"Gerdal dos Santos fez rádio de brincadeira. Mas, a história mostrou-se mais interessante do que ele pensava razão porque continuou. Das pontinhas passou a galã das novelas de Amaral Gurgel, conseguindo reunir em torno de seu trabalho, uma apreciável legião de admiradoras. "
"Hoje, com a pinta de Casanova, já fez pulsar mais forte o coração de uma estrela de primeira grandeza, sem que se decidisse a prender seu próprio coração. Nada deseja com Cupido, nem com as pretorias, tão convicto se acha de que “a vida de solteiro é melhor”.
Depois, o microfone lhe rouba grande parte do tempo, afastando-o, por conseguinte, do que chamamos de “home, sweet home”. Além de uma atividade intensa no cast de teatro-cego da Rádio Globo, pois participa das histórias em capítulos e do “Teatro de Sonho”, Gerdal dos Santos, de quando em vez, faz incursões no cinema e no teatro onde, por sinal, não tem feito feio. Sem ser o mais jovem galã do broadcasting nacional é, contudo, aquele que mais se tem destacado nesse gênero, tamanho o interesse e o cuidado que devota à arte de dizer ao microfone." (A Cena Muda, 22/08/1950).
Gerdal dos Santos (Gerdal Renner dos Santos), radialista e advogado, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 27/10/1929. Iniciou a vida artística em 1942 quando se apresentou no programa "Hora do Guri" apresentado por Sílvia Autuori, a Tia Chiquinha, na Rádio Tupi.
Com apenas 15 anos de idade, em 1945, foi convidado pelo novelista Amaral Gurgel e ingressou na Rádio Globo. Ainda como ator, participou do Teatro Infantil da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, no Teatro Carlos Gomes tendo atuado nas peças Aladino ou a Lâmpada Maravilhosa e O Príncipe do Limo Verde.
No cinema, atuou nos filmes Moleque Tião, onde contracenou com Grande Otelo, O goal da vitória e Sob a luz do meu bairro. Participou em São Paulo da inauguração do Teatro Alumínio atuando na Companhia Nicete Bruno e Halfeld.
O programa "Rapsódia Carioca", da Rádio Globo, lançou um concurso para escolher uma rádio-atriz para contracenar com Gerdal. Aqui, todas querem merecer a honra (A Cena Muda, de 31/08/1948). |
Em 1953, estreou na Rádio Nacional no programa "Consultório sentimental", escrito e apresentado por Helena Sangirardi. Na Rádio Nacional atuou em rádio novelas e em programas musicais.
Durante o golpe militar de 1964, foi arrolado na célebre lista de esquerdistas de que teria sido inspirador o radialista César de Alencar o que motivou seu afastamento da emissora.
Na televisão, atuou na TV Rio e em 2002 passou a apresentar programa de entrevistas na Rede Vida de Televisão. Nesse ano, comemorou 60 anos de atividades artísticas.
Em 2006, seguiu atuando na Rádio Nacional participando dos programas "Onde canta o sabiá", "Parada de todos os carnavais" e "Naquele tempo".
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Fontes: A Cena Muda; Dicionário Cravo Albin da MPB; Museu da TV.
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