quarta-feira, julho 10, 2013

Georges Moran

Russo de nascimento, alemão de educação, francês por temperamento e brasileiro por convivência, Georges Moran é um artista apaixonado e um compositor de talento (Foto: O Malho, de 21/07/1938).

Georges Moran, maestro e compositor, nasceu em São Petesburgo, Rússia, em 05/07/1900, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 07/10/1974. Na Rússia estudou piano e violino. Judeu russo imigrou para a Alemanha em 1923, onde se casou. Com a subida dos nazistas ao poder fugiu para a França em 1934 e depois viajou para o Brasil no mesmo ano, iniciando a carreira artística como instrumentista tocando balalaica.

Mais tarde, tocando piano e violino fez parte de diversos pequenos conjuntos, trabalhando em revistas teatrais e fazendo shows em cassinos, além de atuar em estações de rádio. Logo fez parceria com Osvaldo Santiago com quem compôs suas primeiras músicas no Brasil. Suas primeiras composições gravadas foram o fox-canção Vinte e quatro horas sem amor, e a valsa Meu sonho é só meu, parcerias com Osvaldo Santiago, e lançadas por Carlos Galhardo na Victor.



Em 1938, Vicente Celestino gravou na Victor a valsa-canção Madona, com Manoel da Nóbrega, enquanto Orlando Silva, então em pleno sucesso, lançou também pela Victor a valsa Balalaika, com Armando Fernandes.



Em 1939, teve duas composições gravadas por Nuno Roland na Odeon a valsa-canção Manon, com Osvaldo Santiago, e o fox-blue Rosali, e mais duas por Cândido Botelho na mesma gravadora: a valsa-canção Fosse eu dono da tua boca, e a valsa Canta guitarra, ambas em parceria com Osvaldo Santiago. Nesse ano, Roberto Paiva gravou na Odeon a valsa Sim... És... Tu, e o fox-blue Apaixonei-me outra vez, esta última, parceria com Osvaldo Santiago, e que se tornou um dos sucessos do ano. Uma outra composição foi registrada por Dircinha Batista e lançada no início do ano seguinte para o carnaval: a marcha Katucha, com Osvaldo Santiago.

Também em 1939, Carlos Galhardo gravou na Victor o fox-canção Linda butterfly, a valsa Perfume de mulher bonita, e o fox Dia há de chegar, todas com Osvaldo Santiago, enquanto Orlando Silva, também na Victor, registrou o fox Como tu ninguém, com Manoel da Nóbrega, e o fox Zíngaro, e Cândido Botelho na Odeon a valsa-canção Fosse eu dono da tua boca e a valsa Canta guitarra, ambas com Osvaldo Santiago.





No início de 1940, teve gravadas suas primeiras parcerias com o poeta J. G. de Araújo Jorge, a valsa Ao som das balalaicas, seu maior sucesso, e o fox-canção Moreninha linda, ambas na voz de Nuno Roland. Nesse ano a dupla caipira Alvarenga e Ranchinho gravou na Odeon a rancheira Brasileiro apaixonado, com Osvaldo Santiago. Ainda em 1940, Sílvio Caldas gravou na Victor a valsa Kátia, com Victor Bezerra, e Carlos Galhardo, também na Victor, lançou as valsas Dois navios, com Victor Bezerra, e Confissão, com Manoel da Nóbrega.





Em 1941, na Victor, Sílvio Caldas gravou a valsa Se tu soubesses, com Cristóvão de Alencar. Já pela Odeon, Newton Teixeira lançou a valsa Se tudo fosse meu, também com Cristóvão de Alencar. No ano seguinte, ainda na Victor, Carlos Galhardo lançou a valsa A mulher que eu tanto adoro, com Mário Rossi. Para o carnaval de 1942, a marcha Eu tenho um cachorrinho, com Osvaldo Santiago, foi gravada na Odeon por Emilinha Borba.




Em 1943, o trio vocal Trigêmeos Vocalistas gravou na Columbia o fox A minha namorada Juju, com Freitas Guimarães. Nesse ano, na Odeon, foram gravadas duas parcerias com o poeta J. G. de Araújo Jorge, o fox-canção Primavera em flor, na voz de Odete Amaral, e a valsa Será verdade?, no registro de Orlando Silva, que também gravou o fox Podes mentir, com Aldo Cabral.

Ainda em 1943, Francisco Alves lançou na Odeon a valsa-canção Ainda serás minha, com Cristóvão de Alencar, enquanto os Anjos do Inferno registraram na Continental a rumba Praia mulher, com J. G. de Araújo Jorge, Silvio Caldas gravou Ninotchka, com  Cristóvão de Alencar, e os Trigêmeos Vocalistas na mesma gravadora lançaram o fox A minha namorada Juju, com Freitas Guimarães. Nessa mesma época, uma valsa sua ganhou letra de David Nasser com o nome de Exilado sendo gravada por Carlos Galhardo sendo assim uma espécie de autobiografia dele que tinha vindo se exilar no Brasil.





Em 1944, teve gravadas a valsa Oi, iaiá baiana, com Freitas Guimarães, por Francisco Alves, o paso-doble Carioca, com J. G. de Araújo Jorge, pelos Trigêmeos Vocalistas, e a valsa Toureador, com Osvaldo Santiago, por Odete Amaral e Quarteto de Bronze, as três na Odeon, além da valsa Indiferença, com J. G. de Araújo Jorge, na voz de Carlos Galhardo, na Victor. No ano seguinte, na Odeon, os Trigêmeos Vocalistas registraram o fox Os três mosqueteiros, com Freitas Guimarães.




