terça-feira, novembro 20, 2007

Marília Medalha


Marília Medalha, cantora e compositora, nasceu em Niterói RJ em 25/7/1944. Aos cinco anos cantava para os amigos da família e, adolescente, frequentava reuniões musicais em Niterói, das quais participavam Sérgio Mendes e Tião Neto, que a acompanhavam em algumas apresentações públicas na cidade. Nesse período, realizou espetáculos no Clube de Regatas de Icaraí e no Clube Central.


Em 1965, Sérgio Mendes, já radicado nos EUA e famoso, convidou-a para integrar seu conjunto; recusou, preferindo participar, a convite de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, da peça Arena conta Zumbi, no Teatro de Arena, de São Paulo, recebendo, por sua atuação, o prêmio de Atriz-revelação de 1965, conferido pela Associação Paulista de Críticos Teatrais.

Dois anos depois, apresentou-se com Edu Lobo num show da boate carioca Zum-Zum e começou a tomar parte no programa da TV Excelsior, de São Paulo, Ensaio Geral, ao lado de Gilberto Gil, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Sérgio Ricardo.

Interpretou no III FMPB, da TV Record, de São Paulo, em 1967, a música Ponteio (Edu Lobo e Capinam), vencedora do concurso. No festival seguinte da mesma emissora, cantou a música (que se classificou em segundo lugar) Memórias de Marta Saré (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri). Ainda em 1968, defendeu na I Bienal do Samba, também na TV Record, a composição colocada em terceiro lugar, de autoria de Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, Pressentimento, gravada no seu primeiro LP — Marília Medalha — lançado pela Philips nesse mesmo ano.

Em 1970 apresentou-se ao lado de Toquinho e Vinícius de Moraes, no Teatro Castro Alves, em Salvador, e também em Buenos Aires, Argentina, na boate La Fusa. No LP Como dizia o poeta, gravado em 1971, junto com Vinícius de Moraes e Toquinho, interpretou duas composições suas, feitas em parceria com Vinícius, Valsa para o ausente e O grande apelo.

Até 1972, excursionou pelo exterior (Argentina, Uruguai, França), com Vinícius de Moraes e Toquinho. Lançou, em 1973, um LP com composições suas e letras de Vinícius, como Encontro e desencontro, e se apresentou no show Caminhada, no Teatro da Praia, no Rio de Janeiro, com direção geral de Silnei Siqueira e direção musical de Paulo Moura.

Participou, dois anos depois, da remontagem do show Opinião (Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa), ao lado de Zé Kéti e João do Vale, sob a direção de Bibi Ferreira, no Teatro Opinião, do Rio de Janeiro.

Em 1978, gravou o LP "Bóias da luz", com destaque para canções como Nós os grandes artistas (Gonzaguinha), Natalino José do Nascimento (Zé Keti) e Depois que foi embora (Fernando Leporace), além da faixa-título (Sueli Costa e Abel Silva), entre outras.

Durante praticamente toda a década de 80, sua carreira ficou restrita a São Paulo, onde se apresentou esporadicamente.

Lançou, em 1992, o disco "Bodas de vidro", produzido e editado pelo governo municipal de Niterói, cidade onde nasceu, registrando composições próprias como Canção da canção que nasceu (c/ Vinícius de Moraes) e Porto aberto (c/ Dulcineia Pilla), além de músicas de outros compositores, como Poeta (Márcio Proença e Paulo César Pinheiro) e Ah! Se eu pudesse (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), além da faixa-título (Sueli Costa e Paulo César Pinheiro), entre outras.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Ovídio Chaves

Ovídio Chaves e Dilu
(A Cena Muda, 1958)
Ovídio Chaves (Ovídio Moojen Chaves), compositor, escritor e instrumentista, nasceu em Lagoa Vermelha RS em 29/7/1910 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 2/8/1978. O pai, comerciante, tocava bandônio e o incentivou no gosto pela música, que começou a estudar aos sete anos.

Em 1932 foi aluno de José Lucchesi no Conservatório de Música de Porto Alegre RS, mas desde 1925 já trabalhava como violinista de orquestra, acompanhando projeções de cinema mudo em Lagoa Vermelha.

Na capital gaúcha foi redator do jornal Correio do Povo. Além do violino, tocava violão; em 1939 estreou como compositor com Fiz a cama na varanda (com Dilu Melo), gravada pela parceira em 1941, na Continental. A música transformou-se no grande sucesso de sua carreira, sendo mais tarde gravada, entre outros, por Inezita Barroso, Dóris Monteiro, Nara Leão, Cantores de Ébano, a Orquestra de Radamés Gnattali, conjuntos de rock e, ainda, na França, em versão.

