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terça-feira, fevereiro 20, 2018

Elvira Pagã - Biografia


Elvira Pagã (Elvira Cozzolino), cantora, atriz, vedete e compositora, nasceu em Itararé/SP em 6/9/1920 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 8/5/2003. Sua família mudou para o Rio de Janeiro quando ela ainda era criança. Estudou com a irmã, Rosina Pagã, no colégio Imaculada Conceição em Botafogo.


As Irmãs Pagãs

Realizava com sua irmã inúmeras festas das quais participavam inúmeros artistas entre os quais os integrantes do Bando da Lua. Em 1935 cantaram com os Anjos do Inferno na inauguração do Cine Ipanema, sendo apresentadas por Heitor Beltrão como as Irmãs Pagãs.

Atuaram na Rádio Mayrink Veiga. Ao todo Elvira gravou 13 discos com a irmã. Em 1935, atuaram no filme Alô, alô, carnaval, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro. Em 1936, no filme Cidade mulher, de Humberto Porto, onde apresentaram a música título (de Noel Rosa), cantando com Orlando Silva. Ainda com a irmã, excursionou por quatro meses pela Argentina, Peru e Chile. Em 1940, casou-se e encerrou a dupla com a irmã.

A cantora e compositora

Em 1944, gravou seu primeiro disco solo, pela Continental, com acompanhamento do Conjunto Tocantins, interpretando os sambas Arrastando o pé, de Peterpan e Afonso Teixeira e Samburá, de Valfrido Silva e Gadé. No ano seguinte, gravou um disco com quatro músicas, fato raro na época, com as marchas E o mundo se distrai e Meu amor és tu, de Amado Régis, Gadé e Almanir Grego e Cabelo azul e Briga de peru, de Roberto Martins e Herivelto Martins. No mesmo ano, gravou os sambas Na feira do cais dourado, de Nelson Teixeira e Nelson Trigueiro e Um ranchinho na lua, de Babi de Oliveira com acompanhamento de Claudionor Cruz e seu regional.

Em 1949, transferiu-se para o selo Star e estreou com a Marcha do ré e o samba Sangue e areia, da dupla Sebastião Gomes e Nelson Teixeira com acompanhamento de Sílvio César e sua orquestra. Em 1950, gravou o samba jongo Batuca daqui, batuca de lá, primeira composição de sua autoria, parceria com Antônio Valentim. No mesmo ano, gravou os baiões Vamos pescar, de sua parceria com Antônio Valentim e Sururu de capote, de Ramiro Guará e José Cunha com acompanhamento do Quarteto Copacabana com Abel Ferreira no clarinete.

Em 1951, gravou mais duas composições de sua autoria, o baião Saudade que vive em mim, parceria com Antônio Valentim e o samba Cassetete, não! com acompanhamento do Conjunto Star. No mesmo ano, gravou no selo Carnaval a marcha A rainha da mata, de sua parceria com Antônio Valentim e a batucada Pau rolou, de Sátiro de Melo e Manoel Moreira.

Em 1953, foi para a gravadora Todamérica e lançou os sambas Reticências, de sua autoria e Sou feliz, parceria com M. Zamorano. Gravou ainda pelo selo Marajoara o samba Vela acesa, de sua autoria, Antônio Valentim e Orlando Gazzaneo e a marcha Viva los toros, parceria com Orlando Gazzaneo. Seu último disco foi pelo pequeno selo Ritmos onde registrou a marcha Marreta o bombo e o samba Condenada, de sua autoria.

O mito sexual

Seguiu carreira como vedete em teatros de revista na década de 50, tornand0-se um dos mitos sexuais do Rio de Janeiro. Foi das primeiras brasileiras a explorar o impacto do nudismo, nos anos 50 e 60, disputando com Luz del Fuego o espaço nos noticiários da época.

Com seu corpo perfeito para os padrões da época, Elvira Pagã mexeu com a cidade, promoveu Copacabana internacionalmente e foi a primeira Rainha do Carnaval Carioca. Elvira Olivieri Cozzolino expunha o corpo e idéias bastante avançadas para os anos 50 e veio a ser a primeira mulher a usar biquíni no Brasil.

Era uma figura muito divertida, como se pode ver ainda hoje nas chanchadas de que ela participou, algumas bem conhecidas como Carnaval no fogo, e, principalmente, ousadíssima pra época. Um dia, na praia de Copacabana, ela rasgou o maiô (pelo que consta, feito de um tecido de penugem dourada) e o adaptou ao modelo de duas peças, que só se usava no teatro rebolado, chegando a ficar conhecida fora do Brasil por causa disso.

Excursionando por todo o Brasil e conhecida no exterior como The Original Bikini Girl e The Brazilian Buzz Bomb, Elvira não desistia de afrontar a moral, provocando verdadeiras enchentes nos cabarés e teatros de rebolado. Depois de operar os seios, posou nua e distribuiu a fotografia como cartão de Natal, reafirmando-se como sinônimo de escândalo, atentado ao pudor, imoralidade.

Por seus atributos físicos e audácia provocou incontáveis e devastadoras paixões, confessando numa de suas últimas entrevistas: “Foi uma orgia só”. O perigoso bandido Carne Seca forrou a sua cela com fotos dela, e numa em que a vedete encosta-se numa pele de onça, lia-se a dedicatória: “Para Carne Seca, um consolo de Elvira Pagã”. Desesperado, o marginal tentou fugir da prisão inúmeras vezes.

Nos anos 60 ela se recolheu, como faria Odete Lara na década seguinte. Saiu da vida artística e da vida social. Dizia não precisar de amantes e se intitulava sacerdotisa, ligada a discos voadores e à Atlântida, criando uma seita, Doutrina da Verdade. Elvira faleceu aos 80 anos, em 8 de maio de 2003. Rita Lee fez, com Roberto de Carvalho, uma canção chamada Elvira Pagã:

Elvira Pagã
De: Rita Lee e Roberto de Carvalho
A
Todos os homens desse nosso planeta
D
Pensam que mulher é tal e qual um capeta
F                   E    D#        D
Conta a história que Eva inventou a maçã
A
Moça bonita, só de boca fechada,
D
Menina feia, um travesseiro na cara,
F                G       G#      A
Dona de casa só é bom no café da manhã

Então eu digo:
F#m    D     G          G#      A
Santa, santa, só a minha mãe (e olhe lá)
F#m     D
É canja-canja,
B7                E            (D E)
O resto põe na sopa pra temperar!
A
Dama da noite não dá pra confiar,
D
Cinderela quer um sapatão pra calçar,
F                E          D#    D
Noiva neurótica sonha com o noivo galã (um lixo!)
A
Amiga do peito fala mal pelas costas,
D
Namorada sempre dá a mesma resposta
F                    G         G#    A
Foi-se o tempo em que nua era Elvira Pagã

Então eu digo:
F#m    D     G          G#      A
Santa, santa, só a minha mãe (e olhe lá)
F#m     D
É canja-canja,
B7                E            (D E)
O resto põe na sopa pra temperar!


