quarta-feira, março 02, 2011

Jorge Mautner


Jorge Mautner (Jorge Henrique Mautner), compositor, cantor e escritor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17/1/1941. Filho de alemães que deixaram a Europa durante o nazismo, aos sete anos começou a aprender violino com o pai. Aos 14 anos passou a tocar bandolim e, mais tarde, piano.

Em 1958 compôs Olhar bestial. Nessa época, escreveu também seu primeiro livro, Deus da chuva e da morte, publicado em 1962. Escreveu ainda Kaos, Narciso em tarde cinza e Vigarista Jorge, colaborando também no jornal Última Hora, de São Paulo SP, com a coluna Bilhetes do Kaos.

Mário Álvares

Mário Cavaquinho
Mário Cavaquinho ou Mário Álvares (Mário Álvares Conceição), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 1861 (data não confirmada), e faleceu na mesma cidade em 1905 (?). Tocador de cavaquinho e bandurra, muito respeitado na roda de chorões das últimas décadas do século XIX e primeira do século XX, introduziu no choro o cavaquinho de cinco cordas, com a afinação ré, si, sol, ré, sol.

Foi professor de cavaquinho de Pixinguinha, entre outros, fazendo parte do grupo de Catulo da Paixão Cearense e Anacleto de Medeiros.

Participou da serenata em homenagem a Santos Dumont, em 1903, com Eduardo das Neves e outros.

Ignora-se a data de seu nascimento e é controvertida a de sua morte, presumindo-se que faleceu no Rio de Janeiro em 1905 ou 1906.

Obras 

Adelina, valsa, s.d.; Bouquet, xótis, s.d.; Clara e morena (ou Eulália, c/versos de Catulo da Paixão Cearense), valsa, s.d.; Entre asas (c/Hermes Fontes), canção, s.d.; Feiticeira, canção, s.d.; Felicidade, xótis, s.d.; Hilda, choro, s.d.; Julieta, valsa, s.d.; Mineira, polca, s.d.; Na aldeia (id., c/versos de Catulo da Paixão Cearense), valsa, s.d.; Paixão encoberta, valsa, s.d.; Poesia de amor, xótis, s.d.; (id., c/versos de Catulo da Paixão Cearense), canção, s.d.; Quando ela passa (id., c/versos de Catulo da Paixão Cearense), canção, s.d.; Segura a mão, choro, s.d.; Sertanejo, tango, s.d.; Soledade, xótis, s.d.; Sou teu escravo, valsa, s.d.; Tira a poeira, choro, s.d.

Fontes: Enciclopédia da música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - São Paulo - 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Chico Maranhão

Chico Maranhão
Chico Maranhão (Francisco Fuzzetti de Viveiros Filho), compositor e cantor, nasceu em São Luís, MA, em 17/8/1942, o que deu origem ao seu apelido. Desde criança interessou-se pelas manifestações folclórico-musicais de São Luís, cantando em festas a adaptação do bumba-meu boi para crianças, feita por sua mãe, professora de jardim de infância.

Nessa época, tomou aulas particulares de piano, instrumento que trocou depois pelo violão. Aos 18 anos foi para o Sul, interessado pela bossa nova. Ingressando na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da USP, começou a participar das reuniões musicais organizadas pelos estudantes, conhecidas pelo nome de Sambafo, nas quais também tocava e cantava Chico Buarque, entre outros.

Compôs sua primeira música em 1964, durante uma excursão com alunos da Faculdade pela Bahia, samba que nunca recebeu título. Como amador, participou de shows na boate Jogral, de São Paulo, apresentando-se com os amigos.

Em 1968 atuou na peça Morte e vida severina, de João Cabral de Meio Neto (1920—), encenada por estudantes no TUCA, com música de Chico Buarque. Na época enviou três de suas composições para o III FMPB, da TV Record. Entre elas, o frevo Gabriela, defendido pelo MPB-4, chegou às finais, em sexto lugar, sendo depois gravado no LP do festival.

