segunda-feira, setembro 24, 2018

Se ela perguntar - Carlos Galhardo

Carlos Galhardo
Se Ela Perguntar (valsa, 1952) - Dilermando Reis e Jair Amorim - Interpretação: Carlos Galhardo

Disco 78 rpm / Título da música: Se Ela Perguntar / Dilermando Reis (Compositor) / Jair Amorim (Compositor) / Carlos Galhardo (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Nº Álbum: 80-0865 / Ano: 1952 / Lado A / Gênero musical: Valsa



--------------Dm ---------------------------Gm
Se ela um dia, por acaso perguntar por mim
---------------A7-------------- Dm----- A7
Diga, por favor, que eu sou feliz ...
---------Dm -------------Dm6 -------------Am
É preciso a própria mágoa disfarçar assim,
---------------------F E7------------------- Bb7--- A7
Dissimulando a dor à sombra de um sorriso...
--------Dm------------------------------------ Gm
Coração talvez não tenha aquela por quem dei
-----------------A7---------- Eb7--- D7
Tudo o que sofri e que sonhei
---------------Gm--------- ----------- Dm
Estrela solitária que no céu do meu amor
--------------------------------E7
Eternamente, desde que brilhou,
-----A7 ---------Dm
Nunca se apagou!
-------A7----------------- Dm
Esperança de revê-la ainda
--------D7------------------ Gm
Amargura de poder somente
-------------------------------------- Dm
Suplicar por ela, assim, alucinadamente
E7
Na paixão / Que é perdição / No amor
------------------A7
Que sempre é dor
---------------------Gm
Feliz porque não diz / As lágrimas que
------A7--------------------------- Dm
Sempre, sempre, esconderei sorrindo
---------D7--------------------- Gm
Desfolhando apenas malmequeres.
--------------------------------------- Dm
Pois ferir o coração é próprio das mulheres
--------E7------------ A7----- Dm
É sofrer, mesmo assim, é VIVER!

É preciso discutir - Francisco Alves e Mário Reis

Noel Rosa
É Preciso Discutir (samba, 1931) - Noel Rosa - Intérpretes: Francisco Alves e Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: É Preciso Discutir / Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Mário Reis (Intérprete) / Orquestra Copacabana (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1931 / Nº Álbum 10905 / Gênero: Samba



Francisco Alves:

-Na introdução deste samba
Quero avisar por um modo qualquer
Que esta briga
É por causa de uma mulher...


Mário Reis:

-E eu aviso também
Que neste samba agora me meto
Para cantar com Francisco Alves
Em dueto....


É preciso discutir
Mas não quero discussão
Da discussão sai a razão
Mas às vezes sai salgada
A questão é complicada
Quero ver a decisão

A mulher tem que ser minha
A mulher não traz letreiro
Foi comigo que ela vinha
Mas fui eu que viu primeiro
Ela é minha porque vi
Mas quem segurou fui eu
A conversa já me diz
A mulher não escolheu

É preciso discutir
Mas não quero discussão
Da discussão sai a razão
Mas às vezes sai salgada
A questão é complicada
Quero ver a decisão

Não faz, amor - Francisco Alves


A amizade entre Cartola e Noel Rosa, pena, resultou em apenas dois sambas conhecidos: Qual foi o mal que eu te fiz e Não faz, amor. Este segundo foi comprado por Francisco Alves, de um Cartola doente, ardendo em febre. O Rei da Voz procurou Noel, pediu a ele que fizesse as segundas e gravou. Nem no disco nem na partitura aparece o nome de Noel, que abriu mão dos créditos dando a música de presente ao amigo (fonte: http://lameblogadas.blogspot.com/).

Não Faz, Amor (samba, 1932) - Cartola e Noel Rosa - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Não Faz, Amor / Cartola (Compositor) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Alves, Francisco (Intérprete) / Orquestra Copacabana (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1932 / Nº Álbum 10927 / Gênero musical: Samba



Não faz, amor, deixa-me dormir
Oh, minha flor, tenha dó de mim
Sonhei, acordei assustado
Receoso que tivesses me enganado
(Eu não durmo sossegado)

Só tens ambição e vaidade
Não pensas na felicidade
E eu não descanso um momento
Por pensar que o teu amor é só fingimento
Mas eu vou entrar com meu jogo
E vou pôr à prova de fogo
A tua sincera amizade
Para ver se tu falaste verdade

Amar sem jurar é bem raro
O verbo cumprir custa caro
Amor é bem fácil de achar
O que acho mais difícil é saber amar
O mundo tem suas surpresas
Mas nós temos nossas defesas
Por isso eu estou prevenido
Pra saber se sou ou não traído

Tudo que você diz - Francisco Alves e Mário Reis

Noel Rosa
Tudo Que Você Diz (samba, 1933) - Noel Rosa - Intérpretes: Francisco Alves e Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: Tudo Que Você Diz / Noel Rosa, 1910-1937 (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Mário Reis (Intérprete) / Gente Boa (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1932 / Nº Álbum 10956 / Gênero: Samba



Tudo que você diz
Com a maior lealdade
É mentira
É usar de falsidade
Fale a verdade

Tudo que você diz
Com maior lealdade
É mentira
É usar de falsidade
Fale a verdade

Toda a gente fingida
Paga o mal que fez nesta vida
Por encher de ilusão
O pobre coração

Pode crer que a mentira
O sossego sempre nos tira
Fale sempre a verdade
Mesmo sem ter vontade

Tudo que você diz
Com maior lealdade
É mentira
É usar de falsidade
Fale a verdade

sábado, setembro 22, 2018

A razão dá-se a quem tem -Francisco Alves e Mário Reis

Francisco e Mário Reis
A Razão Dá-se a Quem Tem (samba, 1932) - Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves - Intérpretes: Francisco Alves e Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: A razão dá-se a quem tem / Autoria: Alves, Francisco (Compositor) / Silva, Ismael, 1905-1978 (Compositor) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Alves, Francisco (Intérprete) / Reis, Mário (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1932 / Nº Álbum 10939 / Gênero musical: Samba


Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem

Sei que não posso suportar
(Se meu amor me deixar)
Se de saudades eu chorar
(Eu não posso me queixar)
Abandonado sem vintém
(Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém)
Quem muito riu chora também
(A razão dá-se a quem tem)

Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem

Eu vou chorar só em lembrar
(Se meu amor me deixar)
Dei sempre golpe de azar
(Eu não posso me queixar)
Pra parecer que vivo bem
(Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém)
A esconder que amo alguém
(A razão dá-se a quem tem)

Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem

Qual foi o mal que eu te fiz - Francisco Alves

Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz (samba, 1932) - Cartola e Noel Rosa - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Qual Foi o Mal Que Eu te Fiz? / Cartola (Compositor) / Noel Rosa (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1932 / Nº Álbum 10995 / Gênero musical: Samba



Diz
qual foi o mal que eu te fiz?
Eu não
te farei essa ingratidão
Foi um palco contra nossa amizade
Não creias, não pode ser verdade

Não creias nestas mentiras
Que roubam nossa alegria
Os invejosos se vingam
Armados de hipocrisia

