LP Azimuth / Título da música: Linha do Horizonte / Paulo Sérgio Valle (Compositor) / Paraná (Compositor) / Azymuth (José Roberto Bertrami / Alex Malheiros / Ivan Conti "Mamão") (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1975 / Nº Álbum: 410.6003 / Lado A / Faixa 1.
( G Am7 G/B D7sus4 )
É... Eu vou pro ar...
No azul mais lindo...
Eu vou morar!
Eu... quero um lugar...Que não tenha dono... Qualquer lugar!
Eu... Quero encontrar... A rosa dos ventos... E me guiar!
Eu quero virar... Pássaro de Prata... E só voar!
É...Aqui onde estou...Esta é minha estrada...Por onde eu vou!
E...quando eu chegar...Na linha do horizonte... Eu vou ficar!
Nã... Nã Nã Nã Nã...Nã Nã Nã Nã Nã Nã... Nã Nã Nã Nã... (2x)
Em 1936, Carlos Galhardo gravou na Columbia a valsa Cortina de veludo e a canção Cantiga de ninar. No ano seguinte, o mesmo Carlos Galhardo gravou a valsa Italiana, Moacir Bueno da Rocha as valsas Tapete persa e Um beijo em cada dedo, parcerias com Osvaldo Santiago e o Bando da Lua a Marchinha do grande galo, parceria com Lamartine Babo, grande sucesso carnavalesco.
Em 1938, Castro Barbosa gravou a marcha Branco não tem coração, outra parceria com Osvaldo Santiago. No ano segunte, compôs com Silvino Neto a marcha Senhorita Pimpinela, gravada pelo próprio Silvino Neto na Victor.
Em 1940 compôs o samba Samba lelê e com Silvino Neto a marcha Laranja seleta, ambas gravadas por Carlos Galhardo na Victor. Em 1944, Dircinha Batista gravou a marcha Voltemos à Viena, parceria com Osvaldo Santiago e o samba Alarga a rua, parceria com Roberto Martins e Osvaldo Santiago.
Um de seus principais intérpretes foi o cantor Carlos Galhardo que gravou entre outras, as valsa Mulher, parceria com Rosa Floresta e Torre de marfim,parceria com José Maria de Abreu e Osvaldo Santiago.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.
Os irmãos Espíndola — Tetê, Alzira, Geraldo e Celito — cantam e compõem, tendo estreado em disco em 1977, com o álbum Tetê e o lírio selvagem. Matogrossenses-do-sul, eles formam Juntamente com o violeiro/ cantor/ compositor Almir Sater o contingente mais expressivo de seu Estado na música brasileira.
A grande oportunidade de Tetê Espíndola chegaria com a sua vitória, em 26.10.85, no Festival dos Festivais, ocasião em que defendeu a composição “Escrito nas Estrelas”. Curiosamente, esta seria a primeira vez que interpretava uma canção de amor. Até então, já com três discos gravados, sua voz peculiarmente aguda a levaria a cantar um repertório influenciado pelos ritmos paraguaios, concentrado em temas da natureza e que refletia a exuberância da região do Pantanal.
A melodia de “Escrito nas Estrelas”, de autoria de Arnaldo Black, tem uma primeira parte muito simples, em contraste com a segunda que se desenvolve sobre uma escala pentatônica, oferecendo alguma dificuldade a cantores medianos. A letra de Carlos Rennó, feita sobre a melodia pronta, é uma declaração de amor total: “Você para mim foi o sol / de uma noite sem fim / que acendeu o que sou / e renasceu tudo em mim...”
Ao inscrevê-la no festival, os autores chegaram a temer uma rejeição da censura, pois, na repetição da primeira parte, há um verso que diz, “pois sem você, meu tesão, não sei o que eu vou ser”. Embora já usado por Caetano Veloso (em “O Quereres”) e Chico Buarque (em “Bye Bye, Brasil”), a palavra “tesão” não chamava a atenção nas duas canções, em razão de serem suas letras enormes, o que não era o caso de “Escrito nas Estrelas”.
Mas a censura não se manifestou e a composição pôde ser cantada por Tetê, numa sensual apresentação, trajando um provocante macacão de rede branca, vazada. No final, ela conquistou o público com uma interpretação não-convencional, vencendo brilhantemente. O título “Escrito nas Estrelas” foi inspirado a Rennó por “It Was Written in the Stars”, canção escrita em 1939 por Cole Porter para o musical “Du Barry Was a Lady” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Escrito Nas Estrelas (1985) - Arnaldo Black e Carlos Rennó - Interpretação: Tetê Espíndola
Disco mix Escrito Nas Estrelas / Título da música: Escrito nas Estrelas / Arnaldo Black (Compositor) / Carlos Rennó (Compositor) / Tetê Espíndola (Intérprete) / Gravadora: Barclay / Ariola / Ano: 1985 / Nº Álbum: 883 545-1 / Lado A / Gênero musical: Canção / Festivais.
Tom: E
Introdução: E F# A E B7
E
Você pra mim foi um sol
A F#m
De uma noite sem fim
B4/7 B7
Que ascendeu o que sou
E
E renasceu tudo em mim
Agora eu sei muito bem
A F#m
Que eu nasci só pra ser
B4/7 B7
Sua parceira seu bem
E B7
E só morrer de prazer
E
Caso do acaso bem marcado em
F#
cartas de tarô
A
Meu amor esse amor de cartas claras
E B7
Sobre a mesa é assim
E
Signo destino que surpresa ele
F#
nos preparou
A
Meu amor nosso amor estava
E
escrito nas estrelas
B7
tava sim
E
Você me deu atenção
A F#
E conta de mim
B4/7 B7
Por isso minha intenção
E
É prosseguir sempre assim
Pois sem você meu tesão
A F#
Não sei o que eu vou ser
B4/7 B7
Agora preste atenção
E B7
Quero casar com você
____________
E
Caso do acaso bem marcado em
F#
cartas de tarô
A
Meu amor nosso amor de
cartas claras
E B7
Sobre a mesa é assim
E
Signo destino que surpresa
F#
ele nos preparou
A
Meu amor nosso amor estava
E B7
escrito nas estelas Tava sim ...
Recebido com incomum repercussão, o segundo elepê de Lobão (Ronaldo foi pra guerra) teve duas faixas que despertaram a atenção da crítica e se projetaram nas rádios: “Me Chama” (só de Lobão) e “Corações Psicodélicos” (Lobão, Júlio Barroso e Bernardo Vilhena), que procuravam apresentar uma proposta mais radical do que as dos outros grupos.
“Me Chama” possui uma linha melódica acima da média, superior, inclusive, à de “Corações Psicodélicos”, a preferida pela gravadora para divulgar o disco. Sua letra focaliza a aflição de quem espera um telefonema (que nunca vem) da pessoa amada. É a angústia de músicas dos anos cinqüenta em tempo de rock, daí, talvez, a citação no primeiro verso de uma canção de fossa da época: “Chove lá fora / e aqui... / tá tanto frio / me dá vontade de saber / aonde está você / me telefona / me chama / me chama / me chama...”
