domingo, janeiro 27, 2008

Noiva da gafieira



O samba "Noiva da gafieira", interpretado por Jorge Veiga, é dono de uma abertura instrumental singela e de uma letra que refaz os passos de um cantor casanova que é autuado por um guarda indisposto. “Essa pequena que o senhor está vendo comigo, aqui sentada, é minha namorada / Fique sabendo que entre nós dois não acontece nada”. Mas, na delegacia, o comissário-de-dia o reconhece, pede um samba, e o liberta em tom disfarçadamente hostil: “Parece bobo, sô! Vá dando o pirandelo logo depressa!”.

LP Jorge Veiga - Alô! Alô! Canta Jorge Veiga / Título da música: Noiva de Gafieira / Domingos Ludovic (Compositor) / Guimarães Santos (Compositor) / Waldemar Pujol (Compositor) / Jorge Veiga (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Nº Álbum: CLP 11052 / Ano: 1958 / Lado B / Faixa 6 / Gênero musical: Samba.



Fui autuado como contraventor
Na lei do meu país
Porque sou muito infeliz
Eu estava sentado
Num banco alinhado
Lá na Praça da Bandeira
Venha cá cabrocha faceira

Chegou seu municipa
Lançando o cassetete
Me mandou levantar
Eu disse: Ô moço, espera lá!
Que isso não são horas
De ninguém namorar

Eu me queimei e respondi
Espera lá, seu guarda
É que o senhor está muito enganado
Não seja assim tão aprovado
Fique sabendo que eu sou moço-família
E sou rapaz direito
Nunca faltei com o respeito

Esta pequena que o senhor está vendo
Aqui comigo sentada
Pois é a minha namorada
Fique sabendo que entre nós dois
Não acontece nada
Ela é sabida, é escolada

Diz que então por isso mesmo
Disse o guarda pra mim
É que eu vou lhe autuar
Chega pra mim, vamo até lá
O comissãrio-de-dia
É que vai resolver sua situação
Seu atrevido, intrujão

Ah, pelo que vejo
Você é um vago-mestre
Que nem casa tem
Vive dormindo lá no trem
Eu sou da brincadeira
Eu vim da gafieira
Minha noiva também
Eu nunca fiz mal à ninguém

Quando eu cheguei no distrito
Muito aflito
Para me justificar
Pedi, minha gente onde falar
O comissário-de-dia já me conhecia
E era um bom homem
Já ouviu falar pelo meu nome
E disse assim pra mim:
Pois vai cantando alguma coisa
Que eu quero escutar
O seu coisinha, mete lá!

Quando larguei o velho samba
Ele ficou de pernas bambas
E disse: eu vou lhe soltar
Se espiga, vá-se embora,
Vá pro China, pra Japã..
Parece bobo, sô!
Vá dando o pirandelo logo depressa!
Vâmo!

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