domingo, abril 09, 2006

Monsueto

Monsueto (Monsueto Campos Meneses), compositor, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 4/11/1924 e faleceu em 17/2/1973. Criado na favela do morro do Pinto, entre partideiros, rodas de samba e batucadas, tocou como baterista em vários conjuntos na década de 1940, inclusive na Orquestra de Copinha, no Copacabana Palace Hotel.


Seu primeiro sucesso como compositor foi Me deixa em paz (com Aírton Amorim), gravado por Linda Batista no Carnaval de 1952. Depois dessa gravação, teve várias músicas de sua autoria incluídas no show Fantasia, fantasias, do Copacabana Palace Hotel.

Em 1953 compôs A fonte secou (com Raul Moreno e Marcleo), um de seus sambas de maior sucesso, seguido de outro grande êxito, no ano seguinte, com Mora na filosofia (com Arnaldo Passos). Atuou ainda no cinema, trabalhando no filme Treze cadeiras (direção de Franz Eichhorn), em 1957. No ano seguinte, participou como cantor em números musicais de Na corda bamba (direção de Eurides Ramos) e, como compositor em O cantor milionário (direção de José Carlos Burle) e, no mesmo ano, no filme Quem roubou meu samba? (direção de José Carlos Burle).

Atuou em vários shows com Herivelto Martins antes de formar seu próprio grupo, com o qual excursionou pelo Brasil e outros paises da América, Europa e África. Era conhecido também pelo apelido de Comandante, com o qual foi muito popular na década de 1960, época em que participava de um programa humorístico na TV-Rio. Nesse programa lançou expressões de gíria que passaram à linguagem popular, como "castiga", "vou botar pra jambrar", "diz", "ziriguidum", "mora" e outras.

A partir de 1965 começou a dedicar-se também à pintura primitivista, tendo, inclusive, recebido prêmio do Museu Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro. Sem se ter filiado a nenhuma escola de samba, era bem recebido e respeitado em todas elas, desfilando cada ano em uma diferente. A última, em 1972, foi a Unidos de Vila Isabel. No ano seguinte, participava das filmagens de O forte (direção de Olney São Paulo), na Bahia, em que fazia o papel de um diretor de harmonia de escola de samba, quando ficou doente e foi hospitalizado no Rio de Janeiro, onde morreu vítima de câncer no fígado.

A importância de sua música, caracterizada por uma letra de versos sintéticos, voltou a ser reconhecida pouco antes de morrer, em 1972, a partir das regravações de suas composições, como Me deixa em paz, por Milton Nascimento e Alaíde Costa, no LP Clube da esquina, da Odeon; Mora na filosofia, por Caetano Veloso, no LP Transa, da Philips; e, no ano seguinte, Eu quero essa mulher (com José Batista), também por Caetano Veloso, no LP Araçá azul, na Philips.

Outras composições suas de destaque são Na casa de corongondó (com Arnaldo Passos), Couro do falecido (com Jorge de Castro), O lamento da lavadeira (com Nilo Chagas e J. Vieira Filho), Levou fermento (com José Batista), Tá pra acontecer (com José Batista e Ivan Campos) e Ziriguidum.

Algumas músicas


Obras

Eu quero essa mulher (c/José Batista), samba, 1961; A fonte secou (c/Raul Moreno e Mardeo), samba, 1953; O lamento da lavadeira (c/Nilo Chagas e J. Vieira Filho), samba, 1953; Me deixa em paz (c/Aírton Amorim), samba, 1952; Mora na filosofia (c/Arnaldo Passos), samba, 1954; Ziriguidum, samba, 1961.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

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