Bom músico, ex-baterista do Vímana, da Blitz (da qual foi fundador), da Gang 90 & As Absurdettes e de vários cantores — Luiz Melodia, Lulu Santos, Ritchie e Marina, que também gravaria “Me Chama” —, bem articulado, Lobão (João Luís Woenderbarg) é considerado um dos principais responsáveis pelo boom do rock nacional nos anos oitenta (ao lado dos grupos Paralamas do Sucesso, Titãs e Legião Urbana).
“Me Chama” receberia uma inesperada gravação de João Gilberto, incluída na trilha sonora da telenovela “Hipertensão”, em 1986 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Me Chama (1984) - Lobão - Interpretação: Lobão e os Ronaldos
LP Ronaldo Foi Pra Guerra - Lobão e Os Ronaldos / Título da música: Me Chama / Lobão (Compositor) / Lobão e os Ronaldos (Intérprete) / Os Ronaldos: Alice, Odeid, Guto e Baster / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1984 / Álbum: 103.0623 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Rock.
Introd.: (Bm A) G
D D7+ D7 G7+
Chove lá fora e aqui faz tanto frio
Bm A G7+
Me dá vontade de saber
D D7+ D7 G7+
Aonde está você me telefona
Bm A G7+
Me chama me chama me chama
Bm A B
Nem sempre se vê mágica no absurdo
A Bm A
Mágica no absurdo, mágica
G7+
Cadê você
D D7+ D7 G7+
Tá tudo cinza sem você tá tão vazio
Bm A G7+
E a noite fica sem porque
D D7+ D7 G7+
Aonde está você me telefona
Bm A G7+
Me chama me chama me chama
Bm A Bm
Nem sempre se vê lágrimas no escuro
A Bm A
Lágrimas no escuro, lágrimas
G7+
Cadê você
LP Véu De Noiva - Trilha Sonora da Novela da Rede Globo / Título da música: Teletema / Antônio Adolfo (Compositor) / Tibério Gaspar (Compositor) / Regininha (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1969 / Nº Álbum: R 765.102 L / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Canção.
A A7+ D/A
Rumo, estrada turva, sou despedida
Dm/A F#m7
Por entre lenços brancos de partida
B7 E4 G
Em cada curva sem ter você vou mais só
C C7+ F/C
Corro rompendo laços, abraços, beijos
Fm/C Am7
Em cada passo é você quem vejo
D7 F/G E4/7
No tele-espaço pousado em cores no além
Brando, corpo celeste, meta metade
Meu santuário, minha eternidade
Iluminando o meu caminho e fim
Dando a incerteza tão passageira
Nós viveremos uma vida inteira
Eternamente, somente os dois mais ninguém
A4 A D7+ D
Eu vou de sol a sol
B4/7 B7/6
Desfeito em cor, refeito em som
B5+/7 D/E Bb9
Perfeito em tanto amor
O Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens faz parte de uma geração que emergiu no início dos anos oitenta voltada para o rock inglês e que consolidou o rock brasileiro (ou BRock, como preferem alguns), com o apoio decisivo do Circo Voador — espaço montado no verão de 82 na praia do Arpoador —, da Rádio Fluminense FM e da gravadora WEA, os três funcionando como plataforma de lançamento de uma legião de roqueiros em busca da fama.
Não mais como produto controvertido, com facções pró e contra, mas como manifestação de classe média, sem traços visíveis de música negra, o rock brasileiro acabou se fixando como um segmento da música popular direcionado aos adolescentes.
Os grupos a caminho da profissionalização vinham com execuções montadas sobre repertório próprio, inédito, o que barateava consideravelmente os lançamentos. Ao mesmo tempo, este repertório caiu como uma dádiva dos céus para as rádios FM, que nele encontraram enfim o caminho para se firmar no mercado. Foram as gravações desses roqueiros, lançadas em compactos e eventualmente precedidas de elepês em que eram testadas suas pretensões ao sucesso, que se identificaram rapidamente com a juventude da época.
A primeira formação do Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens era um sexteto com Beni, Beto, Richard, Paula, Leoni e George, dos quais os três últimos mantiveram-se juntos, acrescidos da companhia de Bruno Fortunato. Depois de ter duas músicas no “pau-de-sebo” (antologia de inéditos) Rock voador, o grupo estourou com “Pintura Íntima” logo em seu primeiro compacto.
Com um arranjo funcional, a canção tinha uma letra de um romantismo juvenil, para ser cantada por homem, mas que foi gravada com a vocalista Paula Toller: “Vem amor que a hora é essa / vê se entende a minha pressa / não me diz que eu tô errado / eu tô seco, eu tô molhado...”
Em seu segundo compacto, no ano seguinte, o Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens emplacou um novo sucesso, “Como Eu Quero”, também de Paula e Leoni, que juntamente com “Pintura Íntima” entraria no elepê de estreia do grupo, Seu espião, lançado em seguida (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Pintura Íntima (1983) - Leoni e Paula Toller - Intérprete: Kid Abelha
Compacto simples (7") Kid Abelha E Os Abóboras Selvagens – Pintura Íntima / Título da música: Pintura Íntima / Leoni (Compositor) / Paula Toller (Compositora) / Gravadora: Elektra / WEA / Ano: 1982 / Nº Álbum: BR 12.117 / Lado A.
Intr.: ( EAB7E ) ( AB )
ABAB
Vem amor que a hora é essa
Vê se entende a minha pressa
Não me diz que eu tô errado
Eu tô seco, eu tô molhado
Deixa as contas que no fim das contas
O que interessa prá nós é
EAB7EAB7
Fazer amor de madrugada,
EAB7EAB7E (AB)
amor com jeito de virada
Larga logo desse espelho
Não reparou que eu tô até vermelho
Tá ficando tarde no meu edredom
Logo o sono bate
REFRÃO
LP Educação Sentimental - Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens / Título da música: A Fórmula Do Amor / Leoni (Compositor) / Léo Jaime (Compositor) / Kid Abelha (Leoni / George Israel / Paula Toller / Bruno Fortunato) (Intérprete) / Gravadora: WEA / Ano: 1985 / Nº Álbum: BR 22.102 / Lado B / Faixa 5 / Gênero musical: Rock.
(C Am F G)
Eu tenho o gesto exato, sei como devo andar
Aprendi nos filmes pra um dia usar
Um certo ar cruel de quem sabe o que quer
Tenho tudo planejado pra te impressionar
Luz de fim de tarde, meu rosto em contra-luz
Não posso compreender, não faz nenhum efeito
A minha aparição será que errei na mão
As coisas são mais fáceis na televisão
Mantenho o passo alguém me vê
Nada acontece, não sei porque
Se eu não perdi nenhum detalhe
Onde foi que eu errei
C G F
Ainda encontro a fórmula do amor
G C F G F
Ainda encontro a fórmula do amor
G C F G F
Ainda encontro a fórmula, a fórmula do amor
(C Am F G)
Eu tenho a pose exata pra me fotografar
Aprendi num vídeo pra um dia usar
Um certo ar cruel, de sabe o que quer
Tenho tudo ensaiado pra te conquistar
Eu tenho um bom papo e sei até dançar
Não posso compreender, não faz nenhum efeito
A minha aparição será que errei na mão
As coisas são mais fáceis na televisão
Eu jogo um charme, alguém me vê
Nada acontece, não sei porque
Se eu não perdi nenhum detalhe
Onde foi que eu errei?
