domingo, janeiro 02, 2011

Santos Garcia

Santos Garcia (Santos Garcia Dias), radialista, jornalista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12/12/1914, e faleceu na mesma cidade, em 3/5/1973.Iniciou em 1933 carreira de locutor da Rádio Cajuti, no Rio de Janeiro.

Em 1940 transferiu-se para a Rádio educadora (hoje Tamoio), onde passou a trabalhar também como radioator e fazendo locução esportiva. Além disso mantinha, na Rádio Cruzeiro do Sul, dois programas musicais e um teatral. Trabalhou depois nas rádios Metropolitana e Eldorado, e foi diretor comercial da Rádio Guanabara.

Foi um dos pioneiros de programas de auditório, com o Surpresas B-7, na Rádio Cruzeiro do Sul.

Em 1948, lançou e dirigiu a revista mensal Alô, Tudo do Rádio e, em 1953, a Revista do Disco, única no gênero, dedicada exclusivamente à fonografia.

Em 1955 assumiu a direção da Rádio Clube Petropolitana, de Petrópolis RJ, e no mesmo ano estreou como compositor com Tutuquinha, sucesso no Carnaval, gravado por Newton Paz. Em 1956 foi lançado Trrim-trrim (com Aldacir Louro). No ano seguinte, lançou com sucesso o samba Descansa a cabeça, gravado por Gilberto Alves.

Em 1960 compôs Leva tudo contigo, samba gravado por Jorge Goulart. É também autor de Aniversário da saudade, lançado por Linda Batista. Atuou ainda na Rádio Continental com Carro Chefe, programa de Carnaval. Seu último sucesso foi a marcha carnavalesca Maria Fumaça (com Serafim Adriano), gravada por Noel Carlos.

Em 1972, já aposentado como locutor, dirigia comercialmente a Rádio vera Cruz. Seus parceiros mais constantes foram Aldacir Louro, Serafim Adriano, Sebastião Mota, M. Gomes e Nesden Silva.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira – Art Editora e Publifolha – 2ª. Edição – 1998.

Domingos Caldas Barbosa

Domingos Caldas Barbosa
Domingos Caldas Barbosa, cantor, compositor e poeta, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 1738, e faleceu em Lisboa, Portugal, em 9/11/1800. Filho de comerciante português e negra escrava de Angola, chegada ao Rio de Janeiro já grávida, foi reconhecido como filho legítimo.

Estudou no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, depois serviu como soldado na Colônia do Sacramento até 1762. No ano seguinte, abandonou a vida militar e embarcou para Portugal para estudar em Coimbra.

Segundo consta, não chegou a freqüentar a universidade em razão da morte do pai, mas logo se tornou conhecido na sociedade lisboeta como autor e intérprete de modinhas e lundus.

Foi nomeado capelão da Casa de Suplicação, na qualidade de beneficiado. Com o nome de Lereno Selinuntino, foi um dos fundadores da Nova Arcádia de Lisboa, em 1790, juntamente com Curvo Semedo, Bocage (Manuel Maria Barbosa du Bocage, 1765—1805) e outros.

Autor de vários entremezes musicados, teve os versos de suas modinhas e lundus reunidos sob o título de Viola de Lereno (Lisboa, vol. 1, 1798; vol. 2, 1826), nos quais utilizava o vocabulário mestiço da Colônia.

Na opinião de Sérgio Buarque de Hollanda, foi, “entre os poetas de seu tempo, quem mais vivamente exprimiu a meiguice brasileira, antepassado dos atuais cantores populares”.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira – Art Editora e PubliFolha.

Gustavo Barroso

Gustavo Barroso - 1956
Gustavo Barroso (Gustavo Dodt Barroso), historiador e folclorista, nasceu em Fortaleza, CE, em 29/12/1888, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 3/12/1959.

Concluiu no Rio de Janeiro, em 1911, o curso de direito que iniciara em Fortaleza. Desde muito moço participou do jornalismo cearense, escrevendo e desenhando. Até os últimos meses de vida, colaborou em revistas, pesquisando temas pouco conhecidos da história, sociologia e folclore.