A mentira infelizmente
O mais forte amor destrói
Mas se eu não tenho remorso
O meu coração não dói

Diz
qual foi o mal que eu te fiz?
Eu não
te farei essa ingratidão
Foi um palco contra nossa amizade
Não creias, não pode ser verdade

Disseste que te enganei
Não sou tão fingido assim
Talvez queiras um pretexto
Para viver longe de mim

Disseram que eu traia
A nossa grande amizade
E tão criminosa a culpa
Que não pode ser verdade

Pela luz divina - Ataulfo Alves

Ataulfo Alves
Pela Luz Divina (samba, 1945) - Ataulfo Alves e Mário Travassos - Intérprete: Ataulfo Alves

Disco 78 rpm / Título: Pela Luz Divina / Travassos, Mário (Compositor) / Alves, Ataulfo, 1909-1969 (Compositor) / Alves, Ataulfo (Intérprete) / Pastoras (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1945 / Nº Álbum 80-0330 / Lado A / Gênero musical: Samba



Pela luz divina
Se é pecado me perdoa
Mas eu hei de me vingar
Não merece perdão o teu erro
Tens que ficar no desterro
O mundo há de te ensinar.

Não vá pensar
Que eu estou rogando praga
O que a gente faz aqui,
Aqui mesmo a gente paga.

Graças a Deus,
Teu nome pra mim morreu
Tu não mereces
Um amor igual ao meu !
( pela luz divina, eu juro ! )

quarta-feira, setembro 19, 2018

Desaforo eu não carrego - Ataulfo Alves

Desaforo Eu Não Carrego (samba, 1961) - Ataulfo Alves - Interpretação: Ataulfo Alves

LP Ataulfo Alves - É Bossa Mesmo / Título da música: Desaforo Eu Não Carrego / Ataulfo Alves (Compositor) / Ataulfo Alves (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Nº Álbum: CLP 11205 / Ano: 1961 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Samba.



Me respeite, ouviu
Eu não sou cego
E lá pra casa
Desaforo eu não carrego

A morena
Que falou que é boa
Você sabe
Que ela é minha patroa
E na defesa
Da moral e la de casa
Fico bravo, fico louco
Fico em brasa

Deixa essa mulher pra lá - Ataulfo Alves

Deixa Essa Mulher Pra Lá (samba,1953) - Ataulfo Alves - Interprete: Ataulfo Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Deixa Essa Mulher Pra Lá / Autoria: Alves, Ataulfo, 1909-1969 (Compositor) / Alves, Ataulfo (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1952 / Álbum 80-1085 / Lançamento: 1953 / Lado A / Gênero musical: Samba.



Rapaz, porque lastimas tanto,
Deixa essa mulher partir,
A mulher quando não quer,
Não se deve insistir.

Pela mesma dor eu já passei,
Meu amor me deixou,
Eu não chorei.

Obrigando a ela te querer,
Mas viver a vida sem prazer, ai, ai, ai,
É melhor ficar assim como está,
Deixa essa mulher pra lá.

Cidade mulher - Orlando Silva

Cidade Mulher (marcha, 1936) - Noel Rosa - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título: Cidade Mulher / Autoria: Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1936 / Nº Álbum 34085 / Lado B / Gênero: Marcha.



Cidade de amor e ventura
Que tem mais doçura
Que uma ilusão
Cidade mais bela que o sorriso
Maior que o paraíso
Melhor que a tentação
Cidade que ninguém resiste
Na beleza triste
De um samba-canção
Cidade de flores sem abrolhos
Que encantando nossos olhos
Prende o nosso coração

Cidade notável
Inimitável
Maior e mais bela que outra qualquer
Cidade sensível
Irresistível
Cidade do amor, cidade mulher

Cidade de sonho e grandeza
Que guarda riqueza
Na terra e no mar
Cidade do céu sempre azulado
Teu sol é namorado
Das noites de luar
Cidade padrão de beleza
Foi a natureza
Quem te protegeu
Cidade de amores sem pecado
Foi juntinho ao Corcovado
Que Jesus Cristo nasceu.

Retiro da Saudade - Carmen Miranda e Francisco Alves


Retiro da Saudade (marcha-rancho, 1934) - Nássara e Noel Rosa - Intérpretes: Carmen Miranda e Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Retiro da Saudade / Autoria: Nássara, 1910-1996 (Compositor) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Carmen Miranda, 1909-1955 (Intérprete) / Francisco Alves (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1934 / Nº Álbum 33827 / Lado A / Gênero musical: Marcha.



Quando li o seu recado
Por ti fascinado
Encontrei no seu cartão
Minha desilusão
Retirei saudosamente
Pra mostrar a essa gente
Que não tenho coração

Quando por amor suspiro
A saudade vem então
Encontrar o seu retiro
Encontrar o seu retiro
Dentro do meu coração

Dentro do teu coração
Não me diga que não
Só existe falsidade
É a pura verdade
Eu já fiz um trocadilho
Pra cantar com estribilho
No retiro da saudade

terça-feira, setembro 04, 2018

Osvaldo Molles - Biografia

Osvaldo Molles (Santos, SP, 1913 - São Paulo, SP, 14/05/1967) aos 16 anos de idade iniciou sua carreira no jornalismo, trabalhando na redação do Diário Nacional e, em seguida, no São Paulo Jornal e no Correio Paulistano.

Viajou pelo interior do Brasil escrevendo reportagens sobre os nordestinos. Fixou residência em Salvador (BA), ocasião em que se juntou ao grupo fundador de O Estado da Bahia.

De volta a São Paulo, participou do lançamento da Rádio Tupi, iniciando sua carreira de grande sucesso na radiofonia nacional, que continuou crescente nas rádios Bandeirantes e Record.

Entre suas produções, podemos citar: História das Malocas, O crime não compensa e a História da literatura brasileira, levada ao ar durante dois anos consecutivos e que contou com a colaboração de Oswald de Andrade e Sérgio Milliet, dentre outros.

Como compositor fez, em parceria com Adoniran Barbosa e João B. dos Santos, o samba Conselho de mulher (1953); Tiro ao álvaro, com Adoniran; e em 1968 torna-se sucesso o samba Mulher, patrão e cachaça, feito também com Adoniran.

Inspirado em Saudosa Maloca, samba de Adoniran lançado pelos Demônios da Garoa em maio de 1955, Molles criou, na Rádio Record, o programa História das Malocas, onde Adoniran figurava como Charutinho, um negrinho malandro e boêmio, com sotaque italianizado dos paulistanos.

Gostava dos fraseados errados do companheiro, considerando-os a expressão do autêntico modo de falar do povo. E foi com a pretensão de aprofundar esse mergulho no espírito popular que Molles produziu esse programa. Sucesso absoluto, História das Malocas ficou no ar durante dez anos, de 1955 a 1965, chegando até a ser levado para a televisão.

Acompanhava de perto e incentivava todo o processo de criação de Adoniran Barbosa. Era ele quem enviava Adoniran para longos passeios pelas redondezas, para observar e extrair histórias para seus programas. Também foi Molles quem deu chance para o amigo e parceiro interpretar diversos tipos.