C G F
Ainda encontro a fórmula do amor
G C F G F
Ainda encontro a fórmula do amor
G C F G F
Ainda encontro a fórmula, a fórmula do amor
Numa entrevista a Marcelo Fróes e Marcos Petrillo, em março de 96, Paula Toller comentou: “acho que, se você perguntar a alguém que não conheça nada da gente (Kid Abelha), ‘Como Eu Quero’ será conhecida. E ela foi literalmente tirada do lixo, num papel amassado.”
Essa baladinha, que puxou o sucesso do segundo compacto do Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, tinha sido desprezada pelos autores, quando o produtor Liminha numa reunião para escolha de repertório, indagou, “vem cá, e aquela que vocês jogaram fora? toca aquela...” e “Como Eu Quero” conquistou a moçada:
“Diz pra eu ficar muda / faz cara de mistério / tira essa bermuda / que eu quero você sério / tramas do sucesso mundo particular / solos de guitarra / não vão me conquistar! u u u... / eu quero você como eu quero...”. Grande sucesso, a canção acabou por gerar a expressão “rock de bermudas” para denominar a galera carioca da geração 80 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
LP Seu Espião / Título da música: Como Eu Quero / Leoni (Compositor) / Paula Toller (Compositora) / Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens (Leoni / George Israel / Paula Toller / Bruno Fortunato) (Intérprete) / Gravadora: WEA / Ano: 1984 / Nº Álbum: BR 22.090 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Rock.
C G
Diz pra eu ficar muda faz cara de mistério
Am7 F
Tira essa bermuda que eu quero você sério
C G
Dramas do sucesso, mundo particular
Am7 F
Solos de guitarra não vão me conquistar
Am7 Em7 Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero
Am7 Em7 Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero
C G
O que você precisa é de um retoque total
Am7 F
Vou transformar o seu rascunho em arte final
C G
Agora não tem jeito cê tá numa cilada
Am7 F
Cada um por si você por mim mais nada
Am7 Em7 Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero
Am7 Em7 Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero
D F C G
Longe do meu domínio cê vai de mal a pior
Dm F Fadd2
Vem que eu te ensino como ser bem melhor (2X)
O belo samba “O Amanhã”, lançado pela União da Ilha do Governador no carnaval de 1979 e que quatro anos depois se tornou o grande sucesso de Simone, no disco e no palco, tem como autor o advogado Gustavo Adolfo de Carvalho Baeta Neves, procurador federal (foto: Simone em 1985).
Pertencente a uma família ilustre, esse pródigo criador de sambas-enredo — deixou mais de vinte, entre os quais os conhecidos “Dona Beja, a Feiticeira de Araxá”, “É Hoje”, “Quem Pode Pode, Quem Não Pode”, “O Que Será” e “O Amanhã”, o primeiro para o Salgueiro e os demais para a União da Ilha — preferiu se manter no anonimato enquanto exerceu cargos públicos, cedendo suas músicas a componentes das escolas. Depois de aposentado, passou a assiná-las com o pseudônimo de Didi.
“No meu trabalho eu era muito sério, muito chato, mesmo”, ele declarou em entrevista ao Globo meses antes de morrer em 1987, aos 52 anos. Porem à noite, encerrado o expediente, o Dr. Gustavo Adolfo tirava o paletó e transformava-se no boêmio-compositor Didi, grande apreciador de um bom uísque (“samba é 10% idéia e 90% uísque”, afirmou na mesma entrevista), figura importante e estimada na União da Ilha. Tanto assim que seria escolhido como tema do enredo desta escola no carnaval de 91, tendo suas glórias cantadas no samba “De Bar em Bar, Didi o Poeta”, de Ely Peron e Rogério Figueiredo.
Mas voltando a “O Amanhã”, a música que marcou o décimo ano da carreira de Simone e que abria e fechava o seu show “Delírios, Delícias”, em clima de muita empolgação, é um grande samba-enredo, rico de letra e melodia, o que não é comum no gênero: “Como será o amanhã? / responda quem puder / o que irá me acontecer / o meu destino será como Deus quiser...” Outro samba de Didi a entrar para o repertório de cantores famosos foi “É Hoje”, incluído por Caetano Veloso no elepê Uns, ainda em 81 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
O Amanhã (samba-enredo, 1983) - João Sérgio e Didi - Intérprete: Simone
LP Delírios, Delícias / Título da música: O Amanhã (União da Ilha - Samba-enredo 1978) / Didi (Compositor) / João Sérgio (Compositor) / Simone (Intérprete) / Gravadora: CBS / Ano: 1983 / Nº Álbum: 138277 / Lado B / Faixa 5 / Gênero musical: Samba-enredo / Carnaval.
G
A cigana leu o meu destino
Bm Em Am E7
Eu sonhei
Am D7
Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante
Am D7 G D7
Eu sempre perguntei
Dm G7 C
O que será? O amanhã ?
A7 D7/4 D7
Como vai ser o meu destino ?
Dm G7 C7+
Já desfolhei o mal-me-quer
A7 D7/4 D7
Primeiro amor de um menino
G E7 Am7
E vai chegando o amanhecer
D7 G D7 G E7 Am
Leio a mensagem zodiacal e o realejo diz
D7 G D7
Que eu serei feliz sempre feliz
G Am7 G
Como será o amanhã ?
Bm Em Am E7
Responda quem puder
Am D7
O que irá me acontecer
Am D7 G
O meu destino será como Deus quiser . . .
LP Amigos / Título da música: A Saudade Que Ficou (O Lencinho) / Luiz Ayrão (Compositor) / Elzo Augusto (Compositor) / Luiz Ayrão (Intérprete) / Gravadora: EMI-Odeon / Ano: 1979 / Nº Álbum: 062 421187 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba.
D B7 Em A7 D
Aquele lencinho / Que você deixou
G A7 D Bm Em A7 D
É um pedacinho/ Da saudade que ficou
G A7 D Bm
Era a felicidade / Que acenava pra mim
Em A7 D Bm
Hoje é bandeira da saudade
Em A7 D
Banhada num pranto sem fim
A7 D Bm Em
Um lencinho não dá pra enxugar
A7
O rio de lágrimas que eu tenho pra
D
chorar
B7 Em
Que nasce da saudade
A7 D
Que ficou no seu lugar
G D
Que nasce da saudade
A7 D
Que ficou no seu lugar
Mais um dos artistas cearenses que migraram para o Sul no início dos anos setenta, o cantor/compositor Ednardo (José Ednardo Soares Costa Souza) integrava a fração do grupo que se estabeleceu na rua Oscar Freire, no bairro paulistano de Pinheiros. Nesse endereço eles costumavam promover saraus musicais, o que lhes facilitava os contatos com produtores como Júlio Lerner, que os levou ao programa “Proposta”, na TV Cultura, e o radialista Walter Silva, que os encaminhou à Continental.