Fontes: Cine TV Brasil - Elvira Pagã; Dicionário Cravo Albin da MPB.

terça-feira, junho 11, 2013

Aidée Miranda

Aidée Miranda (Aidée Vilote), cantora, rádio-atriz e apresentadora de TV, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 04/10/1926. Iniciou sua carreira quando obteve a segunda colocação cantando num programa de calouros da Rádio Nacional em 1945 denominado "Vencedoras do Campeonato de Calouros", comandado por Almirante. Isto lhe valeu um contrato momentâneo naquela emissora, de onde passou para a Rádio Tamoio, onde atuou por um certo período.

A convite de Olavo de Barros, transferiu-se para a Rádio Tupi, das Emissoras Associadas do Brasil. Talvez por saber antecipadamente, que ali seria instalada em breve a 2ª emissora do Brasil, a TV Tupi, do Rio de Janeiro, em janeiro de 1951.

Sendo bonita, graciosa e inteligente, nada melhor que colocá-la à frente das câmeras, solicitando-lhe um improviso qualquer. Assim foi feito. E assim Aidée se saiu muito bem.

Tudo começou pra ela quando Fernando Chateubriand, engenheiro, filho do big boss Assis Chateaubriand, a viu no corredor e lhe pediu uma foto, para os primeiros testes com as câmeras. Ela forneceu, nem sequer perguntando para que fosse. Qual foi sua surpresa, ao ser escolhida por ele, e pelo diretor artístico, para a primeira apresentação.

Sua primeira função era de simplesmente, no final de todas as noites, anunciar os filmes e telejornais que iriam passar no Canal 6 no dia seguinte e dar boa noite aos telespectadores, fechando a programação ao embalo da música Acalanto, de Dorival Caymmi. A mulher-vinheta da nossa TV.

Mas isso durou pouco. Novos atores foram contratados, novos programas aconteceram. À Aidée foi atribuída a função de apresentar os artistas internacionais contratados. E ela os fez, com capricho e beleza. Foi assim que apresentou nomes internacionais, como: Pedro Vargas, Carlos Ramirez, Trio Los Panchos, José Mojica, Amália Rodrigues, Maurice Chevalier, Josephine Baker, Jean Sablon e muitos outros.

Na TV Tupi, a atriz ainda participava dos teleteatros. Foi Lady Bela, heroína do seriado juvenil Falcão Negro. Depois Aidée passou para a TV Rio e ali fez "Quadra de damas". Atuou também na TV Itacolomi, de Belo Horizonte, na TV Rádio Clube do Recife, onde apresentou o programa "Ciranda, Cirandinha". 

Na TV Paulista, de São Paulo, a atriz e apresentadora fez o "O Mundo É das Mulheres", ao lado de várias atrizes, entre elas Hebe Camargo. Fez na TV Excelsior em 1964, a novela É proibido amar. E na TV Globo: Pai herói, Rainha da sucata, Lua cheia de amor e Sonho meu.

Aidée trabalhou também no teatro com Silveira Sampaio e no cinema com Paulo Porto, Fada Santoro e Cyl Farney.

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Fontes: Museu da TV Brasileira; Almanaque da TV; Cena Muda, de Junho/1950.

sábado, abril 17, 2010

Laura Suarez


Laura Suarez (23/11/1909 - circa 1990, Rio de Janeiro RJ), atriz, compositora e cantora, foi eleita Miss Ipanema em 1929. O acontecimento foi filmado e ainda existe o registro. Apesar de ser uma das mulheres mais bonitas de seu tempo, Laura buscou outros caminhos e também abraçou as carreiras de atriz, cantora e compositora. Foi feliz em todas elas.

Já em janeiro de 1930 seu primeiro disco chegava às lojas com duas toadas de sua autoria: Moreno, meu bem e Coco de Pagu.

Atuou no teatro em peças como Yára, de 1933, ao lado de Zezé Fonseca e Roberto Vilmar. Nesse mesmo ano ela se casou com Willian Melniker, diretor geral da Metro-Goldwyn-Mayer na América do Sul. O acontecimento foi de forma simples, voltado para a intimidade da família.

Em 1933 a revista Vida Moderna assim descrevia Laura: “Uma voz branda e quente, com qualquer coisa de preguiçoso, voz que parece provocar lassidões, que tem a virtude de perturbar e que desperta a vontade de sonhar..."

Gravou com regularidade, inclusive músicas de sua própria autoria, como Meu gaúcho, Felicidade que passa, Serenata, Embala rede, Moreno bamba, Você... você..., Velha canção e Os olhos de você, as duas últimas em parceria com o compositor Henrique Vogeler, autor de Linda flor (Ai, Yoyô)

Ao todo gravou 13 discos, todos pela gravadora Brunswick. Em 1941, já afastada das gravações, atuou na peça Trio em Lá Menor, ao lado dos atores Cacilda Becker e Raul Roulien.

Apareceu também em filmes como 24 Horas de Um Sonho (1941), onde aparece ao lado de Sarah Nobre, dirigidas por Chianca de Garcia, Tudo azul, de Moacyr Fenelon, de 1954, e Mulheres, cheguei, de Victor Lima, em 1961.

Laura também participou da telenovela Te Contei?, direção de Dennis Carvalho e escrita por Cassiano Gabus Mendes. Foi exibida em 1978 pela Rede Globo de Televisão.

Título da música: Pensa-me, diz o passado / Gênero musical: Modinha / Intérprete: Suarez, Laura / Compositores: Suarez, Laura - Carvalho, Vantuil de /Acompanhamento: violões / Gravadora: Brunswick / Número do Álbum: 10147 / Data de Lançamento: 1929-1931 / Lado: lado B / Rotações: Disco 78 rpm:




Fontes: Cantoras do Brasil: Laura Suarez; Dicionário Cravo Albin da MPB; Estrelas que Nunca se Apagam: Laura Suarez.

sábado, novembro 01, 2008

Alda Perdigão

Alda Perdigão nasceu em 19 de setembro de 1934. Desde garota gostava de cantar. Em 1950, ano em que foi fundada a Televisão TUPI, ganhou o 1º lugar no concurso: “A Mais Bela Voz Juvenil de São Paulo”.

