Zaíra de Oliveira (1891, Rio de Janeiro - 15/8/1952), soprano, teve formação clássica, tendo cursado canto lírico no Instituto Nacional de Música, atual Escola Nacional de Música, mas também cantou música popular.
Em dezembro de 1921 participou de um concurso realizado na escola de música, onde recebeu o primeiro lugar, porém não lhe foi concedido o prêmio, que consistia numa viagem à Europa, na afirmativa de muitos pelo fato de ser negra. Numa época em que ainda não existia a lei Afonso Arinos, a cantora não se abalou, pois somente a alta distinção conquistada no mais importante órgão oficial de ensino artístico da capital do Brasil lhe daria motivo justo de orgulho.
Em 1924 gravou seu primeiro disco, dois foxtrotes: Tudo à la garçonne, de Pedro Sá Pereira e La monteria, de J. Guerrero.
Em 1925 participou de festivais artísticos, dos quais o do Teatro Municipal de Niterói, onde cantou Tosca, de Puccini, Berceuse, de Alberto Nepomuceno e Schiavo, de Carlos Gomes, além de A despedida e Cantiga praiana de Eduardo Souto, com letras de Bastos Tigre e Vicente Carvalho, respectivamente.
Apresentou-se também no Cassino Copacabana Palace ao lado de Catulo da Paixão Cearense e Gastão Formenti. Nesse ano gravou a marcha Quando me lembro (Eduardo Souto e João da Praia), em dueto com o cantor Bahiano, que fez sucesso. No entanto seu maior êxito foi a marcha carnavalesca Dondoca (Freitinhas), em 1927, ao lado de J. Gomes Filho.
No início da década de 30, passou a se apresentar na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, acompanhada pelo regional de Canhoto. Em 1932 casou-se com o violonista e compositor Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos) e tiveram uma filha, Lígia.
Zaíra cantou ainda em vários coros de igrejas. Em seu livro Não acuso nem me perdôo, o embaixador Paschoal Carlos Magno considerava-a uma das maiores cantores negras do mundo.
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