quarta-feira, setembro 13, 2006

Djalma Ferreira


Djalma Ferreira (Djalma Neves Ferreira), compositor, regente e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 5/5/1914 e faleceu em Los Angeles, EUA, em 28/9/2004. Começou a estudar música aos 12 anos. Seguiu para a Itália, onde aprendeu piano e violino. Ainda adolescente, desistiu, passando a tocar de ouvido, voltando para o Rio de Janeiro com 18 anos.

Em 1938 fez sua primeira composição, Longe dos olhos (com Cristóvão de Alencar), gravada por Francisco Alves e Sílvio Caldas. A partir de 1940, foi pianista do Cassino da Urca e de várias outras casas de jogo do Rio de Janeiro, tocando ainda durante alguns anos na boate do Hotel Quitandinha, em Petrópolis/RJ, com Chuca-Chuca (vibrafone), Oscar Belandi (percussão) e José Meneses (violão). Por intermédio de Henrique Batista estreou no rádio no programa Samba e Outras Coisas, ao lado de Henrique e Marília Batista.

Em 1945 organizou o conjunto Os Milionários do Ritmo e gravou seu primeiro disco como executante, Bicharada, um 78 rpm em que tocava solovox, imitando sons de animais. Em 1946, com o fechamento dos cassinos, excursionou durante quatro anos pela América do Sul, acompanhado de seu conjunto, e chegou a abrir a boate Embassy, em Lima, Peru.

De volta ao Brasil em 1951, apresentou- se no Norte com Helena de Lima e o organista Nestor, instalando-se depois no Rio de Janeiro, onde abriu a boate Drink, que lançou, no período de 1954 a 1960, Miltinho, Ed Lincoln, Helena de Lima e Sílvio César. Dessa época são seus maiores sucessos como compositor, Lamento, Murmúrio, Devaneio (todos com Luís Antônio) e Volta (com Luís Bandeira).

Em 1956 gravou com seu conjunto o LP Combinação insuperável (Djalma Discos), incluindo de sua autoria Dançando no espaço e, três anos depois, pela mesma fábrica, o LP Drink no Rio de Janeiro, com Cheiro de saudade (com Luis Antônio), talvez sua composição mais difundida.

Em 1960 abriu em São Paulo a boate Djalma, onde tocou com Rubinho (bateria) e Luís Chaves (contrabaixo), e lançou Jair Rodrigues como Crooner. No mesmo ano gravou dois LPs: Djalma Ferreira, pelo selo Drink, com Miltinho como crooner, destacando-se Lamento e Se todos fossem iguais a você (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), e Drink, pela Continental, com Samba fantástico (P. Mendes, Toledo, Manzon e Autuori) e Nosso samba (de sua autoria).

Em 1963 vendeu a boate e fixou residência nos EUA, apresentando-se em hotéis e cassinos em Las Vegas e na Califórnia, ao lado de Star Dust, Sahara e Silver Slipper; nesse período, compôs em parceria com Leonard Feather You Can’t Go Home, My Place, I’m Happy Now, It’s My Turn to Swing. Esteve no Rio de Janeiro por um ano em 1965, só voltando em 1973 para uma temporada na boate carioca Le Roi.

Obras: Bicharada, baião, 1945; Cheiro de saudade (c/Luís Antônio), samba, 1959; Devaneio (c/Luís Antônio), fox, 1960; Lamento (c/Luís Antônio), samba, 1959; Murmúrio (c/Luís Antônio), samba, 1960; Recado (c/Luís Antônio), samba, 1959; Samba que eu quero ver (c/João de Barro), samba, 1952; Volta (c/Luís Bandeira), samba, 1960.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

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