A parceria dos dois deu tão certo que, em 1946, a imprensa chamava Adoniran de "o milionário criador de tipos" e, Molles, "o milionário criador de programas". Nesse ano, Adoniran fazia nada menos do que dezesseis interpretações diferentes.

Na TV Record, produziu Gente que fala sozinho e outros sucessos, tendo sido agraciado, por onze anos consecutivos, com o Prêmio Roquete Pinto, além dos Prêmios Tupiniquim (4 vezes), Paulo Machado de Carvalho (melhor programador de 1959) , tendo sido condecorado com a Medalha de Ouro do Mérito Radiofônico. Com o roteiro do filme Simão, o caolho, obteve o Prêmio Governador do Estado de São Paulo e o Prêmio Saci.

Poeta, contista e romancista, conquistou o Prêmio Castro Alves e o Prêmio Cidade do Rio de Janeiro, tendo suas crônicas publicadas nos jornais paulistanos O Tempo, Folha de São Paulo e Diário da Noite e na revista Manchete. Alguns críticos diziam ser ele o sucessor, na literatura paulista, de Antônio de Alcântara Machado.


Fontes: MPB Compositores - Adoniran Barbosa - Editora Globo; Piquenique Classe C - Boa Leitura Editora – São Paulo, sem data, pág. 345; Releituras.com.

O Nascimento da Orquestração Brasileira - Artigo


Antes de Pixinguinha, o samba das orquestras tinha som de maxixe e os arranjos eram da escola italiana. Com ele, o colorido sonoro ganhou tons verde-amarelos, criando a maneira brasileira de se fazer ouvir.



Ary Barroso foi um dos primeiros a protestar contra a forma como os sambas e outros ritmos brasileiros estavam sendo gravados, nos momentos da expansão da indústria fonográfica no Brasil. Não que tivesse algo de pessoal contra os maestros e instrumentistas estrangeiros encarregados de executar nossas músicas, mas bastava simplesmente ouvi-los para sentir a falta de sotaque brasileiro.

Os arranjos obedeciam à escola italiana, os músicos tocavam como nos velhos tempos dos maxixes, não se observava a presença de ritmistas nas orquestras, faltando molho e sabor nacionais às gravações.

A solução veio com um gênio negro, nascido no Rio de Janeiro, em 1898, e que, aos 12 anos, já era considerado o maior flautista da cidade. No futuro, viria a sê-lo também do Brasil e, em termos de música popular, talvez do mundo. Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, que já tivera a grande experiência internacional liderando Os Oito Batutas em Paris, era nome conhecido e respeitado como músico e líder, quando sua carreira de arranjador, uma guinada em seu destino e no da música popular brasileira, aconteceu.

A primeira vez que formou uma orquestra, ou algo parecido, foi na Exposição do Centenário da Independência do Brasil, em 1922, no Rio de Janeiro. Como ele mesmo contava: “A Rádio Sociedade tinha um estúdio na Exposição.Tinha aqueles alto-falantes e fui irradiar da Exposição. Eu e Zaíra de Oliveira, grande cantora e que veio a ser posteriormente esposa do Donga (...) toquei em uma exposição da General Motors, da qual participou também Villa-Lobos. Eu organizei uma orquestra popular, com instrumentos de orquestra”.

Sérgio Cabral, na biografia de Pixinguinha, aclara: “O compositor e pianista Eduardo Souto, encarregado de convidar os artistas e as orquestras que iriam apresentar-se diariamente, pediu a Pixinguinha para organizar uma orquestra, tarefa cumprida com a participação de todos os batutas e mais o reforço de Bonfiglio de Oliveira e da cantora Zaíra de Oliveira. (...) Durante toda a exposição, Pixinguinha e sua orquestra tocaram diariamente no pavilhão da General Motors”.

Pixinguinha escrevendo músicas.

Nascia o primeiro maestro brasileiro a tocar música com o nosso sotaque. A primeira escola de arranjos para Pixinguinha foi o teatro de revista. Foi em composições suas e alheias que o maestro burilou o estilo e iniciou o trabalho de criação de uma forma brasileira de execução orquestral. Seu jeito de levar para a pauta a parte de cada instrumento, no todo de um arranjo, foi ganhando forma na soma de trabalhar muitos ritmos e maneiras de fazer música. Ele próprio, compondo para revistas, fazia músicas japonesas, americanas, argentinas, francesas e por aí afora.

Em 1928, logo após a implantação da gravação elétrica no Brasil, Pixinguinha pôde usar a gravadora Odeon como laboratório para seus experimentos orquestrais. Gravou como nunca, músicas dele e de outros compositores. Apresentava-se como Pixinguinha e Conjunto, Orquestra Típica Pixinguinha, Orquestra Típica Pixinguinha-Donga e Orquestra Típica Oito Batutas.

Em maio de 1928, em companhia de Donga, forma uma orquestra de caráter inteiramente brasileiro. Criada para tocar na II Exposição de Automobilismo, Autopropulsão e Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro, dos 40 músicos, 34 eram instrumentistas de cordas e ritmo, visto que Pixinguinha e Donga objetivavam, com essa orquestra “típica”, fazer frente às jazz bands e às típicas argentinas, febre musical da época.

A consolidação como maestro e arranjador viria em 1929, quando a gravadora Victor contratou Pixinguinha como seu orquestrador de discos e maestro da Orquestra Victor Brasileira. Em, no mínimo, seis gravações por ano, apareceria como solista de flauta, completando suas funções.

Sérgio Cabral destaca a partir daí a importância dessa orquestra para o panorama da música brasileira de então, já que finalmente se passou a tocar música brasileira de um jeito brasileiro, incluindo aí o samba provindo do Estácio. As orquestrações de Pixinguinha podiam ser reconhecidas de imediato.

As introduções que criava, compondo sobre temas alheios, deram tom definitivo ao arranjo nacional. A de O teu cabelo não nega chega a ser tão lembrada quanto a própria música. Sem nunca ter parado de estudar e trabalhar, Pixinguinha é uma referência até hoje para os maestros brasileiros, como continuará sendo amanhã.


Fonte: História do Samba - Editora Globo.

Waldir Calmon - Biografia

Waldir Calmon (Valdir Calmon Gomes), pianista e compositor, nasceu em Rio Novo-MG (30/1/1919) e faleceu no Rio de Janeiro-RJ (11/4/1982). Aos 11 anos já tinha aprendido a tocar piano com a mãe. Entretanto, sua primeira aspiração era ser cantor. Para tanto, foi crooner num conjunto em que formou em Juiz de Fora-MG em sua época escolar.

Em 1936, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu o compositor e flautista Benedito Lacerda e graças a ele, passou a apresentar-se nas rádios Guanabara e Transmissora, inicialmente como cantor, depois como pianista, com o nome Waldir Gomes.

A partir de sua transferência para a Rádio Cruzeiro do Sul, adotou o nome artístico de Waldir Calmon, que não constou de sua primeira gravação, acompanhando Ataulfo Alves em Leva meu samba (Mensageiro), no ano de 1941.

