)
C7          F             Fm             C
Em vão te procurei, notícias tuas não encontrei
C7 B7  Bb7  A7            Dm
Eu   hoje sinto saudades
G7                                  C
Daqueles dez mil réis que eu te emprestei
C7             F
Beijinhos no cachorrinho
Fm             C     
Muitos abraços no passarinho
C7 B7  Bb7  A7            Dm
Um   chute na empregada
G7                       C
Porque já se acabou o meu carinho

G7                      Am
A vida cá em casa está terrível
E7                     Am
Ando empenhado nas mãos de um judeu
A7        Dm  G7         C
O meu coração vive amargurado
A7         D7    G7           C
Pois minha sogra ainda não morreu
(Tomou veneno, e quem pagou fui eu)
C7            F              Fm
Sem mais, para acabar, um grande abraço
C
Queira aceitar
C7 B7  Bb7   A7                Dm
De  alguém que está com fome
G7                           C
Atrás de algum convite pra jantar
C7              F          Fm              C
Espero que notes bem, estou agora sem um vintém
C7 B7  Bb7  A7                Dm
Po...dendo, manda-me algum...
G7                           C
Rio, sete de setembro de trinta e um

Coração - Noel Rosa

Coração (samba, 1932) - Noel Rosa - Intérprete: Noel Rosa

Disco 78 rpm / Título: Coração / Autoria: Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1932 / Nº Álbum 10931 / Lado B / Gênero: Samba.


Gm             C6        F
Coração grande órgão propulsor
Ab°       Gm        C7         F
Distribuidor do sangue venoso e arterial
Gm        A7        Dm     
Coração não és sentimental 
      Dm6        Am
Mas entretanto dizem
E7           Am   
Que és o cofre da paixão
Gm          C7              F
Coração não está do lado esquerdo
Ab°        Gm     
Nem tão pouco do direito
C7                 F       F7
Ficas no centro do peito, eis a verdade
Bb         Bbm             F
Tu és pro bem estar do nosso sangue
D7            Gm             C7            F
O que a casa de correção / É para o bem da humanidade
Gm        D7         Gm             Bbm        F
Coração de sambista brasileiro / Quando bate no peito
D7      Gm   C7    F         D7   
Faz a batida do pandeiro, eu afirmo
Gm
Sem nenhuma pretensão
Bbm              F          D7    Gm   C7    F
Que a paixão faz dor no crânio / Mas não ataca o coração
Gm         D7         F          Ab°             Gm
Conheci um sujeito convencido  / com mania de grandeza
C7             F
E instinto de nobreza
Gm            A7           Dm
Que por saber que o sangue azul é nobre
Dm6           Am
Gastou todo seu cobre
E7                 Am
Sem pensar no seu futuro
Gm               C7           F
Não achando quem lhe arrancasse as veias
Ab°              Gm
Onde corre o sangue impuro
C7           F              F7
Viajou a procurar de norte a sul
Bb            Bbm                 F
Alguém que conseguisse encher-lhe as veias
D7         Gm         C7                 F
Com azul de metileno para ficar com sangue azul
Gm         D7           Gm
Coração de sambista brasileiro
Bbm       F         D7       Gm          F
Quando bate no peito  /  Faz a batida do pandeiro
D7                     Gm
Eu afirmo sem nenhuma pretensão
Bbm                F
Que a paixão faz dor no crânio
D7      Gm     C7  F
Mas não ataca o coração.

Minha viola - Noel Rosa

Primeira composição de Noel Rosa, uma embolada, com nítida influência dos Turunas da Mauricéia, grupo pernambucano que se apresentou no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, em 1927, com grande sucesso. Foi também a primeira gravação do Poeta da Vila, editada pela Parlophon em agosto de 1930, disco 13185-B, matriz 3320 (Fonte: Samuel Machado Filho - Youtube).

