sábado, abril 17, 2010

Dom Um

Dom Um (Dom Um Romão), instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 03/08/1925. Iniciou-se profissionalmente no final da década de 1940, tocando bateria em cabarés da Lapa e orquestras de bailes.

Integrou a orquestra da Rádio Tupi, acompanhando cantoras como Dircinha e Linda Batista. No programa de Aérton Perlingeiro, na mesma rádio, participou da Noite das Estrelas, com Elis Regina.

Nos anos 50, tornou-se baterista da boite Vogue do Rio de Janeiro. Em 1955, formou, com Toninho (piano) e Manuel Gusmão (contra-baixo), o Copa Trio, com o qual apresentou-se no Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro.

Em 1958 participou do álbum Canção do amor demais, de Elizeth Cardoso, disco precursor da bossa-nova. Por volta de 1959, participou das jam-sessions da boate Little Club, passando a atuar em shows de boates no Beco das Garrafas, em Copacabana, então quartel-general da bossa-nova.

Em 1961, como baterista do Brazilian Jazz Sextet, liderado por Sérgio Mendes, participou do III Festival Sul Americano de Jazz, no Uruguai. No ano seguinte gravou, com o conjunto do pianista J. T. Meireles, o LP O som, da Philips, e integrou a primeira formação do Bossa Rio Sextet, de Sérgio Mendes, participando, em novembro, do Festival da Bossa Nova, realizado no Carnegie Hali, em Nova York, EUA. Na época, gravou na etiqueta norte-america na Riverside Cannonball’s Bossa-nova, com o saxofonista norte-americano Julian Cannonball Aderley.

Em 1963, novamente com o grupo musical do pianista J. T. Meireles, gravou o LP Meireles e os Copa 5, pela Philips, e no ano seguinte, com o Copa Trio, atuou no show O fino da bossa, no Teatro Paramount, de São Paulo SP.

Ainda em 1964, com o Copa Trio, agora com o pianista Dom Salvador e o baixista Manuel Gusmão, participou de vários shows, inclusive do primeiro de Elis Regina, no Rio de Janeiro, em novembro, na boate Bottle’s. Com o trio, acompanhou o Quarteto em Cy e outros cantores. Em seguida, Jorge Ben veio a integrar o grupo que passou a se chamar Copa 4.

Gravou ainda nesse ano o LP Dom Um, pela Philips, com arranjos de Paulo Moura e Waltel Branco, em que se destacaram as faixas Telefone (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), África (Waltel Branco), Berimbau (João Meio e Codó), Dom Um sete (Waltel Branco) e Zona Sul (Luís Henrique A. Soares).

Em 1965 coordenou o disco de estréia de Flora Purim, então sua esposa (Flora é MPB, RCA) e, no final do ano, foi novamente para os E.U.A., a convite de Norman Grantz, produtor de Ella Fitzgerald. Lá apresentou-sé com Stan Getz e Astrud Gilberto em universidades e várias cidades e, depois, na Europa. Em Nova York, trabalhou com diversos conjuntos norte-americanos e também ao lado de brasileiros, como Luiz Bonfá e Tom Jobim, com quem gravou diversos discos.

Em 1966, nos EUA, voltou a trabalhar com Sérgio Mendes, atuando no conjunto Brasil 66, com o qual gravou o LP Fool on the Hill (A&M Records), e excursionou pelo Brasil nesse mesmo ano. Em 1967 participou do LP de Tom Jobim com Frank Sinatra (Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim), além do LP solo de Tom Jobim, Wave (A&M Records).

No ano seguinte deixou o conjunto de Sérgio Mendes e, permanecendo nos EUA, integrou vários grupos norte-americanos, participando de shows e gravações. Com Luís Bonfá, participou do disco The movie song album de Tony Bennett.

Em 1972 passou a ser o percussionista do grupo Weather Report, no lugar de Airto Moreira. Nesse mesmo ano apresentou-se com o grupo no Japão, gravando ao vivo o disco 1 Sing the Body Electric. Em 1973 excursionou com o grupo Blood, Sweat and Tears, e lançou seu primeiro disco solo nos EUA, Dom Um Romão. Com o Weather Report participou da gênese do estilo free jazz e gravou também os LPs Mysterious Traveller e Sweetnighter, antes de abandonar o grupo em 1976, ano em que lançou o LP solo Hotmosphere (Pablo Records).

No início dos anos de 1980, radicou-se em Wechis, Suíça, apesar de manter o famoso estúdio Black Beans, em New Jersey, EUA. Em 1985, com seu Quinteto Dom Um Romão, participou do 1 Festival de Jazz de Lisboa, Portugal. O quinteto era formado por Izio Gross (piano), Wilson D’Oliveira (sax-tenor), Hal Thurmond (bateria) e Norbert Dömling (baixo), com ele na percussão. Com o conjunto acompanhou diversos músicos norte-americanos, como Tony Bennet e Robert Palmer, além do grupo Blood, Sweet and Tears.

Apresentou- se no projeto Som das ondas, na praia do Arpoador, Rio de Janeiro, em 1992. No ano seguinte, lançou o álbum Saudades (Water Lily Acoustics). Em 1997 fez show na Casa de Cultura Laura Alvin, Rio de Janeiro, na série Quintas Acústicas. Na mesma ocasião, realizou workshop sobre bateria no teatro Cultura Inglesa, em São Paulo. Depois de 30 anos sem gravar no Brasil, registrou o CD Rhythm traveler e participou dos CDs de Itamara Koorax e de Nelson Ângelo.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário