Oscar Guanabarino |
Oscar Guanabarino (Oscar Guanabarino de Sousa e Silva), pianista, compositor e crítico, nasceu em Niterói, RJ, em 29/11/1851, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 17/1/1937.
Aos seis anos iniciou-se no piano com Achille Arnaud, estreando como recitalista aos 15 anos de idade, em concerto realizado no Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.
Aperfeiçoou-se em harmonia com Gioacchino Giannini, tendo recebido lições de piano de Louis Moreau Gottschalk. Ainda jovem, escreveu a comédia As filhas da titia, encenada no Coliseu Teatro, do Rio de Janeiro, de propriedade de seu pai, o escritor, historiador, poeta e comediógrafo Joaquim Norberto de Sousa e Silva.
Manteve durante muito tempo curso de piano numa das salas do antigo Teatro Lírico e exerceu durante vinte anos a crítica musical no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro.
Publicou O professor de piano (coletânea de artigos para a Revista Musical), Rio de Janeiro, 1881.
Inimigos íntimos
Heitor Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, petulante, autodidata. Esse professor de piano e folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo.
Fã do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer.
Na coluna Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'.
Guanabarino inspirou novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não as levou a sério.
Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha- 2a. Edição - 1998; Revista Época on line.
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