Estava com apenas 16 anos, mas sua voz já tinha uma potência inigualável. Esse prêmio lhe valeu um contrato profissional como cantora.

Mas ficou pouco na TV Tupi, pois em fins de 1951 e começo de 1952, foi com vários colegas , comandados por Demerval Costalima, que era o Diretor Geral das Emissoras Associadas para as Organizações Victor Costa – TV Paulista.

E ali ficou desde o desembargue do material para a montagem da emissora até 1958, quando foi contratada pela TV Record.

Atuou por dois ano, e depois passou a free-lancer. Isso permitiu que ela viajasse por todo o país, e estivesse presente na inauguração de várias emissoras em outros estados. Teve um programa exclusivamente dela, de 30 minutos na TV Cultura de São Paulo.

Cantora de grande potência vocal e forte personalidade em cena, Alda Perdigão fez sempre muito sucesso, onde quer que se apresentasse. Foi casada por duas vezes, sendo que a segunda foi com o Durval Emmerich, quando Alda decidiu exercer apenas a função de esposa e mãe. Durval Emmerich veio a falecer para a grande tristeza de Alda, que por vezes se apresenta nos eventos da PRÓ-TV, de onde é associada.

Fonte: netsaber - Biografia de Alda Perdigão

domingo, março 02, 2008

Zezé Fonseca

Zezé Fonseca (Maria José González) (5/8/1915 - 16/8/1962, Rio de Janeiro, RJ) foi aluna do Instituto de Música do Rio de Janeiro e estudou canto com Olinda Leite de Castro. Iniciou a carreira apresentando-se na Hora da Arte, no Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro.

Em 1932 entrou para a Rádio Philips, através de Paulo Bevilácqua e passou a presentar o programa Fox tarde demais. Em 1933, gravou seu primeiro disco pela Columbia, interpretando a marcha Põe a chave embaixo..., de Assis Valente e o samba Mulato cheio de bossa, de Sílvio Pinto e Milton Musco.

No mesmo ano, gravou com Breno Ferreira, a marcha Eta caboclo mau, de Joubert de Carvalho e Luiz Martins. Depois da estréia como cantora, integrou a companhia teatral de Procópio Ferreira na peça Deus lhe pague, de Joraci Camargo.

Durante algum tempo produziu programas femininos na Rádio Cruzeiro do Sul, trocando-a pela Rádio Philips em 1934. Em 1935, gravou a marcha Amor, amor e o samba Quero a liberdade, ambas de Sílvio Pinto. No ano seguinte, foi contratada pela Victor e lançou as marchas Retalho de felicidade, de José Maria de Abreu e Oduvaldo Cozzi e São João há de sorrir, de José Maria de Abreu e Francisco Matoso.

Nesse mesmo ano, abandonou o rádio e somente retornou em 1939, ingressando na Rádio Nacional, onde trabalhou seis anos. Entrou para a história da MPB a partir de 1942, por manter um tórrido romance com o cantor Orlando Silva, cujos altos e baixos provocaram sério desequilíbrio emocional no grande intérprete fazendo-o ingressar nas drogas. Disso resultou o afastamento de Orlando da cena artística por alguns anos.

Zezé - Revista do Rádio de 1949
Em 1940 gravou com Barbosa Júnior a marcha Hino da alegria e o samba Foi você, ambas da dupla Juraci Araújo e Gomes Filho. Em 1945 esteve em Montevidéu, Uruguai, e Buenos Aires, Argentina, realizando programas para a Rádio El Mundo. Em 1946 foi para a Rádio Globo.

Conhecida principalmente como intérprete de radionovelas brasileiras, foi uma das pioneiras e considerada a melhor radioatriz da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, até 1954, destacando-se sua atuação em Os amores de George Sand, na Mayrink Veiga, e Romance da eternidade, na Nacional. Gravou dois discos pela Victor e cinco pela Columbia, num total de sete 78 RPMs no período 1933/40.

sábado, março 01, 2008

Marion

Marion na capa da Carioca de 8 Dezembro 1949.

A cantora e atriz Marion (Penha Marion Pereira) nasceu em São Paulo, SP, em 08/09/1924, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18/05/2009. Aos oito anos participou do programa infantil da cantora Sônia Carvalho, na Rádio Educadora Paulista, e três anos depois cantou pela primeira vez em um auditório.

Em 1938, como amadora, passou a apresentar-se no programa Tia Chiquinha, na Rádio Tupi, de São Paulo. Mais tarde, o compositor Assis Valente convidou-a para cantar suas composições na boate Guarujá, onde ele atuava. Com o sucesso de suas apresentações, numa viagem ao Rio de Janeiro RJ, Jaime Redondo, diretor artístico dos cassinos Icaraí (Niterói RJ) e da Urca, contratou-a por quatro anos.

Marion - 1949
Em 1943 assinou contrato com a Rádio Educadora e um ano depois Moacir Fenelon convidou-a para tomar parte no filme Tristezas não pagam dívidas, de José Carlos Burle e J. Rui. No mesmo ano foi para a Rádio Nacional, ali permanecendo até 1947, quando seguiu para Buenos Aires, Argentina, como vedete do Teatro Maipo, apresentando-se durante cinco meses.

Sua primeira gravação, na Continental, foi Doce veneno (Valzinho, Carlos Lentine e Esperidião Machado Goulart).

Apareceu em vários filmes da Atlântida, cantando e imitando o estilo de Carmen Miranda, entre os quais Segura esta mulher (1946), Este mundo é um pandeiro (1947), Carnaval no fogo (1950), É fogo na roupa (1952), todos de Watson Macedo, Tira a mão daí (1956), de J. Rui, e Garota enxuta (1959), de J. B. Tanko.

A partir de 2001 passou a residir no Retiro dos Artistas, até seu falecimento, por falência múltipla dos órgãos, em maio de 2009.

Fontes: Cantoras do Brasil; Brazilian Pop; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Lourdinha Bittencourt

Lourdinha Bittencourt (Lourdes Bittencourt), cantora e atriz de cinema, nasceu em 30 de outubro de 1923, em São Paulo. Logo recém-nascida, ela é abandonada no Asilo Melo Matos. Ainda com quatro meses ela é adotada pela professora de música, Maria Bittencourt.

Desde pequena, Lourdinha teve boa desenvoltura na música e na dança, o que fez com que a professora investisse em sua carreira com cursos voltados a essas artes. Logo, a futura atriz e cantora já estava trabalhando profissionalmente no Cassino da Urca, como menina prodígio.