Minha Viola (embolada, 1929) - Noel Rosa - Intérprete: Noel Rosa

Disco 78 rpm / Título da música: Minha viola / Autoria: Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Intérprete) / Grupo Regional (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Parlophon, 1930 / Nº Álbum 13185 / Lado B / Gênero musical: Embolada.


Tom: E
Intro: B7 E

Refrão 2x:
E          B7
  Minha viola
                  E
Ta chorando com razão
                 F#m
Por causa duma marvada
      B7         E
Que roubou meu coração

            B7                        E
Eu não respeito cantadô que é respeitado
                    B7                  E
Que no samba improvisado me quisé desafiá
            B7                    E
Inda outro dia fui cantá no galinheiro
                       B7                    E
O galo andou o mês inteiro sem vontade de cantá

       F#m        G#m        C#m
Nesta cidade todo mundo se acautela
          F#m          A            B7         E
Com a tal de febre amarela que não cansa de matá
          F#m           G#m             C#m
E a dona Chica que anda atrás de mal conselho
         F#m         A
Pinta o corpo de vermelho
       B7          E
Pro amarelo não pegá

Refrão 2x:

        B7                      E
Eu já jurei não jogá com seu Saldanha
                       B7
Que diz sempre que me ganha
                  E
No tal jogo do bilhar
          B7                      E
Sapeca o taco nas bola de tal maneira
                          B7                    E
Que eu espero a noite inteira pras bola carambolá
           F#m      G#m            C#m
Conheço um véio que tem a grande mania
     F#m      A        B7             E
De fazê economia pra modelo de seus filho
          F#m      G#m           C#m
Não usa prato, nem moringa, nem caneca
       F#m            A
E quando senta é de cueca
           B7           E
Prá não gastá os fundilho

Refrão 2x:

             B7                   E
Eu tive um sogro cansado dos regabofe
                    B7                     E
Que procurou o Voronoff, doutô muito creditado
           B7                         E
E andam dizendo que o enxerto foi de gato
                    B7                  E
Pois ele pula de quatro miando pelos telhado
           F#m      G#m          C#m
Adonde eu moro tem o Bloco dos Filante
     F#m                 A          B7        E
Que quase que a todo instante um cigarro vem filá
       F#m      G#m           C#m
E os danado vem bancando inteligente
         F#m            A
Diz que tão com dor de dente
          B7         E
Que o cigarro faz passá

(Refrão 2x)

Tarzan (O Filho do Alfaiate) - Almirante

Vadico
Este samba satiriza a moda dos paletós com enchimentos, que faziam aumentar a musculatura de qualquer fracote... Incluída no filme "Cidade-mulher", de Humberto Mauro, "Tarzan, o filho do alfaiate" (o subtítulo é uma réplica a "O filho das selvas") foi gravado na Victor por Almirante em 4 de agosto de 1936, com lançamento em setembro seguinte (34086-A, matriz 80189), tendo no verso "Maria Fumaça", samba de Noel sem parceria (Fonte: Samuel Machado Filho, no Youtube).

Tarzan (O Filho do Alfaiate) (samba, 1936) - Noel Rosa e Vadico - Intérprete: Almirante

Disco 78 rpm / Título da música: Tarzan (O filho do alfaiate) / Autoria: Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Vadico (Compositor) / Almirante, 1908-1980 (Intérprete) / Regional RCA Victor (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1936 / Nº Álbum 34086 / Lado A / Gênero musical: Samba.


Intr.: F Ab C/G A7 Dm G7 C Fm/C C G7

  C             G/B        Gm6/Bb
Quem foi que disse que eu era forte?
     A7          Dm           G7        C
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
          E7                      Am
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
                   D7                       G7
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol
C           G/B     Gm6/Bb
A minha força bruta reside
A7         Dm          G7        C
Em um clássico cabide, já cansado de sofrer
E7                 Am
Minha armadura é de casimira dura
F#°       C/G           G7           C
Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer

C7          C#°                     Dm
Eu poso pros fotógrafos, e destribuo autógrafos
F/Eb         F7         Bb
A todas as pequenas lá da praia de manhã
D7                       Gm
Um argentino disse, me vendo em Copacabana:
Db             F/C        C7            F
'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan'
 
