Música nativista é um gênero musical brasileiro característico do Sul do Brasil e que tem como temas principais o amor pelas coisas dos estados, pelo campo, pelo cavalo, pelos rios e pela mulher. É construída em cima de um andamento mais lento e intimista, com letras bastante elaboradas, conotativas e metafóricas.
A música gaúcha de origem tradicionalista parece ter origem na escola literária do parnasianismo, por sua semelhança quando canta coisas da natureza e do ambiente como: a terra, o chão, os costumes, o cavalo - e pela musicalidade, sempre buscando a rima num arranjo muito acertado com as melodias, criando entre letra, música e dramatização, uma dinâmica que rebusca origens e paixões. Vale a pena estudar este aspecto e descobrir que por outras origens históricas podemos enriquecer nossas culturas.
O estilo musical gauchesco mostra também origens fortes na música flamenca espanhola, e na música portuguesa. Os campos harmônicos bem arranjados, denotam ritmos bem elaborados e melodias com dois ou mais violões. Com uma formação harmônica/melódica complexa, a música tradicionalista torna-se difícil de ser interpretada em alguns casos, por outros grupos ou músicos que não possuem ligação direta com a cultura gaúcha.
Festivais
A partir de 1971 surgiu em Uruguaiana a Califórnia da Canção Nativa, festival considerado a mãe de todos os festivais nativistas, dando origem a festivais de música nativista nos estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Após a Califórnia da Canção Nativa surgiram:
Escaramuça da Canção Gaudéria, em Triunfo; Tertúlia Musical Nativista, em Santa Maria; Festival da Barranca, em São Borja; Coxilha Nativista, em 1981 Cruz Alta; Musicanto Sul-americano de Nativismo, em Santa Rosa; Canto sem Fronteira, em Bagé; Tafona da Canção Nativa, em Osório; Acorde da Canção Nativa, em Camaquã; Estância da Canção Gaúcha, em São Gabriel; Semeadura da Canção Nativa, em Tupanciretã; Sapecada da Canção Nativa, em Lages; Um Canto para Martín Fierro, em Santana do Livramento; Carijo da Canção Gaúcha, em Palmeira das Missões; Encontro Internacional de Chamameceros, em São Luiz Gonzaga; Cante uma Canção, em Vacaria; Gauderiada da Canção Gaúcha, em Rosário do Sul; Comparsa da Canção Gaúcha, em Pinheiro Machado; Grito do Nativismo Gaúcho, em Jaguari; Reponte da Canção, em São Lourenço do Sul; Vigília do Canto Gaúcho de Cachoeira do Sul; Salamanca da Canção Nativa de Quaraí; Laçador do Canto Nativo, em Porto Alegre; Canoa do Canto Nativo, em Canoas; Bicuíra da Canção Nativa, em Rio Grande; Acampamento da Canção Nativa, em Campo Bom; Galponeira, em Bagé; entre outros.
Ritmos musicais
Existem vários ritmos que fazem parte da folclore riograndense, mas a maioria deles são variações de danças de salão centro-européias populares no século XIX. Esses ritmos, derivados da valsa, do xote, da polca e da mazurca, foram adaptados como vaneira, vaneirão, chamamé, milonga, rancheira, xote, polonaise e chimarrita, entre outras.
O único ritmo riograndense é o bugio, criado pelo gaiteiro Wenceslau da Silva Gomes, o Neneca Gomes, em 1928, na região de São Francisco de Assis. Inspirado no ronco dos bugios, macacos que habitam as matas do Sul da América, o ritmo foi banido por ser considerado obsceno, mas foi mantido em São Francisco de Paula, onde hoje se realiza um festival "nativista" conhecido como "O Ronco do Bugio".
A partir de 1970, com a criação da Califórnia da Canção Nativa em Uruguaiana, começaram a surgir os festivais, que serviram de incentivo para músicos e compositores lançarem novos estilos, popularmente chamados de "música nativista". Essa música é formada por ritmos pré-existentes, especialmente a milonga e o chamamé, porém com canções mais elaboradas e com letras quase sempre dedicadas ao Rio Grande do Sul.
No Rio Grande do Sul também existe um ritmo chamado Tchê music, que incorpora ritmos tradicionalistas com influências do Maxixe nordestino. Também é comum neste estado, entre os descendentes de alemães, a Música folclórica alemã, em festivais como a Oktoberfest de Igrejinha
O único ritmo riograndense é o bugio, criado pelo gaiteiro Wenceslau da Silva Gomes, o Neneca Gomes, em 1928, na região de São Francisco de Assis. Inspirado no ronco dos bugios, macacos que habitam as matas do Sul da América, o ritmo foi banido por ser considerado obsceno, mas foi mantido em São Francisco de Paula, onde hoje se realiza um festival "nativista" conhecido como "O Ronco do Bugio".
A partir de 1970, com a criação da Califórnia da Canção Nativa em Uruguaiana, começaram a surgir os festivais, que serviram de incentivo para músicos e compositores lançarem novos estilos, popularmente chamados de "música nativista". Essa música é formada por ritmos pré-existentes, especialmente a milonga e o chamamé, porém com canções mais elaboradas e com letras quase sempre dedicadas ao Rio Grande do Sul.