Depois de formar o grupo Gentleman da Melodia, que durou apenas alguns anos, tocou nos Teatros Rival e Serrador, além da boate Meia-Noite, do Copacabana Palace, todos no Rio, e em cassinos, como o Atlântico (Santos, SP). Foi por essa época que começou a tocar o primeiro solovox (pequeno teclado incorporado ao piano, precursor dos sintetizadores) trazido para o Brasil, popularizando o instrumento.

Com o fechamento dos cassinos, em 1946, foi atuar na boate Marabá-SP. Um ano depois, voltou ao Rio e foi contratado pela boate Night and Day, no Centro, onde permaneceu pelos oito anos posteriores.

Em 1951, começou a gravar discos de 78 rpm no selo Star. Na década de 50 seus discos Ritmos Melódicos (na etiqueta Discos Rádio), Para Ouvir Amando, Chá Dançante e Feito para Dançar (Copacabana) venderam como água. Foi o pioneiro a gravar sucessos dançantes em faixas únicas, ininterruptas, adequados a animar festas, eternizando nos acetatos o som que produzia nas boates de então. Nesse período, atuou na Rádio Tupi e na Rádio Serviço Propaganda, gravando muitos jingles.

Em 1955, deixou a boate Night and Day e abriu sua própria casa noturna, a popular Arpège, no Leme (RJ), que funcionaria até 1967 - onde atuaram João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, além de Chico Buarque, que fez um de seus primeiros shows, em 1966, ao lado de Odete Lara e MPB-4.

Seu conjunto era formado nessa época por Paulo Nunes (guitarra), Milton Banana (bateria), Eddie Mandarino e Rubens Bassini (percussão), Gagliardi (contrabaixo) e o próprio Calmon, ao piano e solovox, que rivalizava as atenções do público com Djalma Ferreira e seus Milionários do Ritmo na boate vizinha, o Drink. Gravou quatro LPs intitulados Uma Noite no Arpège.

Depois de arrendar sua boate, continuou atuando em bailes e excursões. Entre 70 e o começo de 77, atuou com sua orquestra de baile no Canecão (RJ), antes e depois do show principal. Nos últimos anos de carreira, passou a tocar também sintetizadores. Morreu em 1982 de infarto do miocárdio.


Fonte: Clique Music.

sábado, setembro 01, 2018

Vera Lúcia - Biografia


Vera Lúcia (Vera Lucia Ermelinda Balula), cantora, nasceu na cidade de Vizeu, Portugal, em 07/08/1930. Em 1951, lançou pelo pequeno selo Elite Special seu primeiro disco interpretando o samba Copacabana, de Alberto Ribeiro e João de Barro e o baião Veio amô, de Humberto Teixeira. No mesmo ano, gravou um de seus maiores sucessos, a marcha Rita sapeca, de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti.


Em 1952, gravou a marcha Pisca-pisca e "o samba canção Verdadeira razão, de Armando Cavalcânti e Klécius Caldas e o samba Não vou chorar, de Humberto Teixeira e Felícia Godoy e o Baião de Alagoas, de Humberto Teixeira. No mesmo ano, foi contratada pela Odeon onde estreou com a marcha Pagode chinês, de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e o samba Vou-me embora, de Humberto Teixeira e Felícia Godoy.

Em 1953, gravou o Baião da saudade, de Fernando Jacques e o samba canção Intriga, de Altamiro Carrilho e Armando Nunes. No mesmo ano, gravou os sambas-canção Filha diferente, de Raul Sampaio e Rubens Silva e É tarde demais, de Hianto de Almeida.

Em 1954, gravou os sambas Não vivo em paz e Eu não perdôo, da dupla Paulo Menezes e Nilton Legey. No mesmo ano, lançou dois sambas canção Eu sei que você não presta, de Chocolate e Mário Lago e Sempre eu, de Alfredo Godinho e Osvaldo França.

Ainda em 1954, passou a gravar na Continental e lançou os sambas Valerá a pena, de Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima e O que os olhos não vêem, de Luiz Bandeira. No mesmo ano, gravou o xote Suspiro vai, de Graça Batista e Álvaro Carrilho e o samba canção Ter saudade, de Haroldo de Almeida.

Foi eleita Rainha do Rádio em 1955, vencendo Ângela Maria, por decisão de Manoel Barcelos, que quis homenagear Carmen Miranda, portuguesa de nacionalidade como ela e que estava no Rio, em fase de recuperação de saúde. Recebeu a coroa das mãos da Pequena Notável.

Nesse ano já fez sucesso com Amendoim torradinho (Henrique Beltrão) e O que os olhos não vêem (Luiz Badeira). Além deste título, ganhou 10 troféus ao longo da carreira, como destaque de programas de televisão, entre eles, os de Chacrinha e Aerton Perlingeiro.

Em 1956, lançou os sambas canção Molambo e Quem sabe é você, de Jaime Florence e Augusto Mesquita e Duvido, de Luiz Vieira e Dario de Souza e o samba "Cansei de ilusões", de Tito Madi.

No ano seguinte, gravou mais uma composição da dupla Jaime Florence e Augusto Mesquita: o samba Zomba de mim. No mesmo ano, lançou o clássico fado canção Nem às paredes confesso, de Artur Ribeiro, Max e F. Trindade. Gravou ainda no mesmo período em dueto com William Duba a marcha Bacana de Copacabana, de William Duba, Nahum Luiz e Elias José.

Em 1958, gravou o samba canção Por causa de você, de Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran. No mesmo ano, passou a gravar pela Sinter e lançou o samba Janela do mundo, de Billy Blanco e o samba canção Castigo, de Dolores Duran.

Em 1959, gravou duas composições de Antônio Carlos Jobim, o samba Este teu olhar e o samba canção Porque tinha de ser, este, parceria com Vinícius de Moraes. No ano seguinte, gravou a marcha Sacode a tristeza", de Miguel Gustavo. Ainda em 1960, gravou um de seus maiores sucessos, o samba Leva-me contigo, de Dolores Duran. Em 1962, lançou as músicas O bilhete e Samba sem pim-pom, da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim.<

Gravou diversos discos de 78 rpm e apresentou-se em Portugal, Argentina e Uruguai. Tendo entre seus sucessos Idéias erradas (Ribamar), Rita Sapeca (Klecius Caldas - Armando Cavalcanti), Leva-me contigo (Dolores Duran) e Castigo (Dolores Duran).

Com o primeiro elepê, Confidências de Vera Lucia, ganhou dois discos de ouro. Um dos prêmios, foi entregue pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Durante quase toda a década de 1950 e ainda nos anos 1960, foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a maior emissora do país, o que lhe rendeu prestígio e uma certa popularidade. Em 1997, foi homenageada pelo Museu Carmen Miranda com o Troféu Carmen Miranda.


Fonte: Cantoras do Brasil - Vera Lúcia.

Sidney Miller -Biografia


Sidney Miller (Sidney Álvaro Miller Filho), compositor, nasceu e faleceu no Rio de Janeiro- RJ ( 18 de Abril de 1945 - 16 de Julho de 1980). Natural de Santa Teresa despontou como compositor no cenário musical brasileiro durante a década de 1960, participando com algum destaque em festivais da Música Popular Brasileira.


Cursou Sociologia e Economia, porém sem concluir nenhum dos cursos. No início da carreira chegou a ser comparado com o também estreante Chico Buarque, uma vez que tinham em comum, além da timidez, a temática urbana e um especial cuidado na construção das letras.