G7   C           G/B      Gm6/Bb
De lutas não entendo abacate
A7              Dm          G7           C
Pois o meu grande alfaiate não faz roupa pra brigar
E7                     Am
Sou incapaz de machucar uma formiga
D7                       G7
Não há homem que consiga nos meus músculos pegar
C           G/B      Gm6/Bb
Cheguei até a ser contratado
A7          Dm            G7          C
Pra subir em um tablado, pra vencer um campeão
E7                       Am
Mas a empresa, pra evitar assassinato
F#°           C/G          G7            C
Rasgou logo o meu contrato quando me viu sem roupão

C7          C#°                     Dm
Eu poso pros fotógrafos, e destribuo autógrafos
F/Eb         F7         Bb
A todas as pequenas lá da praia de manhã
D7                       Gm
Um argentino disse, me vendo em Copacabana:
Db             F/C        C7            F
'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan' 

     C             G/B        Gm6/Bb
Quem foi que disse que eu era forte?
A7          Dm           G7        C
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
E7                      Am
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
D7                       G7
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol
C           G/B     Gm6/Bb
A minha força bruta reside
A7         Dm          G7        C
Em um clássico cabide, já cansado de sofrer
E7                 Am
Minha armadura é de casimira dura
F#°       C/G           G7           C
Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer

Só pode ser você - Araci de Almeida

Vadico
Samba cético e amargo da parceria Noel-Vadico, originalmente chamado "Ilustre visita". Foi composto em 1935, após Noel voltar de uma viagem que fizera a Belo Horizonte para tratamento de saúde, já doente. Sua mãe, a dona Marta, recebeu a visita da então namorada Ceci, que procurava saber como ia a saúde do amado, mas preferiu esconder seu nome (mas ele descobriu tudo!). Gravação da "Araca" na Victor, em 11 de agosto de 1936, lançada em março de 37, disco 34152-A, matriz 80199 (Fonte: Samuel Machado Filho, no Youtube).

Só Pode Ser Você (samba, 1935) - Noel Rosa e Vadico - Intérprete: Araci de Almeida

Disco 78 rpm / Título da música: Só pode ser você / Autoria: Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Vadico (Compositor) / Araci de Almeida, 1914-1988 (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1936 / Nº Álbum 34152 / Lado A / Gênero musical: Samba.


C6/9                 
Compreendi seu gesto
C6/9        A7/b13  
Você entrou naquele
Dm7/9             Dm/C
meu chalé modesto
Bm7/b5            E7  Am7
Porque pretendia somente saber
Em7  
Qual era o dia
B7     Em7 A7/b13 Dm7 G7/13
em que eu deixaria de viver
C6/9               
Mas eu estava fora
C6/9         A7/b13            Dm7/9         Dm/C
Você mandou lembranças e foi logo embora
Bm7/b5          E7 Am7
Sem dizer qual o primeiro nome
Em7
De tal visita
B7          Em7 A7/b13 Dm7 G7/13
Mais cruel, mais bonita que sincera
Dm7                 Dm/C     Bm7/b5  E7
E pelas informações que recebi já vi
A7                   A7/b9       D7/9
Que essa ilustre visita era você
Dm7/9       G7/13 G7/b13       E7/+5  E7/6  E7
Porque não existe nessa vida
A7/b13             Dm7     G7
Pessoa mais fingida
C6/9
Do que você

Quantos Beijos - Marília Batista e Noel

Vadico
Quantos beijos (samba, 1936) - Noel Rosa e Vadico - Intérprete: Marília Batista e Noel Rosa

Disco 78 rpm / Título da música: Quantos beijos / Autoria: Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Vadico (Compositor) / Marília Batista, 1918-1990 (Intérprete) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Intérprete) / Reis do Ritmo (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1936 / Nº Álbum 34140 / Lado B / Gênero musical: Samba.


