sexta-feira, abril 11, 2014

Déo Maia

Déo Maia em 1936
Déo Maia, cantora, compositora, atriz e vedete do teatro de revistas, nasceu em São Paulo-SP (provavelmente em 1915) e, por volta de 1935, foi descoberta nessa capital pelo produtor Jardel Jércolis que a levou para o Rio de Janeiro.

Em 1936, atuou na revista Maravilhosa, de Jardel Jércolis e Geysa Bôscoli na qual interpretou o choro Quem é?, de Custódio Mesquita e Joraci Camargo, que foi sucesso na gravação de Carmen Miranda e Castro Barbosa e que nessa revista recebeu o título de Cena doméstica.

Ainda na revista Maravilhosa alcançou grande sucesso ao lançar em dueto com Grande Otelo a batucada No tabuleiro da baiana, de Ary Barroso, que fora gravada antes por Carmen Miranda e Luiz Barbosa mas cujo disco somente foi lançado depois da batucada já ter sido lançada na revista Maravilhosa. No ano seguinte, atuou com Apolo Correa na revista Sempre sorrindo, de Luiz Peixoto e Gilberto Goulart, apresentada no Teatro Recreio. Por essa época, contratada da Companhia de Revistas de Jardel Jércolis, apresentou-se na Argentina e no Chile.

Em 1939, atuou com Grande Otelo na opereta Mestiça. Na ocasião os dois cantaram o samba Rosinha e Tico-Tico, de Ary Barroso, que nunca chegou a ser gravado. Apresentou-se por diversas vezes no Cassino da Urca.

Em 1942, atuou no filme Astros em desfile, dirigido por José Carlos Burle e que contava ainda em seu elenco com Grande Otelo, Emilinha Borba, Luiz Gonzaga, Manézinho Araujo e o grupo Quatro Ases e Um Coringa.

Embora atuando no teatro de revistas com bastante sucesso desde a década de 1930, somente gravou seu primeiro disco em 1953, pela gravadora Odeon, cantando em dueto com Pimentinha, e com acompanhamento de conjunto regional, o choro Vou à Paris, de Vicente Paiva e Luiz Peixoto e o samba Dengo, de Ary Barroso. Ainda em 1953, atuou no espetáculo Esta vida é um carnaval montado por Carlos Machado na boate Casablanca.

No ano seguinte, lançou um segundo disco no qual cantava sozinha o samba Carlota, de Denis Brean e em dueto com Pimentinha o samba Nois precisemo, de Ary Barroso. Ainda nesse ano, gravou com acompanhamento de orquestra a macumba Beira mar, de sua autoria e Getúlio Marinho e o samba Não tenho ambição, de Man Victor. Também nesse ano, participou com Grande Otelo da revista Esta vida é um carnaval.

Na ocasião o Jornal do Brasil publicou a seguinte nota: "Grande Otelo e Déo Maia, eis a dupla que está revolucionando Copacabana, com seus números de grande comicidade que é um dos maiores êxitos do ano, "Esta vida é um carnaval", espetáculo puramente nacional que o Teatro Jardel está apresentando e que conta com a participação de Russo do Pandeiro, Dulcinéa e as pastoras da escola de samba Imperio Serrano".

Em 1955, fez temporada na boate Plaza no Rio de Janeiro. Na ocasião, escreveu Ary Barroso em sua crônica em O Jornal: "Ninguém desconhece a categoria artística de nossa admirável Déo Maia. A mulata é ouro em pó".

Obra

Beira mar (c/ Getúlio Marinho)

Discografia

(1954) Carlota / Nois precisemo • Odeon • 78
(1954) Beira mar / Não tenho ambição • Odeon • 78
(1953) Vou à Paris / Dengo • Odeon • 78

Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982; CABRAL, Sérgio. No tempo de Ary Barroso. Rio de Janeiro: Lumiar, 1993.


Fontes: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira; Foto: CARIOCA, de 26/12/1936.

Nenhum comentário:

Postar um comentário