A partir dai começou a se destacar profissionalmente, como compositor-cantor, atuando em shows de rádio e televisão. Entre suas composições, destacam-se: Descampado verde, Lances de agora, O circo, Brincadeira de viola, Onde andará meu Papai Noel, Bye-bye reggae e os sambas Mulata bem suada, abençoada (com Renato Teixeira), gravado pelo MPB-4, e A outra (com Toquinho), gravado por Ivete.

Em 1996 lançou o CD Ópera Boi — O sonho de Catirina (gravado no Teatro Arthur Azevedo, São Luís) e, em 1997, São João, Paixão e Carnaval.

No ano de 2001 lançou o CD Só carinho, no qual interpretou de sua autoria as faixas Acocorado; Cheguei garota; Metralha; Capricho grande; Bumba meu boi; Hiato no Himalaia; Dora; Um doce mar; Noites de luar, com participação especial do violonista Sebastião Tapajós; Pastorinha,Zé Cupido; Carnaval das ilusões, faixa na qual contou com a participação especial de Alcione; O rei e a rainha com participação especial de Solange Nazaré e a faixa-título Só carinho, além da composição Joaninha, de José Maria Fontoura.

Criador e líder do grupo de Tambor de crioula "Turma do Xiquinho", promove uma considerável reinterpretação dos valores desta manifestação em São Luís do Maranhão. 

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Daniela Mercury


Daniela Mercury (Daniela Mercuri de Almeida Póvoas), cantora e compositora, nasceu em Salvador, BA, em 28/7/1965. Filha de um corretor de imóveis e de uma socióloga, aos oito anos já dançava em festinhas. 

Aos 13, assistindo a um show de Elis Regina, decidiu ser cantora. Com 16 anos começou a dar aulas de balé e estreou cantando em barzinhos de sua cidade, com repertório que ia de Luiz Gonzaga e Ary Barroso a Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque.

Em 1988 foi backing vocal da banda de Gilberto Gil por pouco tempo, depois integrou o grupo Companhia Clic, com o qual gravou dois discos (em 1989 e 1990, ambos pela Eldorado). Em 1991 gravou seu primeiro disco individual (Eldorado) e fez 130 shows pelo Brasil, começando a ganhar destaque nacional.

No ano seguinte, provocou congestionamento na Avenida Paulista, em São Paulo SP: 20 mil pessoas foram ao vão livre do MASP ao meio-dia de uma sexta-feira para assistir a seu show. Batizada pela mídia de “Rainha da axé music”, em 1992 lançou seu segundo disco, O canto da cidade, pela Sony, consolidando posição de destaque na música brasileira com interpretações de sucesso, como Você não entende nada (Caetano Veloso).

Ganhou em 1991 o Prêmio Sharp (revelação feminina na categoria regional). Em janeiro de 1993, levou mais de 100 mil pessoas ao Vale do Anhangabaú, em São Paulo, em show de encerramento das comemorações do aniversário da cidade. Em abril, apresentou-se em New York, EUA, ganhando elogios do jornal The New York Times e iniciando carreira internacional. 

Em 1994 lançou o CD Música de rua (Sony), com quatro composições de sua autoria. Em 1996 lançou Feijão com arroz (Sony), com a balada À primeira vista (Chico César), grande sucesso, incluída na trilha sonora da novela O rei do gado, da TV Globo. 

No ano seguinte, excursionou por vários países da Europa e pelos EUA. Apresentou-se no Lincoln Center, em New York, para três mil pessoas. Recebeu um disco de ouro em Portugal. 

No ano de 1997, participou da coletânea Tropicália - 30 anos, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Gal Costa, Asa de Águia, Armandinho, Pepeu Gomes, Lazzo, Didá Banda Feminina, Araketu, Banda Eva, Banda Cheiro de Amor, Ilê Ayê e Vírginia Rodrigues. No CD interpretou Alegria, alegria de Caetano Veloso.