Tom: E

         E
Quantos beijos 
Quando eu saía
     B
Meu deus, quanta hipocrisia! 
     A
Meu amor fiel você traía
    B               E
Só eu é quem não sabia 
           B7               E
Ai ai meu Deus mas quantos beijos

E        B7
  Não andava com dinheiro todo dia 
      E
Para sempre dar o que você queria 
           C#m       F#             B
Mas quando eu satisfazia os teus desejos 
         C#m   F#7        B                B7
Quantas juras... quantos beijos...quantos beijos
         E
Quantos beijos 
Quando eu saía
     B
Meu deus, quanta hipocrisia! 
     A
Meu amor fiel você traía
    B               E
Só eu é quem não sabia 
           B7               E
Ai ai meu Deus mas quantos beijos

       B7
Não esqueço aquelas frases sem sentido 
       E
Que você dizia sempre ao meu ouvido 
        C#m           F#         B
Você porém mentia em todos os ensejos 
         C#m  F#7         B
Quantos juras... quantos beijos

Provei - Marília Batista e Noel

Vadico
Provei (samba, 1937) - Noel Rosa e Vadico - Intérprete: Marília Batista e Noel Rosa

Disco 78 rpm / Título da música: Provei / Autoria: Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Vadico (Compositor) / Marília Batista, 1918-1990 (Intérprete) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Intérprete) / Imprenta[S.l.]: Odeon, 1936 / Nº Álbum 11422 / Lado A / Gênero musical: Samba.


Tom: A
(intro) A7M A6 A7

D7M         D6         Dm6
provei
     G7/9        C#m7     C#m7/B
Do amor todo amargor que ele tem
 G#m7/11)  G#m7(11) G#m7(b5)
Então jurei
     C#7(b9)      F#7(13)    F#7(b13)
Nunca mais amar ninguém
B7(13)    B7(b13)    Bm7
porém,
       E7/9    A7M      G7 F#7
Eu agora encontrei alguém
           B7(13)
Que me compreende
     E7/9     A7M
E que me quer bem

Bm7     F#7     Bm7   E7/G#
Nunca se deve jurar
 A7M      E7        A7M     C#7     F#7
Não mais amar a ninguém
          G7 F#7       B7(13)
Não há quem possa evitar
B7(b13)  D#m7(b5)  E/D   A7M/C#    A7/13
De se apaixonar por alguém

(refrão)
Bm7     F#7    Bm7     E7/G#
Quem fala mal do amor
A7M        E7      A7M      C#7    F#7
Não sabe a vida levar
         G7 F#7        B7(13)
Quem maldiz a própria dor
B7(b13)  D#m7(b5)  E/D    A7M/C#
Tem amor mas não sabe amar

Vicente Celestino - Principais canções

Vicente Celestino (1946) cantando "Porta Aberta".















Sangue e areia - Vicente Celestino

Vicente Celestino
Sangue e areia (valsa, 1933) - Vicente Celestino e Mário Rossi - Intérprete: Vicente Celestino

Disco 78 rpm / Título: Sangue e areia / Rossi, Mário, 1911-1981 (Compositor) / Celestino, Vicente (Compositor) / Celestino, Vicente (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 08/11/1933 / Nº Álbum 34738 / Dt. lançamento: Janeiro/1934 / Lado B / Gênero musical; Valsa.



Manolo quando entrou na arena,
Na tarde serena,
De sol e verão,
Sentiu um olhar,
Orvalhar !
As flores de sonho do seu coração.

Feliz, para a luta vivendo,
Guardando nos lábios um beijo de amor,
Não viu o destino tecendo:
A história sentida de mais uma dor,
Ao surgir o feroz animal,
Belo touro de muito valor,
Uma forte canção triunfal,
Envolveu o gentil toureador,
No balcão, na penumbra de um véu,
Um sorriso de amor e paixão,
Transportou para perto do céu,
Um amante e feliz coração.