Nesta empresa, em 73, sob o nome de “Pessoal do Ceará”, eles fizeram um disco que apresentou Rodger Rogério, sua mulher Tetty, Ednardo e o violonista Cirino. Talvez o mais enigmático desses cearenses seria Ednardo, cujo primeiro disco solo, O romance do pavão mysteriozo, gravado em 74, incluía a composição que inspirou este extravagante título.
“Pavão Misterioso” era uma música completamente diferente de tudo o que então estava sendo tocado nas rádios. Com uma interpretação desafiadora do autor, a canção fora baseada em um dos folhetos de cordel mais vendido nas feiras nordestinas. Atribuído a João Camelo de Melo Resende e João Melquíades Ferreira, este folheto conta a história de João Evangelista e da condessa Creuza, uma reclusa, presa por seu pai na torre de um castelo grego. Cego de amor, o herói abandona a casa e a família para libertar a amada, sonhando com a possibilidade de voar num aeroplanopavão.
“Pavão misterioso / pássaro formoso / tudo é mistério nesse teu voar / ah, se eu corresse assim / tantos céus assim / muita história eu tinha pra contar”, diz a letra de Ednardo, em que o voo representa uma tentativa de transpor barreiras, como as da repressão, em plena vigência do AI 5. Não era “Pavão Misterioso” e sim “Carneiro” a música destinada a puxar a venda do disco de Ednardo. Porém, a partir de seu aproveitamento, dois anos depois do lançamento, como tema básico da telenovela surrealista “Saramandaia”, na TV Globo, a composição acabaria se tornando o primeiro e maior sucesso de Ednardo (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
LP Saramandaia - Trilha Sonora da Novela da Rede Globo / Título da música: Pavão Mysteriozo / Ednardo (Compositor) / Ednardo (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6089 / Lado A / Faixa 7 / Gênero musical: Canção.
A G D
Pavão mysteriozo, pássaro formoso
A E
Tudo é mistério nesse teu olhar
A G D
Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim
A E A
Muita história eu tinha pra contar
F#m B F#m
Pavão mysteriozo nessa cauda aberta em leque
Dm Am E7
Me guardar moleque de eterno brincar
Am Dm
Me poupa do vexame de morrer tão moço
Am E A A4 A5m A
Muita coisa ainda quero olhar
....
F#m Am Am/G
Pavão mysteriozo, meu pássaro formoso
G C E
No escuro dessa noite me ajuda a cantar
Am Dm Am
Derrama essas faíscas, despeja esse trovão
E A A4 A5m A
Desmancha isso tudo, que não é certo não
A dupla Rildo Hora-Sérgio Cabral já havia criado um razoável repertório, com alguns sucessos como “Visgo de Jaca” e “Janelas Azuis”, quando Sérgio propôs ao parceiro escreverem um samba em homenagem à Mangueira. A idéia era prestar uma homenagem diferente, focalizando, por exemplo, os meninos do lugar. Assim nasceria “Os Meninos da Mangueira”, com Sérgio fazendo a letra sobre uma bela composição de Rildo, um samba de verdade, sincopado, malemolente, sentimental, mas de estribilho vibrante, sacudido.
E como o letrista é também historiador, homenageia passado e presente da Mangueira, descrevendo com graça e concisão os atributos de cada um dos personagens enumerados (“Carlos Cachaça, o menestrel / Mestre Cartola, o bacharel / Seu Delegado, um dançarino...”), juntando-os no final aos meninos que representam o futuro da Escola: “E a velha guarda se une / aos meninos lá na passarela / abram alas que vem ela / a Mangueira toda bela...”
“Os Meninos da Mangueira” foi lançado por Ataulfo Júnior, num compacto, recebendo, ainda em 76, mais doze gravações, entre as quais as de Jair Rodrigues e Eliana Pittman. A boa gravação de Ataulfo mostra na abertura uma sutileza do arranjador Rildo Hora: o som forte, grave, encorpado de um violão, que, revela Sérgio Cabral, “é na realidade o som dobrado de um violoncelo e um violão” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Os meninos da Mangueira (samba, 1976) - Rildo Hora e Sérgio Cabral - Intérprete: Ataulfo Júnior
Compacto simples (7") / Título da música: Os Meninos da Mangueira / Rildo Hora (Compositor) / Sérgio Cabral (Compositor) / Ataulfo Júnior (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1975 / Nº Álbum: 101.0361 / Lado A / Gênero musical: Samba.
C
Um menino da Mangueira recebeu pelo natal
Ebdim Dm A7 Dm
Um pandeiro e uma cuíca, que lhe deu Papai Noel
G7 C
Um mulato sarará, primo-irmão de dona Zica
E o menino da Mangueira,foi correndo organizar
C7 F A7 Dm C
Uma linda bateria, carnaval ja vem chegando
Dm Am Dm G7 C
E tem gente batucando, são os meninos da Mangueira
G7 C G7 C C7
Carlos Cachaça, o menestrel mestre Cartola, o bacharel
F E7 Am D7
Seu Delegado um dançarino,faz coisas que aprendeu
G7 C7
Com Marcelino
--------
F Ebdim C
E a velha guarda se une aos meninos la na passarela
A7 Dm G7 C C7
Abram alas,que vem ela, a Mangueira toda bela
( BIS )
---------
G7 C G7 C C7
O Padeirinho, cade Xangô, o preto rico, chama o Sinhô
F E Am D7
E Dona Nelma.... maravilhosa, e a primeira mulher
G7 C7
Da verde-rosa
----------
F Ebdim C
E onde e que se junta o passado,o futuro e o presente
A7 Dm G7 C C7
Onde o samba e permanente, na Mangueira minha gente
( BIS )
Nascido e criado numa fazenda em Paraíba do Sul (RJ), Rui Maurity tem sua obra marcada por músicas ligadas ao interior e à natureza, o que também acontece com o parceiro José Jorge Miquinioty, de Araçatuba (SP).
Em meados dos anos setenta Rui, que já havia participado de vários festivais universitários e gravado três elepês, passou a frequentar como mero expectador terreiros de macumba no subúrbio de Jacarepaguá. Na ocasião, sentiu-se tão impressionado com as melodias de alguns pontos, que pediu e conseguiu autorização para aproveitá-las em novas composições.
Foi assim que nasceram “Xangô Vencedor”, “Quizumba de Rei” e o grande sucesso “Nem Ouro Nem Prata”, cuja primeira parte inteira pertence a um desses pontos: “Eu vi chover eu vi relampear / mas mesmo assim o céu estava azul / samborepemba folha de Jurema / Oxossi reina de norte a sul...” Este refrão seria complementado por urna segunda parte de Rui (“Ser brasileira, faceira, mestiça, mulata, não tem ouro nem prata...”).
