Marçal, Paulo Barcellos e Bide, fundadores da Deixa Falar, posam no meio das pastoras |
A Deixa Falar foi fundada como bloco, em 12 de agosto de 1928. Lá foram inventados instrumentos como o surdo (criação de Alcebíades Barcelos, o Bide) e a cuíca (invenção de João Mina). Nos carnavais de 29 e 30, a Deixa Falar desfilou como bloco. Em 1931, já se organizava de outra forma, se preparando para, no carnaval de 1932, desfilar como rancho (os grupos de maior prestígio da época).
Neste ano, quando aconteceu o primeiro desfile de escolas de samba, a Deixa Falar não quis participar do concurso – preferiu participar do desfile dos ranchos, concurso muito mais “importante”. E, em vez de sair às ruas com o samba característico, inventado por seus próprios componentes, desfilou com uma marcha-rancho.
O problema é que o desfile foi um desastre, e nem classificada a Deixa Falar foi. Passado o carnaval, a agremiação entrou numa crise complicadíssima. Integrantes da diretoria se acusavam de desvio de dinheiro! Já no dia 15 de fevereiro foi marcada uma reunião para que fosse feita uma prestação de contas do carnaval de 1932 – enquanto isso, os diretores iam se acusando mutuamente pelos jornais.
A reunião do dia 15 não aconteceu, porque muitos dos envolvidos não compareceram. Mas a ferida deixou marcas, e a Deixa Falar foi minguando, minguando, até que acabou, naquele mesmo ano! Em 1933, seus integrantes se juntaram aos da União das Cores e formaram a União do Estácio de Sá, cuja sede era no mesmo lugar da Deixa Falar.
E aí acabava a história da primeira escola de samba do Brasil, aquela que foi sem nunca ter sido e que acabou no ano em que houve o primeiro concurso das escolas. Apesar disso, a Deixa Falar tem importância fundamental nessa história, já que deixou como herança instrumentos que são usados até hoje na Avenida e criou uma forma diferente de se fazer samba. Viva a Deixa Falar!
Fonte:http://extra.globo.com/noticias/carnaval
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