Mas, a morte chegou numa flor,
Uma rosa vermelha e fatal,
Escrevendo um romance de dor,
Fim de festa cruel e mortal,
Pois, Manolo a rolar pelo chão,
Sobre a areia, sangrando ficou...

E no cofre da rosa em botão,
O seu último beijo guardou....

Rasguei o teu retrato - Vicente Celestino

Vicente Celestino, em 1935, após breve temporada lírica no Teatro Santana de São Paulo (onde se apresentava ao lado de Gilda de Abreu, sua esposa, na ópera "Aida", de Verdi), deixou a Columbia (na qual, ao todo, fizera cinco discos) ligando-se à RCA. A primeira gravação na nova fábrica foi "Ouvindo-te", de sua autoria e "Rasguei o Teu Retrato" (tango-canção de Cândido das Neves).

Rasguei o teu retrato (tango-canção, 1935) - Cândido das Neves

Disco 78 rpm / Título da música: Rasguei o teu retrato / Autoria: Neves, Cândido das, 1899-1934 (Compositor) / Celestino, Vicente (Intérprete) / Orquestra Victor Brasileira (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1935 / Nº Álbum 33969 / Gênero musical: Tango canção


Tu disseste em juramento
Entre o véu do esquecimento
Que o meu nome é uma visão
Tu tiveste a impiedade
De sorrir desta saudade
Que me mata o coração !

Se um retrato, tu me deste
Foi zombando, tu disseste
Do amor que te ofertei.
E eu, em lágrimas desfeito
Quantas vezes, junto ao peito
Teu retrato conservei.

Eu sei também ser ingrato,
Meu coração, bem, vês, já não te quer:
Eu ontem, rasguei o teu retrato
Ajoelhado aos pés de outra mulher !

Eu que tanto te queria
Eu que tive a covardia
De chorar este amargor
Trago aqui despedaçado
O teu retrato, pois vingado
Hoje está, o meu amor


As sentenças, são extremas
Faço o mesmo, aos meus poemas
Rasgue os versos que te fiz
Não te comova, o meu pranto
Pois quem te amou, tanto e tanto,
Foi um doido, um infeliz !

Wilson Batista - Algumas músicas






















Nega Luzia - Ciro Monteiro

Ciro Monteiro
Nega Luzia (samba, 1957) - Jorge de Castro e Wilson Batista - Intérprete: Ciro Monteiro

Disco 78 rpm / Título da música: Nega Luzia / Autoria: Castro, Jorge de (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Ciro Monteiro (Intérprete) / Conjunto (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Todamérica, 02/08/1956 / Nº Álbum 5630 / Lançamento 01/1957 / Lado B / Gênero: Samba.



Lá vem a nega Luzia
No meio da cavalaria
Vai correr lista lá na vizinhança
Pra pagar mais uma fiança
Foi cangebrina demais
Lá no xadrez
Ninguém vai dormir em paz

Vou contar pra vocês
O que a nega fez
Era de madrugada
Todos dormiam
O silêncio foi quebrado
Por um grito de socorro
A nega recebeu um Nero
Queria botar fogo no morro

Louco (ela é o seu mundo) - Araci de Almeida

Araci de Almeida
Louco (Ela é seu mundo) (samba, 1946) - Wilson Batista e Henrique de Almeida - Intérprete: Araci de Almeida

Disco 78 rpm / Título da música: Louco (ela é o seu mundo) / Autoria: Almeida, Henrique de, 1917-1985 (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Araci de Almeida, 1914-1988 (Intérprete) / Lacerda, Benedito, 1903-1958 (Acompanhante) / Conjunto (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 11/10/1946 / Nº Álbum 12742 / Gênero musica: Samba.



Louco, pelas ruas ele andava
E o coitado chorava
Transformou-se até num vagabundo
Louco, para ele a vida não valia nada
Para ele a mulher amada
Era seu mundo

Conselhos eu lhe dei
Pra ele esquecer
Aquele falso amor
Ele se convenceu
Que ela nunca mereceu
Nem reparou
Sua grande dor
Que louco!

