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Deo (Ferjalla Rizkalla) |
Na época em que esse samba foi lançado - logo após o carnaval de 1943 -, o mundo estava em guerra e, entre os vários problemas consequentes, havia o racionamento de farinha de trigo no Brasil, o que levava a uma forçada economia no consumo de pão. Haroldo Lobo e Wilson Batista tiveram a ideia de utilizar a separação de um casal como justificativa para a suspensão do fornecimento de pão (numa clara crítica ao racionamento).
O samba foi editado somente como "Não é economia", mas no disco constava o título "Alô, padeiro" (Não é economia). Destinada por Wilson Batista ao cantor Deo (então em grande evidência, com o sugestivo cognome "o ditador de sucessos"), a música teve grande aceitação e ainda hoje inscreve-se entre as mais importantes criações de Haroldo Lobo. (Fonte: Nova História da Musica Popular Brasileira - Haroldo Lobo, fascículo + disco - Abril Cultural, 2a.edição, 1978).
Gravação original: disco 78 rpm / Título da música: Não é economia (Alô padeiro) / Autoria: Lobo, Haroldo (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Déo (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Columbia, 1943 / Nº Álbum 55419 / Lado A / Gênero musical: Samba
Alô, padeiro, bom dia.
De amanhã em diante
eu vou suspender o pão.
Eu explico a razão:
não é economia.
É que aqui em casa
eu agora estou sozinho,
aquela morena
já não me faz companhia.
Alô padeiro (breque)
avise ao quitandeiro
que eu briguei com a Dulcineca
sem ela, pra que legumes (neca, neca).
Vendi o rádio, a nossa cama
e o fogão
e vou comer de colher
numa boa pensão
neca de pão (breque).
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