Em 1942 compôs Alecrim da beira d’água, seguida em 1943 por Menino dos olhos tristes. Dois anos depois compôs o xote Rede de Maria. Em parceria novamente com Dilu Melo, lançou em 1951 a polca Meia-canha. Entre suas músicas posteriores mais importantes, destaca-se a Toada do jangadeiro (com Enoque Figueiredo), de 1962. Em 1967 recebeu o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras, no gênero poesia.

Tem cerca de vinte composições gravadas. Publicou os livros de poesias O cancioneiro, Porto Alegre, 1933; O anel de vidro, Porto Alegre, 1934; Uma janela aberta (foto), Porto Alegre, 1938; ABC de Paquetá, Rio de Janeiro, 1965; e o romance Capricornius, Porto Alegre, 1945.

Obras

Alecrim da beira d’água, 1942; Fiz a cama na varanda (c/Dilu Melo), 1939; Meia-canha (c/Dilu Melo), polca, 1951.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Francisco Egídio


Francisco Egídio (Francisco Egídio dos Santos), cantor e compositor, nasceu em São Paulo SP em 17/1/1927 e faleceu em 17/10/2007 na mesma cidade. Dos 14 aos 24 anos participou de programas de calouros em várias emissoras de rádio, entre os quais o Peneira Rodhine, da Rádio Cultura, de São Paulo, onde cantava sucessos da época, principalmente de Nelson Gonçalves, Francisco Alves e Orlando Silva.


De 1946 a 1950 serviu na polícia militar da Aeronáutica, de onde saiu como cabo. Em 1951 participou do concurso O Cantor dos Bairros, da Rádio Excelsior, de São Paulo, obtendo o primeiro lugar e contrato de experiência por três meses na própria emissora. Nessa época, a Rádio Excelsior passou para as Organizações Vítor Costa e assim ele foi incluído no seu quadro artístico.

Gravou pela primeira vez como cantor em 1953, na Copacabana, com as músicas Rascunho brasileiro (Polera) e uma versão do tango Sin palabras. Fez grande sucesso com a interpretação de Creio em ti, versão que lhe deu o troféu Roquete Pinto em 1960, ano em que deixou a Organização Vítor Costa.

Em 1966 viajou por Portugal e África, fazendo várias apresentações durante dois anos. De volta ao Brasil, excursionou pela Argentina, Uruguai e Paraguai.

Em 1970 gravou sua própria composição Bamboleando, na Odeon. Também participou de filmes, como ator, entre os quais A marcha, de Osvaldo Sampaio, em 1972.

Em 1975, participou da trilha sonora da novela "Meu rico português", da TV Tupi, em LP lançado pela Continental no qual interpretou a música Estranha forma de vida.

Em 1977, lançou pela Chantecler um LP que intitulou de "Chico Egydio" e no qual interpretou clássicos como Se alguém perguntar por mim, de Luiz Wanderley, Risque, de Ary Barroso, Caminhemos, de Herivelto Martins, A volta do boêmio, de Adelino Moreira, e Cinco letras que choram (Adeus), de Silvino Neto. No mesmo ano, participou do LP "Carnaval 77 - Convocação geral" lançado pela Som Livre visando reativar o repertório carnavalesco no qual interpretou a marcha Mulata ponte aérea, de Elzo Augusto.

Em 1978, participou do LP "Sambas de enredo das Escolas de samba do Grupo 1", de São Paulo, lançado pela Continental interpretando o samba-enredo Sonho de um rei negro, de João Dionísio e Bom Cabelo, da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde.

Em 1990, participou do LP "Feitiço da Vila", lançado pela EMI-Odeon em homenagem a Noel Rosa no qual cantou o samba Palpite infeliz.

Em sua extensa carreira gravou mais de vinte discos em 78 rpm além de vários LPs pelas gravadoras Odeon, Chantecler e Continental, além de participar de diversas coletâneas. Seu principal trabalho foi a gravação feita com Roberto Paiva e que relembrou a famosa polêmica entre Noel Rosa e Wilson Batista.

Faleceu em 17/10/2007 de falência múltipla dos órgãos e foi sepultado no cemitério do Tremembé. Egydio tinha mal de Alzheimer.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.