terça-feira, junho 11, 2013

Paulo Roberto

Medicina ou a Rádio? Sem pestanejar, respondia que preferia, que amava a medicina. No entanto, o radialista é que sustentava o médico...

 

Paulo Roberto (José Marques Gomes), apresentador, radialista, poeta, ator e médico, nasceu em Dom Silvério, MG, em 10/10/1903, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13/2/1973. Filho mais velho de uma família com 12 irmãos, o pai era imigrante português e a mãe mineira.

Estudou no Internato do Colégio São Vicente de Paulo, em Petrópolis e formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atuando por mais de 20 anos como obstetra e orientador de estagiários na Maternidade Estadual Fernando de Magalhães em Cascadura, subúrbio do Rio de Janeiro.

Sua carreira de radialista teve início na década de 1930, na Rádio Cazé. Atuou mais tarde, na Rádio Cruzeiro do Sul como Diretor Artístico, programador e apresentador. Nesta emissora criou e apresentou o programa "Bandeiras da Liberdade", no qual, durante o período da Segunda Guerra Mundial atuou em defesa dos países invadidos e dominados pelo regime nazista. Recebeu por essa contribuição medalhas e diplomas dos reis da Bélgica, Noruega, Dinamarca e Suécia. Atuou também, na Rádio Tupi.

Em 1948, ingressou na Rádio Nacional onde trabalhou durante 18 anos, produzindo e apresentando, entre outros, os programas "Obrigado, Doutor", "Honra ao Mérito", "Gente que brilha!", "Nada além de dois minutos" e "Lyra de Xopotó". Na mesma emissora. apresentava, diariamente, suas crônicas "Vamos viver a vida!".

Joel e Gaúcho com Paulo Roberto em "Gente que Brilha", na Nacional (A Cena Muda, 24/07/1952).


Em 1957, foi eleito o "Melhor Produtor de Rádio" recebendo da Secretaria de Cultura do Estado da Guanabara o troféu "Orfeu". Em 1964, por motivos poíticos, foi demitido da Rádio Nacional pelo AI-1 do regime militar.

Foi contratado, em 1965, pela TV Globo. Em São Paulo atuou nas TVs Paulista e Record. No Rio de Janeiro, atuou nas TVs Continental e Rio.

Tendo milhares de fãs belíssimas,
prefere brotinhos recém-nascidos.
Em 1967, ingressou na Rádio MEC onde passou a produzir e apresentar os programas da série "Projeto Minerva". Atuou como ator em diversos filmes nacionais. Trabalhou como narrador em inúmeros discos de histórias infantis, tendo se destacado na interpretação das diferentes personagens do conto musical "Pedro e o Lobo", de Prokofiev. Atuou também, embora discretamente, como compositor e autor de "gingles", tendo escrito letra e música da toada "Vagalumeando", gravada por Elizeth Cardoso, nos anos 1950, e, posteriormente, por Luiz Claudio.

Sua intensa atuação pelo ressurgimento das Bandas de Música, em todo o Brasil, através do programa "Lyra de Xopotó", proporcionou-lhe a concessão do título de "Presidente de Honra" por dezenas destas agremiações por todo o país.

Morreu em 1973, por enfarte, recebendo homenagens da imprensa, de seus "amigos ouvintes", dos " A.A." e das centenas de mães a quem dedicou seus cuidados médicos.

______________________________________________________________________
Fontes: Revista da Semana, de 01/11/1952; A Cena Muda, de 24/07/1952; Dicionário da MPB.

Um comentário:

  1. Me recordo quando nas noites de sábados, na minha infância - e lá se vão mais de sessenta anos! - ficávamos ao pé do rádio a ouvir a 'Lyra de Xopotó' pelas ondas da todo-poderosa emissora brasileira Rádio Nacional-RJ dos anos '50s: o apresentador Paulo Roberto fazia os comentários, citações e anúncios e, depois, emergia a voz de Jararaca, o Mestre Filó, que 'entrava em cena' dizendo:
    "... pois que de qualquer banda, temos a banda, porque aqui ninguém debanda... é UM... é DOOIS... é JÁÁÁÁ!!!!"
    E a Lyra de Xopotó (ou outra banda convidada) 'colava' um número musical.
    Tudo indo ao ar 'ao vivo'...
    Ótimos tempos!

    ResponderExcluir