Daisy Paiva (Daisy Paiva Ribeiro), vedete, cantora e atriz, filha do maestro e compositor Vicente Paiva, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4/1/1938, e faleceu na mesma cidade em 21/4/2001. Iniciou a carreira artística em 1955, quando fazia vestibular para o curso de Arquitetura e viajou de férias para São Paulo.
Nessa época seu pai apresentava com Humberto Cunha no Teatro de Alumínio a revista Alô, alô São Paulo, cujo destaque era a atriz Nélia Paula. Também faziam parte da revista, entre outros, os atores Paulo Celestino, Pedro Dias, Manuel Vieira, Odilon Del Grande e Mauricio de Loyola.
Uma vez em São Paulo foi direto ao Teatro de Alumínio, lá chegando durante a matinê. O teatro estava cheio, já às escuras e para entreter o público que aguardava o começo da revista, seu pai a mandou cantar sem microfone. E ela assim o fez, cantando por cerca de 50 minutos e sendo bastante aplaudida sem que ninguém soubesse quem era que estava cantando. A atriz Nelia Paula então a apresentou e explicou que ela não estava no elenco da revista.
No dia seguinte, vários jornais paulistas comentaram seu sucesso e ela passou então a fazer parte do elenco. Foi em seguida convidada para um entrevista na Rádio Record, e a partir daí abandonou a idéia de seguir carreira de arquiteta. Pouco depois, retornou ao Rio de Janeiro, convidada pelo teatrólogo e compositor Chianca de Garcia para estrelar a comédia musical Gente bem no morro, no Teatro da Tijuca, com músicas de seu pai Vicente Paiva e atuando ao lado de Grande Otelo.
Nessa época, o poeta e compositor Vinícius de Moraes estava preparando a peça musical Orfeu da Conceição. Comparecendo ao Teatro da Tijuca a viu cantar. Após o espetáculo foi ao camarim e a convidou para fazer o papel de Eurídice na peça que estava escrevendo.
Em 1956, participou da montagem de Orfeu da Conceição no papel de Eurídice no Teatro Municipal com cenários de Oscar Niemeyer, pinturas de Carlos Scliar, caricaturas de Lan, e regência da orquestra sinfonica dirigida pelo Maestro Leo Peracchi. O espetáculo foi depois apresentado no Teatro República, na Avenida Gomes Freire.
Em 1959, estrelou no Teatro João Caetano, com Conchita Mascarenhas, Luz del Fuego e Ivaná, primeiro transformista francês trazido para o Brasil por Walter Pinto, a revista Boa é apelido, de Vicente Paiva, que contou ainda com as participações de Magico Dimitrius, Nilo Amaro, Jairo Aguiar, The Golden Boys, Darlene Glória e mais um elenco de 80 artistas. Essa revista ficou em cartaz no Rio de Janeiro durante dois meses, e se apresentou em seguida em São Paulo no Teatro Paramount, na Brigadeiro Luiz Antonio durante mais três meses.
Foi em seguida contratada pela TV Record e atuou na novela Banzo ao lado de Francisco Cuoco. Atuou ainda nos programas Show 713, Grande show, União dos bairros, Show do dia 7, Chocolate e seus bombons, Prêmio Roquete Pinto, e Golden show. Ainda na Tv Record apresentou diversos artistas estrangeiros que se apresentaram no Brasil, entre os quais, Sammy Davis Jr e Ella Fitzgerald.
Em 1960, integrou a Companhia de Teatro criada por seu pai para excursionar pelo sul do país indo de Porto Alegre a Curitiba, e da qual fizeram parte também o cômico Manula Dimitrius, o transformista Ivaná, Riva Ketter, Amalia Ribeiro, que era a sua mãe, Manuel Restife, o ator Pedro Ivan e a grande orquestra de seu irmão Décio Paiva. As apresentações eram realizados em teatros e clubes e incluiam um show e um baile. Com seu pai e seu irmão criou um conjunto de danças.
De volta a São Paulo continuou atuando na TV Record e também fazendo shows pelo Brasil. Foi convidada a participar do Festival de Berlim, mas não chegou a viajar. Ainda em 1960, gravou pela Copacabana com acompanhamento de orquestra o samba Malandro, de Vicente Paiva e Luiz Iglesias, e o samba-canção Se eu quizesse, de José Saccomani e José Gonçalves.
Em 1963, gravou, também pela Copacabana, com acompanhamento de orquestra e coro, o samba Naié, Naié, de Vicente Paiva e Chianca de Garcia. Apresentou-se durante muito tempo como cantora no programa de Cleo Meireles na TV de Salvador. Apresentou-se também semanalmente na TV de Recife e em quase todo o Nordeste do país.
Em 1975, retornou ao Rio de Janeiro. Em 1982, criou com a família o restaurante O Italianinho no bairro carioca de Copacabana. Dois anos depois, adquiriu uma fazenda que foi vendida em 1986, ano em que abandonou a carreira artística depois de mais de 30 anos de atuação.
Discografia
(1960) Malandro / Se eu quizesse • Copacabana • 78
(1963) Naié, Naié • Copacabana • 78
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB
Amigo ,esta foto que vem com o verbete sobre Daisy Paiva ,é da escultural vedete Joana D'Arc,não Daisy Paiva.Abs.
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