Em 1999 fundou o trio elétrico Trio Techno, que todo ano no carnaval de Salvador (BA) percorre o percusso Barra/Ondina, arrastando uma multidão, sendo ele, um dos principais trios baiano.

No ano de 2001, mudou todo o seu visual e lançou o CD Sou de qualquer lugar, no qual interpretou uma parceria com o filho Gabriel, Aeromoça, e ainda composições de outros artistas da MPB: De qualquer lugar (Lenine), Baiana havaneira e Bora morar, ambas de Carlinhos Brown, e ainda Mutante (Rita Lee e Roberto de Carvalho), A praieira (Chico Science) e Quem puder ser bom que seja, de Gilberto Gil.

No ano de 2003 lançou o CD/DVD Daniela Mercury MTV ao vivo, no qual regravou Milagres do povo (Caetano Veloso) em duo com a cantora portuguesa Dulce Ponte; Riqueza (Carlinhos Brown) em duo com a cantora espanhola Rosario Flores, Ive Brussel (Jorge Benjor), gravada com o DJ italiano Lorenzo Jovanotti. 

Em 2004 lançou, pela BMG, o CD Carnaval eletrônico, com produção de 12 DJs, entre eles DJ Zé Pedro, Marcelinho da Lua, Memê, Renato Lopes, Anderson Noise, DJ Bid e Ramilson Maia. Entre as composições do disco, destacam-se A tonga da mironga do kabuletê (Toquinho e Vinícius), Quero voltar pra Bahia (Paulo Diniz e Odibar), Que baque é esse?, de Lenine, com a participação especial do compositor, Amor de carnaval (Gilberto Gil), Em preto e branco (Dudu Fagundes e Santos Diniz), Vou batê pá tu (Orlandivo e Arnaud Rodrigues), Charles Ylê (Carlinhos Brown) e Maimbê Dandá, (adaptação de Carlinhos Brown) que também participou da faixa. 

No ano de 2005 lançou o CD e DVD Clássica, pela gravadora Som Livre, disco gravado em 2004 e no qual foi registrado um show intimista de bossa nova com repertório de Tom Jobim e João Bosco, entre outros compositores. Neste mesmo ano, pela EMI, lançou o CD Balé mulato, no qual interpretou vários compositores, entre os quais Pierre Onassis, Gigi, Edilson e Tonho Matéria. 

Ainda em 2005 o Vaticano proibiu a apresentação da cantora no Concerto de Natal, promovido para a Abertura do Ano Xaveriano, em homenagem a São Francisco Xavier, com a presença do Papa. O veto à cantora foi atribuído ao fato de ter estrelado a peça publicitária da Campanha de Prevenção à AIDS do Ministério da Saúde.

No ano de 2006 lançou o DVD Baile barroco no qual interpretou diversos sucessos da carreira, entre os quais Meu Pai Oxalá (Toquinho e Vinicius de Moraes), Aquarela do Brasil (Ary Barroso) e Ilê pérola negra, Canto da cidade e Olha o Gandhi aí, esta última grande sucesso do carnaval na Bahia no ano anterior. 

Durante a carreira solo, iniciada com o disco Swing da cor, vendeu cerca de 11 milhões de discos. Entre seus vários sucessos destacam-se ainda Tem amor, O reggae e o mar, Nobre vagabundo e Rapunzel.

No ano de 2006  gravou o show Balé mulato no Farol da Barra, em Salvador (BA) e lançou o DVD e CD ao vivo, pela gravadora EMI. O show também contou com as participações especiais da Banda Didá e as cantoras Gil e Mariene de Castro. 

Em 2007 foi a única artista brasileira a participar do disco do maestro italiano Ennio Morricone. Neste mesmo ano participou da gravação do primeiro CD e DVD do selo Zecapagodiscos, interpretando com João Bosco a música De frente pro crime (João Bosco e Aldir Blanc) em show na Cidade do Samba, produzido por Zeca Pagodinho.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Mano Edgar

Mano Edgar
Mano Edgar (Edgar Marcelino dos Passos), compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 1900, e faleceu na mesma cidade, em 25/12/1931. Conhecido também como Edgar do Estácio, era sambista do Estácio e residia no Largo São João, na Tijuca, com a mãe, que freqüentemente escondia em casa os companheiros de malandragem do filho, quando procurados pela polícia.

