terça-feira, abril 11, 2006

Clara Nunes


Clara Nunes, cantora, nasceu em Paraopeba MG, em 12/8/1943 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 2/4/1983. O pai, Mané Serrador era violeiro e cantador de folias-de-reis. Órfã desde pequena, aos 16 anos foi para Belo Horizonte MG, onde conseguiu empregar-se como operária numa fábrica de tecidos. Por essa época cantava no coral de uma igreja, ao mesmo tempo em que, ajudada pelos irmãos, conduía o curso normal.


Em 1960 foi a vencedora da final do concurso A Voz de Ouro ABC, em sua fase mineira, com Serenata do adeus (Vinícius de Moraes), e obteve o terceiro lugar na finalíssima realizada em São Paulo SP, com Só adeus (Jair Amorim e Evaldo Gouveia). Contratada pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, durante um ano e meio teve um programa exclusivo na TV Itacolomi. Nessa mesma época, cantava em boates e clubes, tendo sido escolhida, por três vezes, a melhor cantora do ano.

Em 1965 foi para o Rio de Janeiro RJ e passou a apresentar-se na TV Continental, no programa de José Messias. Ainda nesse ano, após teste, foi contratada pela Odeon, que, em 1966, lançou seu primeiro LP A voz adorável de Clara Nunes, em que interpreta boleros e sambas-canções.

Em 1968, gravou Você passa, eu acho graça (Ataulfo Alves e Carlos Imperial), que foi seu primeiro sucesso e marcou sua definição pelo samba. Em 1969, na Odeon, lançou o LP A beleza que canta, com composições inéditas e outras antigas, como Casinha pequenina (domínio público).

No Carnaval de 1970, obteve destaque com Ê baiana (Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio) e Ilu ayê (Norival Reis e Silvestre Davi da Silva), samba-enredo do G.R.E.S. da Portela, lançados também no LP Clara Nunes.

Em 1972, além de ter realizado seu primeiro show, Sabiá, sabiô (com texto de Hermínio Belo de Carvalho), no Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, lançou o LP Clara, Clarice, Clara, com músicas de compositores de escolas de samba e outras de Caetano Veloso e Dorival Caymmi. Ainda nesse ano, gravou o samba Tristeza pé no chão (Armando Fernandes), apresentado no Festival de Juiz de Fora MG, que vendeu mais de 100 mil cópias.

Em fevereiro de 1973, estreou no Teatro Castro Alves, em Salvador BA, com o show O poeta, a moça e o violão, ao lado de Vinícius de Morais e Toquinho. Também em 1973, a convite da rádio e televisão portuguesa, fez temporada em Lisboa.

Em 1974, integrou a delegação que representou o Brasil no MIDEM, em Cannes, França. Ainda nesse ano, gravou na Europa o LP Brasília e, no Brasil, lançou o LP Alvorecer, que chegou ao primeiro lugar de todas as paradas brasileiras e que incluía sucessos como Conto de areia (Romildo e Toninho), Menino de Deus (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e Meu sapato já furou (Elton Medeiros e Mauro Duarte). Também em 1974, ao lado de Paulo Gracindo, atuou inicialmente no Canecão, no Rio de Janeiro, na segunda montagem do espetáculo Brasileiro, profissão esperança, de Paulo Pontes (do qual foi lançado um LP), que contava, em cenas e músicas, as vidas de Dolores Duran e de Antônio Maria.

Em 1975, ano do seu casamento com o compositor Paulo César Pinheiro, realizou temporada em vários países da Europa. No mesmo ano, lançou Claridade, seu disco de maior sucesso, com O mar serenou (Candeia), Juízo final (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares), Sofrimento de quem ama (Alberto Lonato), Bafo de boca (João Nogueira e Paulo César Pinheiro).

Outro grande sucesso veio em 1976, com o disco Canto das três raças. Em 1977 lançou As forças da natureza, disco mais dedicado ao samba e ao partido-alto, com destaque para Coração leviano (Paulinho da Viola).

Em 1978 lançou o disco Guerreira, interpretando outros ritmos brasileiros. Em 1979 lançou o disco Esperança, com destaque para Feira de mangaio (Sivuca). No ano seguinte veio Brasil mestiço, que induiu o sucesso Morena de Angola, composto por Chico Buarque para ela. Em 1981 lançou Clara, com destaque para Portela na avenida. No auge como intérprete, lançou em 1982 Nação, que seria seu último disco, com destaque para a faixa-título, de João Bosco e Aldir Blanc.

Morreu prematuramente em 1983, depois de 28 dias de agonia, hospitalizada após uma cirurgia de varizes. Seu enterro no dia 2 de maio de 1983, no cemitério São João Batista, foi acompanhado por emocionada multidão. Em dezembro de 1997, a gravadora EMI reeditou a obra completa da artista, em 16 CDs remasterizados no estúdio de Abbey Road, em Londres, e embalados em capas que reproduzem as originais.

Algumas músicas


Veja também:



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

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