Lançada num compacto simples, a música teve tamanho sucesso, que provocou a feitura de seu quarto elepê, dominado por essa fase afro-mística, porém episódica em sua obra. A vertente dos pontos de macumba na música brasileira tem na figura do cantor e compositor J. B. de Carvalho (João Paulo Batista de Carvalho) o seu principal cultor, salientando-se ainda como a grande intérprete estilizada do gênero a cantora Clara Nunes (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Nem Ouro Nem Prata (1976) - Ruy Maurity e José Jorge - Intérprete: Ruy Maurity
LP Nem Ouro Nem Prata / Título da música: Nem Ouro Nem Prata / Ruy Maurity (Compositor) / José Jorge (Compositor) / Ruy Maurity (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6100 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba / Ponto de Macumba.
Introd: Dm Am Bb E7 Am
E7 Am E7 Am
Eu vi chover eu vi relampiar
A7 Dm
Mas mesmo assim o céu estava azul
E7 Am
Samborepemba folha de jurema
Dm E7 Am E7
Oxóssi reina de norte a sul (bis)
Am Dm
Sou brasileira faceira mestiça ou mulata
E7
Não tem ouro nem prata
Am E7
O samba que sangra do meu coração
Am Dm
Tua menina de cor pedaço de bom caminho
Am
Entrei no teu passo malandra
E7 Am E7
Eu não sou como a tal Conceição
Am Dm
Chega de tanto exaltar essa tal de saudade
E7
Meu caboclo moreno mulato amuleto
Am A7
No nosso Brasil
Dm Am
Olha meu preto bonito te quero prometo
Bb
Te gosto pra sempre do samba canção
E7 Am
Ao primeiro apito do ano dois mil (bis)
Iniciada em novembro de 75, a telenovela “Pecado Capital” prolongou-se até julho de 76, tendo composições de sua trilha sonora, como “Juventude Transviada”, liderado no período as paradas de sucesso.
Com uma linha melódica que lembra levemente o velho clássico “Casa de Caboclo”, esta é uma canção bem típica de Luiz Melodia, intuitiva, livre, sem qualquer preocupação com a lógica em seus versos enigmáticos (“Lava a roupa todo dia, que agonia / na quebrada da soleira que chovia / até sonhar de madrugada / uma moça sem mancada / uma mulher não pode vacilar / eu entendo a juventude transviada...”) que ele não gosta de explicar.
“As pessoas têm que estar abertas para entender os toques. Não é assim, eu pisei numa pedra e aí nasceu essa frase. É um toque ingênuo, uma coisa poética, das vivências que observei”, declarou Luiz em 18.4.76 ao crítico Tárik de Souza, do Jornal do Brasil. “Juventude Transviada” foi feita para a sua primeira mulher, que lhe deu um filho, Mahal, e, como na maioria de suas canções, teve letra e música compostas ao mesmo tempo. Melodia gravou-a, com sua voz personalíssima, em seu segundo elepê, Maravilhas contemporâneas (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
LP Maravilhas Contemporâneas / Título da música: Juventude Transviada / Luiz Melodia (Compositor) / Luiz Melodia (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6085 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Samba.
Tom: E
E9b Fº A7 D#7/9
Lava roupa todo dia, que agonia
D7/9 G7M G7
Na quebrada da soleira, que chovia
C7M Cm7 Bm7 A#m7 Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9 G7M D7/9
Uma mulher não deve vacilar
E9b Fº A7 D#7/9
Eu entendo a juventude transviada
D7/9 G7M G7
E o auxílio luxuoso de um pandeiro
C7M Cm7 Bm7 A#m7 Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9 G7M D7/9
Uma mulher não deve vacilar
E9b Fº A7 D#7/9
Cada cara representa uma mentira
D7/9 G7M G7
Nascimento, vida e morte, quem diria
C7M Cm7 Bm7 A#m7 Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9 G7M G7
Uma mulher não deve vacilar
C7M Bm7 A7 D7/9 C#7/9
Hoje pode transformar e o que diria a juventude
C7M Bm7 A7 D7/9
Um dia você vai chorar, vejo clara as fantasias
Pioneiro do soul brasileiro, ao lado de Tim Maia e Hyldon, o cantor, músico e compositor Cassiano começou a tocar violão na adolescência, quando ganhava a vida como ajudante de pedreiro. Mais adiante, nos anos sessenta, passou a tocar nas noites do Rio e de São Paulo, porém sem jamais se firmar profissionalmente, em razão de seu comportamento irregular, igual ao do amigo Tim Maia. Faziam os dois o estilo “músico doidão”, segundo suas próprias palavras.
Em 1976, seis anos depois de seu primeiro sucesso, Primavera”, lançado por Tim, Cassiano voltaria às paradas com uma música ainda melhor, a balada “A Lua e Eu”: “Mais um ano se passou / e nem sequer ouvi falar seu nome / a lua e eu / caminhando pela estrada / eu olho em volta / e só vejo pegadas / mas não são as suas / eu sei... eu sei.”
Composta em 73, com o seu principal parceiro, Paulo Zdanowski, o Paulinho Motoka, na época com 19 anos, “A Lua e Eu” se destacaria na trilha da novela “O Grito”, da TV Globo, em que entrara por iniciativa do produtor Nelson Mota, daí se tornando uma das canções mais executadas no ano. Nascido em Campina Grande, na Paraíba, Cassiano chama-se Genival Cassiano dos Santos, sendo assim xará de outro artista campinense, o cantor Genival Lacerda, o que dá a impressão de ser o nome Genival muito comum naquela cidade (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
A Lua E Eu (1976) - Cassiano e Paulo Zdanowski - Intérprete: Cassiano
LP O Grito - Trilha Sonora da Novela / Título da música: A Lua E Eu / Cassiano (Compositor) / Paulo Zdanowski (Compositor) / Cassiano (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1975 / Nº Álbum: 403.6078 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Canção.
Intro: A F#m7 C#m7 Bm7/9
A F#m7 Cm7
Mais um ano se passou
C#m7 Cm7 Bm7 D E
E nem sequer ouvi falar seu nome, a lua e eu
A F#m7 Cm7
Caminhando pela estrada
C#m7 Cm7 Bm7
Eu olho em volta e só vejo pegadas
D E A A6
Mas não são as suas, eu sei, eu sei, eu sei
(refrão)
D E A C#m7 Bm7
O vento faz eu lembrar você
D E A C#m7 Bm7 D E
As folhas caem mortas como eu, a lua e eu
A F#m7 Cm7
Quando olho no espelho
C#m7 Cm7 Bm7
Estou ficando velho e acabado
D E D E A A6
Procuro encontrar, não sei onde está você, você, você
Planeta Água (1981) - Guilherme Arantes - Intérprete: Guilherme Arantes
Compacto simples, vinil, 7": Guilherme Arantes – Planeta Água / Título da música: Planeta Água / Gravadora: WEA/Elektra / Ano: 1981 / Nº Álbum: BR 12.079 / Lado A / Gênero musical: Soft Rock / Canção / MPB.
