A Banda da Casa Edison. |
O primeiro suplemento de discos brasileiros foi lançado em agosto de 1902 pela Casa Edison, empresa pertencente ao importador Fred Figner, estabelecida à rua do Ouvidor n 107, no Rio de Janeiro RJ.
Os discos, originalmente chamados de chapas, eram gravados no Rio de Janeiro e fabricados na Alemanha, pela International Zonophone Co., subsidiária da Universal Talking Machine Co. Nesse suplemento eram apresentadas duas séries: a 10000 e a X-1000, respectivamente de sete e dez polegadas de diâmetro.
Assim, pode-se considerar o Zon-O-Phone n 10001, com o lundu Isto é bom, gravado pelo cantor Bahiano, como o primeiro disco brasileiro. Essas chapas, gravadas pelo sistema mecânico, o único na época, traziam fonogramas impressos nas duas faces.
No final de 1904, a Casa Edison adotou a marca Odeon, então recém-fundada em Berlim, Alemanha, pela International Talking Machine Co. A partir de 21 de dezembro de 1912, os discos da Casa Edison passaram a ser prensados pela Fábrica Odeon, instalada pela International no Rio de Janeiro, e que seria a primeira de grande porte a funcionar na América do Sul.
Durante o período em que vigorou no Brasil o sistema de gravação mecânica (1902-1927), foram lançados cerca de sete mil discos, a maioria pela Casa Edison e os demais por gravadoras de vida curta como a Faulhaber, a Phoenix e os discos Gaúcho.
Em julho de 1927, já então pertencendo à Transoceanic Trading Co., a Odeon lançou o primeiro suplemento da era da gravação eletro-magnética no Brasil. Seu disco inicial, novamente de número 10001, trazia a marcha Albertina e o samba Passarinho do má, ambos de autoria do dançarino Duque e gravados pelo cantor Francisco Alves.
Daí, até 1964, quando o padrão de 78 rpm foi abandonado no Brasil, seriam gravados nesse sistema cerca de 28 mil discos, num total de 56 mil fonogramas. A principio sozinha, a Odeon logo passaria na fase elétrica a compartilhar o mercado com a Victor (depois RCA-Victor) e a Columbia (depois Continental), até o final da década de 1940.
Nas décadas seguintes, somaram-se a essas empresas a CBS, a Philips, a Copacabana, a RGE, a Polydor e mais algumas dezenas de marcas de efêmera duração.
Criado em 1948, o long-playing (LP), micro-sulco de 33 1/3 rpm, fabricado em vinil, foi lançado comercialmente no Brasil em janeiro de 1951 pela empresa Sinter (utilizando o selo Capitol), trazendo o disco inicial músicas para o Carnaval desse ano. Outra novidade, o sistema de 45 rpm, que não vingou no mercado brasileiro, seria lançada em 1953.
Mas o LP levaria alguns anos para ser implantado, só começando a suplantar o antigo sistema (juntamente com os formatos compacto simples e compacto duplo) a partir de 1958. Por essa época, as principais inovações tecnológicas que aperfeiçoaram no pós-guerra o processo de gravação — como o emprego da fita magnética e da máquina de múltiplos canais — já estavam incorporadas à rotina de produção de nossa indústria fonográfica, embora o uso da estereofonia só viesse a se popularizar na década seguinte, com a confecção dos chamados discos compatíveis, que funcionavam também em aparelhos monaural.
Finalmente, com o mercado em expansão, a fonografia brasileira entrou em novembro de 1984 na era da gravação digital, com o lançamento pela Polygram do primeiro CD interpretado por artistas nacionais.
Três anos depois, a empresa paulista Microservice inaugurava a primeira fábrica brasileira de CDs. Atuando em um país marcadamente musical, a indústria fonográfica brasileira alcançaria, em 1996, o sexto lugar no ranking mundial, com 94 milhões de discos vendidos, dos quais 90 por cento foram CDs.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha - 1998 - 2a. Edição - São Paulo
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