domingo, janeiro 13, 2008

Alfredinho Flautim

Alfredinho Flautim (Alfredo José Rodrigues), instrumentista e compositor, nasceu em Juiz de Fora MG em 24/07/1884 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 03/09/1958.

No Rio de Janeiro aos 12 anos, residia no bairro do Catumbi, onde conheceu o flautista Alfredo da Rocha Viana, pai de Pixinguinha, com quem se iniciou em música.

Dedicou-se ao estudo do flautim (instrumento musical de sopro, semelhante à flauta, porém menor e mais fino, e que dá a oitava superior da nota escrita), passando a freqüentar as rodas boêmias da época, bailes nos subúrbios e serenatas.

Integrou o grupo do bairro Cidade Nova, sendo também músico de orquestras de ranchos carnavalescos, além de acompanhar blocos de sujos que se formavam na Galeria Cruzeiro, no centro da cidade.

Realizou inúmeras gravações. Integrou ainda o Grupo da Velha Guarda, em sua segunda fase, em 1954.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Lamartine Babo: o rei dos primeiros carnavais


Se há alguém no Brasil que simboliza a alegria dos primeiros carnavais, essa pessoa é Lamartine Babo. Exímio compositor de marchinhas de carnaval, Lamartine foi um dos primeiros humoristas do país. Em meados da década de 30, quando o que contava ainda era a brincadeira nas ruas e não o desfile das escolas, o carioca, nascido em 1904, reinava absoluto nas festas do Rio de Janeiro. De 1932 a 1936 emplacou os maiores sucessos da Folia de Momo na Cidade Maravilhosa.


Não é difícil compreender o sucesso de Lamartine no Carnaval. Data marcada por uma grande festa no país, o Carnaval é considerado por muitos - especialmente fora do país - como o símbolo da alegria dos brasileiros. Bem humorado, com canções que apelavam para o humor puro, o compositor logo conquistou os cariocas.

"Ele era muito engraçado, e tirava sarro das pessoas com algumas letras. Inclusive, tirava sarro dele mesmo. Até por ser Carnaval, não tinha como fazer letra séria. E ele se destacava", explica o professor de Arte e Cultura da Universidade Metodista de São Paulo, Heron Vargas.

O humor escrachado - por algumas vezes maldoso - se tornou a marca principal da produção de Lalá, como era conhecido. "Nesse ponto ele é praticamente único na música brasileira. Ele mesmo era humorista, trabalhava assim no rádio, apresentando programas. Outros faziam mais sátira, o que é diferente do humor", compara o pesquisador Suetônio Soares Valença, autor do livro Tra-la-lá : Lamartine Babo. "O Lamartine fazia humor puro. Levava tudo mais ou menos na brincadeira, fazendo humor o tempo todo."

Ainda assim, não era apenas o humor que levava Lamartine ao sucesso. Com uma formação musical diferenciada dos demais compositores da época, conseguia resultados mais expressivos com as marchinhas, chegando a emplacar seis grandes sucessos em um mesmo Carnaval.

"Lamartine não teve uma formação musical como a do Noel Rosa, por exemplo. Noel subia os morros e ia ao Estácio para conhecer o samba. O Lamartine não teve essa passagem pelos morros. E por isso que ele fazia muita marcha, que se aproxima mais das operetas e das músicas americanas dos anos 20, que era o que ele acompanhava", complementa Valença.

A fama de Lamartine nos carnavais rapidamente fez com que fosse requisitado pelo rádio e pela TV, ainda nascente nos anos 50. Lá, também alcançaria sucesso, com programas como o "Baú do Lamartine". No rádio, foi pioneiro em usar uma ferramenta que conhecia bem: novamente, o humor.

"Ele é o precursor do humor no rádio. Não era um humorista como o Chico Anysio, mas tinha uma verve, era muito engraçado. Através desse humor, ele foi mais que um compositor, foi um dos responsáveis pelo que se considerou o "Espírito Carioca". É essa coisa do bom humor, da verve, da graça", afirma Valença.

Por Renato Marques

Edigar de Alencar

Edigar de Alencar, musicólogo, jornalista, poeta e teatrólogo. Nasceu em 06/11/1901 na cidade de Fortaleza-CE e faleceu no Rio de Janeiro-RJ em 24/04/1993.

Foi para o Rio de Janeiro em 1926, dedicando-se ao comércio.

Escreveu a revista Doce de coco, estrelada por Alda Garrido, no Teatro São José, e foi crítico de teatro, chegando a presidir o Ciclo Independente dos Críticos Teatrais.

Em 1932 publicou seu primeiro livro de poesias, Carnaúba. Cronista do jornal carioca O Dia desde sua fundação, onde assinava sob o pseudônimo de Dig, foi conselheiro de música popular brasileira do MIS, do Rio de Janeiro.

Publicou O Carnaval carioca através da música, 2 volumes, Rio de Janeiro, 1965; A modinha cearense, Rio de Janeiro, 1967; Nosso Sinhô do samba, Rio de Janeiro, 1968.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.