Em 1935, atua no filme Noites Cariocas; em 1936, nos filmes Maria Bonita e Cidade Mulher; É Proibido Sonhar (1943); Moleque Tião (1943); Asas do Brasil (1947); Obrigada Doutor e Poeira de Estrelas (1948); O Homem Que Passa e Não Me Digas Adeus (1949); Guerra ao Samba (1955); Pirata do Outro Mundo (1957); Samba na Vila (1957); e Com a Mão na Massa (1958).

Em 1952 se integra ao Trio de Ouro, nessa época formado pelo compositor Herivelto Martins e Raul Sampaio (Raul Coco, Cachoeiro de Itapemirim 1928—). Sua estréia foi marcada pela regravação de antigo sucesso, Ave Maria do morro, na Victor.

O trio assina contrato com a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, onde permanecem por dois anos. Excursionam pelo Norte do país, Minas Gerais e São Paulo. Faz temporadas na Argentina, Chile, Uruguai e Peru.

Atuaram também, por longo tempo, como atração da Rádio Clube de Pernambuco e lançou, na Victor, musicas carnavalescas, como os sambas Noite enluarada (Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres) e Sereno (Herivelto Martins e Nelson Gonçalves), gravado na Victor, em 1952, ao lado do cantor Nelson Gonçalves.

Gravaram ainda a guarânia Índia (J. A. Flores e M. O Guerrero, versão de José Fortuna); o baião Caboclo abandonado (Herivelto Martins e Benedito Lacerda), a catira História cabocla (Herivelto Martins e Jose Messias), a rancheira Festa no Sul (Raul Sampaio e Rubens Silva), Negro telefone (Herivelto Martins e David Nasser), todos na Victor, em 1953; Saudades de Mangueira (Nelson Trigueiro e Bartolomeu Silva), Me deixa em paz (Jovelino Marques), ambas na Victor, para o Carnaval de 1954, e Boca fechada (Lupicínio Rodrigues), também na Victor em 1954.

Em 1957 o trio foi novamente dissolvido por problemas de saúde da cantora, que viria a falecer aos 55 anos no Rio de Janeiro, em 19 de agosto de 1979, vítima de derrame cerebral. .

Em 1970 Lourdinha atuou na telenovela Irmãos Coragem (como Manuela). Foi a segunda esposa do cantor Nelson Gonçalves.

Fontes: Cine Claquete - atores - Lurdinha Bittencourt; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Norma Bengell

Norma Bengell (Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d'Áurea Bengell), atriz, diretora, produtora, cantora e compositora, com status de estrela desde que estreou nas telas, aos 23 anos, fazendo uma paródia de Brigitte Bardot na chanchada O homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga.

Atuou também no teatro e lançou-se como diretora de cinema em 1987 com Eternamente Pagu, sobre a poeta e feminista Patrícia Galvão, que se tornou figura importante do modernismo brasileiro.

Em 1961, em Os cafajestes, de Ruy Guerra, foi protagonista do primeiro nu frontal da história do cinema brasileiro e foi alvo de críticas violentas dos setores mais conservadores da sociedade brasileira.

Carioca de 1935, antes do cinema trabalhou em teatro de revista com Carlos Machado, e a partir de O pagador de promessas, de Anselmo Duarte (1962), Palma de Ouro no Festival de Cannes, iniciou carreira internacional, participando de produções italianas e francesas como Mafioso (1962), de Alberto Lattuada e La Constanza della Ragione (1964),de Pasquale Festa Campanile.

De volta ao Brasil, atuou em Noite vazia (1964), de Walter Hugo Khoury, Os deuses e os mortos (1970), de Ruy Guerra, A casa assassinada (1970), de Paulo Cezar Saraceni, Mar de rosas (1977), de Ana Carolina, A idade da Terra (1981), de Glauber Rocha, Rio Babilônia (1982), de Neville D'Almeida, e Vagas para moças de fino trato (1993), de Paulo Thiago.

Em 1996, produziu o longa O guarani, filme com o qual volta à direção. Em 2003 concluiu um documentário sobre Guiomar Novaes, primeira parte de uma trilogia sobre as grandes pianistas brasileiras, que vai enfocar ainda a vida e a carreira de Antonietta Rudge e Magdalena Tagliaferro.

Como cantora, seu primeiro sucesso foi o 78 rpm com A lua de mel na lua e E se tens coração (da trilha sonora do filme Mulheres e milhões, de Jorge Ilely).

Em 1959, lançou OOOOOO! Norma, seu primeiro LP, com uma sonoridade bastante próxima da bossa nova, com várias canções de Tom Jobim e João Gilberto.

Após anos gravando participações em trilhas sonoras e discos de outros artistas, seu segundo LP Norma canta mulheres, sai apenas em 1977, com composições de Dona Ivone Lara, Luli e Lucina, Marlui Miranda, Dolores Duran, Chiquinha Gonzaga, Rosinha de Valença, Glória Gadelha, Sueli Costa, Rita Lee, Joyce e Maysa, além de Em nome do amor, parceria de Norma com Glória Gadelha.

Fonte: Wikipédia; Quem é Quem.

Vanja Orico


Vanja Orico (Evanjelina Orico - 15/11/1929, Rio de Janeiro, RJ), atriz e cantora, é filha do escritor paraense Oswaldo Orico, membro da Academia Brasileira de Letras.

Foi descoberta em 1952 pelos cineastas Alberto Lattuada e Federico Fellini, quando atuava em Roma no show chamado Macumba, patrocinado pela Rádio e TV Italiana, iniciando então sua carreira de atriz.

Atuou em diversos filmes, como Mulheres e luzes, dirigido por Lattuada e Fellini, onde cantou a música folclórica Meu limão, meu limoeiro, Lampião, O rei do cangaço, de Carlos Coimbra, e, em 1953, O cangaceiro, de Lima Barreto, que ganhou o Prêmio de Melhor Filme de Aventura no Festival de Cannes daquele ano, entre outros. É desse ano sua gravação de maior sucesso, Sodade meu bem sodade (Zé do Norte), da trilha sonora de O cangaceiro.

Seu primeiro LP foi lançado em 1954 pela gravadora Sinter, onde cantou, entre outras, músicas como Uirapuru (Waldemar Henrique) e João Valentão (Dorival Caymmi). Seu segundo disco foi gravado durante uma turnê pela União Soviética, onde se apresentou cantando as músicas de O Cangaceiro, especialmente Mulher rendeira, grande sucesso por quase toda Europa.

