Abraão Valério (Hélio Dias Valério), cantor, compositor, instrumentista e passista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4/8/1940. Percussionista, tocou em vários espetáculos surdo, pandeiro e tamborim. O pai, Manoel Dias Valério, funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil, era violonista amador, além de tocar pandeiro e berimbau. A mãe, Francisca Dias Valério, teve aulas de canto em Juiz de Fora e atuou em coros de igrejas no Rio de Janeiro.
Ainda menino na década de 1940, levado pelo pai, participava do Bloco Carnavalesco da Dona Belega, no subúrbio de Marechal Hermes.
Na década de 1960, ao lado de Candeia, Joãozinho da Pecadora, Jair do Cavaquinho, Jabolô, Mílton Cebola, Ari do Cavaco, Waldir 59 e Eloy do Bloco Carnavalesco Namorar Eu Sei, entre outros, participou várias vezes do “Pagode no trem”, evento criado por Paulo da Portela. Em várias ocasiões, em discos e shows, também assinou com o pseudônimo "Abraão da Portela".
A partir do ano de 1976, com os sambas-de-quadra Rosas vermelhas e Sonho de um portelense, passou a integrar a Ala dos Compositores da Portela, sempre conseguindo boas classificações com sambas-enredos de sua autoria nas disputas dentro da escola. No ano seguinte assumiu o cargo de Secretário Geral do Departamento Musical da Portela.
Neste ano de 1976 Jota Ramos interpretou de sua autoria em parceria com Zé Clóvis Aqui se faz aqui se paga no LP Olé do partido alto Volume 4, lançado pela gravadora Tapecar. Neste mesmo ano foi campeão de samba-enredo no Bloco Carnavalesco Carinhoso de Bento Ribeiro, tendo sido o primeiro compositor de bloco a receber “Direito Autoral de Arena”.
No ano seguinte, também com o pseudônimo Abraão Valério, participou do disco O plá dos partideiros, lançado pela gravadora EMI-Odeon, no qual interpretou de sua autoria Quem comeu passou mal (c/ Arthur Vilarinho) e Olho no forasteiro, em parceria com Sílvio Cláudio.
No ano de 1980 Dicró gravou A recepção, parceria de Dicró, Jota Ramos e Abraão da Portela, este último, também um de seus pseudônimos. No ano seguinte, também assinando Abraão da Portela, sua composição O professor (c/ Dicró e Jota Ramos) deu título ao disco de Dicró, lançado pela gravadora Continental.
Em 1985 participou ao lado de Baianinho, Gracia do Salgueiro, Anézio, Tião do Cavaco, Luiz Grande, Marinho da Muda e Crioulo Doido, entre outros, do LP Partido alto já!, no qual interpretou de sua autoria as faixas O rei da animação (c/ Carlos Agrícola) e Nega esperta, em parceria com João Albuquerque.
Entre os anos de 1992 e 1993 atuou na Riotur como jurado do quisito “Bateria, harmonia e samba-enredo” nos desfiles das escolas de samba dos grupos 3 e de Acesso apresentados na Avenida Rio Branco.
Ingressou no Serviço Público no SUS (Ministério da Saúde), onde formou-se em Técnico de Endemias, aposentando-se em 1996.
No ano de 1998 estudou artes dramáticas com o professor Paullo de Souza, no Sesc de Madureira, tendo participado da peça Faz me rir.
No ano de 2007 o cantor Ronaldo Pudim, no CD Revivendo os bons tempos, lançado pela Casa do Compositor Musical, interepretou Sonho portelense, de Abraão Valério.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB; Observatório Comunitário.
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