segunda-feira, dezembro 04, 2006

Violeta Cavalcanti



Violeta Cavalcanti, cantora, nasceu em 1/7/1923, em Manaus, Amazonas. Foi para o Rio de Janeiro, juntamente com a família, aos 9 anos. Estudava na Escola Paraná, no bairro carioca de Madureira, quando, com apenas 10 anos, conheceu Heitor Villa-Lobos, sendo selecionada pelo maestro para cantar no Conjunto Orfeônico Infantil organizado por ele, integrado por crianças das escolas públicas da capital, onde se apresentou no Teatro Municipal.


Em 1940, com apenas 14 anos, participou do programa de calouros de Ary Barroso, onde se apresentou cantando O samba e o tango, um sucesso de Carmen Miranda, cantora de quem era fã. A interpretação impecável, sem imitar Carmen, lhe garantiu o primeiro lugar, contestado pelo próprio Ary Barroso, que afirmou: "Ganhou, mas não leva. Você já é herdeira de Carmen Miranda, portanto, profissional, e o prêmio é para calouros." Foi grande a dificuldade para convencer Ary Barroso de que aquela era a primeira vez que a moça se apresentava no rádio.

A ida de Carmen Miranda para os Estados Unidos favoreceu o início de sua carreira no rádio, onde a jovem passou a cantar os sucessos da "Pequena Notável", compensando o espaço deixado e a saudade dos fãs de Carmen.

Trabalhou nas Rádios Tupi, Educadora, Ipanema, onde assinou seu primeiro contrato, consagrando-se principalmente pela interpretação original de Camisa listrada, outro sucesso de Carmen, de autoria de Assis Valente.

Gravou o primeiro disco em 1940, com Vou sair de Pai João, marcha de J. Cascata e Leonel Azevedo e Pulo do gato, de J. Cascata e Correia da Silva pela Victor. Assinou contrato com a Rádio Nacional em 1941, onde permaneceu até 1957.

Em 1955, fez sucesso com o samba-canção Cartas, composição de Antônio Maria, gravado pela Odeon, com arranjos do então jovem maestro Tom Jobim. Destacou-se como intérprete das canções de Dorival Caymmi, com destaque para o samba-canção Só louco, gravado em 1956 na Odeon. O maior sucesso veio com o samba "Fita meus olhos", de Peterpan, gravado no mesmo ano pela Odeon.

Abandonou a carreira em 1957, para casar-se. Depois de longo afastamento da vida artística, convidada por Albino Pinheiro para shows da série "Seis e meia", retomou a carreira 20 anos mais tarde, incentivada por Paulinho da Viola, se apresenando no projeto ao lado de Paulinho.

Em 1987, passou a integrar o grupo vocal As Cantoras do Rádio, juntamente com Nora Ney, Rosita Gonzalez, Zezé Gonzaga, Ellen de Lima, Carmélia Alves e Ademilde Fonseca. Gravou com outros cantores os Lps Velhos sambas - velhos bambas, Vols. 1 e 2 e Ary Barroso - 90 anos, em 1992, ambos editados pela Fenab.


No fim da década de 1980 e início da de 1990, com As Cantoras do Rádio, gravou dois CDs e fez vários shows pelo Brasil. Participou ainda em 1988 do LP duplo Há sempre um nome de mulher, produzido por Ricardo Cravo Albin e que alcançou a tiragem de 600 mil cópias, em benefício da Campanha do Aleitamento Materno (LBA/ Banco do Brasil).

Em 13 de junho de 2001, estreou, ao lado de Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas e Ellen de Lima o show As Cantoras do Rádio: Estão voltando as flores, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin, no Teatro-Café Arena, em Copacabana, no Rio. Nesse show, Violeta personificava Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida, Nora Ney e Dalva de Oliveira, cantando alguns dos sucessos que marcaram as carreiras dessas cantoras, como Mulata Assanhada (Ataulfo Alves) e Não me diga adeus ( Paquito/ L. Soberano/ J.C. Silva).


Fontes: Cantoras do Brasil - Violeta Cavalcanti; Dicionário Cravo Albin da MPB.

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