Trabalhou como ajudante de caminhão da Companhia Sousa Cruz, na Usina da Tijuca.

Companheiro de Ismael Silva nas reuniões do Bar Apoio, no Largo do Estácio, foi um dos pioneiros do novo tipo de samba surgido no Estácio em contraste aos sambas algo amaxixados de Sinhô e Donga. No novo samba, as letras abordam a malandragem, e a melodia tem batida diferente, que, segundo Sinhô, se assemelha mais à marcha.

Ao lado de Ismael Silva, Bide, Brancura e outros, fundou a primeira escola de samba do Rio de Janeiro, a Deixa Falar.

No dia de Natal de 1931 foi assassinado durante uma briga de jogo.

Obras 

Estou vingado, samba, 1928; Iaiá do Bonfim, samba, 1928; Meu bom coração, s.d.; Quem eu deixar não quero mais, samba, 1929; Salve a malandragem (e os trabalhadores), 1930.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - São Paulo - 2a. Edição - 1998.

Mariza Lira

Mariza Lira - 1939
Mariza Lira (Maria Luísa Lira de Araújo Lima), folclorista e musicóloga, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17/7/1899, e faleceu na mesma cidade, em 4/9/1971. Diplomada pela Escola Normal, do então Distrito Federal, foi diretora de escola técnica secundária do Rio de Janeiro e membro da Comissão Nacional de Folclore.

Uma das pioneiras dos estudos da música popular urbana, vinculou seus conhecimentos musicais a uma abordagem sociológica, como ilustram seus artigos para a Revista de música popular (1955-1956), do Rio de Janeiro.

Além de numerosa produção jornalística no campo folclórico, publicou Brasil sonoro, Rio de Janeiro, 1938; Chiquinha Gonzaga, Rio de Janeiro, 1938; Cânticos militares, Rio de Janeiro, 1943; Migalhas folclóricas, Rio de Janeiro, 1951; Achegas para a história do folclore no Brasil, Rio de Janeiro, 1953; História do Hino Nacional Brasileiro, Rio de Janeiro, 1954; Calendário folclórico do Distrito Federal, Rio de Janeiro, 1956. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - São Paulo - 2a. Edição - 1998.

Made in Brazil


Made in Brazil - Grupo paulistano de rock-and-roll formado em 1968 pelo compositor e contrabaixista Osvaldo Vecchione (São Paulo SP 1947—) e seu irmão, o guitarrista Celso Vecchione (São Paulo 1949—). Teve diferentes formações, incluindo, entre outros, os vocalistas Cornelius e Percy, a cantora Tibet, os guitarristas Babalu e Kim Kehl e o baterista Franklin Paolillo.

Gravou os LPs Made in Brazil (RCA, 1974), Jack, o Estripador (RCA, 1976), Paulicéia desvairada (RCA, 1978), Minha vida é o rock-and-roll (RCA, 1981), Deus salva.., o rock alivia (RGE, 1985), Pirata ao vivo volumes 1 e 2 (RGE, 1986, lançados num só CD em 1997) e o álbum duplo Made in Blues (Vinil Records, 1991).

Os sucessos do grupo incluem Anjo da guarda (1974), Jack, o Estripador (1976), Vou te virar de ponta- cabeça (1976) e Minha vida é o rock-and-roll (1981), todos compostos por Osvaldo Vecchione.