No começo da década de 60 apresentou-se no Carnegie Hall, de Nova York. De 1957 a 1962, gravou em discos temáticos de filmes, entre eles: O império do sol e Os bandeirantes, este último de Marcel Camus.

Em 1964, lançou pela gravadora Chantecler seu terceiro LP. Morou em Paris durante a maior parte da década de 60, onde gravou diversos discos em 45 rpm. Em 1969 gravou Viola enluarada (Marcos Valle - Paulo Sérgio Valle) numa versão em francês que fez grande sucesso em países europeus.

Na década de 1980, criou o projeto Rio Boa Praça, com música, teatro e outras artes, desenvolvido na Praça do Méier, subúrbio do Rio de Janeiro. Em 1997, lançou no Brasil o CD Vanja Orico e Quinteto Violado, no qual interpretou Manhã de carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria), Chaquito (Geraldo Vandré), De chapéu de sol (Capiba) e uma composição inédita de Carlos Lyra, Amarga vinha.

Em 2002 iniciou a filmagem de um video sobre sua vida e carreira, dirigido pelo cineasta Luiz Carlos Ribeiro Prestes.

sábado, novembro 24, 2007

Abigail Maia


Abigail Maia, atriz, cantora e bailarina, nasceu em Porto Alegre, RS,em 17/10/1887 e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 20/12/1981. Estreou no teatro aos 15 anos de idade, na peça Fada Coral.

Trabalhou em inúmeras companhias de comédias e revistas antes de criar sua própria empresa, em parceria com Oduvaldo Vianna.

Em 1921, agregando-se à companhia Viriato Correa e Nicola Viggiani, deu-se a temporada conhecida historicamente como "Movimento Trianon".

Com seu trabalho ligado a um dos mais conceituados comediógrafos do período, valorizou a dramaturgia brasileira e ensejou algumas experimentações renovadoras. Nos anos 40 ingressou no elenco de rádio-atores da Radio Nacional.


Fontes: Abigail Maia - Atriz - Adoro Cinema Brasileiro; Revista Eletrônica Teatral antaprofana.

sexta-feira, junho 08, 2007

Margarida Max, a estrela da Revista Carioca


No fastígio do Teatro de Revista do Rio de Janeiro, uma linda mulher de sua voz e de sua beleza, para prestigiar a Música Popular Brasileira, nos espetáculos em que estrelava. Era no palco que se tornava rainha.


A partir de 1920, até meados dos anos 40, uma moreninha paulista, de olhos tentadores, que a lenda garantia ter nascido em Roma e se apaixonado pelo Brasil, foi uma das figuras femininas mais importantes do teatro de revista nacional.

Filha de italianos, nascida em São Paulo e criada em Franca, onde era conhecida como a Margarida do Max, nome de um eterno noivo, rompeu com a cidade e o noivado ao se tornar atriz de uma companhia itinerante que por lá passou.

No Rio de Janeiro, adere ao teatro de revista, no qual se torna uma de suas principais vedetes, estrela de grandes montagens, cercada de nomes que ficariam célebres. Sílvio Caldas, Joraci Camargo, Luiz Iglésias, Luiz Peixoto, Olegário Mariano, Vicente Celestino, Otília Amorim, Viriato Correia, Mesquitinha, OduvaldoViana, Palmeirim e tantos outros.

Como as demais prima-donas do teatro de revista, Margarida Max lançava músicas, ficando famosa sua interpretação do samba Braço de Cera, de Nestor Brandão. Mas seu grande êxito foi na revista Brasil do Amor, de 1931, quando lança a versão definitiva de No Rancho Fundo, de Ary Barroso e Lamartine Babo. Um sucesso nacional, que saltou do palco da revista para ser cantado pelo Brasil inteiro.

Margarida não teve carreira longa, morreu aos 54 anos, já retirada. Mas antes viveu anos de glória, como uma das mulheres mais cobiçadas da época.


Fonte: História do Samba - Editora Globo.

segunda-feira, maio 07, 2007

Dercy Gonçalves


A imagem de Dercy Gonçalves, já uma senhora, mas ainda muito bonita em seu maiô rebordado de strass, as imensas plumas coloridas de avestruz na cabeça e na cauda, liderando — vedete absoluta, como mandava o figurino — o elenco reluzente da Companhia Dercy Gonçalves, era a da grande estrela, em seu elemento, o palco.

Meados dos anos 50, o teatro era o desaparecido Santana, na rua 24 de Maio, em São Paulo. Só ver Dercy encerrar o espetáculo cantando o samba Até amanhã de Noel Rosa, secundada por atores, atrizes, lindas mulheres, todos entregando-se ao ritmo brasileiro que, então, dominava por completo o teatro de revista, valia o ingresso.

Boa cantora, bela figura, desenvolta e com jeito brasileiro em cena, logo se tornou caricata e intérprete de sambas, desde que chamou a atenção da crítica, na revista Rumo A Berlim, de Freire Júnior e Walter Pinto, em 1942, no Teatro Recreio.

Cresceu tanto que, em 1944, já imitava ninguém menos que Araci Cortes, a rainha da revista, em Barca da Cantareira, de Luiz Peixoto e Custódio Mesquita. Cantando samba, naturalmente. Como sempre o faria, no decorrer dos 30 anos em que foi das vedetes mais aplaudidas do país.

Filha de alfaiate e neta de coveiro, Dolores Gonçalves Costa (nascida a 23 de junho de 1907), ficou sem a mãe muito cedo. A lavadeira Margarida descobriu que o marido tinha uma amante. Ofendida e humilhada arrumou as trouxas e foi para o Rio de Janeiro, largando os sete filhos para que o infiel tomasse conta. Vitória, a amante de seu Manoel, passou a freqüentar a casa. "Ficavam namorando na sala, de mãos dadas. Mas papai nunca assumiu o romance. A certa altura da noite, ela ia embora."

Dercy, bilheteira de cinema, escandalizava a cidade ao pintar o rosto como as atrizes dos filmes mudos. Dançava para alegrar os hóspedes do Hotel dos Viajantes em troca de um prato de comida. Na missa, de vestido de chita, cantava de pé num banquinho abraçada à imagem de Jesus. Aí se apaixonou por Luís Pontes, um rapaz de bons modos. "Foi a primeira pessoa que me deu carinho. Mas a família dele proibiu o namoro." Quando encontrou a companhia de teatro mambembe, Dercy tinha todas as razões do mundo para fugir de casa.

