Miúcha (Heloísa Maria Buarque de Hollanda), cantora, nasceu no Rio de Janeiro em 30/11/1937 e mudou-se para São Paulo aos oito anos de idade, com a família. O pai, Sergio Buarque de Hollanda, era amigo de músicos e gostava de promover saraus e noitadas musicais. Dorival Caymmi e Vinícius de Moraes eram alguns que apareciam com freqüência.
Miúcha começou a tocar violão e cantar com os seis irmãos, influenciada pelo repertório da casa, que passava por Ataulfo Alves, Ismael Silva, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa.
Na década de 60 conseguiu uma bolsa para estudar História da Arte em Paris. Durante umas férias viajou com amigos para a Itália e Grécia, e lá começou a cantar e tocar em todos os lugares por onde passavam.
Com a experiência, de volta a Paris, passou a se apresentar no bar "La Candelaria", onde se apresentava também a chilena Violeta Parra. Graças a Violeta conheceu João Gilberto, com quem acabou se mudando para Nova York e casando. Foi em Nova York sua estréia em disco: The Best of Two Worlds, com João Gilberto e Stan Getz, gravado em 1975.
No mesmo ano, excursionou com Getz, e juntos participaram do Festival de Jazz de Newport. Ainda em 1975 fez sua primeira gravação ao lado de Tom Jobim, cantando na faixa Bôto, do LP Urubu.
Com Tom Jobim gravou dois discos, Miúcha e Antônio Carlos Jobim (1977) e Miúcha e Tom Jobim (1979), em que lançou alguns dos maiores sucessos de sua carreira: Maninha (composta pelo irmão Chico Buarque em homenagem a ela), Pela luz dos olhos teus (Vinicius), Vai levando (Chico Buarque e Caetano Veloso), Samba do avião, Falando de amor (ambas de Tom Jobim) e Dinheiro em penca (Tom Jobim e Cacaso), que serviria de inspiração para o irmão Chico criar a música Paratodos, título de seu disco em 1993.
Em 1977 participou do famoso show no Canecão ao lado de Vinicius, Toquinho e Tom, que rendeu um disco histórico. O espetáculo ficou em cartaz no Rio por quase um ano, seguindo depois para outras cidades na América do Sul e Europa.
Depois disso Miúcha manteve uma carreira bem-sucedida, gravando discos e excursionando com freqüência pelas Américas, Europa e Japão. Seu disco mais recente, Rosa amarela (1999), foi lançado primeiro no Japão, e inclui clássicos como Doce de coco (Jacob do Bandolim) e composições recentes, como Assentamento (Chico Buarque).
Fontes: Brasil Memórias; Wikipédia; CliqueMusic.