Discografia

(1974) Made in Brazil - RCA Victor - LP
(1977) Jack, o estripador - RCA Victor - LP
(1978) Paulicéia desvairada - RCA Victor - LP
(1981) Minha vida é o rock 'n' roll - RCA Victor - LP
(1985) Deus salva... O rock alivia - RGE - LP
(1986) Pirata ao vivo - RGE - LP
(1991) Made in blues - Vinil Records - LP

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - São Paulo - 2a. Edição - 1998; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Madrigal Renascentista


Madrigal Renascentista - Conjunto coral organizado em 1956 por Isaac Karabtchewsky, em Belo Horizonte MG, com o objetivo de divulgar a música da Renascença. Constituído por 24 cantores, apresentou-se pela primeira vez a 2 de fevereiro de 1956, na capital mineira e, depois de percorrer o interior do Estado, abriu, em 1957, a temporada do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro RJ.

Em 1958 o conjunto apresentou-se nas principais cidades européias e, em 1959, em todo o Sul do Brasil e várias cidades do Chile. No mesmo ano participou do I Festival de Brasília DF. Por ocasião da inauguração de Brasília (1960), a convite do governo brasileiro, executou a Missa da coroação, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756—1791), tendo recebido a Medalha da Instalação de Brasília.

Ainda em 1960, convidado pela Asociación de Conciertos de Cámera, de Buenos Aires, Argentina, o grupo apresentou-se em 17 cidades argentinas e no Uruguai. No mesmo ano (1965) em que recebeu a Grande Medalha da Inconfidência (homenagem máxima instituída pelo governo do Estado de Minas Gerais) e a Medalha de Mérito Carlos Gomes (concedida pelo governo do Estado do Rio de Janeiro), o coro foi contratado pela Columbia Artists Management mc., de Nova York, EUA, sendo aplaudido em 40 cidades norte-americanas onde se apresentou com o nome de Coro do Brasil.

O madrigal, que recebeu a Palma de Ouro dos Diários Associados em 1957, como um dos “dez mais da música”, transformou-se em Fundação de Arte a 7 de abril de 1969 e, em 1970, mais uma vez na Europa, repetiu a consagração alcançada na primeira tournée.

Em 1972, então sob a regência de Afrânio Lacerda, o coro recebeu novamente o prêmio dos “dez mais da música”, dos Diários Associados. Como fundação de arte, desenvolve uma programação que pretende atingir as mais diversas áreas da educação musical e artística.

Basílio de Magalhães

Basílio de Magalhães
Basílio de Magalhães, professor, historiador, jornalista e folclorista, nasceu em São João del Rei, MG, em 17/6/1874, e faleceu na cidade de Lambari, MG, em 14/12/1957. Diplomou-se pela Escola de Minas de Ouro Preto MG, e foi professor de história em São Paulo SP e no Rio de Janeiro RJ, onde dirigiu o Instituto de Educação.

Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Senador e deputado federal por Minas Gerais, abandonou a política em 1930, dedicando-se inteiramente ao magistério, à pesquisa histórica e ao jornalismo.

Mestre do folclore brasileiro, foi um dos primeiros a aprofundar seu estudo e a atribuir-lhe significação erudita.

Entre abril de 1941 e agosto de 1942 escreveu em Cultura Política, Rio de Janeiro, uma série de artigos sob o título “O povo brasileiro através do folclore”.

Sobre folclore publicou O folclore no Brasil (com uma coletânea de contos organizada por João da Silva Campos), Rio de Janeiro, 1928 (2ª. ed., Rio de Janeiro, 1939; 3ª. ed., revista por Aurélio Buarque de Holanda, Rio de Janeiro, 1960); O café. Na história, no fo/clore e nas belas artes, Rio de Janeiro, 1937 (2ª. ed., aumentada e melhorada, São Paulo, 1939). 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - São Paulo - 2a. Edição - 1998.

Celso de Magalhães

Celso de Magalhães
Celso de Magalhães (Celso Tertuliano da Silva Magalhães ou Celso da Cunha Magalhães), escritor, jornalista e folclorista, nasceu em Penalva, MA, em 11/11/1849, e faleceu em São Luís, MA, em 09/06/1879.

Bacharelou-se em 1873 pela Faculdade de Direito de Recife, PE. Colaborou ativamente na imprensa maranhense e pernambucana.