Em Conceição de Macabu (RJ), passou a ser assediada pelo cantor Eugenio Pascoal. "Não sabia que eu era moça, não tinha virado mulher." Só tomou coragem para se entregar quando a turnê chegou a Leopoldina (RJ), duas semanas depois. Gentil, Pascoal saiu do quarto para que ela colocasse a camisola feita de saco de arroz. Tinha até inscrito no peito: "Indústria Brasileira de Arroz Agulhinha, arroz de primeira." Os carinhos preliminares não a incomodaram, mas quando ele a penetrou Dercy deu um pulo. Viu que estava sangrando e imaginou-se ferida. "Sentei o pé nele e saí porta afora. Socorro! Esse homem me furou! Imaginei que tinha enfiado um facão e rasgado minhas tripas."

Nunca mais houve clima para romance, mas eles se tornaram grandes amigos, até Pascoal morrer, tuberculoso. Pior: contagiou Dercy. Foi quando ela encontrou Ademar Martins, exportador de café mineiro, casado, muito católico. Levou-a para um sanatório perto de Juiz de Fora, aparecia uma vez por semana para vê-la e pagar a conta. Depois, instalou Dercy num hotel na praça Tiradentes, no Rio. Só então transaram pela primeira vez. Nasceu Dercimar, a única filha de Dercy. "Teve aulas de boas maneiras, aprendeu francês e casou com um quatrocentão da Tijuca. É uma dama na expressão da palavra", deleita-se Dercy.

Estrela das comédias da praça Tiradentes e das revistas musicais do Cassino da Urca, fez do palavrão cavalo de batalha. "Sou um retrato do País, que é a própria escrotidão", dispara. Ao imitar os trejeitos de Carmen Miranda, coçava o corpo todo. Ironizava o caminhar manco de Orlando Silva e fazia troça do vozeirão de Vicente Celestino.

Fez 36 filmes e, a partir de 1957, entrou também na televisão. Nos anos 60, Consultório sentimental, na TV Globo, uma espécie de talk-show primitivo ela esculhambava o convidado, chegou a ter 90% da audiência dos aparelhos ligados.

"Sou uma escola de irreverência." Dercy chega aos 92 anos sozinha. Casou na década de 40 com o jornalista Danilo Bastos, dez anos mais jovem. "Não era amor, e sim troca." Teve um caso tórrido com o acrobata Vico Tadei, mas amor verdadeiro, de chorar, só o Luís Pontes, o rapaz de bons modos de Madalena. "Escrevia cartas e as lágrimas caíam no papel. Mas o tempo passou e eu esqueci Luís Pontes. Ai de nós se não houvesse o esquecimento."

Fontes: Isto É - 0 Brasileiro do Século; História do Samba - Editora Globo.

terça-feira, outubro 31, 2006

Pepa Delgado

Pepa Delgado (Maria Pepa Delgado), cantora e atriz de teatro de revistas nasceu em 21/7/1887 em Piracicaba, SP e faleceu em 11/3/1945, no Rio de Janeiro, RJ. Era filha Ana Alves e do toureiro espanhol Lourenço Delgado, que se tornou fotógrafo ao chegar ao Brasil.

Em 1902 veio com o pai para o Rio de Janeiro e, aos 15 anos de idade, se tornou atriz e cantora. Entre 1902 e 1920, atuou em várias revistas encenadas no Teatro São José, no Rio de Janeiro. Em 1905, gravou para a Casa Edison a cançoneta O abacate e o maxixe Café ideal, ambos da revista Cá e lá, com música da maestrina Chiquinha Gonzaga. No mesmo ano, gravou Um samba na Penha, da revista Avança e A recomendação, de Assis Pacheco.

Em 1912, a Columbia lançou discos seus, nos quais se lia em uma das faces: "Atriz brasileira que tem feito sucesso e arrancado (sic) de nosssas platéias as mais ruidosas manifestacoes (sic)". Em algumas dessas gravações, se apresentou cantando em duetos com Mário Pinheiro, registrando, entre outras, o tango Vatapá, de Paulino Sacramento.

Entre suas gravações, destacam-se ainda a canção Iara (Rasga o coração), de Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense e, principalmente, Corta-jaca (Gaúcho), de Chiquinha Gonzaga, sua gravação de maior sucesso, ao lado do cantor Mário Pinheiro.

Em 1920, casou-se com o oficial do Exército Almerindo Álvaro de Moraes, que era tesoureiro do Clube dos Democráticos, onde se tornara mais conhecido pelo apelido de Lambada.

Pepa muitas vezes saiu integrando a comissão de frente no desfile dos Préstitos da terça-feira gorda. Nesse mesmo ano seguiu com o marido para a cidade de Campos-RJ, onde se apresentou em teatros.

Encerrou sua carreira artística em 1924, aos 37 anos de idade. Foi ela quem solicitou a Fred Figner, proprietário da Casa Edison e diretor-geral da Odeon Brasileira, que doasse um terreno em Jacarepaguá para construir o Retiro dos Artistas, situado na Rua dos Artistas, ainda hoje em funcionamento.


quinta-feira, outubro 19, 2006

Heloísa Helena


Heloísa Helena (Heloísa Helena de Almeida Lima), cantora, compositora e atriz, nasceu em 28/10/1917 no Rio de Janeiro/RJ e faleceu em 19/06/1999. Filha e neta única, Heloísa desde criança demonstrou vocação artística. Seu pai, Otávio, era advogado e um alto funcionário da Prefeitura do Rio de Janeiro. Na infância, além das disciplinas normais, estudava com uma governanta o idioma inglês. Logo, começou a cantar e tocar violão.

Iniciou sua carreira na Rádio Mayrink Veiga. No começo cantava em inglês, já que dominava a língua como se fosse nativa dos Estados Unidos da América. Participou do filme Samba da Vida, primeiro musical de Jaime Costa, que passou a ser seu ídolo. Heloísa escrevia também.

Heloísa em 1936
Foi a primeira cantora a interpretar Carinhoso, de Pixinguinha, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Cantou também nos cassinos da Urca, Copacabana e Atlântico. A embaixada dos Estados Unidos fez na época um intercâmbio cultural com o Brasil e Heloísa Helena acabou indo para New Orleans, permanecendo algum tempo.

Voltando ao Brasil, é convidada por Chianca de Garcia a ingressar na televisão, em 1951, na então recém-inaugurada TV Tupi do Rio. Participou de vários teleteatros, entre os quais Um Bonde Chamado Desejo e A Rosa Tatuada. Começou também a ser apresentadora de programas de televisão.

Heloísa Helena - 1943
Trabalhou depois por um tempo em Recife, mas quando voltou ao Rio, já para a Rede Globo, integrou o elenco de várias telenovelas de sucesso, entre as quais Verão Vermelho, Assim na Terra Como no Céu, Selva de Pedra (como Fanny, a divertida dona da pensão) , Pecado Capital, O Astro, Eu Prometo e várias outras. Heloísa Helena também se dedicou à direção de programas, como a versão brasileira do programa What's My Line?.