Além disso, a cantora Nara Leão, famosa por revelar novos compositores, teve grande importância na estréia dos dois - inclusive gravando, em 1967, o disco Vento de Maio, no qual dividiam quase todo o repertório: Chico Buarque assinou quatro canções, enquanto Sidney Miller era o autor de outras cinco.

O primeiro registro importante como compositor foi em 1965 no I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior (SP), obtendo o 4º lugar com a música Queixa, composta em parceria com Paulo Thiago e Zé Keti, interpretada por Ciro Monteiro.

Em 1967 pelo famoso selo Elenco de Aloysio de Oliveira lançou o primeiro disco, na qual se destaca por retrabalhar temas populares e cantigas de roda como Circo, Passa passa gavião, Marré-de-cy e Menina da agulha.

Sidney Miller compôs juntamente com Théo de Barros, Caetano Veloso e Gilberto Gil a trilha sonora para a peça Arena conta Tiradentes, dos dramaturgos Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri. Nesse mesmo ano, ao lado de Nara Leão interpretou a música A Estrada e o violeiro no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record (SP), conquistando o prêmio de melhor letra.

Em 1968, também pelo selo Elenco lançou o Lp Brasil, do Guarani ao Guaraná, que contou com as participações especiais de diversos artistas como Paulinho da Viola, Gal Costa, Nara Leão, MPB-4, Gracinha Leporace, Jards Macalé, entre outros. O maior destaque do disco ficou por conta toada Pois é, pra quê.

A partir de então Sidney Miller intensificou a carreira na área de produção. Juntamente com Paulo Afonso Grisolli organizou no Teatro Casa Grande (RJ) o espetáculo Yes, nós temos Braguinha, com o compositor João de Barro. Também com Grisolli, relançou a cantora Marlene, no show Carnavália, que fez bastante sucesso.

Em 1969 produziu e criou os arranjos do Lp de Nara Leão Coisas do Mundo. Ainda em 69, ao lado de Paulo Afonso Grisolli, Tite de Lemos, Luís Carlos Maciel, Sueli Costa, Marcos Flaksmann e Marlene organizou o espetáculo Alice no País do Divino Maravilhoso, além de compor a trilha sonora do filme Os Senhores da Terra, do cineasta Paulo Thiago. Também para cinema, Sidney Miller foi o autor da trilha dos filmes Vida de Artista (1971) e Ovelha Negra (1974), ambos dirigidos por Haroldo Marinho Barbosa.

Sidney Miller foi autor da trilha sonora das peças Por mares nunca dantes navegados (1972), de Orlando Miranda, na qual musicou alguns sonetos de Camões, e do espetáculo a A torre em concurso (1974), de Joaquim Manuel de Macedo.

Em 1974 lançou pela Som Livre o último disco de carreira o Lp Línguas de Fogo. Nos últimos anos de vida Sidney Miller estava afastado do circuito comercial. Tinha planos de voltar a gravar, agora de forma independente, um Lp que se chamaria Longo Circuito. Trabalhava na Funarte, quando morreu prematuramente aos 35 anos. A sala em que trabalhava passou a se chamar Sala Funarte Sidney Miller e foi transformada num teatro.

Algumas cifras e letras: A estrada e o violeiro, Alô fevereiro, Circo, É isso aí, Ora, acho que vou me embora, Pede passagem.


Fonte: Wikipédia

Inteirinha - Pery Ribeiro

Pery Ribeiro
Inteirinha (samba-canção, 1960) - Luiz Vieira - Intérprete: Pery Ribeiro

Disco 78 rpm / Título da música: Inteirinha / Vieira, Luiz (Compositor) / Ribeiro, Pery (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1960 / Nº Álbum 14612 / Lado A / Gênero musical: Samba-canção.


Tom: G
Intro: G G/B Am7 D7 Bm Em7 Am D7

G      G/B   Am7       D7
Quero amar você, inteirinha
G   G/B   Am7       D7
Abraçar você, inteirinha
Bm7   E7  Am7       D7
Viver uma vida inteirinha
Bm   Em7 Am        D7 G
De felicidade inteirinha
     G/B Am7        D7
E em sua vida, inteirinha
G    G/B     Am7        D7
Repousar meu sonho inteirinho
Bm7 E7     Am7       D7
E depois morrer inteirinho
Bm    Em7    Am     D7     G7
Mas morrer risonho,   inteirinho
C               Bm7               E7
Gostoso é viver,   gostando de alguém
Am7            D7       Gmaj7    G7
Gostar de quem gosta da gente também
C              Bm7            E7
Amar sem temer,   o gosto de amar
      Am7       Bm7      Am7      D7
Se o amor faz sofrer, eu quero só ver
           G
Onde vou parar
G/B Am7 D7 Bm Em7 Am D7
Lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá...

Trapo de gente - Linda Batista

Linda Batista
Trapo de Gente (samba-canção, 1953) - Ary Barroso - Interpretação: Linda Batista

Disco 78 rpm / Título da música: Trapo de Gente / Ary Barroso (Compositor) / Linda Batista (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Nº Álbum: 80-1080 / Ano: 1953 / Lado A / Gênero musical: Samba-canção.



Aconteceu
Justamente o que mais eu temia
Apesar do trabalho
Que me deu sua educação
Fui buscá-la, na triste miséria
De um barracão
Para as noites boêmias
De Copacabana
Este mundo de sonhos
E desilusão

Mas, incapaz de entender
Este prisma da vida
Procurou disfarçar na bebida
A mais torpe e cruel traição
Saia comigo
Bebia comigo
Depois
Se entregava a um amigo
Trapo de gente
Sem alma e sem coração

quinta-feira, agosto 30, 2018

Pela primeira vez - Orlando Silva

Noel Rosa
Pela Primeira Vez (samba, 1936) - Noel Rosa e Cristóvão de Alencar - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título: Pela Primeira Vez / Alencar, Cristóvão de, 1910-1983 (Compositor) / Rosa, Noel, 1910-1937 (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Regional RCA Victor (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1936 / Álbum 34061 / Lado A / Gênero: Samba.


Tom: G

G          C7/9       G
Pela primeira vez na vida
         E7                        Am  D7/9
Sou obrigado a confessar que amo alguém.
Am                 Ebº          Em
Chorei quando ela deu a despedida
       A7                       D7
Ela me vendo a chorar chorou também.
Am                 D7          G
Meu Deus, faça de mim o que quiser,
                    E7
Mas não me faça perder
Am      D7       G
O amor desta mulher.

   Am                D7          G
Na estação, na hora de partir o trem,
          Ebº                    Em
Ela me vendo a chorar chorou também.
         Am        D7       G
Depois fiquei olhando a janela,
E7     Am          D7            G
Até sumir numa esquina o lenço dela.

  Am                D7           G
Se meu amor não regressar, irei também
      Ebº                       Em
À estação na hora de partir o trem.
       Am          D7         G
E nunca mais assisto uma partida
E7       Am           D7           G
Pra não lembrar mais daquela despedida.