Publicou em 1873, no jornal O Trabalho, de Recife, uma série de artigos sobre a poesia popular brasileira (nos n°s 2 a 11), terminando de publicá-los nos n°s 16 e 17 de O Domingo, de São Luís, em maio e agosto de 1873.

Foi um dos precursores dos estudos folclóricos no Brasil, coligindo romances tradicionais, quadrinhas, danças etc.

Só recentemente essa obra foi publicada em livro: A poesia popular brasileira, São Luís, 1966.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - São Paulo - 1998.

Francisco Malfitano

Francisco Malfitano
Francisco Malfitano, compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 31/07/1908. Sobrinho do clarinetista Alfredinho, que tocava no bloco Kananga do Japão,desde garoto tocava flauta com o grupo de choro do tio.

Começou a compor com 15 anos, fazendo músicas para um grupo de escoteiros que integrava. Chegou a estudar com o maestro sergipano Antão de Oliveira, porém compôs sempre de ouvido.

Em 1936, formado contador, transferiu-se para São Paulo SP, onde se empregou como redator de textos publicitários na Rádio Record. Paralelamente trabalhava na Byington. Convidado a organizar o cast da Columbia, reuniu os cantores Deo, Nuno Roland, Zilá Fonseca, entre outros.

Estabelecendo parceria com Aluísio Silva Araújo, lançou diversas músicas para o Carnaval de 1937. Por Deo foram gravados os sambas Onde vais, Guiomar e Sinto lágrimas (este, um dos maiores sucessos de sua carreira), além da marcha São Paulo grandioso, entre outros; Nuno Roland lançou o samba-choro Coitadinho do paxá.

Para o mesmo Carnaval lançou com Frazão as marchas Em sua homenagem, Eu sou celibatário e Maria Teimosa, todas cantadas por Deo. Sílvio Caldas gravou seu samba-canção Mentes ao meu coração, na Columbia, em 1938. Nesse ano foi premiado com o selo da BMI (Broadcast Music lnc. ) por suas versões para duas canções italianas de grande sucesso na voz de Tito Schipa, Vivere e Torna, piccina (ambas de Bixio e Cherubini); intituladas em português Teu viver e Volta, minha querida, foram gravadas na Columbia pelo cantor lírico Cândido Botelho.

Para o Carnaval de 1939 compôs com Frazão, entre outros, o samba Vais te cansar, gravado por Araci de Almeida, e a marcha Quem é essa morena?, registrada na Columbia por Nílton Paz. Nesse ano chamou para o cast da Columbia o grupo Anjos do Inferno, então estreante.

Para o Carnaval de 1940 o conjunto gravou um disco que fez grande sucesso, incluindo Bahia, oi!... Bahia (Vicente Paiva e Augusto Mesquita) e Duas chaves (com Ari Machado). Ainda para o Carnaval desse ano lançou as marchas A charanga do Oscar (com Aluísio Silva Araújo) e Pigmalião (com Frazão), gravadas por Zilá Fonseca na Columbia. Por essa época começou a trabalhar como representante de Walt Disney no Brasil, deixando o cargo na Rádio Record em 1941.

Para o Carnaval desse ano compôs, com Frazão, as marchas Princesinha, gravada na Odeon por Deo, e A voz do povo, gravada com grande sucesso por Orlando Silva, na Victor. 

Casado em 1943, dedicou-se ao comércio, aos poucos abandonando a carreira artística.

Em 1946 compôs Desenho animado, gravada por Caco Velho, na Continental. Essa marcha, baseada em seu trabalho com Walt Disney, tornou-se sucesso infantil.

Obras 

Duas chaves (c/Ari Machado), marcha, 1939; Em sua homenagem (c/Frazão), marcha, 1937; Mentes ao meu coração, samba-canção, 1938; Quem é essa morena? (c/Frazão), marcha, 1939; Sinto lágrimas (c/Aluisio Silva Araújo), samba, 1936; A voz do povo (c/Frazão), marcha 1941.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - São Paulo - 1998.