Foi redator do Jornal do Ceará (Fortaleza) e do Jornal do Comércio (Rio de Janeiro), diretor das revistas cariocas Fon-Fon e Seleta, membro da Academia Brasileira de Letras (1923), do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1932) e organizador e primeiro diretor do Museu Histórico Nacional, de 1922 até a morte. Participou de vários congressos e conferências. 

Sua bibliografia, cerca de 100 volumes, compreende desde antropologia cultural até poesia, romance, conto, fábula, viagens etc. Usou do pseudônimo João do Norte. 

Publicou, entre outras obras, Terra de sol, Rio de Janeiro, 1912; Heróis e bandidos, Rio de Janeiro, 1917; Casa de marimbondos, São Paulo, 1921; Ao som da viola, Rio de Janeiro, 1921 (2 ed. aumentada, Rio de Janeiro, 1949); O sertão e o mundo, Rio de Janeiro, 1923; Através dos folclores, São Paulo, 1927; Almas de lama e de aço, São Paulo, 1930; Mythes, contes et légendes des indiens, Paris, 1930; Aquém da Atlântida, São Paulo, 1931; As colunas do templo, Rio de Janeiro, 1932. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Bolão

Isidoro Longano - 1977
Bolão (Isidoro Longano), instrumentista, nasceu em São Paulo, SP, em 15/3/1925. Clarinetista, flautista e saxofonista, estudou com Leonardo Mauro, João Dias Carrasqueira e Nelson Ayres.

Iniciou-se profissionalmente em 1944, integrando a orquestra de Fernando Arantes Brasil. De 1945 a 1948 atuou no Hotel Parque Balneário, em Santos SP, com a orquestra de Jorge Fazoli.

Ainda em 1948 passou para a orquestra de Rud Warton, tocando na boate Vogue, do Rio de Janeiro, até 1949, ano em que também atuou com a orquestra de Georges Henry na boate Excelsior, e na Rádio Tupi, ambas de São Paulo.

De 1950 a 1953 fez parte do conjunto Robledo, tendo, em 1950, estreado em disco, quando o mesmo conjunto acompanhou o cantor Caco Velho, em gravação de selo Continental.

A partir de 1954 integrou a orquestra de Sílvio Mazzuca, apresentando-se na Rádio Bandeirantes, de São Paulo, e em bailes e shows, até 1958. Em 1959-60 tocou com Osmar Milani, exibindo- se em cinemas paulistas.

Fundou em 1960 o conjunto Bolão e seus Rockets, que até 1963 atuou em boates, bailes e shows. De 1964 a 1968 trabalhou com a orquestra do Pocho, tendo, em 1967, entrado também para a orquestra da TV Tupi, onde ficou até 1974.

De 1958 a 1975 foi acompanhante em shows de cantores, internacionais e brasileiros. Integrante da Banda de Nelson Ayres, trabalha também como músico de estúdio em gravadoras.

Gravou LPs entre 1958 e 1972 (na RGE Fermata sob o pseudônimo de Bob Longano, na RGE com o de Edward Long, e na RCA, como líder do conjunto Crazy Cat’s).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Olívia Byington


Olívia Byington (Olívia Maria Lustosa Byington), cantora, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 24/12/1958. Ainda na infância, iniciou os estudos de piano, violão e violino.

Em 1977 formou com Jacques Morelembaum seu primeiro conjunto musical, Antena Coletiva. No ano seguinte, gravou o primeiro disco, Corra o risco, pela Continental.

Em 1979 apresentou-se no Teatro Ipanema e foi apontada por Sérgio Cabral como a melhor cantora da década de 1970. Iniciou a década seguinte gravando Anjo vadio, pela Som Livre.

Em 1981 viajou a Cuba, convidada por Chico Buarque, gravando aí um ano depois, a convite de Sílvio Rodrigues, seu terceiro disco, Identidad, lançado no Brasil pela Som Livre. No mesmo ano, apresentou- se com Tom Jobim e Radamés Gnattali na entrega do Prêmio Shell.