No cinema, participou de Mãos Sangrentas, Leonora dos Sete Mares, O Homem do Sputinik. Mas o que mais a enche de emoção é Independência ou Morte, filme nacional rodado em 1972 no qual interpretou Carlota Joaquina, mãe do príncipe D. Pedro I, vivido por Tarcísio Meira.

Fonte: Depoimento de Heloísa Helena ao Museu da Televisão Brasileira, em 16/12/1998.

Hebe Camargo

Hebe Camargo nasceu no dia 08 de março de 1929, em Taubaté, São Paulo. Filha de Ester e Fego Camargo, que era violinista do Cinema Politeama em Taubaté na época dos filmes mudos, Hebe teve uma infância humilde, principalmente depois da chegada do cinema falado, quando seu pai perdeu o emprego.

Em 1943, a família Camargo se mudou para São Paulo e Fego passou a integrar a orquestra da Rádio Difusora. No ano seguinte, Hebe começou a se apresentar em programas de calouros das rádios paulistanas, fazendo imitação de Carmen Miranda.

Depois de ganhar vários prêmios como caloura, Hebe formou o Quarteto Dó-Ré-Mi-Fá, junto com a irmã Stela e as primas Helena e Maria. Cantando músicas do grupo feminino americano Andrews Sisters, o quarteto foi contratado pela Rádio Tupi. Encerraram atividades três anos depois, quando uma das primas se casou.

Logo em seguida, Hebe e a irmã Stela formaram a dupla sertaneja Rosalinda e Florisbela, que teve vida curta. Hebe, então, decidiu iniciar carreira solo, interpretando as seguintes músicas: Moreno Lindo e Dora Dora.

Seu primeiro disco, em 78 rotações, foi gravado pela Odeon. Nele havia as músicas Oh! José e Quem foi que disse?. A artista lançou outros discos, passou a ser conhecida como Estrelinha do Samba e posteriormente como A Estrela de São Paulo.

Já consagrada, prestou homenagem a Carmen Miranda, gravando um pout-pourri com os maiores sucessos da pequena notável. Ainda como cantora, Hebe atuou em alguns filmes do comediante Mazzaropi e até contracenou com Agnaldo Rayol num deles. Como atriz, participou do filme Quase no Céu, de Oduvaldo Vianna, lançado em maio de 1949. Hebe participou ainda da última edição do Festival de Música Popular, defendendo a música Volta Amanhã.

Com o passar do tempo, a carreira de cantora deu lugar à de apresentadora. Hebe, inicialmente substituiu Ary Barroso num famoso programa de calouros. Mas o programa que a destacou como apresentadora foi "O Mundo é das Mulheres", exibido no então canal 5 e que contava com a produção de Walter Forster.

Em 14 de julho de 1964, Hebe se casou com o empresário Décio Capuano e interrompeu a carreira artística. No dia 20 de setembro de 1965, nasceu o primeiro e único filho da artista, Marcello Camargo. Logo ela retomou a carreira, com um programa na rádio Excelsior.

No dia 6 de abril de 1966, Hebe estreou na TV Record (Canal 7) o Programa Hebe, que teve como convidado Roberto Carlos. A atração bateu recordes de audiência, chegando a obter 70% dos telespectadores. A fase só não era melhor porque Hebe não conseguia aliar a carreira com o casamento. Em 1971, terminou sua união com o empresário Décio Capuano. Em 1973, conheceu Lélio Ravagnani, com quem viveu até 2000, ano em que Lélio faleceu.

Após uma pausa de quase 10 anos, Hebe retornou à televisão em 1981. Seu programa era exibido nas noites de domingo e posteriormente às sextas-feiras, na TV Bandeirantes. Depois de quatro anos de sucesso, a direção da emissora resolveu inexplicavelmente acabar com a atração.

Em 1985, quando ainda estava na Bandeirantes, recebeu convite do SBT e em novembro do mesmo ano assinou contrato. Sua estréia aconteceu dia 4 de março de 1986. Desde a estréia no SBT, Hebe apresentou: o Programa Hebe, no estilo show, no ar nas noites de segunda-feira, e o "Hebe Por Elas", programa de entrevistas só com mulheres apresentado às terças-feiras. Ela chegou a ter, por curto período, um programa nas tardes de domingo.

Hoje o Programa Hebe vai ao ar às segundas-feiras, a partir das 22h20, no qual a apresentadora conversa com artistas e personalidades sempre de forma descontraída, mostrando toda sua irreverência e experiência, num estilo inconfundível. Aurora Prado dirigiu o programa até abril de 2002, mês em que a diretora Simone Lopes assumiu a atração.

No rádio, Hebe apresenta atualmente o programa "Hebe & Você", pela Nativa FM, de segunda à sexta, das 11h às 12h. Ela recebe convidados especiais, responde perguntas dos ouvintes, fala sobre sua vida, emite opinião sobre fatos relevantes que marcaram a semana e dá dicas de beleza e saúde, entre outros temas.

A carreira de cantora foi retomada em 1999. Hebe gravou o CD Pra Você, pela Universal-Polygram, com produção de Zé Milton. O show de lançamento, realizado no Palace, alcançou enorme repercussão e originou uma turnê pelas principais capitais do país.

Em agosto de 2001, Hebe lançou Como é grande o meu amor por você - Hebe e convidados. O CD tem participações especiais de Chico Buarque, Caetano Veloso, Zezé di Camargo e Luciano, Simone, Nana Caymmi, Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo e Fábio Júnior.

Entre os vários prêmios que a apresentadora recebeu ao longo da carreira, o que mais a deixou emocionada foi ter sido escolhida pelos paulistanos, numa pesquisa realizada 1990, A cara de São Paulo. Em 1994, Hebe recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadã Paulistana.

Fonte: Hebe/SBT - http://www.sbt.com.br/

quinta-feira, setembro 14, 2006

Elvira Pagã


Elvira Pagã (Elvira Cozzolino), cantora, atriz, vedete e compositora, nasceu em Itararé/SP em 6/9/1920 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 8/5/2003. Sua família mudou para o Rio de Janeiro quando ela ainda era criança. Estudou com a irmã, Rosina Pagã, no colégio Imaculada Conceição em Botafogo.


