terça-feira, janeiro 01, 2008

Marcos Valle


Marcos Valle (Marcos Kostenbader Valle), compositor, arranjador, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 14/9/1943. Começou a estudar piano clássico aos seis anos, formando-se em piano e teoria musical pelo Conservatório Haydée Lázaro Brandt com 13 anos. Nessa época, passou a estudar acordeom, dedicando-se quatro anos depois ao violão.

Em 1961 formou um trio com Edu Lobo, seu colega de colégio, e Dori Caymmi. Começou a compor com seu irmão, o letrista Paulo Sérgio Valle, criando uma dupla que produziu vários sucessos. A primeira música foi Sonho de Maria, gravada pelo Tamba Trio em 1963.

No ano seguinte, lançou seu primeiro LP, Samba demais, pela Odeon, com seis músicas suas e seis de outros autores, ganhando com esse disco vários prêmios. Nessa época, começou a se apresentar em shows, cantando suas próprias composições, entre as quais fez sucesso Terra de ninguém.

Em seu segundo LP — O compositor e o cantor Marcos Valle — editado em 1965, incluiu uma de suas músicas de maior êxito, Eu preciso aprender a ser só. Em junho do mesmo ano, foi para os EUA e, ao chegar, sua composição Samba de verão, gravada por Walter Wanderley, estava em segundo lugar nas paradas de sucesso (a música teve cerca de 80 gravações diferentes nos EUA). Durante oito meses se apresentou com o conjunto de Sérgio Mendes em boates, universidades e na televisão, tendo participado do programa de Andy Williams.

Em 1966 voltou ao Brasil, onde se apresentou em televisão e shows e gravou outro LP Braziliance — a música de Marcos Valle, e nos anos seguintes gravou ainda os LPs Viola enluarada (1967) e Mustang cor de sangue (1969), todos pela Odeon. No fim da década de 1960, começou a dedicar-se à composição de temas de novelas, tendo feito Azimute em 1969 para a novela Véu de noiva.

Gravou nessa época os LPs Marcos Vale (1970), com o tema de novela Pígmalião 70 (com Paulo Sérgio Valle e Novelli); Garra (1971), contendo Com mais de trinta e Black is Beautiful (com Paulo Sérgio Valle); Vento sul (1972); Previsão do tempo (1973), com o tema da novela Ossos do barão (com Paulo Sérgio Valle); Marcos Vale (1974), com Meu herói (com Paulo Sérgio Valle). Venceu, em 1971, a IV Olimpíada da Canção de Atenas, Grécia, com Minha voz virá do sol da América.

De 1975 a 1980 morou nos EUA, onde cantou a música Something (George Harrison) com Sarah Vaughan, no disco Songs of the Beatles, lançado em 1981. Em 1977 escreveu os arranjos, juntamente com Airto Moreira, para o disco deste intitulado Touching You, Touching Me, que foi indicado para o Prêmio Grammy.

Em 1979, o grupo Chicago gravou músicas suas, e Sarah Vaughan incluiu duas versões no disco I Love Brazil: If You Went Away (versão de Eu preciso aprender a ser só) e The Face I Love (versão de Seu encanto). Retornou ao Brasil em 1981 e gravou pela Som Livre o disco Vontade de rever você.

Em 1983 lançou Marcos Valle, também pela Som Livre, cuja música Estrelar fez sucesso. Gravou em 1984 um compacto que incluiu Bicicleta, outro êxito. Em 1986 gravou o disco Tempo da gente, para a gravadora Arca Som.

No início da década de 1990, suas músicas foram descobertas pela juventude de Londres, Inglaterra, e passaram a ser tocadas nas pistas de dança inglesas, o que se espalhou pela Europa e Japão, em seqüência. Em 1995 foi lançado na Europa e Japão The Essential Marcos Valle, e em 1996 The Essential Marcos Valle n°2. Graças a esse revival, foi apontado como o Homem do Momento de 1995 pela revista européia Straight No Chased.

No exterior, foram lançados ainda Previsão do tempo (1996), O compositor e o cantor (1997) e Vontade de rever você (1997), indicando sua grande popularidade atual. Vários intérpretes da música negra americana gravaram suas músicas.

Algumas músicas









Obras

Black is Beautiful (c/Paulo Sérgio Valle), 1971; Bloco do eu sozinho (c/Ruy Guerra), s.d.; Bye Bye tristeza (C/Carlos Colla), s.d.; Campina Grande, s.d.; Capitão de indústria (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Com mais de trinta (c/Paulo Sérgio Valle), 1971; Os dentes brancos do mundo (c/Paulo Sérgio Valle), 1969; Deus brasileiro (c/Paulo Sérgio Vale), samba, 1965; Dia de vitória (c/Paulo Sérgio Valle), 1970; Dorme profundo (c/Pingarilho) 1971; Estrelar (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Gente (c/Paulo Sérgio Vale), s.d.; Lenda (c/Lula Freire), samba 1965; Maria da favela (c/Paulo Sérgio Valle), 1965; Mustang cor de sangue (c/Paulo Sérgio Valle), 1969; Paixão antiga (c/Paulo Sérgio Vale), s.d.; Pelas ruas do Recife (c/Paulo Sérgio Valle), 1968; Pigmalião 70 (c/Paulo Sérgio Vale e Novelli), 1970; Preciso aprender a ser só (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1965; Quarentão simpático (c/Paulo Sérgio Valle), 1970; Remédio pro coração (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Samba de verão (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1965; Sonho de Maria (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1963; Verão violento (c/Fausto Nilo), samba; Viola enluarada (c/Paulo Sérgio Valle), toada, 1967.

CD: Portifólio (3 CDs Mustang cor de sangue, Garra e Previsão do tempo), 1997, EMI 859/66-2.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

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