Em 1983, ao lado de Chico Buarque, Djavan e Tom Jobim, gravou (CBS) a trilha do filme Para viver um grande amor, de Miguel de Faria Jr. Fez em 1984 shows com o violonista Turíbio Santos; gravou o disco Música (Som Livre), incluindo rocks de Cazuza, Lenine e Djavan. Gravou ainda, ao lado de Paulo Moura, Clara Sverner e Turíbio Santos, o disco Encontro (Kuarup), que lhe valeu o troféu Chiquinha Gonzaga.

Em 1986 lançou o disco Meio-dia sentimental (Continental). Em duo com João Carlos Assis Brasil, atuou em 1988 no Rio Jazz Club; um ano depois gravou na Sony Music o LP Olivia Byington e João Carlos Assis Brasil.

Em 1991 fez show no Jazzmania, Rio de Janeiro, com Edgar Duvivier. Em 1993 apresentou-se com Wagner Tiso. No ano seguinte, participou do songbook de Vinícius de Morais, produzido por Almir Chediak.

Realizou tournées em Portugal e na Itália, em 1995. Integrou em 1996 o songbook de Tom Jobim, também produzido por Almir Chediak.

Em 1997 lançou o show e o CD A Dama do Encantado (WEA), em que interpreta canções do repertório de Araci de Almeida, como Camisa amarela e Último desejo, ambas de Noel Rosa .

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Casé

Casé
Casé (José Ferreira Godinho Filho), instrumentista, nasceu em Guaxupé, MG, em 3/8/1932, e faleceu em São Paulo, SP, em 30/11/1978. De família de músicos, começou aos dez anos a tocar bateria com o pai.

Em 1944, passou a tocar saxofone e clarineta. Em 1943, transferiu-se para a Usina Junqueira, perto de Ribeirão Preto SP, passando a trabalhar com a família na orquestra e na banda da cidade.

Dois anos depois, sempre acompanhando o pai, trabalhou em circos em São Paulo SP e em 1946 conheceu o maestro Francisco Dorce, que o levou a trabalhar em sua orquestra na Rádio Tupi, onde permaneceu por quatro anos e conheceu o clarinetista Antenor Driussi, com quem estudou instrumentação durante três anos.

Em 1950 passou a integrar o Conjunto do Betinho, na Rádio Excelsior, e, à noite, participava da orquestra de seu irmão Clóvis Eli. Nessa época iniciou seus dois anos de estudo de harmonia com o maestro Hans Joachim Koellreutter.

Em 1953 viajou pela Europa, tocando em várias cidades. De volta ao Brasil no ano seguinte, tocou ainda durante seis meses no Conjunto do Betinho. De 1954 a 1956 viveu em Assis SP e, novamente em São Paulo, começou a atuar em várias orquestras, tendo gravado pela primeira vez com a de Dick Farney, no LP I Festival de Jazz, da RGE. 

Levado por Roberto Corte Real para a Columbia, gravou várias músicas em 1957. Trabalhou e gravou com a orquestra de Sílvio Mazzuca do ano seguinte até 1961, quando formou o Casé e seu Conjunto, com Amílton Godói, Adílson Godói, Magrinho, Bill e Denise Dumont. O grupo foi desfeito cinco anos depois e ele se mudou para Poços de Caldas MG, trabalhando na orquestra do Palace Hotel, daquela cidade. 

No ano seguinte, de novo em São Paulo, trabalhou com o Jongo Trio, na Rhodia, e por ela excursionou em 1968 pela Europa, Uruguai e Argentina. Na volta, residiu quatro anos em São José do Rio Preto SP, atuando no conjunto de Renato Peres, e no início de 1975 retornou a São Paulo, atuando com vários grupos.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Jane Duboc


Jane Duboc (Jane Duboc Vaquer), compositora e cantora, nasceu em Belém, PA, em 16/11/1950. Desde criança estudou piano e violão em conservatórios, fez shows e liderou bandas em sua cidade natal.

Em 1970 viajou para os EUA. Aí criou a Fane Jazz Band, da qual era líder e vocalista, além de tocar violão e guitarra. Em 1971 defendeu a música No ano 83 (Sérgio Sampaio), no VI FIC, da TV Globo.