Deus no céu e ela na terra - Carlos Galhardo

Carlos Galhardo
Deus no Céu e Ela na Terra (samba, 1940) - Wilson Batista e Marino Pinto - Intérprete: Carlos Galhardo

Disco 78 rpm / Título da música: Deus no Céu e Ela na Terra / Autoria: Pinto, Marino (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Carlos Galhardo, 1913-1985 (Intérprete) / Regional (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1940 / Nº Álbum 34643 / Gênero musical: Samba.



Eu sei
Que outra no meu lar
Não vai viver bem
Só ela
Conhece os meus defeitos
E as virtudes também
Por isso já mandei construir
Uma casinha na serra
Pra ela
É Deus no céu e eu na terra

Não existe ninguém perfeito
Quando se tem amizade
Desaparece o defeito
Eu finjo não saber que ela erra
Pra poder dizer:
Deus no céu e ela na terra

Rosalina - Jorge Veiga

Jorge Veiga
Rosalina (samba, 1945) - Wilson Batista e Haroldo Lobo - Intérprete: Jorge Veiga

Disco 78 rpm / Título da música: Rosalina / Autoria: Lobo, Haroldo (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Jorge Veiga (Intérprete) / Lacerda, Benedito, 1903-1958 (Acompanhante) / Conjunto (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1944 / Nº Álbum 15249 / Gênero musical: Samba


Sou eu, sou eu que vou batendo surdo
De porta-estandarte, é Rosalina quem vai
Mas já vou prevenir
Se eu não sair
Rosalina, também não sai

Fizeram veneno de mim, lá na Escola
Que eu já não dou mais no couro
Que ando batendo surdo, mal
Mas Rosalina, que é minha do peito
Diz que é falta de respeito
Que vai protestar, no jornal!

Mania da falecida - Ciro Monteiro

Ataulfo Alves
Mania da Falecida (samba, 1939) - Ataulfo Alves e Wilson Batista - Intérprete: Ciro Monteiro

Disco 78 rpm / Título da música: Mania da Falecida / Autoria: Alves, Ataulfo, 1909-1969 (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Ciro Monteiro (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1939 / Álbum número 34470 / Gênero musical: Samba.



Não quero que você beba,
Quem bebe não tem juízo,
Tome cuidado com a sua vida,
Eu não quero ver você,
Com a mesma mania da falecida,
Mulher. (bis)

Você tem o direito, meu bem,
Pode ir brincar,
Pode entrar no samba,
E ficar até o sol raiar,
Eu só não quero,
Que perca a linha,
Tome cuidado,
Com a língua da vizinha....

Terra de cego - Jorge Veiga


Terra de Cego (samba, 1935) - Wilson Batista - Intérprete: Jorge Veiga ( Noel Rosa x Wilson Batista - Série Temas e Figuras da Música Popular Brasileira - Volume 1 - Roberto Paiva e Jorge Veiga - Studio Hara - 1974).



Perde a mania de bamba
Todos sabem qual é
O teu diploma no samba
És o abafa da Vila, eu bem sei
Mas na terra de cego
Quem tem um olho, é rei !

Para terminar a discussão
Não deves apelar
Para um baralho à mão
Em versos podes bem abafar
Pois não fica bonito
Um bacharel brigar.

Frankenstein da Vila - Jorge Veiga


Frankenstein da Vila (samba, 1935) - Wilson Batista - Intérprete: Jorge Veiga (Noel Rosa x Wilson Batista - Série Temas e Figuras da Música Popular Brasileira - Volume 1 - Roberto Paiva e Jorge Veiga - Studio Hara - 1974).



Boa impressão nunca se tem
Quando se encontra um certo alguém
Mas como diz o refrão,
"Por uma cara feia
Perde-se um bom coração "

Entre os feios,
Estás na primeira fila
Eu te batizo,
Fantasma da Vila

Esta indireta é contigo
E depois não vás dizer
Que eu não sei o que digo
Sou teu amigo...