Heitor Catumbi - 21/1/1936 |
Aprendeu a tocar cavaquinho com o violonista Manduca do Catumbi seu padrinho de batismo. Era menino e já tocava nas festas do bairro em que nasceu, São Cristóvão, e foi numa delas que Eduardo das Neves , depois de ouvi-lo, levou-o para exibir-se no circo dos Irmãos Temperani.
Com dez anos, apresentou-se no picadeiro, cantando Sou teu escravo, solando no cavaquinho e acompanhando Eduardo das Neves, que, ao saber que era afilhado de Manduca do Catumbi, o rebatizou artisticamente com o nome por que se tornou conhecido.
Trabalhou em várias fábricas e no Arsenal de Guerra como aprendiz. Aos 16 anos foi para a Polícia Militar, onde permaneceu dois anos. Em 1912, compôs a primeira música, Na caixinha ninguém mexe.
Heitor Catumbi (ilustração) |
Um ano depois entrou para a polícia civil, onde ficou até 1915. Nessa época, conheceu Catulo da Paixão Cearense, João Pernambuco, J. Bulhões, Bequinho e Cardoso de Meneses.
Através do famoso político Pinheiro Machado, entrou em 1915 para a Casa da Moeda, onde ficou até 1918, ano em que aprendeu artes gráficas no Jornal do Comércio.
Em 1919 começou a gravar como violonista e cavaquinista na Casa Edison. Gravou Império d’alma (1919), Cai n’água e Catinga da mulata. Com o grupo deChiquinha Gonzaga gravou Só para moer. Depois do Jornal do Comércio transferiu-se para O País em 1921.
Em 1926 foi trabalhar na Justiça, tendo se aposentado como oficial de justiça. Em 1927 atuou pela primeira vez em rádio. Solou na Rádio Sociedade ao violão sua valsa O segredo das trepadeiras. Atuou também na Rádio Clube e talvez tenha sido o primeiro corretor de publicidade em rádio, arranjando anúncios a 10 mil-réis.
Em 1931 foi para a Rádio Philips e no ano seguinte estreou no Programa Casé. Ainda nesse ano atuou na Rádio Guanabara, na Ipanema, na Educadora e na Transmissora. Participou do programa Samba e Outras Coisas.
Cultivou o samba de breque e o samba-choro, gênero no qual lançou Comigo não!, letra de Valentina Biosca, gravada por Carmen Miranda em 1934. Compôs até 1953, abandonando a carreira por motivo de saúde.
Obra
Comigo não! (c/ Valentina Biosca), samba-choro, 1934; Do amor ao ódio (c/ Luís Bittencourt), samba, 1937; Fama sem proveito (c/ Ismael Silva), samba, 1942; Na caixinha ninguém mexe, 1912; Qual é o teu desejo, samba, 1935; Roxa saudade, valsa, 1937; Sá Mique!ina (c/Moreira da Silva), marcha, 1935; O segredo das trepadeiras, valsa, 1927; Tira a mão (c/Armando Batista), marcha, 1942; Tortura de amor (c/Valentina Biosca), valsa, 1935.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e publiFolha.
Sou Neto de Heitor Catumbi, o Vovô Tica como era chamado pelos netos. Ele faleceu no Hospital dos Servidores do Estado vitimado pela enfisema pulmonar, consequência do uso constante de tabaco. Guardo na memória as partidas de dominó que ele gostava de jogar e o carinho com que tratava os netos. Morávamos no Engenho de Dentro nessa Época, precisamente na Rua Venâncio Ribeiro. Acho que da música herdei dele o tocar violão e cavaquinho. Pequenas mas Boas lembranças.
ResponderExcluirPara complementar me Chamo Oduvaldo Sodré e-mail para contato osssodre@gmail.com
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