Tom: A
Intro: A7 D
A4/7 A7 D A7
Água que nasce na fonte serena do mundo
D4 D
E que abre um profundo grotão
A4/7 A7 D
Água que faz inocente riacho
A7 D4 D
e deságua na corrente do ribeirão
Bm F#7 A4/7 A7 G
Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão
Bm F#7 A4/7 A7 G
Águas que banham aldeias e matam a sede da população
D G/D
Águas que caem das pedras
A/C# Bm
no véu das cascatas, ronco de trovão
F#/Bb Bm Bm/A G7M
E depois dormem tranqüilas no leito dos lagos,
G6 D4 D
no leito dos lagos
A4/7 A7 D
Água dos igarapés, onde Iara,
A7 D4 D
a mãe d'água é misteriosa canção
A4/7 A7 D A7
Água que o sol evapora, pro céu vai embora,
D4 D
virar nuvem de algodão
Bm F#7
Gotas de água da chuva,
A4/7 A7 G
alegre arco-íris sobre a plantação
Bm F#7
Gotas de água da chuva, tão tristes,
A4/7 A7 G
são lágrimas na inundação
D G/D
Águas que movem moinhos
A7 Bm
são as mesmas águas que encharcam o chão
F#/Bb Bm Bm/A G7M
E sempre voltam humildes pro fundo da terra,
G6 D
pro fundo da terra
(Bm F#m G D)
Terra, planeta água (2x)
G A4/7 D
Terra, planeta á...gua
LP Guilherme Arantes / Título da música: Meu Mundo E Nada Mais / Guilherme Arantes (Compositor) / Guilherme Arantes (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6094 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Canção.
F Fº F Am7
Quando eu fui ferido vi tudo mudar
Cm7 F7 Bb Eb/Bb
Das verdades que eu sabia
F Fº F Am7
Só sobraram restos que eu não esqueci
Cm7 F7 Bb
Toda aquela paz que eu tinha
C7 C/Bb F/A C7/G F
Eu que tinha tudo hoje estou mudo, estou mudado
Dm7 Gm7 C7
À meia-noite, à meia luz, pensando
F Bb C7 F
Daria tudo por um modo de esquecer
Bb C/Bb F/A C7/G F
Eu queria tanto estar no escuro do meu quarto
Dm7 Gm7 C7
À meia-noite, à meia luz, sonhando
F Bb C7 F
Daria tudo por meu mundo e nada mais
F Fº F Am7
Não estou bem certo se ainda vou sorrir
Cm7 F7 Bb Eb/Bb
Sem um traço de amargura
F Fº F Am7
Como ser mais livre, como ser capaz
Cm7 F7 Bb
De enfrentar um novo dia
Mama África (1994) - Chico César - Intérprete: Chico César
CD Chico César - Aos Vivos / Título da música: Mama África / Chico César (Compositor) / Chico César (Intérprete) / Gravadora: Velas / Ano: 1995 / Nº Álbum: 11-V080 / Faixa 2 / Gravado ao vivo na Sala Guiomar Novaes - São Paulo, de 24 a 26 de junho de 1994.
Tom: E
C#m7
Mama áfrica (a minha mãe)
É mãe solteira
E tem que fazer
F#m7 Cº C#m7
Mamadeira todo dia
F#m7
Além de trabalhar
G#7(b9)
Como empacotadeira
C#m7
Nas casas bahia
Cº B7 E
Mama áfrica tem tanto o que fazer
D#m7(b5)
Além de cuidar neném
G#7(b9) C#m7
Além de fazer denguim
D#m7(b5)
Filhinho tem que entender
G#7(b9) C#m7
Mama áfrica vai e vem
G#7(b9) C#m7
Mas não se afasta de você
Cº
Quando mama sai de casa
B7
Seus filhos se olodunzam
E
Rola o maior jazz
D#m7(b5)
Mama tem calos nos pés
G#7(b9) C#m7
Mama precisa de paz
D#m7(b5)
Mama não quer brincar mais
Amaj7
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
G#7(b9) C#m7
No ritmo de vida de mama
À Primeira Vista (1994) - Chico César - Intérprete: Chico César
CD Chico César - Aos Vivos / Título da música: À Primeira Vista / Chico César (Compositor) / Chico César (Intérprete) / Gravadora: Velas / Ano: 1995 / Nº Álbum: 11-V080 / Faixa 3 / Gravado ao vivo na Sala Guiomar Novaes - São Paulo, de 24 a 26 de junho de 1994.
Tom: D
D9 Bb° Bm11
Quando não tinha nada eu quis
Ab° G9
Quando tudo era ausência, esperei
Ab°
Quando tive frio, tremi
A4 A
Quando tive coragem, liguei
D9 Bb° Bm11
Quando chegou carta, abri
Ab° G9
Quando ouvi Prince, dancei
Ab°
Quando o olho brilhou, entendi
A4 A
Quando criei asas, voei
D9 Bb° Bm11
Quando me chamou, eu vim
Ab° G9
Quando dei por mim, estava aqui
Ab°
Quando lhe achei, me perdi
A4 A D9
Quando vi você, me apaixonei
Bb° Bm11 Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9 Ab° B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
A4 A
Num, man an...an
D9 Bb°
Ôoooh...
Bm11 Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9 Ab° B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
A4 A
Num, man an...an
D9 Bb° Bm11
Quando não tinha nada eu quis
Ab° G9
Quando tudo era ausência, esperei
Ab°
Quando tive frio, tremi
A4 A
Quando tive coragem, liguei
D9 Bb° Bm11
Quando chegou carta, abri
Ab° G9
Quando ouvi Salif Keita, dancei
Ab°
Quando o olho brilhou, entendi
A4 A
Quando criei asas, voei
D9 Bb° Bm11
Quando me chamou, eu vim
Ab° G9
Quando dei por mim, estava aqui
Ab°
Quando lhe achei, me perdi
A4 A D9
Quando vi você, me apaixonei
Bb° Bm11 Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9 Ab° B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
A4 A
Num, man an...an
D9 Bb°
Ôoooh...
Bm11 Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9 Ab° B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
A4 A
Num, man an...an
D9 Bb° Bm11
Quando me chamou, eu vim
Ab° G9
Quando dei por mim, estava aqui
Ab°
Quando lhe achei, me perdi
A4 A D9
Quando vi você, me apaixonei
Bb° Bm11 Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9 Ab° B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
A4 A
Num, man an...an
D9 Bb°
Ôoooh...
Bm11 Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9 Ab° B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
A4 A
Num, man an...an
D9
Ôoooh...
Quem Tem a Viola (1979) - Zé Renato, Cláudio Nucci, Juca Filho e Xico Chaves - Intérprete: Boca Livre
LP Boca Livre / Título da música: Quem Tem a Viola / Zé Renato (Compositor) / Xico Chaves (Compositor) / Cláudio Nucci (Compositor) / Juca Filho (Compositor) / Gravadora: Independente / Ano: 1979 / Nº Álbum: BL-0001 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Canção.