No Rio Grande do Sul também existe um ritmo chamado Tchê music, que incorpora ritmos tradicionalistas com influências do Maxixe nordestino. Também é comum neste estado, entre os descendentes de alemães, a Música folclórica alemã, em festivais como a Oktoberfest de Igrejinha
Nativismo e tradicionalismo
Apesar de tratar dos mesmos temas que os tradicionalistas, os nativistas discordam destes em alguns pontos. Entre os pontos de maior divergência estão o passado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e a influência espanhola dos países vizinhos.
São divergências bastante sutis, mas podem ser percebidas em certas canções, como por exemplo "Sabe, Moço", cantada por Leopoldo Rassier, que fala da tristeza de um soldado que lutou nas guerras históricas dos estados e recebeu cicatrizes em vez de medalhas. É um assunto que dificilmente seria abordado pelos tradicionalistas, que preferem ver glória e heroísmo nas mesmas guerras.
Quanto à influência espanhola, os tradicionalistas têm um certo desprezo por considerar que os espanhóis muitas vezes no passado foram inimigos nas guerras em que os estados se envolveram. Os nativistas, por outro lado, não se envergonham de admitir que muitas características culturais e folclóricas são originárias dos países vizinhos (Argentina e Uruguai), muitos chegam a gravar músicas em espanhol e até se fala em "três pátrias gaúchas" (Argentina, Uruguai e Sul do Brasil).
Outro ponto de divergência entre tradicionalistas e nativistas é a religião. Tradicionalistas na maioria das vezes são católicos fervorosos, enquanto alguns nativistas poucas vezes falam em Deus, e há letras que chegam a falar em Ateísmo (como por exemplo a canção Changueiro de vida e lida, cantada por Adair de Freitas, Jari Terres e Luiz Marenco).
Nativismo e Tchê Music
Existe um certo atrito entre os artistas nativistas e os representantes da Tchê Music. A principal razão disso é cultural: enquanto os nativistas buscam o retorno às raízes da música gaúcha, os "tchê's" buscam modernizá-la, adicionando elementos de ritmos brasileiros e até estrangeiros - o que faz com que os nativistas afirmem que a música deles já não é mais tipicamente gaúcha, o quê lhes dá razão.
As acusações geralmente incluem também, por parte dos nativistas, o fato de os representantes da Tchê Music trabalharem para tornar seu som o mais dançante e comercial possível. Os "tchês", por sua vez, acusam os nativistas e tradicionalistas de tentarem prejudicar seu trabalho, impedindo-os de tocar em CTG's, bailes tradicionais e eventos diversos realizados pelo MTG ou por outras entidades tradicionalistas e/ou nativistas.
Algumas músicas gaúchas cifradas
Algumas músicas gaúchas cifradas
A morte não marca hora, A partida, A vida que véio mandô, A volta do tordilho negro, A.M.M.M, Abraçada com a tristeza, Abram cancha pro Rio Grande, Abre o fole tio Bilia, Amor de contrabando, Amor de infância, Amor de verão, Ao som de um gaitaço, Apenas uma flor, Baile da Mariquinha, Baile de candeeiro, Baile nas Cabritas, Baita macho, Barbaridade, Bate-coxa no Totonho, Bebum, Bem gauchão, Boi Barroso, Bombacha preta, Bugio da fronteira, Burro picaço, Canarinho cantador, Canção do Araguaia, Canta meu povo, Canto alegretense, Canto dos livres, Capão de mato, Céu, sol, sul, Céu, sol sul terra e cor, Chacoaiando as mondonguêra, Chamamento, Churrasco lá em casa, Cinzeiro amigo, Cobra sucuri, Coração de luto, Desgarrados, Doce amargo do amor, Domingueiro, É disso que o velho gosta, É meu, é só meu, Engarupado, Estância do meu pai, Eu quisera, Eu só peço a Deus, Facão três listas, Falso amigo, Fica comigo, Filha de gente valente, Fim do nosso amor, Gaita e violão, Gaita velha do seu Ary, Gauchinha Bem-Querer, Gaúcho amigo, Gaúcho da Passo Fundo, Grito dos livres, Infância frustrada, Já me cansei, Judiaria, Lendário avô, Limpa banco, Lindo rancho, Majestade no Pampa, Mala de garupa, Menino potro, Mercedita, Meu sistema, Mocinho aventureiro, Morena Rosa, Morocha não, Na casa do Zé do Guincho, Não vá, Negrinho do pastoreio, O bugio, O colono, Olhar feiticeiro, Passo Fundo do coração, Prenda minha, Que droga de vida, Que saudade, Querência amada, Rastro de bugio, Recordações de Ypacaraí, Relho trançado, Retoço de gaita e pandeiro, Roda de chimarrão, Santa Catarina, Seguindo o vento, Sistema antigo, Só espero ser feliz, Só restou, Tempo de guri, Tertúlia, Tordilho negro, Trem da fronteira, Trem da saudade, Triste madrugada, Tropeiro velho, Última carta, Última ginetiada, Um mundo de amor, Vai, vai no balanço do Tchê, Vai cantador, Vai começar, Vamo rapaziada, Vaneirinha das prendas, Vanerão da noite inteira, Velho casarão, Veneno da terra, Verde e amarelo, Veterano, Vida de solteiro, Yahoo.
E o SINUELO DA CANÇÃO NATIVA?
ResponderExcluirVerdade. Esqueceram do SINUELO DA CANÇÃO NATIVA! 🤦🏻♂️
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