Costa Júnior (João José da Costa Júnior), compositor, pianista e revistógrafo, nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 08/11/1868 e faleceu na mesma cidade em 1917. Destacou-se como revistógrafo e compositor, mas foi também diretor de uma companhia lírica.
Em 1898, ingressou como professor do Instituto Profissional e do Conservatório do Rio de Janeiro. Usou também o nome artístico de Juca Storoni, anagrama de Costa Júnior.
Iniciou a carreira de revistógrafo no final da década de 1880, e sua primeira obra para o teatro foi a partitura da revista O homem, de Artur Azevedo.
Em 1889, levou à cena a revista O Bendengó. Nesse ano, regeu sua primeira orquestra no Teatro de Variedades. Em 1890, escreveu a revista O sarrilho, na qual fazia uma crítica à Proclamação da República.
Seu maior êxito como compositor foi a polca No bico da chaleira gravada inicialmente em 1907, pela Banda da Casa Edson na Odeon como música instrumental. Essa composição foi gravada também pela Banda da Casa Faulhaber e Cia em disco da Favorite Record. A mesma Banda da Casa Faulhaber e Cia gravou seu tango Os carapicus. Teve ainda gravada pela Favorite Record o arranjo cômico Carnaval carioca, sem indicação de quem tenha gravado.
Em 1909, a polca No bico da chaleira tornou-se sucesso carnavalesco fazendo um sátira aos bajuladores do então muito poderoso Senador Pinheiro Machado. Sua letra dizia: "Iaiá me deixa/Subir nesta chaleira/Que eu sou do grupo/Do pega na chaleira". Segundo o livro "A canção no tempo": "Diariamente, o Morro da Graça no bairro de Laranjeiras no Rio de Janeiro era frequentado por dezenas de pessoas - senadores, deputados, juízes, empresários, ou, simplesmente, candidatos a cargos públicos ou mandatos coletivos. A razão da romaria era que no alto do morro morava o general-senador José Gomes Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Consevador, que dominou a política nacional no início do século".
Pois foi satirizando essa situação que surgiu a polca No bico da chaleira que acabaria por consagrar os termos "chaleira" e "chaleirar" como sinônimos de bajulação. Ainda em 1909, No bico da chaleira daria ensejo a uma revista com o mesmo nome de autoria de Ataliba Reis e Raul Pederneiras apresentada no Teatro Apolo, tendo sido gravada nesse ano pelo cantor Tomás de Souza em disco Columbia.
Também em 1909, foi feito o filme Pega na chaleira com argumento de Gastão Tojeiro inspirado em sua polca Pega na chaleira.
É de sua autoria o Tango do Amapá, homenagem ao Barão do Rio Branco pela vitória diplomática na questão do Amapá, música gravada pela Banda do Corpo de Bombeiros pela Odeon, e pela Banda do Corpo de Marinheiros Nacionais em disco Victor Record.
Por volta de 1912, teve a cançoneta O que nasceu primeiro gravada pelo cantor Mário Pinheiro na Victor Record. Em 1913, o dobrado Cruz de Malta e a valsa Esquecida foram gravadas pela Banda do Corpo de Bombeiros pela Odeon. No mesmo ano, a polca Saiu-me boa foi gravada Odeon pela Banda Escudero.
Provavelmente no mesmo período a Banda do Corpo de Bombeiros gravou as valsas Caresante e Irene pela Columbia, enquanto a Banda Columbia gravou o Tango da sogra, e a Banda da Imprensa Nacional registrou o tango O Peixoto nos ares. Ainda pela Columbia, a Banda do 52º de Caçadores registrou o tango No bico da chaleira, e a Banda so 13º Regimento de Cavalaria lançou o dobrado O politiqueiro.
De seu repertório teatral foram registrados por volta de 1915 as cançonetas O Zeca Brazurura, pelo cantor Tomás de Souza, e Fala-me logo à saída e Petrópolis no prego (Canção da mulata)", pela cantora Iracema Bastos. Ainda teve gravadas as polcas A coisa é esta, pela Banda da Imprensa Nacional, e A coisa é outra, pela Banda Columbia.
Por volta de 1916, sua valsa Coração ferido foi gravada na Odeon pela Banda da Casa Edson. Segundo o jornalista Edigard de Alencar, deixou mais de 200 composições.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
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