As Irmãs Pagãs

Realizava com sua irmã inúmeras festas das quais participavam inúmeros artistas entre os quais os integrantes do Bando da Lua. Em 1935 cantaram com os Anjos do Inferno na inauguração do Cine Ipanema, sendo apresentadas por Heitor Beltrão como as Irmãs Pagãs.

Atuaram na Rádio Mayrink Veiga. Ao todo Elvira gravou 13 discos com a irmã. Em 1935, atuaram no filme Alô, alô, carnaval, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro. Em 1936, no filme Cidade mulher, de Humberto Porto, onde apresentaram a música título (de Noel Rosa), cantando com Orlando Silva. Ainda com a irmã, excursionou por quatro meses pela Argentina, Peru e Chile. Em 1940, casou-se e encerrou a dupla com a irmã.

A cantora e compositora

Em 1944, gravou seu primeiro disco solo, pela Continental, com acompanhamento do Conjunto Tocantins, interpretando os sambas Arrastando o pé, de Peterpan e Afonso Teixeira e Samburá, de Valfrido Silva e Gadé. No ano seguinte, gravou um disco com quatro músicas, fato raro na época, com as marchas E o mundo se distrai e Meu amor és tu, de Amado Régis, Gadé e Almanir Grego e Cabelo azul e Briga de peru, de Roberto Martins e Herivelto Martins. No mesmo ano, gravou os sambas Na feira do cais dourado, de Nelson Teixeira e Nelson Trigueiro e Um ranchinho na lua, de Babi de Oliveira com acompanhamento de Claudionor Cruz e seu regional.

Em 1949, transferiu-se para o selo Star e estreou com a Marcha do ré e o samba Sangue e areia, da dupla Sebastião Gomes e Nelson Teixeira com acompanhamento de Sílvio César e sua orquestra. Em 1950, gravou o samba jongo Batuca daqui, batuca de lá, primeira composição de sua autoria, parceria com Antônio Valentim. No mesmo ano, gravou os baiões Vamos pescar, de sua parceria com Antônio Valentim e Sururu de capote, de Ramiro Guará e José Cunha com acompanhamento do Quarteto Copacabana com Abel Ferreira no clarinete.

Em 1951, gravou mais duas composições de sua autoria, o baião Saudade que vive em mim, parceria com Antônio Valentim e o samba Cassetete, não! com acompanhamento do Conjunto Star. No mesmo ano, gravou no selo Carnaval a marcha A rainha da mata, de sua parceria com Antônio Valentim e a batucada Pau rolou, de Sátiro de Melo e Manoel Moreira.

Em 1953, foi para a gravadora Todamérica e lançou os sambas Reticências, de sua autoria e Sou feliz, parceria com M. Zamorano. Gravou ainda pelo selo Marajoara o samba Vela acesa, de sua autoria, Antônio Valentim e Orlando Gazzaneo e a marcha Viva los toros, parceria com Orlando Gazzaneo. Seu último disco foi pelo pequeno selo Ritmos onde registrou a marcha Marreta o bombo e o samba Condenada, de sua autoria.

O mito sexual

Seguiu carreira como vedete em teatros de revista na década de 50, tornand0-se um dos mitos sexuais do Rio de Janeiro. Foi das primeiras brasileiras a explorar o impacto do nudismo, nos anos 50 e 60, disputando com Luz del Fuego o espaço nos noticiários da época.

Com seu corpo perfeito para os padrões da época, Elvira Pagã mexeu com a cidade, promoveu Copacabana internacionalmente e foi a primeira Rainha do Carnaval Carioca. Elvira Olivieri Cozzolino expunha o corpo e idéias bastante avançadas para os anos 50 e veio a ser a primeira mulher a usar biquíni no Brasil.

Era uma figura muito divertida, como se pode ver ainda hoje nas chanchadas de que ela participou, algumas bem conhecidas como Carnaval no fogo, e, principalmente, ousadíssima pra época. Um dia, na praia de Copacabana, ela rasgou o maiô (pelo que consta, feito de um tecido de penugem dourada) e o adaptou ao modelo de duas peças, que só se usava no teatro rebolado, chegando a ficar conhecida fora do Brasil por causa disso.

Excursionando por todo o Brasil e conhecida no exterior como The Original Bikini Girl e The Brazilian Buzz Bomb, Elvira não desistia de afrontar a moral, provocando verdadeiras enchentes nos cabarés e teatros de rebolado. Depois de operar os seios, posou nua e distribuiu a fotografia como cartão de Natal, reafirmando-se como sinônimo de escândalo, atentado ao pudor, imoralidade.

Por seus atributos físicos e audácia provocou incontáveis e devastadoras paixões, confessando numa de suas últimas entrevistas: “Foi uma orgia só”. O perigoso bandido Carne Seca forrou a sua cela com fotos dela, e numa em que a vedete encosta-se numa pele de onça, lia-se a dedicatória: “Para Carne Seca, um consolo de Elvira Pagã”. Desesperado, o marginal tentou fugir da prisão inúmeras vezes.

Nos anos 60 ela se recolheu, como faria Odete Lara na década seguinte. Saiu da vida artística e da vida social. Dizia não precisar de amantes e se intitulava sacerdotisa, ligada a discos voadores e à Atlântida, criando uma seita, Doutrina da Verdade. Elvira faleceu aos 80 anos, em 8 de maio de 2003. Rita Lee fez, com Roberto de Carvalho, uma canção chamada Elvira Pagã:

Elvira Pagã
De: Rita Lee e Roberto de Carvalho
A
Todos os homens desse nosso planeta
D
Pensam que mulher é tal e qual um capeta
F                   E    D#        D
Conta a história que Eva inventou a maçã
A
Moça bonita, só de boca fechada,
D
Menina feia, um travesseiro na cara,
F                G       G#      A
Dona de casa só é bom no café da manhã

Então eu digo:
F#m    D     G          G#      A
Santa, santa, só a minha mãe (e olhe lá)
F#m     D
É canja-canja,
B7                E            (D E)
O resto põe na sopa pra temperar!
A
Dama da noite não dá pra confiar,
D
Cinderela quer um sapatão pra calçar,
F                E          D#    D
Noiva neurótica sonha com o noivo galã (um lixo!)
A
Amiga do peito fala mal pelas costas,
D
Namorada sempre dá a mesma resposta
F                    G         G#    A
Foi-se o tempo em que nua era Elvira Pagã

Então eu digo:
F#m    D     G          G#      A
Santa, santa, só a minha mãe (e olhe lá)
F#m     D
É canja-canja,
B7                E            (D E)
O resto põe na sopa pra temperar!


Fontes: Cine TV Brasil - Elvira Pagã; Dicionário Cravo Albin da MPB.