E A/B E A/B
Quem tem a viola pra se acompanhar
E A/B E A/B
Não vive sozinho, nem pode penar
Em A C D
Tem som de rio numa corda de metal
A E/G# F#m B7 [E A/B]
Tem no marco o acorde final
E A/B E A/B
Quem tem a viola pra se acompanhar
E A/B E A/B
Não vive sozinho nem pode penar
Em A C D
Tem tom de roupa quando seca no varal
A E/G# F#m B7 [E A/B] E
Luz do sol quando cai no cristal
A E/G# F#m B7 E
Faz o luar brilhar
F#
E o coração vazio
A
Voa vadio
Em C D A7+/B
Feito uma pipa no ar
Formado por Zé Renato, Cláudio Nucci, David Tygel e Maurício Maestro, o conjunto vocal e instrumental Boca Livre chegou ao disco com um elepê independente que tinha o nome do grupo. Chegou e logo entrou nas paradas de sucesso com a canção “Toada”, a melhor de um repertório em que qualquer das músicas recomendava a compra do disco.
“Toada” começou a ser cantada quando o quarteto participou, ao lado de Edu Lobo, de uma temporada do Projeto Pixinguinha, da Funarte, em 1979. Acontece que a música foi tão bem acolhida pelo público que o grupo, àquela altura apenas com dois números ensaiados, teve que formar repertório às pressas, a fim de atender aos pedidos de bis. A etapa seguinte seria a gravação do disco, produzido com dinheiro emprestado e vendido durante os shows nos teatros Vanucci e Ipanema, a partir de janeiro de 80.
Com o sucesso, a pequena tiragem inicial logo esgotou, tendo que ser várias vezes repetida, fazendo do elepê o primeiro independente a se tornar best-seller no Brasil. Dosando com equilíbrio os vocais e as passagens individuais, o Boca Livre apresentou de saída uma personalidade que outros conjuntos levam tempo para adquirir.
Daí boa parte do êxito de “Toada”, uma despretensiosa cantiga à moda sertaneja (“Vem morena ouvir comigo esta cantiga / sair por esta vida aventureira / tanta toada eu trago na viola / pra ver você mais feliz...”), interpretada com graça e competência por um conjunto de cidade grande (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Toada (Na Direção do Dia) (1980) - Zé Renato, Cláudio Nucci e Juca Filho - Intérprete: Boca Livre
LP Boca Livre / Título da música: Toada (Na Direção do Dia) / Zé Renato (Compositor) / Cláudio Nucci (Compositor) / Juca Filho (Compositor) / Boca Livre (Intérprete) / Gravadora: Independente / Ano: 1979 / Nº Álbum: BL-001 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Toada.
G Am7
Vem morena ouvir comigo essa cantiga
F G C7+
Sair por essa vida aventureira
A7 D
Tanta toada eu trago na viola
G/B Gm/Bb C G
Prá ver você mais feliz
Am7
Escuta o trem de ferro alegre a cantar
F G C7+
Na reta da chegada prá descansar
A7 D C G
No coração sereno da toada, bem querer
F# Bm
Tanta saudade eu já senti, morena
A D
Mas foi coisa tão bonita
F# Bm C G
Da vida, nunca vou me arrepender
Am7
Morena, ouve comigo essa cantiga
F G C7+
Sair por essa vida aventureira
A7 D
Tanta toada eu trago na viola
G/B Gm/Bb C G
Prá ver você mais feliz
Manacéia ou Manacéa (Manacé José de Andrade), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro em 26 de agosto de 1921 e faleceu em 10/11/1995. Irmão dos sambistas Aniceto e Mijinha, com cinco anos já freqüentava os grupos que deram origem ao G.R.E.S. da Portela, e aos oito já participava dos desfiles. Pouco depois passou a tocar tamborim na bateria.
Começou a compor aos 18 anos e, graças à influência de Mijinha, teve seu primeiro samba cantado na Portela. Sua primeira música gravada foi Minha querida (com Francisco Santana), em 1957. No período entre 1942 e 1952, compôs alguns sambas-enredo para a Portela, entre os quais Descoberta do Brasil (com Risadinha), 1952.
Chegou às paradas de sucesso em 1974, com a regravação feita por Cristina de seu samba Quantas lágrimas, que havia passado despercebido quando gravado por Paulinho da Viola, em 1970, no LP da RGE Portela, passado de glória, que reunia a velha guarda da escola.
Participou de shows no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Seus maiores sucessos incluem Sempre teu amor (1962), Volta meu amor (1977), Carro de boi (1978), Quando quiseres (1981) e A natureza (1983).
Obras
Amor proibido, 1990; Brasil de ontem, 1952; Flor do interior, 1990; Inesquecível amor, l99l; Manhã brasileira, 1977; Nascer e florescer, 1962; Pagode do Lima, 1987; Portela, você me trouxe a paz, 1977; Quantas lágrimas, 1970; Sem teu amor, 1962; Vem, amor, 1976.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.
Em setembro de 1970, a RGE lançou o antológico elepê Portela, passado de glória, produzido por Paulinho da Viola, no qual a Velha Guarda de Portela registrou uma seleção de composições de seus mais ilustres integrantes. Uma das faixas do disco era o samba “Quantas Lágrimas”, de Manacéia (Manacéia José de Andrade), que com os irmãos Aniceto e Mijinha, também sambistas históricos, pertenceu ao núcleo que fundou o Grêmio Recreativo Escola de Samba da Portela.
Quatro anos depois, incluído pela cantora Cristina, irmã de Chico Buarque, em seu elepê de estréia, “Quantas Lágrimas” tornou-se o grande sucesso do disco. Com sua letra romântico-ingênua (“Ai, quantas lágrimas eu tenho derramado / só em saber que não posso mais / reviver o meu passado...”) e uma melodia bem ao estilo da dupla Alcebíades Barcelos-Armando Marçal, que representa o que de melhor se fez em matéria de samba na década de trinta, a composição ficou conhecida do público “uns vinte anos depois de pronta”, segundo o autor.
A boa gravação de Cristina tem no acompanhamento músicos como César Faria e trio de percussionistas Elizeu, Luna e Marçal. Manacéia morreu em 10 de novembro de 1995 (A Canção no Tempo – Vol .2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
LP Cristina / Título da música: Quantas Lágrimas / Manacéa (ou Manacéia) (Compositor) / Cristina Buarque (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1974 / Nº Álbum: 103.0088 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba / MPB.