Obrigado Maria - Orlando Silva

Orlando Silva
Obrigado, Maria (samba-canção, 1954) - Herivelto Martins e Mário Rossi - Interpretação: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Obrigado Maria / Herivelto Martins (Compositor) / Mário Rossi (Compositor) / Gravadora: Copacabana / Nº Álbum: 5.302 / Ano: 1954 / Lado A / Gênero musical: Samba-canção.



Obrigado, Maria
Pelo bem que me fizeste chegando
Obrigado, Maria
Pelo bem que me fazes partindo

Sinto-me bem porque fico cantando
Sinto-me bem porque partes sorrindo
Obrigado, Maria
É o que mais é lindo

Obrigado, Maria
Pelo mal que podias fazer
E não fizeste
Obrigado Maria
Pelas horas de amor e de prazer
Que tu me deste

Não me importa que leves contigo
Toda minha alegria
O que desejo é que sejas feliz
Obrigado, Maria!

quarta-feira, agosto 29, 2018

Não e sim - Orlando Silva

Orlando Silva
Não... e Sim (samba, 1954) - Altamiro Carrilho e Armando Nunes - Interpretação de Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Não e Sim / Altamiro Carrilho (Compositor) / Armando Nunes (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Nº Álbum: 5.254-a / Ano: 1954 / Lado B / Gênero musical: Samba.



Quando alguém me pergunta
Se ainda trago você dentro do coração
Digo que não, digo que não, que não e não

Quando alguém me pergunta
Se ainda seria capaz de te dar meu perdão
Digo que não, digo que não, digo não

Mas o que ninguém sabe
É que eu gostaria que você voltasse
Tão feliz eu seria
Se esse amor recomeçasse

Se você quisesse viver
Novamente juntinho de mim
Eu diria que sim, eu diria que sim,
eu diria que sim...

De que vale a vida sem amor - Orlando Silva

Leonel Azevedo
De Que Vale a Vida Sem Amor (valsa, 1954) - Leonel Azevedo, J. Cascata e Sá Róris - Interpretação: Orlando Silva

Gravação original: disco 78 rpm / Título da música: De Que Vale a Vida Sem Amor / Cascata, J, 1912-1961 (Compositor) / Azevedo, Leonel (Compositor) / Sá Róris (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1954 / Nº Álbum 5254 / Lado A / Gênero musical: Valsa.



No céu azul da minha louca fantasia
Ergui castelos de ilusões e de venturas
Cheios de esplendor

Em ânsias transportei minh'alma
Aos pés do eterno criador
Pedindo em doce prece
Para abençoar o meu sincero amor

Sonhando assim viver
Com isso longe do mundo
Sem ter no coração o espinho
De um pesar negro e profundo

Fugindo da realidade
Dessa vida cheia de amargor
Eu que sempre na vida
Fui um sonhador

Porém, o vendaval cruel
Do meu destino
Em breve destruiu
Meu sonho peregrino

E hoje sou a imagem triste
De um passado de recordação
De tudo nada mais existe
Só restam mágoas no meu coração

Ó Deus fazei cessar o meu tormento
Fazendo reviver meu sonho lindo, encantador
Pois eu tenho dentro d'alma
A luz do firmamento
E de que vale a vida sem amor....

Chora cavaquinho - Orlando Silva

Orlando Silva
Chora Cavaquinho (samba, 1935) - Dunga (Waldemar de Abreu) - Interpretação de Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Chora Cavaquinho / Dunga (Valdemar de Abreu) (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Gravadora: Victor / Nº Álbum: 33.998-a / Ano: 1935 / Gênero musical: Samba-choro.



Chora cavaquinho, chora
Chora violão tambem
que o nosso amor foi embora
deixando saudades em alguem

Quantas vezes ele cantava
alegrando o meu coração
O seu cantar redobrava
fazendo sentir o violão

E não tendo mais esperança
na morte vive pensando
parece inocente criança
o pobre cavaquinho, triste chorando

segunda-feira, agosto 27, 2018

Aquela mascarada - Orlando Silva

Orlando Silva
Aquela Mascarada (fox-bolero, 1953) - Cyro Monteiro e Dias da Cruz - Interpretação de Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Aquela Mascarada / Cyro Monteiro (Compositor) / Dias da Cruz (Compositor) / Gravadora: Copacabana / Nº Álbum: 5.113-a / Ano: 1953 / Lado A.



Aquela mascarada no / carnaval passado
De olhos tentadores / ternos, sonhadores
Lábios de pecado

Na sensação de um beijo / encheu-me de desejo
Mente-se de mulher / amor feito quimera
Sol de primavera e dor

Aquela mascarada / deixou-me na retira
Na sombra querida / de uma saudade imensa
E na harmonia / dessa minha canção
Deixo a mascarada / da minha ilusão

Aquela mascarada / deixou-me na retira
Na sombra querida / de uma saudade imensa
E na harmonia / dessa minha canção
Deixo a mascarada / da minha ilusão

Alegria - Orlando Silva

Orlando Silva
Alegria (samba, 1937) - Assis Valente e Durval Maia - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Alegria / Autoria: Assis Valente (Compositor) / Durval Maia (Compositor) / Orlando Silva (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1937 / Nº Álbum 34239 / Lado A / Gênero: Samba.


  G                        Bm 
Alegria pra cantar a batucada, 
                  G   Bm7 
As morenas vão sambar, 
           A#dim  Am7 D7 
Quem samba tem alegria, 
      G    C#dim              G    F7 E7 
Minha gente era triste, amargurada, 
               A7 
Inventou a batucada, 
                  D7 
Pra deixar de padecer, 
                           G 
Salve o prazer, salve o prazer. 
Da tristeza não quero saber, 
              Bm7     Am7 
A tristeza me faz padecer, 
             A#dim       G        
Vou deixar a cruel nostalgia, 
E7            A7 
Vou fazer batucada, 
   D7          G 
De noite, e de dia vou cantar. 
G                        Bm 
Alegria pra cantar a batucada, 
                  G   Bm7 
As morenas vão sambar, 
           A#dim  Am7 D7 
Quem samba tem alegria, 
      G    C#dim              G    F7 E7 
Minha gente era triste, amargurada, 
               A7 
Inventou a batucada, 
                  D7 
Pra deixar de padecer, 
                           G 
Salve o prazer, salve o prazer. 
            A#dim G    Bm7 
Esperando a felicidade, 
               A#dim    Am7 D7 
Para ver se eu vou melhorar, 
Am7              D7       G 
Vou cantando, fingindo alegria, 
       E7    A7 
Para a humanidade, 
    D7        G 
Não me ver chorar. 

Zé Carioca - Moreira da Silva

Zé Carioca(samba, 1959) - Zé da Zilda (José Gonçalves) e Zilda do Zé (Zilda Gonçalves) - Intérprete: Moreira da Silva

LP Moreira Da Silva - A Volta Do Malandro / Título da música: Zé Carioca / Zé da Zilda (Compositor) / Zilda do Zé (Compositora) / Moreira da Silva (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Nº Álbum: MOFB 3096 / Ano: 1959 / Lado B /Faixa 6 / Gênero musical: Samba / Samba-de-breque.



