domingo, setembro 25, 2011

A impressão musical no Brasil - Parte 7

Ruas 1º de Março e Duque de Caxias - Recife (Pernambuco) - Últimas décadas do séc. XIX.
Recife - Segundo Pereira da Costa (em Estudo sobre as artes em Pernambuco, Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, nr. 54, 1900), existia, em 1852, uma Imprensa de Música na Rua Bela, 28, que publicou as valsas Madrugada, para piano, Salto, para flauta, e Luisada, para violão. Na mesma época foram publicadas em Recife várias obras didáticas sobre música.

Em 1843 a Tipografia Santos & Cia. imprimia o Tratado científico metódico-prático de contraponto, de Joseph Fachinetti, e da Tipografia Imparcial da Viúva Roma, na Rua da Praia, 55 (calcografia do padre E. J. de Azevedo), saía em1851 o Indicador dos acordos para violão, de Miguel José Rodrigues Vieira. Seis anos depois, Tomás da Cunha Lima Cantuária, músico e compositor, publicava sua Pequena arte de música. Antônio José d’Azevedo, com oficina litográfica na Rua Nova, 11, imprimiu também, nas últimas décadas do século passado, alguma música de salão.

Ainda no final do século XIX, Victor Préalle, que até 1870 tivera loja de música no Rio de Janeiro, deixou o negócio com Henri Préalle e transferiu-se para Recife, abrindo loja na Rua do Imperador, 55. Continuou imprimindo músicas com chapas numeradas (cerca de 260), em grande maioria peças de Misael Domingues, compositor alagoano. A firma passou então para Préalle & Cia. suc. de Victor Préalle, no mesmo endereço, mudando-se mais tarde para Rua Barão da Vitória, 59.

Em 1899 já tinham imprimido cerca de 390 chapas, na maioria de compositores brasileiros, além de Misael Domingues, Euclides Fonseca, Antônio Rayol, Antônio Henrique Albertazzi, Francisco Libânio Colás e outros. No final da década de 1910 estavam com loja na Rua Floriano Peixoto, 115.

Eduardo Paiva abriu Loja de Pianos, Instrumentos, Músicas e Artigos Diversos, na Rua Nova (hoje Rua Barão da Vitória), 13. Em 1913 iniciou a publicação de músicas, muitas delas impressas em Leipzig, Alemanha, e mais tarde em Recife e São Paulo. As primeiras peças eram todas de Alfredo Gama. Na década de 1920, mudou-se para a Rua das Laranjeiras, 58, como Casa Paiva, imprimindo muito pouco.

Em 1916 abriu-se a Casa Ribas de Artur & Ribas, na Rua da Imperatriz, 173. Três anos depois Artur Aroxa estava sozinho na firma e publicando muita música de salão de compositores brasileiros, que mandava imprimir em São Paulo. As edições não eram numeradas, mas a produção era abundante. Em 1920, eram representantes da Casa Bevilacqua do Rio de Janeiro, e até 1930 continuavam publicando.

Azevedo Júnior & Cia., com Casa de Música na Rua da Imperatriz, 185, imprimiu muita música de salão na década de 1920 até cerca de 1935. Em 1940 a casa continuava no mesmo endereço, mas a firma passara a Cirne & Irmãs.

A Secção de Música, de Dantas Bastos & Cia., na Rua Sigismundo Gonçalves, 95, iniciou por volta de 1929 a publicação da Edição musical mauricéia, sob a direção do compositor Nelson Ferreira, autor da maioria das obras publicadas. No ano seguinte, foi comprada pela Casa Parlophon, de M. G. Martins, continuando no mesmo endereço.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - São Paulo - 2a. Edição - 1998.

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