quarta-feira, outubro 11, 2006

Gilda de Barros

Gilda de Barros, cantora, casada com com o trombonista Raul de Barros, gravou em 1953 o baião Remador, de Osvaldo Silva Melo e Hélio Sindô e o bolero Aquelas frases lindas, com Raul de Barros e sua orquestra.

Ainda no mesmo ano, gravou o samba-canção Eu sou a outra, de Ricardo Galeno (canção que fez grande sucesso na voz de Carmen Costa) e o fox Peço desculpas, de Hoffman, Goodhart e Lourival Faissal.

Em 1954 gravou Ave Maria do morro (Herivelto Martins), Leva saudade, baião de Castro Perret e Osvaldo Silva e, ainda, o maracatu Maracatucá, de Geraldo Medeiros e Jorge Tavares, com a orquestra de Raul de Barros.

São de 1955 as gravações dos sambas Não pode ser, de Ricardo Galeno e Maria Lopez e A felicidade vem depois, de Raul de Barros e Zé Kéti.

Em 1956, gravou pela Odeon o fox Lavadeiras de Portugal, de Popp, Lucchesi e Joubert de Carvalho e o samba-canção Vem viver ao meu lado, de Alcides Fernandes e Tom Jobim, com acompanhamento da orquestra de Tom Jobim.

Em 1957, passou para a gravadora Todamérica, onde estreou gravando o samba-canção Domínio, de Jota Jr. e Oldemar Magalhães e o bolero Meu xodó, de Oscar Bellandi e Cícero Nunes.

Seguiriam, em 1958, as gravações do samba-canção Beijos mentirosos, de Osmar Safeti e Jaime Florence e do mambo Covarde, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal. No mesmo ano, gravou pela Sinter a marcha Tentação de Momo e o samba Sei que voltarás, ambas de Alcebíades Nogueira e Luiz de França.

Em 1962, gravou pela Mocambo a marcha Você dá sopa demais, de Gracia, Tevê e J. Fonseca e o samba Mais um amor, de Buci Moreira, Arnô Canegal e Jorge Gonçalves. São de 1964 as gravações, também pela Mocambo, da marcha A bola do Maracanã, de Gracia e Chavito e do samba O outro lado da vida, de J. Piedade e Moacir Vieira.

Ainda nos anos 60, gravou pela pequena gravadora Agems os sambas Do Leblon a Cascadura, de Elias Ramos, Nelinho e Arnaldo Morais e "Resignação", de Elias Ramos e Nelinho.

O trovador de Toledo


O Trovador de Toledo (L'Arlequin de Tolède) (pasodoble, 1962) - Hubert Giraud e Jean Drejac - Versão: Romeu Nunes - Intérprete: Gilda Lopes

LP Gilda Lopes - A Fabulosa / Título da música: O Trovador de Toledo (L'Arlequin de Tolède) / Hubert Giraud (Compositor) / Jean Drejac (Composição) / Romeo Nunes (Versão) / Gilda Lopes (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1963 / Nº Álbum: MOFB 3311 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical:Pasodoble.



Nas noites enluaradas / Na formosa Toledo
Alguém esconde um segredo / Um amor proibido
E uma janela apagada / É o que restou, mais nada!

Entre as lembranças que a noite / Consigo guardou um dia
E nas trevas de amor / Que então vai dizendo
Fala de um coração cheio de ternura / Que esquecer procura
Um amor negado / E exala em segredo, infinda amargura.

E o trovador de Toledo / Pelas noites escuta
E toda gente pergunta / Qual será o segredo
De uma janela apagada / De um balcão deserto
De uma paixão sufocada / Por quem está longe e perto.

Mas no seu coração cheio de amargura
Guarda o trovador, uma esperança
Sem saber o carinho que então procura
Já é de outro e que a espera
É inútil, inútil...

Gilda Lopes

Gilda Lopes, cantora gaúcha dotada de uma voz excepcional, se dedicou ao gênero da ópera com a mesma soltura com que interpretou qualquer tipo de música.

Em 1962 gravou um LP que incluiu o seu maior sucesso, O trovador de Toledo, versão de "El Arlequín de Toledo", junto a outros grandes sucessos: A Hora do amor, Padre Don José, Tormento de amor, Ba-ba-la-ô, Não, eu não vou ter saudade (o sucesso de Edith Piaf Non je ne regrette Rien), De degrau em degrau, Nasci para ti, Balada do adeus, Apaixonada, Agonia, Quero paz.

Por problemas familiares interrompeu sua carreira artística indo morar nos EUA.

O Cruzeiro - 16 de janeiro de 1960

"Em 1950, um dos maiores brotos que já circularam pela famosa Rua da Praia, Gilda Lopes, quis ser Rainha dos Estudantes Gaúchos. Foi. E êles ficaram tão entusiasmados que quiseram, por sua vez, que ela fôsse “Miss” Pôrto Alegre nesse ano. Gilda tinha, porém, 15 anos e, pelo regulamento, não poderia tirar o primeiro lugar. Conquistou um mais do que honroso 2.º pôsto.

Alguns anos mais tarde, Gilda quis ir à Itália. Foi. Ganhou uma média de 3 serenatas por cidade que visitou. Desde menina adorava música - cantar e compor. Convidada, um dia, para participar de um programa da Rádio Roma, em homenagem ao Brasil, cantou “Lamento de Escravo”, de sua autoria.

No dia seguinte recebeu, pelo telefone, duas propostas para gravar, uma da RCA, outra da Fonit. Cantou depois na Tv (Musichieri, Noi Loro), rádio (24.ª hora, Musicale), “boites” (Open Gate, Kit Kat), fêz cinema (uma co-produção ítalo-americana com Mamie Van Doren). Em pouco tempo era notícia na Itália, saindo sôbre ela reportagens “Settimana”, “Il Tempo” etc. Mas ela queria vencer era no Brasil. E em maio de 59 desembarcava no Rio.

Quis gravar, então, um disco que acaba, aliás, de ser lançado: “Lola” (versão) & “Delírio” (de sua autoria e Roberto Kelly). Quer sair agora para um LP, o que vai ser feito. (A voz de Gilda alcança 4 oitavas).

Como a Lola de seu disco, tudo que Gilda quer, Gilda tem. Estudou piano e ballet dos 5 aos 14 anos. Leu (principalmente os inglêses) James Hilton, Somerset Maugham, Aldous Huxley e Bernard Shaw. Adora Beethoven, Bach e Chopin. É janista e ferrarista. Compõe depois da meia-noite. Usa “Fleur de Rocaille”.

Não sossega enquanto não resolver o seguinte problema: “Por que nascemos?”. Estudou sapateado e castanholas. Tem dois pássaros em casa: um canário e um cardeal. Está fazendo, para seu próprio govêrno, uma análise científica do espiritismo. Pretende, um dia, fazer o curso de Medicina.

Até hoje, realmente, conseguiu tudo o que quis. O que não significa, contudo, que sua capacidade de querer já esteja esgotada e que não haja mais “chance” para um de todos nós se tornar, um dia, uma das metas a ser atingida por Gilda “Lola” Lopes".


Fontes: http://www.rockolafree.com.ar/Brasil-G.htm; Memória Viva.