Júlia Martins (circa 1890, Rio de Janeiro, RJ - circa 1936, Rio de Janeiro, RJ), cantora e atriz do teatro de revista, foi uma das pioneiras nas gravações de discos no Brasil. Foi foi contratada pela Victor Record em 1912, estreando em discos cantando em duetos com o intérprete João Barros.
Em 1913, foi contratada pela Odeon. Em janeiro desse ano gravou em dueto com Eduardo das Neves A cocote e o marchante, do próprio Eduardo das Neves. Em seguida, gravou a canção Caraboo, composição do norte americano Sam Marshal e que fez enorme sucesso na versão de M. Albuquerque no carnaval do ano anterior. No mesmo ano, gravou o lundu A flor da pitangueira, música que cantava na revista República do amor, um destaque de seu repertório teatral.
Também em 1913, gravou com o cantor Bahiano, os duetos A vassourinha (Felipe Duarte e Luiz Filgueira), e O engraxate (B. Esfolado), O retrato e a flor, e A cigana e o feiticeiro, de autores desconhecidos, e de autoria do próprio Bahiano as faixas Cidade Nova e Saco do Alferes, Ai que gostos, e O vagabundo e a mulata. Também gravou A viola está magoada, que contou com acompanhamento do Grupo da Casa Edison e que aparece no selo com a denominação de "samba", quatro anos antes da gravação de Pelo telefone, que ficou consagrada como o primeiro samba gravado, talvez pelo sucesso maior.
Ainda desse ano, é sua gravação da cançoneta A mulatinha, de Chiquinha Gonzaga e Patrocínio Filho, e com Eduardo das Neves, o batuque sertanejo Caboca di Caxangá, de Catulo da Paixão Cearense, que caracterizou pela primeira vez uma composição designada como de cunho regional. Ainda em 1913, atuou na revista Chegou o Neves, juntamente com Ciniro Polônio, Brandão Velho, e Mercedes Vila. Foi nessa revista, que Pixinguinha, então com apenas 16 anos estreou nos palcos.
Por volta de 1914, gravou em dueto com o tenor Tomaz de Souza A vassourinha, de Felipe Duarte e Luiz Filgueira. Gravou um total de vinte discos.
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