G E7
Ah!...Quantas lágrimas eu tenho derramado
Am D7
Só em saber, que eu não posso mais
G
Reviver...o meu passado
E7 Am
Eu vivi cheio de esperança
G Am7 G
E de alegria....eu cantava...eu sorria **
G7 C
Mas hoje em dia eu não tenho mais
Am D7 G
A alegria....de tempos atrás
Am7 D7 G
A melancolia...que os meus olhos trazem
Am C7 B7
Ai!...quantas saudades, a lembrança tras
E7 Am
Se houvesse retrocesso na idade
A7 D7
Eu não teria saudade...da minha mocidade
REPETE ATÉ ** E SEGUE
G7 C
Mas hoje em dia eu não tenho mais
Am D7 G
A alegria....dos tempos atrás
G7 C
Mas hoje em dia eu não tenho mais
Am D7 C
A alegria....dos tempos atrás
G7 C
Mas hoje em dia eu não tenho mais
Am D7 C
A alegria....dos tempos atrás...
Identificado com o elepê do mesmo nome, básico na discografia de Gilberto Gil e em que se destaca o seu vigoroso punch ao violão, aprimorado durante o exílio londrino, “Expresso 2222” foi lançada inicialmente em um compacto duplo, encartado numa edição especial da revista Bondinho, em fevereiro de 72.
A imagem do expresso está muito ligada a reminiscências do autor, que na infância viajava nos trens da Companhia Leste Brasileiro pelo interior da Bahia. Em seu livro Todas as letras Gil conta que a canção nasceu quando, um dia em Londres, anotou num caderno uma frase fortemente rítmica que lhe veio à mente: “Começou a circular o Expresso 2222, que parte direto de Bonsucesso pra depois.”
O curioso é que este final “pra depois” sugeriu-lhe uma parada imediata, levando-o “a deixar aquilo ali como um vinho, num barril de carvalho, para envelhecer”, só voltando à composição um ano mais tarde. Então completou e musicou “Expresso 2222”, mantendo a linha originária da frase em razão da naturalidade das síncopes iniciais.
“É evidente — afirma Gil — que a idéia da viagem está ligada às drogas, os modificadores e expansores de consciência da época.” A gravação, inteiramente despojada, com violão, percussão e nada mais, é uma expressiva demonstração da vitalidade rítmica do compositor como intérprete, capaz de prescindir de grandes recursos técnicos e instrumentais para produzir um sucesso como este, de longa permanência desde que tenha o seu violão, descendente direto dos violões de Caymmi e de João Gilberto (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
LP Expresso 2222 / Título da música: Expresso 2222 / Gilberto Gil (Compositor) / Gilberto Gil (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1972 / Nº Álbum: 6349 034 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: MPB.
Tom: C
C Bb F C
Começou a circular o Expres----so 2222
Em7 Dm7 G7 C
Que parte direto de Bonsucesso pra depois
Bb F C
Começou a circular o Expres----so 2222
Da Central do Brasil
Bb
Que parte direto de Bonsucesso
F C
Pra depois do a----no 2000
G7
Dizem que tem muita gen-----te de ago----ra
C
Se adiantan----do, partindo pra lá
G7
Pra 2001 e 2 e tem---po afo---ra
C G/F
Até onde es---sa estra---da do tempo vai dar
Em7 Am7
Do tempo vai dar
Dm7 G7 Dm7 G7 C
Do tempo vai dar, menina, do tempo vai
G7
Segundo quem já andou no Expres---so
C
Lá pelo ano 2000 fica a tal
G7
Estação final do per---curso-vida
C
Na terra-mãe concebi---da
G/F
De vento, de fogo, de água e sal
Em7 Am7
De água e sal
Dm7 G7
De água e sal
Dm7 G7 C
Ô, menina, de água e sal
G7
Dizem que parece o bon---de do mor---ro
C
Do Corcova---do da---qui
G7
Só que não se pe---ga e en---tra e sen---ta e an---da
C G/F
O tri----lho é fei---to um bri---lho que não tem fim
Em7 Am7
Oi, que não tem fim
Dm7 G7
Que não tem fim
Dm7 G7 C
Ô, menina, que não tem fim
G7
Nunca se chega no Cris---to concre---to
C
De matéria ou qualquer coi---sa real
G7
Depois de 2001 e 2 e tem---po afo---ra
C G/F
O Cris---to é como quem foi visto subindo ao céu
Em7 Am7
Subindo ao céu
Dm7 G7 C
Num véu de nu-----vem brilhante subindo ao céu
Quem frequentou nos anos setenta e oitenta a noite do Baixo Leblon, na Zona Sul carioca, em especial bares como o Jobi, o Gatão, o Luna e o Diagonal, redutos de artistas e intelectuais boêmios, há de ter cruzado muitas vezes e prestado a atenção na figura exótica do cantor e compositor “maldito” Sérgio Sampaio. Isso porque, com seu porte magérrimo, seu cabelão comprido e seu comportamento bizarro, sempre bebendo, cantando ou gargalhando com espalhafato, ele jamais poderia passar despercebido ao mais distraído habitué do lugar.
Sérgio deixou várias composições, mas, somente um grande sucesso, “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, finalista do VII FIC e que é uma espécie de marcha-rancho, confessional (“Há quem diga / que eu fugi da raia / que eu morri de medo / quando o pau quebrou”), que culmina num vibrante estribilho: “Eu quero é botar meu bloco na rua / brincar, botar pra ferver / eu quero é botar meu bloco na rua / gingar, pra dar e vender.”
Tais características a incluem entre as boas canções de protesto da época, embora o autor não tenha chegado a ser um especialista do gênero. Primo do também cantor e compositor Raul Sampaio, Sérgio morreu em 1994, aos 47 anos, tendo gravado quatro elepês (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua (1972) - Sérgio Sampaio - Interpretação: Sérgio Sampaio
LP O Carnaval Chegou! / Título da música: Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua / Sérgio Sampaio (Compositor) / Sérgio Sampaio (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1972 / Nº Álbum: 6349 058 / Lado B / Faixa 7 / Gênero musical: Marcha-rancho / Carnaval.
A7 Dm C
Há quem diga que eu dormi de touca
Bb A7
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Gm Dm7
Que eu caí do galho e que não vi saída
E7 A7
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Dm7 C
Há quem diga que eu não sei de nada
Bb A7
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Gm Dm7
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E7 A7
E que Durango Kid quase me pegou
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero todo mundo nesse carnaval...
Dm7 C
Eu quero é botar meu bloco na rua BIS
Bb A7
Gingar, pra dar e vender
08.05: É lançado o último álbum dos Beatles (o elepê Let it be), que em seguida iniciam carreiras individuais.
21.06: O Brasil ganha na Cidade do México o IX Campeonato Mundial de Futebol, vencendo na final a Itália por 4 a 1.
11.07: Morre em Lisboa o cançonetista Geraldo Magalhães, muito popular no início do século como integrante da dupla Os Geraldos.
12.07: Morre em São Paulo (SP) o cantor/compositor Raul Torres.
18.09: Morre em Londres o guitarrista Jimi Hendrix.
24.09 a 05.10: Realiza-se o V Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo do Rio de Janeiro e vencido pela canção “Pedro Nadie”, de Piero, representante da Argentina. Na fase nacional, venceu “BR-3”, de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar.
04.10: Morre em Hollywood (Califórnia, EUA) a cantora Janis Joplin.
09.10: É iniciada a construção da Rodovia Transamazônica.