Erasmo Silva, compositor e cantor, nasceu em Salvador, BA, em 07/10/1911, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 10/1/1985. Mudou-se da Bahia para o Rio onde, em 1935, foi chofer de praça, conhecendo no Café Nice o compositor Wilson Batista, com quem formou um conjunto com Lauro Paiva ao piano e Roberto Moreno na percussão.
Com o conjunto, realizou apresentações em Campos, RJ, e de volta à cidade do Rio de Janeiro, formou, em 1936, com Wilson Batista a Dupla Verde e Amarelo, que participou da vocalização da orquestra argentina Almirante Jonas, que estava de passagem no Rio de Janeiro, seguindo com ela para Buenos Aires, Argentina, onde ficaram por três meses, ainda em 1936.
De volta ao Brasil, trabalharam durante mais de um ano na Rádio Atlântica, de Santos SP, e depois, na Rádio Record, da capital paulista, onde também gravaram, com as Irmãs Vidal, pela Columbia, seu primeiro disco com Adeus, adeus, de Francisco Malfitano e Frazão, e Ela não voltou, de Francisco Malfitano, Frazão e Aluísio Silva Araújo. Obtendo certo sucesso, seguiram para uma temporada em Porto Alegre RS, voltando a São Paulo para trabalhar na Rádio Tupi. Como integrante da Dupla Verde e Amarelo, gravou nove discos com dezoito músicas. Foi também parceiro de Wilson Batista em algumas composições.
Em 1945, gravou com o Coro Odeon os sambas Irene, de Humberto de Carvalho, Henrique de Almeida e Augusto Garcez, e Ela chora até hoje, de Humberto de Carvalho, Henrique de Almeida e Estanislau Silva. No mesmo ano, gravou na Continental os sambas Só eu sei, de Henrique de Almeida, Nelson Trigueiro e Milton de Oliveira, e A conversa está boa, de Henrique de Almeida e Nelson Trigueiro. Em 1946, teve a marcha Balu, com Jorge Tavares, gravada por Dircinha Batista.
No carnaval de 1947, fez sucesso com o samba Gilda, parceria com Mário Lago, uma explícita citação do filme de sucesso de mesmo nome, estrelado pela atriz de enorme êxito Rita Hayworth, e lançado por Sílvio Caldas pela Continental. Nesse ano, sua parceria com Marina Batista, o samba Deixa eu bater meu tamborim, foi gravado pelo grupo Namorados da Lua na Continental.
Em 1949, o samba Cadê a Jane?, com Wilson Batista, foi gravado na Continental pelo grupo vocal Os Cariocas, e o samba Volta meu amor, também com Wilson Batista foi gravado por Ruth Barros na Star. No mesmo ano, gravou como integrante da dupla Verde e Amarelo o samba Casa vazia, de sua autoria e Wilson Batista. Em 1950, o samba Homem marcado, com Wilson Batista, foi registrado por Sílvio Caldas pela Continental, e a marcha Senhor açougueiro, com Wilson Batista, foi gravada pela dupla Verde e Amarelo na Continental.
Em 1951, o samba O mundo vai se admirar, com Wilson Batista foi lançado na Sinter pela dupla Verde e Amarelo. No ano seguinte, Jamelão lançou pela Sinter a marcha Só apanho resfriado, com Wilson Batista, e Gilberto Alves registrou pela RCA Victor o samba Me maltratou, com Roberto Martins. Ainda em 1952, foram gravadas por Elizeth Cardoso na Todamérica, as músicas Dá-me tuas mãos, com Jorge Castro, e Nosso amor, nossa comédia, com Adolar Costa. Também no mesmo ano, gravou pela RCA Victor os sambas Não apareceu e Vai levando seu Godofredo, ambos de sua parceria com Ari Monteiro.
Em 1953, nova parceria com Wilson Batista chegou aos discos, o samba Tu não me dizes, lançado por Gilberto Milfont pela Victor. Em 1954, o samba-canção Ambição, com Américo Seixas, foi gravado na RCA Victor por Wilson Roberto. Nesse ano, o samba-canção Passaporte do amor, com Américo Seixas, foi lançado na RCA Victor por Carlos Galhardo.
Em 1955, registrou pela gravadora pernambucana Mocambo o samba Eu já chorei, parceria com Magno de Oliveira, e a marcha Pataco-taco, de sua autoria e Max Nunes. No mesmo ano, o samba Escrava da saudade, com Américo Seixas, foi gravado por Nelson Gonçalves na RCA Victor.
Obras
A felicidade acabou (c/ Oldemar Magalhães), Abre a porta por favor (c/ Átila Nunes), Ambição (c/ Américo Seixas), Amor que não chora, Balu (c/ Jorge Tavares), Cadê a Jane? (c/ Wilson Batista), Casa vazia (c/ Wilson Batista), Dá-me tuas mãos (c/ Jorge Castro), Deixa eu bater meu tamborim (c/ Marina Batista), Deixa o povo falar (c/ Geraldo Gomes), Ela não voltou (c/ Mário Lago), Escrava da saudade (c/ Américo Seixas), Eu já chorei (c/ Magno de Oliveira), Eu quero amar, Felicidade não tem cor (c/ Laércio Alves), Gilda (c/ Mário Lago), Gosto de gente que samba, Homem marcado (c/ Wilson Batista), Insônia (c/ Geraldo Serafim), Mais um cabelo branco, Me maltratou (c/ Roberto Martins), Menina, quem foi seu mestre?, Não apareceu (c/ Ari Monteiro), Nosso amor, nossa comédia (c/ Adolar Costa), O coração é meu (c/ Wilson Batista), O mundo vai se admirar (c/ Wilson Batista), Passaporte do amor (c/ Américo Seixas), Pataco-taco (c/ Max Nunes), Poema dos teus olhos (c/ Paulo Aguiar), Qual é o caso (c/ Jorge de Castro), Sambar... e balançar, Saúde, paz e amor, Senhor açougueiro (c/ Wilson Batista), Só apanho resfriado (c/ Wilson Batista), Tu não me dizes (c/ Wilson Batista), Vai levando seu Godofredo (c/ Ari Monteiro), Verdadeiro amor, Volta meu amor (c/ Wilson Batista).
Discografia
(1945) Só eu sei/A conversa está boa • Continental • 78
(1945) Irene/Ela chora até hoje • Odeon • 78
(1952) Não apareceu/Vai levando seu Godofredo • RCA Victor • 78
(1955) Eu já chorei/Pataco-taco • Mocambo • 78
([S/D]) Dina/Coração é meu • Santa Anita • 78
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.
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