Entre 1972 e 1976, continuou os estudos de piano, violão, flauta e voz na Faculdade de Música da Universidade da Geórgia, EUA.

Retornou ao Brasil em 1977 e gravou os álbuns Acalantos e Música popular do Norte, para o selo Marcus Pereira; compôs e gravou, com Guto Graça Melo, a trilha sonora para o filme Amor bandido, de Bruno Barreto; fez parte do coral da TV Globo, em trilhas sonoras, especiais e musicais da emissora.

Em 1978 integrou a Rio Jazz Orchestra, dirigida por Marcus Spillmann, cantando temas de jazz. Gravou seu primeiro álbum solo em 1980, Languidez (Aycha), com participações de Toninho Horta, Djavan, Sivuca, Hélio Delmiro, Luís Avelar e Oswaldo Montenegro; ganhou o prêmio de melhor intérprete no MPB Shell (Festival Nacional da Canção) da TV Globo, defendendo a canção Saudade.

Em 1982 veio o álbum solo, Jane Duboc (selo Som da Gente), e ganhou o prêmio de melhor intérprete do I Festival da Mulher, em São Paulo SR Em 1983 gravou A valsa dos clowns (Edu Lobo e Chico Buarque) para o álbum O grande circo místico (Som Livre). Em 1985 lançou o LP Ponto de partida (RCA), com participação de Toquinho.

Apresentou-se para mais de 30 mil pessoas, em 1986, em show no Parque das Mangabeiras, no aniversário de Belo Horizonte MG. O LP Minas em mim (Continental), foi lançado em 1987, com temas compostos especialmente para ela por Milton Nascimento, Toninho Horta e  Tavito, entre outros, com arranjos de César Camargo Mariano, Chiquinho de Morais e Cido Bianchi.

Gravou ainda os LPs Feliz (1988), Brasiliano (1991, Globo Records), Jane Duboc (1993), Partituras (1995). Ganhou o Prêmio Sharp de Música como melhor cantora de 1992.

Em março de 1996, juntamente com o maestro Roberto Sion, inaugurou o maior centro de convenções da cidade de Gifu, no Japão. O show apresentado deu origem a um CD, From Brazil to Japan. Na seqüência, excursionou pelo Japão.

Em 1997 gravou com Sebastião Tapajós o disco Da minha terra, homenageando autores do Pará.

No ano seguinte, lançou o disco Clássicas, com Zezé Gonzaga, que registrou canções como Linda flor (Ai, Ioiô)" (Henrique Vogeler, Luis Peixoto e Marques Porto) e Sem fantasia (Chico Buarque), entre outras.

Em 2001, abriu, em sociedade com o marido, Paulo Amorim, a gravadora Jam Music, pela qual lançou discos de vários artistas, como Beth Carvalho, Celso Viáfora e Angela Rô Rô, entre outros, além do filho Jay Vaquer.

Em 2002, lançou o CD "Sweet Lady Jane", contendo as canções "Verão" (Rosa Passos e Fernando de Oliveira), "Por causa de você" (Tom Jobim e Dolores Duran), "Pr'um samba" (Egberto Gismonti), "If it's Magic" (Stevie Wonder), "De alma e corpo" (Ivan Lins e Celso Viáfora), "Blues afins" (Tunai e Sérgio Natureza), "It Might as Well be Spring" (R. Rodgers e Hammerstein), "Lady Jane" (Mick Jagger e Keith Richard), "Pra dizer adeus" (Edu Lobo e Torquato Neto), "Evermore" (Ivan Lins e Will Lee", "Photograph (Fotografia)" (Tom Jobim e Ray Gilbert) e "Don't Ever Go Away (Por Causa de Você)" (Tom Jobim e Ray Gilbert).

Em 2003, o disco "Languidez" (Aycha/1980), foi relançado em CD pelo selo Jam Music, a partir de um vinil da época cedido por um fã, já que as fitas originais do disco foram perdidas numa enchente nos anos 1980.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998;