Miriam Batucada (Miriam Ângela Lavecchia), cantora e compositora, nasceu em São Paulo, SP, em 01/01/1947, e faleceu na mesma cidade em 02/07/1994. Neta de italianos, tanto por parte de mãe, quanto por parte de pai, nasceu em 28 de Dezembro de 1946, mas foi registrada no primeiro dia de 1947, ganhando assim "um ano", como se dizia antigamente.
Quando pequena, conheceu uma menina que tinha o apelido de “chacareira” e lhe ensinou a batucar com as mãos durante três meses.
No começo, despontava um samba devagar, o que dias de prática fez se tornar um ritmo frenético e no compasso de qualquer samba. Fez um curso técnico de digitadora pela IBM e chegou a trabalhar na Arno, sendo despedida por batucar no teclado.
Em 1967 recebeu o convite para participar do programa do Blota Jr. Sua apresentação durou duas horas e maravilhou todo público e o apresentador, e de quebra, Miriam ainda tocou todos os instrumentos que se encontravam no palco da TV Record naquele dia: piano, bateria, harmônica, violão, cuíca, além de batucar na mesa do apresentador e mostrar também a sua batucada nas mãos.
No dia seguinte já era representada pelo famoso empresário Marcos Lázaro, sendo contratada pela TV Record; participou do Programa da Sônia Ribeiro e em seguida ganhou um programa com Ronnie Von nas tardes de sábado. E foi durante sua apresentação num programa de televisão que Cidinha Campos a intitulou de "Miriam da Batucada". Como o "da" na época não estava na moda, o extraiu e ficou só com o codinome de Miriam Batucada.
Em 1968 gravou o compacto pela Rozemblit com Batucando nas mãos (de Renato Teixeira) e Plác-tic-plác-plác (de Walter Peteléco), produzido por Côrte Real. Já apresentava sua famosa batucada nas mãos nessas músicas. Começou, nessa época, a ser muito requisitada para espetáculos, e chegou a até fazer apresentações no exterior.
Apesar de seu samba ser relativamente tradicional, Miriam era pessoalmente muito criativa e aberta. Não teve problemas para gravar um disco relativamente inovador com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Edy Star em 1971, chamado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10. Em 1973 gravou um compacto pela CBS com produção de Raul Seixas.
Alma da Festa tornou-se no seu disco mais conhecido, e também o mais encontrado na Internet. Juntamente com Marcix (compositora, vocalista e produtora cultural) compôs a música Salve Rainha, homenagem a Chico Mendes.
Pontos marcantes na personalidade de Miriam eram sua extrema simpatia e simplicidade e como intérprete, tinha uma noção de ritmo muito boa. Um de seus sucessos era Teco teco, de Pereira da Costa e Milton Vilella. A canção hoje não é mais associada a ela, depois que Gal Costa também a gravou.
Com fortes raízes italianas, Miriam era muito ligada a um bairro tradicional de São Paulo, a Mooca. Faleceu precocemente, sendo encontrada morta em seu apartamento onde morava só no bairro de Pinheiros, por sua irmã Mirna, que residia em Maringá, 21 dias após ter sofrido um infarto fulminante.
Obra
A desquitada, Alma da festa (c/ Renato Barbosa), Batucada, cachaça e futebol, Marcha do João (c/ João Roberto Kelly e Elzo Augusto), Pichinchet, Salve Rainha (c/ Marcix, Borin e Vivi Fagiolli), Sinal de vida (c/ Renato Barbosa), Você é seu melhor amigo.
Discografia
1968 – Rozenblit (Selo Artistas Unidos) – Compacto Simples - Batucando na mão
1971 – Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 - CBS – LP
1973 – CBS – Compacto Simples - Diabo no corpo
1974 – Acertei no milhar - Chantecler - Compacto Duplo
1974 – Amanhã Ninguém Sabe - Chantecler – LP
1979 – RGE - Compacto Simples – Marcha do João
1991 – Ric – Alma de Festa LP
CBS – Compacto Simples - Sinal De Vida
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Fontes: Wikipedia; Teco Teco; Miriam Batucada - Biografia detalhada do Portal da Mooca; Amanhã ninguém sabe (Coluna de Alexandre Petillo sobre Miriam Batucada).
itapeba
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