História de papagaio
Eu conheço bastante
Vou contar nesse instante uma bem interessante
Quando eu cheguei aqui
Fui tomar um café
Na Praça Tiradentes
No botequim do seu Vicente
Vi um pássaro verde
Em cima de um palanque
Que eu não conhecia
Eu perguntei a freguesia
Me disseram que era
O papagaio Zé Carioca
Professor de português
(Fala francês, italiano e até inglês, um bom freguês)
Ele ficou meu amigo,
E me levou consigo a uma gafieira
(Onde eu sambei a noite inteira)
De madrugada uma dama fuleira fez um tempo quente
E o papagaio pulou na frente
Deixa comigo que eu sou carne de pescoço
Quem mexer com meu amigo tem que mastigar um osso
Não tenha medo isso é café pequeno eu resolvo só
(Pulou pra trás e arrancou o paletó, meu Deus que nó
eu vou fugir, pra Maceió, com minha vó)*
E, mas de repente a polícia chegou e o baile acabou
E todo mundo se pirou
E o papagaio saiu debaixo da mesa todo rasgado
Completamente depenado
Os dançarinos ficaram com pena de ver seu estado
(Disseram: coitado)
Ele saiu gingando se rebolando todo cheio de visagem
É dos pelados que elas gostam mais
É dos depenados que elas gostam mais.

sábado, agosto 25, 2018

O sequestro de Ringo - Moreira da Silva


O ciclo mais notório de continuações na música brasileira foi o dos sambas de breque de Miguel Gustavo para Moreira da Silva, em que o cantor era apresentado inicialmente como um herói de faroeste (passando depois para agente secreto e até cangaceiro!), Kid Morengueira, em gravações que pareciam capítulos de radionovela, com atores, narrador e sonoplastia. São seis os sambas: O Rei do Gatilho (1962), O Último dos Moicanos (1963), Os Intocáveis (1968), Morengueira Contra 007 (1965), O Sequestro de Ringo (1970) e Rei do Cangaço (1973).

O Sequestro de Ringo (samba, 1970) - Miguel Gustavo - Interpretação: Moreira da Silva

LP Moreira Da Silva - Mo "Ringo" Eira / Título da música: O Sequestro de Ringo / Miguel Gustavo (Compositor) / Moreira da Silva (Intérprete) / Gravadora: Continental / Nº Álbum: PPL 12466 / Ano: 1970 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.



Filme estrelado por: Moreira da Silva

Correu pela Itália o grito de guerra
O Ringo está preso, quem foi que prendeu
O Ringo famoso sofrendo torturas
Nas celas escuras, quase morreu

Mandaram uma carta pedindo resgate
Sua noiva tão linda tem que ser entregue
Exigem em troca montanhas de liras, procuram os tiras
E o filme prossegue

Ringo é aquele pão de ló
Que já esteve no Brasil
Dólar de prata que exibiu-se
Na buzina do Chacrinha
Criatura sem frescura
Meia porção de simpatia
Apaixonado pela Beth Faria.

Tá na Cecília aquela ilha
Onde a máfia predomina
Mão assassina, traição
Tem um canhão na sua boca
Comida pouca, sem bebida
A trinta dias maltratado
Pelos bandidos da Calábria
Mas não dá o recado.

Moreira da Silva embarcou pela Varig
Depois do apelo que o papa lhe fez
Prá ver se salvava o Ringo da morte
Cuidado Moreira!
Chegou tua vez.

Levou na garupa montanhas de liras
Falou com os bandidos na língua de gang
Salvou Juliano e já ia saindo
Com a cara feliz de quem está triunfante.

Mas os bandidos começaram a contar a dinheirama
E foram vendo que os pacotes estavam cheios de jornal
Foram no papo do Moreira e começou o tiroteio
Com estampido e ruído espacial
Tiro prá cá, tiro prá lá
Ringo só tinha uma bala
Mas não se cala é quando a bomba ia cruzando pelo ar
Atira certo, a bomba cai
Morremos todos na explosão
Esta é a razão porque eu não posso mais cantar.

Tá morto o Ringo
Grande herói
Com toda a Itália a soluçar.

Mas já no próximo domingo
Aguardem a volta de Ringo.

O último dos moicanos - Moreira da Silva

O Último dos Moicanos (samba, 1963) - Miguel Gustavo - Interpretação: Moreira da Silva

LP Moreira da Silva - O Último Dos Mohicanos / Título da música: O Último dos Moicanos / Miguel Gustavo (Compositor) / Moreira da Silva (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Nº Álbum: MOFB 3351 / Ano: 1963 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.



Tinha jurado à minha mãe por toda vida
Não me meter em mais nenhuma trapalhada
Depois daquela do bandido em que o índio me salvara
Eu decidi levar a vida sossegada

Comprei um sítio e já ia criar galinhas
Quando a notícia no jornal me encheu de ódio
Um bandoleiro aprisionara aquele índio
Que me salvara no primeiro episódio
"Cuidado Moreiraaaaaaaa"

E tal viúva do bandido que eu matara
Com quem case perante o padre no local
Roubou meu sítio e fugiu para Nevada
Apaixonada por um velho marginal

E minha noiva por quem tanto eu lutara
Estava dançando em um saloon fora da linha
Como é que pode um pistoleiro aposentado
Comprar um sítio e querer criar galinhas

"pó, pó pó pó, pó ó "

Montei de novo num cavalo mais ligeiro
Em Hollywood Harry Stone me esperava
E Moacyr chamava os extras para a cena
Enquanto a câmera já me focalizava

A luta agora era com os índios Moicanos
Que pelos canos nos empurram devagar
Me disfarcei, pintei a cara e apanhei a machadinha
E com a princesa comecei a namorar

"Índio cara-pálida chamar Morengueira"
"Morengueira que não é mané vai dar no pé"

Voltei à vila e arrasei os inimigos
Salvei o índio, minha dívida paguei
Dei uma surra na viúva e minha noiva
Naquele mesmo cabaré a desposei

E assim termina mais um filme americano
Com Hollywood já meio desminliguida
Eu vou passar para o cinema italiano
Pra descansar eu vou filmar La Dolce Vita

Não filme agora que a censura está sendo proibida
Perto de mim o Mastroianni não dá nem pra partida
Sofia Loren vem chegando mas já estou de saída
Arrivederti Roma ...

Morengueira contra 007 - Moreira da Silva


O ciclo mais notório de continuações na música brasileira foi o dos sambas de breque de Miguel Gustavo para Moreira da Silva, em que o cantor era apresentado inicialmente como um herói de faroeste (passando depois para agente secreto e até cangaceiro!), Kid Morengueira, em gravações que pareciam capítulos de radionovela, com atores, narrador e sonoplastia.

São seis os sambas: O Rei do Gatilho (1962), O Último dos Moicanos (1963), Os Intocáveis (1968), Morengueira Contra 007 (1968), O Sequestro de Ringo (1970) e Rei do Cangaço (1973).

Em "Morengueira Contra 007", além de Moreira da Silva e o agente britânico, estrelam Pelé e Cláudia Cardinale. James Bond dá um flagrante em Pelé, que beijava a estrela italiana. Moreira dá um soco em Bond e livra a cara do rei. Mais tarde, ela confessa ser apaixonada pelo sambista e diz que só esteve no Brasil para sequestrar Pelé e evitar que ele jogasse contra a seleção inglesa.

