Wilson Moreira (Wilson Moreira Serra), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 12/12/1936. Desde criança interessou-se por música, pois seus avós e tios eram jonguistas e tocadores de caxambu.
Aos 16 anos freqüentava as escolas de samba, hoje extintas, Unidos de Curitiba, Voz do Orion e Três Mosqueteiros, todas no Realengo, e saía na escola de samba Água Branca tocando tamborim. Mais tarde a Água Branca uniu-se com a Mocidade Independente de Padre Miguel, na qual passou a sair na bateria, tocando surdo, e em 1956 como passista na ala dos boêmios. Por essa época já compunha sambas.
Sua primeira composição, Antes assim, foi gravada por Leny Andrade, algum tempo depois. Na Mocidade Independente fundou quatro alas, uma das quais fez carreira dentro da escola, a Mocidade Unida de Realengo.
Foi também membro-fundador, em 1955, da ala dos compositores, na qual permaneceu até 1968. Seu primeiro parceiro foi Da Volta, com quem, ao lado de Jurandir Cândido e Arsênio Isaías, foi campeão de samba-enredo em 1962 com Brasil no campo cultural e bicampeão em 1963, com As Minas Gerais.
Passou a atuar como cantor, em 1965, na TV Continental, gravando pela primeira vez, dois anos depois, um compacto duplo com Acossante, Cantando pro morro, Lamento de preto velho e Até breve, na etiqueta Folia.
Passou para a Portela em 1968, ano em que, além de começar a atuar no conjunto Os Cinco Só, fez um curso de música com Guerra-Peixe no MIS, através de bolsa distribuída a compositores de escolas de samba. Um ano depois, deixou o conjunto Os Cinco Só, passando a integrar — com os mesmos componentes Zuzuca, Zito, Jair do Cavaquinho e Velha — o conjunto Turma do Ganzá.
Em 1972 fez um curso de música popular com Maria Luísa de Matos Priolli, patrocinado pela Ordem dos Músicos. No ano seguinte, atuou com o grupo Partido em Cinco, formado por Candeia, Velha, Casquinha e Joãozinho da Pecadora.
Suas músicas que mais se destacaram foram Mel e mamão com açúcar e Não tem veneno (com Candeia).
Seus principais parceiros, até a década de 1970, foram Candeia, Clóvis Scarpino, Neizinho e Josan de Matos. Com Nei Lopes iniciou um trabalho em defesa do samba de raiz (tradicional), compondo, entre outras, Senhora liberdade (gravada por Zezé Mota) e Gostoso veneno (sucesso com Alcione e Paul Mauriat).
Em 1980 gravou com Nei o LP A arte negra, coletânea dos sucessos dos parceiros, como Goiabada cascão. Em 1985 lançaram O partido muito alto de Wilson Moreira e Nei topes.
Em 1986 lançou seu primeiro disco individual, Peso na balança, editado pela Kuarup dentro da série Grandes Sambistas, em co-produção nipobrasileira. Participou do LP Candeia, lançado pela Funarte em 1988, cantando dois sambas em parceria com o homenageado: Quero estar só e Não vou te perdoar.
Em 1991 gravou o CD Okolofé para a gravadora Bomba Records e, dois anos depois, cantou Velhos arvoredos, de sua autoria, no disco Grupo Pé de Moleque (Paradoxx).
Em 1994 A arte negra e O partido muito alto de Wilson Moreira e Nei Lopes foram remasterizados e lançados em CD pela EMI, na série Dois em Um.
Em 1995 participou de várias faixas do CD Estácio & Flamengo — 100 anos de samba e amor, homenagem aos cem anos do Clube de Regatas Flamengo e do bairro do Estácio.
Entre os intérpretes de suas músicas estão Beth Carvalho, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, João Nogueira, Zeca Pagodinho e o Grupo Batacotô.
Em fevereiro de 1997, sofreu derrame; em outubro, já recuperado, apresentou-se na Casa de Noca, no Rio de Janeiro, casa noturna de Noca da Portela, e, em novembro, completou 40 anos de carreira ganhando uma biografia em quadrinhos escrita pela pesquisadora Angela Nenzy.
Em 1999, foi lançado pela gravadora Velas o disco Um natal de samba. O CD reuniu diversos compositores e intérpretes, entre eles Zeca Pagodinho interpretando "Canção da esperança", de Wilson Moreira.
No ano seguinte, o compositor lançou para o mercado brasileiro o disco Okolofé. O show de lançamento aconteceu no bar Espírito do Chopp, na Cobal do Humaitá. O compositor foi acompanhado pelo Conjunto Sarau e recebeu vários convidados, entre eles Monarco, Nelson Sargento, Nei Lopes, Walter Alfaiate, Délcio Carvalho, Mauro Diniz e Noca da Portela.
No ano 2002, pelo selo Rádio MEC, lançou o CD Entidade, disco no qual regravou Oloan e incluiu Além do centenário, Meu poema é você, Congada para Sinhô-Rei (c/ Grande Otelo), Forró do Cafundó, Põe dendê e tempero, Homenagem à Portela e Jongueiro cumba, esta última em parceria com Nei Lopes.
No ano de 2003, Beth Carvalho, acompanhada do conjunto Quinteto em Branco e Preto, gravou o CD Pagode de mesa 2 ao vivo, disco no qual incluiu a composição Morrendo de saudade, em parceria com Nei Lopes.
Em 2004 recebeu como convidado Elton Medeiros em roda de samba no Centro Cultural Lapases, na Lapa, centro do Rio de Janeiro.
No ano de 2006, com o grupo Tem Mais Sambas, apresentou-se no teatro do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro. No show, em comemoração aos 70 anos do compositor, além de interpretar sucessos de carreira em parceria com Nei Lopes, Zeca Pagodinho, Sérgio Fonseca, Marcos Paiva, entre outros, também incluiu diversas composições inéditas em parceria com Nélson Cavaquinho, Mano Décio da Viola, Zé Kétti, Carlos Cachaça e Grande Otelo.
No ano de 2007 o LP Peso na balança foi relançado em CD pela gravadora Atração. O disco foi lançado Livraria Folha Seca, em uma roda de samba comandada por Wilson Moreira, na qual compareceram vários amigos e parceiros.
Em 2010 participou do evento "20 sambistas e um DJ" apresentado no Centro Cultural Solar de Wilson Moreira, espaço criado em homenagem ao próprio Wilson Moreira e às tradições afro-brasileiras. No espetáculo, além de Wilson Moreira, apresentaram-se também Ruivão, DNA do Samba, Adilson Bispo, Batuque na Cozinha, Claudinho Magalhães, Délcio Carvalho, Edu Krieger, Ernesto Pires, Iracema Monteiro, Lúcio Sanfilippo, Marcelo Bernandes, Noca da Portela, Roda de Bamba, Sambaixada, Simone Lial, Tânia Malheiros, Thaís Villela, Toninho Geraes, Marquinho PQD, Samba no Sítio, Zé Katimba, DJ Graça e Leandro Fregonesi.
Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Wikipedia; Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira.
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