Ascenso Ferreira (Ascenso Carneiro Gonçalvez Ferreira), poeta e compositor, nasceu em Palmares, PE, em 09/05/1895, e faleceu em Recife, PE, em 05/05/1965. Considerado um dos grandes nomes da Literatura em Pernambuco, nasceu em uma família humilde e sua obra esteve ligado as coisas e tradições do Nordeste e principalmente ao retratar do povo nordestino e sua vida e costumes.
Filho de um comerciante e de uma professora, ficou órfão aos 13 anos de idade e começou a trabalhar na mercearia de um tio. Depois de iniciar a atividade literária escrevendo baladas, sonetos e madrigais, sofreu influência de Mário de Andrade, Guilherme de Almeida e Manoel Bandeira e passou a se dedicar a temas regionais.
Em 1911, veio à lume seu primeiro poemas Flor fenecida no Jornal A Notícia de Palmares. Em 1920, mudou-se para a cidade de Recife, onde tornou-se funcionário público. Na capital pernambucana, passou a colaborar com jornais como o Diário de Pernambuco, entre outros. A partir de 1925, passou a partcicipar do movimento modernista pernambucano.
Publicou seu primeiro livro de poesias, Catimbó, em 1927, e em seguida passou a viajar apresentando-se em recitais em vários estados brasileiros. Em 1929, a canção Maracatu e o poema Sertão, ambos com música de Valdemar de Oliveira, foram gravados na Odeon por Alda Verona. No ano seguinte, fez letra para o canto indígena Toré com música de Stefana de Macedo, que o gravou na Columbia.
Em 1931, Sylvinha Mello gravou na Victor a canção Chove chuva!, com música de Hekel Tavares. Em 1937, o maracatu Onde o sol descamba, foi musicado pelo músico Capiba e gravado na Columbia pela cantora Laís Marival.
Em 1941, publicou Cana Caiana, seu segundo livro. Em 1950, teve duas canções gravadas por Jorge Fernandes na Odeon, Engenhos de minha terra, com música de Valdemar de Oliveira, e Trem de Alagoas (Impressão de viagem), com música de Valdemar Henrique. O poema Trem de Alagoas também seria musica por Heitor Villa-Lobos. Em 1951, teve a canção A chama, com Capiba, gravada pelo cantor Paulo Molin, com acompanhamento de Zimbres e sua orquestra, em disco da gravadora Continental.
Em 1955, participou da campanha de Juscelino Kubitschek à presidência da República tomando parte em diversos comícios. No ano seguinte, foi nomeado por Juscelino para a direção do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, no Recife, sendo porém sua nomeaçao suspensa dez dias depois uma vez que intelectuais pernambucanos não aceitaram sua nomeação devido à sua fama de poeta boêmio. Foi então nomeado assessor do Ministério da Educação, mas fazendo juz à sua fama, somente aparecia para receber os salários.
Em 1958, foi lançado pela gravadora pernambucana Mocambo o LP Ascenso Ferreira - 64 poemas e 3 histórias populares todos na própria voz do poeta, em disco que incluiu os poemas Engenhos de minha terra, O trem de Alagoas, Toré e Maracatu, anteriormente musicados.
Em 1962, o maracatu Chove chuva, com Hekel Tavares, foi gravado por Inezita Barroso no LP Recital de Inezita Barroso da gravadora Copacabana. Em 1975, seu poema Vou danado pra Catende foi musicado por Alceu Valença, que com ele concorreu e venceu o Festival Abertura da TV Globo.
Em 1982, seu poema Maracatu foi musicado e gravado por Alceu Valença. Em 1993, os poemas Trem de Alagoas e Reisado foram musicados por Marcelo Melo e Toinho Alves, e gravados pelo Quinteto Violado no LP Algaroba, da RGE.
Em 2001, a canção Meu boi Surubim foi incluída no CD A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes na voz de Inezita Barroso em gravação feita em 1988, no programa "Ensaio" da TV Educativa.
Foram publicados postumamente os livros Eu voltarei ao sol da primavera, em 1985, e O Maracatu, Presépios e Pastoris e O Bumba-Meu-Boi: Ensaios Folclóricos, em 1986. Sua marca registrada era o uso do chapéu de palha.
Obra
Chove chuva! (c/ Hekel Tavares), Engenhos de minha terra (c/ Valdemar de Oliveira), Maracatu (c/ Alceu Valença), Maracatu (c/ Valdemar de Oliveira), Meu boi Surubim, Onde o sol descamba (c/ Capiba), Reisado (c/ Marcelo Melo e Toinho Alves), Toré (c/ Stefana de Macedo), Trem de Alagoas (c/ Heitor Villa-Lobos), Trem de Alagoas (Impressão de viagem) (c/ Valdemar Henrique), Vou danado pra Catende (c/ Alceu Valença).
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Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.
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