Morengueira Contra 007 (samba, 1965 (sucesso em 1968) - Miguel Gustavo - Intérprete: Moreira da Silva

Primeira gravação: Compacto simples (7", vinil) Moreira Da Silva ‎– Morengueira Contra 007 / Título da música: Morengueira Contra 007 / Miguel Gustavo (Compositor) / Moreira da Silva (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Nº Álbum: 7B-117 / Ano: 1965 / Lado A / Gênero musical: Samba / A gravação a seguir é de 1968.



Narrador (introdução):

"Moreira da Silva contra 007. Sexo e violência no mais espetacular filme de espionagem do famoso diretor americano Abelardo 'Chacrinha' Barbosa. Com James Bond, Cláudia Cardinale e Edson Arantes do Nascimento."

Começa o filme com o 007
Saltando em Santos com a Cláudia Cardinale
Com seu decote italiano ela é tão bela
Que ninguém vê o James Bond junto dela

Os dois se hospedam na concentração do Santos
E, entre tantos, ninguém sabe por que é
Que ela desfila de biquíni na piscina
E na maior intimidade com o Pelé

Breque:
A bonitinha não percebe a tabelinha que ele faz.
Pelé controla a Cardinale, dá-lhe um beijo e avança mais.
Gol do Brasil!
O temperamento latino é fogo!...

O James Bond nesse instante dá o flagrante
Diz que Pelé tem que pagar pelo que fez
Entram em luta corporal e o '07
Vai abater o jogador com um soco-inglês

Porém, Moreira, que assistia a toda a cena,
Entra sem pena, vai no '7 e manda o pé
Rabo-de-arraia e antes que caia dá-lhe um coco
Apara o soco e livra a cara do Pelé

Moreira leva James Bond para o DOPS
E na fofoca mais fofoca que eu já vi
Vem jornalista, embaixador inglês sem vida
E entra na fita todo o Itamaraty

Aí Moreira leva a Cláudia Cardinale
Para jogar um pif-paf em Guarujá
Vão no boliche e comem pizza lá no Braz
E cantam samba de Vinícius de Morais

Cláudia confessa o seu amor por Morengueira
Faz a besteira de dizer que o ama com fé
Só foi a Santos com o 007
Para ajudá-lo a raptar nosso Pelé.

Roubar Pelé pra não jogar contra a Inglaterra
Porque os ingleses sofrem de alucinação
E toda noite vêm um fantasma de chuteiras
Fazendo gol no gol da sua seleção

Breque:
E vem o time brasileiro se sagrando campeão
Termina o filme com Moreira dando um drible no espião
O James é derrotado e acabou sua missão.



Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - São Paulo, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB; A Canção no Tempo - Volume 2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Moreira da Silva - Discografia de vinil.

quinta-feira, agosto 23, 2018

Juracy - Vassourinha

Vassourinha
Juracy (samba, 1941) - Antônio Almeida e Ciro de Souza

Disco 78 rpm / Título: Juracy / Autoria: Almeida, Antônio (Compositor) / Souza, Ciro de (Compositor) / Vassourinha (Intérprete) / Lacerda, Benedito, 1903-1958 (Acompanhante) / Regional (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Columbia, 23/06/1941 / Nº Álbum 55295 / Lado B / Lançamento: 08/1941 / Gênero: Samba choro

G                         D7
Desde o dia em que eu te vi Juracy
                     G
Nunca mais tive alegria
                           D7
Meu coração ficou daquele jeito
                             G
dando pinote dentro do meu peito
                              D7
Mas agora eu quero, eu quero saber
                G
qual a sua opinião
                      D7
Pra resolver nossa situação
             C     D7      G
pode ser ou tá difícil coração
D7
Eu trabalhei durante um ano inteiro
                               G
pra conseguir juntar algum dinheiro
                        D7
fiz uma casa que é um amor
                                G
pois tem rádio, geladeira e ventilador
D7                 D7
Nossa casinha lá na Marambaia
           B7                 Em
fica a dois passos da beira da praia
         C      C#7        D7
e se você achar que lhe convém
                    C        D7     G
eu lhe garanto tudo isso e o céu também

Judia rara - Moreira da Silva

Moreira da Silva - 1938
De origem humilde, as polacas trabalhavam quase sempre no baixo meretrício - locais de prostituição frequentados por quem tinha poucos recursos. Nos cabarés e bordéis de luxo, a soberania era das francesas, que exerciam na época grande fascínio no imaginário masculino. Atentas a esse fato, algumas judias aprendiam palavras em francês para tentar melhorar de vida.

Motorista de lotação e sambista, o cantor Moreira da Silva namorou por 18 anos uma polaca: a russa Estera Gladkowicer, que chegou ao Brasil com 20 anos em 1927, foi dona de bordel no Mangue e se matou em 68, ingerindo barbitúricos.

Para ela, Moreira compôs Judia Rara: "A rosa não se compara / A essa judia rara / Criada no meu país / Rosa de amor sem espinhos / Diz que são meus seus carinhos / E eu sou um homem feliz" (Fonte: Homenagens em músicas e poemas - Aventuras na História ).

Judia Rara (samba, 1964) - Jorge Faraj e Moreira da Silva - Intérprete: Moreira da Silva

LP Moreira da Silva - Morengueira 64 / Título da música: Judia rara / Jorge Faraj (Compositor) / Moreira da Silva (Compositor) / Moreira da Silva (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1964 / Nº Álbum: MOFB 3385 / Lado B / Faixa 9 / Gênero musical: Samba.


Tom: C

Introd.: Dm   Am   E7   A7   Dm   Am   F7   E7   Am   

Bm7/5b    E7       Am   
A rosa não se compara   
A7         Dm   
A essa judia rara   
E7             Am     A7   
Criada no meu país   (virada)   
Dm                  C   
Rosa de amor sem espinhos   
C7                      Dm7   
Diz que são meus seus carinhos   
Bm7/5b       E7     Am   
E eu sou um homem feliz   
G7               C   
Nos olhos dessa judia,   
F7                Am   
Cheios de amor e poesia,   
Dm7                  Am   
Dorme o mistério da noite,   
E7                   Am   
Brilha o milagre do dia.   
G7             C   
A sua boca vermelha   
G7     F7      Am   
É uma flor singular.   
Dm7                   Am   
E o meu desejo, uma abelha   
Bm7/5b   E7       Am   
Ebm torno dela a bailar.   
G7                C   
Nos olhos dessa judia,   
F7                Am   
Cheios de amor e poesia,   
Dm7                  Am   
Dorme o mistério da noite,   
E7                  Am   
Brilha o milagre do dia.   
G7            C   
A sua boca vermelha   
G7     F7      Am   
É uma flor singular.   
Dm7                  Am   
E o meu desejo, uma abelha   
Bm7/5b   E7       Am   
Em torno dela a bailar   
Bm7/5b   E7       Am   
Em torno dela a bailar   
Bm7/5b   E7       Am   
Em torno dela a bailar.