Em 1946, o fox Francesinha, com letra de Osvaldo Santiago foi registrado na Odeon pelos Trigêmeos Vocalistas que lançaram também, visando o carnaval seguinte, a marcha Volga, volga, com letra também de Osvaldo Santiago. Orlando Silva gravou na Odeon em 1947, a valsa Perdoa, meu amor!, com J. G. de Araújo Jorge, e logo em seguida a valsa Maldito amor, com Cristóvão de Alencar.



Em 1953, mostrando já estar bem ambientado à musicalidade brasileira depois de quase 20 anos no Brasil, compôs o samba Perversa gravado na RCA Victor por Gilberto Milfont. No mesmo ano, compôs o samba Ninguém te afastará de mim, com letra de J. G. de Araújo Jorge, gravado por Carlos Galhardo na RCA Victor.

Em 1954, a valsa Aconteceu assim, com Osvaldinho, foi lançada na RCA Victor por Carlos Galhardo, enquanto Francisco Carlos na mesma gravadora lançou o bolero Ela me beijava, com Carlos Barroso. No ano seguinte, seu bolero Bella madonna, foi registrado por Carlos Galhardo.

Teve em 1957, os sambas-canção Se tu soubesses e Não voltarás, nem voltarei..., com Nogueira da Silva, gravados por Lúcio Alves no LP Serestas lançado pela Mocambo.

Em 1969, tornou-se um dos primeiros músicos populares a obter a aposentadoria. Passou os seis últimos anos de vida vivendo de forma precária em São Paulo em moradia modesta. Acometido de derrame cerebral foi acudida pela filha e transferido para o abrigo Lar João XXIII onde veio a falecer.

Obra


A minha namorada Juju (c/ Freitas Guimarães), A mulher que eu tanto adoro (c/ Mário Rossi), Aconteceu assim (c/ Osvaldinho), Ainda serás minha (c/ Cristóvão de Alencar), Ao som das balalaicas (c/ J. G. de Araújo Jorge), Apaixonei-me outra vez (c/ Osvaldo Santiago), Apartamento pequenino (c/ R. Costa), Balalaika (c/ Armando Fernandes), Bella madonna, Brasileiro apaixonado (c/ Osvaldo Santiago), Canção do barqueiro do Volga (c/ Arlindo Marques Junior), Canta guitarra (c/ Osvaldo Santiago), Carioca (c/ J. G. de Araújo Jorge), Chiquita (c/ Osvaldo Santiago), Como tu ninguém (c/ Manoel da Nóbrega), Confissão (c/ Manoel da Nóbrega), De amar-te tanto, Dia há de chegar (c/ Osvaldo Santiago), Dois navios (c/ Victor Bezerra), Ela me beijava (c/ Carlos Barroso), Eu te amo (c/ Cristóvão de Alencar), Eu tenho um cachorrinho (c/ Osvaldo Santiago), Exilado (c/ David Nasser), Fosse eu dono da tua boca (c/ Osvaldo Santiago), Francesinha (c/ Osvald Santiago), Indiferença (c/ J. G. de Araújo Jorge), Kátia (c/ Victor Bezerra), Katucha (c/ Osvaldo Santiago), Linda butterfly (c/ Osvaldo Santiago), Madona (c/ Manoel da Nóbrega), Maldito amor (c/ Cristóvão de Alencar), Manon (c/ Osvaldo Santiago), Meu amigo violão (c/ J. G. de Araújo Jorge), Meu mundo se chama você (c/ Osvaldo Santiago), Meu sonho é só meu (c/ Osvaldo Santiago), Minha namorada Juju (c/ Freitas Guimarães), Moreninha linda (c/ J. G. de Araújo Jorge), Mulher que eu tanto adoro (c/ Mário Rossi), Não quero mair chorar (c/ Aldo Cabral), Ninguém te afastará de mim (c/ J. G. de Araújo Jorge), Ninotchka (c/ Cristóvão de Alencar), Nunca sonhei (c/ J. G. de Araújo Jorge), Oi, iaiá baiana (c/ Freitas Guimarães), Olhos negros (c/ Arlindo Marques Junior), Os três mosqueteiros (c/ Freitas Guimarães), Perdoa, meu amor! (c/ J. G. de Araújo Jorge), Perfume de mulher bonita (c/ Osvaldo Santiago), Perversa, Podes mentir (c/ Aldo Cabral), Praia mulher (c/ J. G. de Araújo Jorge), Primavera em flor (c/ J. G. de Araújo Jorge), Rosali, Se tu soubesses (c/ Cristóvão de Alencar), Se tudo fosse meu (c/ Cristóvão de Alencar), Será verdade? (c/ J. G. de Araújo Jorge), Silêncio (c/ David Nasser), Sim, és tu, Só me falta você (c/ J. G. de Araújo Jorge), Toureador (c/ Osvaldo Santiago), Tu precisas de mim (c/ J. G. de Araújo Jorge), Uma vez, outra vez (c/ Osvaldo Santiago), Vinte e quatro horas sem amor (c/ Osvaldo Santiago), Volga, Volga (c/ Osvaldo Santiago), Zingaresca (c/ Maugéri Neto), Zíngaro.

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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista "O Malho", de 21/07/1938.

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