Almirante, cognominado “maior patente do rádio” é, sem favor, um dos nossos mais expressivos homens de rádio. Cantor, criador, redator e animador de grandes programas, realizou “Histórias das Danças”, “Curiosidades Musicais”, “Tribunal de Melodias”, “Anedotário das Profissões” e outras notáveis realizações.
“Meu primeiro ordenado foi de noventa cruzeiros por mês, como ajudante de balcão. Entrava às sete da manhã e trabalhava até às sete da noite, e aos sábados lavava os vidros da casa.
Mais tarde, com dezoito anos, acentuou-se minha inclinação pelo comércio, a qual já me tinha permitido aprender. Sozinho, com estudo e dedicação, contabilidade, escrita fiscal, enfim, a organização de uma casa comercial.
Meu pai faleceu, e ajudava mamãe nas despesas da família, e foi quando surgiu o problema da convocação do Exército, que não me permitiria continuar contribuindo com boa parte do meu ordenado em casa. Havia, então, os Tiros de Guerra e eu me inscrevi na Reserva Naval.
Desde criança, eu gostava multo de cantar, mas não tinha tido companheiros nem liberdade para dar grande expansão às minhas cantorias. Na Marinha entretanto, eu não fazia outra coisa. Por esse tempo o rádio estava tomando incremento e proliferavam os conjuntos musicais. E também organizamos o nosso, o “Bando dos Tangarás”, que se exibiu um dia em frente ao microfone, de onde não saí desde então.
Das duas fases da minha vida — a Marinha e o comércio trouxe duas coisas: da primeira, o apelido, Almirante, do segundo, o espírito de organização e de trabalho que me permite dispender um ano inteiro no estudo e na meticulosa feitura de um programa — receita que sempre tenho seguido e que até hoje tem dado o melhor resultado”.
Fonte: Artigo de "O Malho", de julho/1953.
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