Dolores Duran |
E Carmen Miranda, lembram-se? Só que a Carmen querida estava doente. Tinha melhorado muito, depois de visitar o Brasil. Mas já voltara ao trabalho. E, recolhendo-se tarde da noite, à sua residência, foi para seu quarto separado, enquanto seu esposo descansava em outro. Pela madrugada, Carmen levantou-se, passando mal, deu dois ou três passos, sem poder chamar pelo marido e... caiu morta, sozinha.
Carmen Miranda |
Agora, recentemente, foi Zezé Fonseca. Estava só, em seu apartamento pequeno de Copacabana. Preparava o almoço, já tarde, quando explodiu o fogão a gás. Morreu Zezé, carbonizada, sem que alguém a pudesse socorrer. Morreu só. Sozinha.
Será isso um desígnio? Será uma coincidência? Por que morrem as estrelas sozinhas?
Zezé Fonseca |
Coincidência? Fatalidade? Ninguém entende a morte...
Dirão que muita gente já ter morrido assim. É certo. Que outras estrelas também tenham dormido o sono eterno e que seus nomes não estão aqui. Mas não é o que importa, agora. Mas o que os fãs tem em memória são esses três, de Dolores, de Carmen, de Zezé. Morreram sem um adeus, sem uma mão amiga de alguém ao seu lado, sem a prece de um ente querido, sem nada.
Mas há um consolo e a ele nos devemos agarrar: nada neste mundo acontece sem ser por vontade de Deus. E Deus sabe o que faz."
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Fonte: Revista do Rádio - 29 de Setembro de 1962.
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