terça-feira, março 06, 2018

Mas que nada - Jorge Ben

Na própria letra de “Mas Que Nada”, Jorge Ben afirma que seu samba é um “misto de maracatu” (“Este samba que é misto de maracatu / é samba de preto velho / samba de preto tu”). Com efeito, “Mas Que Nada” e as outras composições de seu elepê de estréia, Samba esquema novo — que vendeu cem mil cópias em dois meses —, são um misto de samba e maracatu, com melodias e harmonias simplórias, quase primitivas, concentrando-se a ênfase no ritmo, que ele comanda com seu violão percussivo.

Complementam o estilo as letras também muito simples, cheias de palavras inventadas, de função apenas rítmica, que o compositor canta com voz personalíssima, absolutamente adequada ao repertório.

“Mas Que Nada” tornou-se conhecida no exterior pela versão americanizada de Sérgio Mendes e seu grupo Brasil 66, ao qual faltava exatamente o forte de Ben, ou seja, o balanço. Sem ser antigo nem moderno, mas exibindo influências de rock e bossa nova, Jorge Ben teve no início de carreira trânsito livre nos programas de maior sucesso na tevê como “O Fino da Bossa” e “Jovem Guarda”. Já na terceira década de atividade, ele mudaria o nome para Jorge Ben Jor (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Mas que nada (samba, 1963) - Jorge Ben Jor - Interpretação: Jorge Ben

LP Jorge Ben - Samba Esquema Novo / Título da música: Mas Que Nada / Jorge Ben (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1963 / Álbum: P 632.161 L / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.


intro: Gm7 Cm7 F7
(Gm7 Cm7 F7)
Oh.............O Ariá raiou oba oba oba
Gm7                D7(#9)
Mas que nada sai da minha frente
Gm7
Que eu quero passar
D7(#9)               Gm7
Pois o samba está animado
D7(#9)    Gm7
O que eu quero é sambar
Cm7        F7          Gm7
Este samba que é misto de maracatu
Cm7
É samba de preto velho
F7          Gm7 
Samba de preto tú
Gm7      D7(#9)                Gm7 
Mas que nada    um samba como este tão legal
D7(#9)          Gm7       D7(#9)   Gm7
Você não vai querer que eu chegue no final

Jorge de Capadócia - Jorge Ben


Jorge de Capadócia (1975) - Jorge Ben "Jorge Benjor" - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Jorge Ben - Solta O Pavão / Título da música: Jorge de Capadócia / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1975 / Nº Álbum: 6349 162 / Lado B / Faixa 2.


Tom: G
Intro: Em  F#m7  G  F#m7       4x

Em  F#m7  G  F#m7                   Em  F#m7  G  F#m7
Jorge,                             da Capadócia,
Em  F#m7  G  F#m7                   Em  F#m7  G  F#m7
Jorge,                             da Capadócia,

Solo: Em/D C#m7/5- C7+ Em               4x

Em/D                C#m7/5- C7+              Em
       Jorge sentou praça,       na cavalaria
Em/D                    C#m7/5-
       Eu estou   feliz porque
     C7+                                Em
eu também sou da sua companhia

Em/D            C#m7/5-          C7+       Em
       Eu estou vestido com as roupas       e as armas de Jorge
Em/D                                    C#m7/5-  C7+
       Para que meus inimigos tenham pés
               Em
E não me alcancem
Em/D                           C#m7/5-  C7+
       Para que meus inimigos tenham mãos
                           Em
E não me peguem e não me toquem
Em/D                            C#m7/5-    C7+
       Para que meus inimigos tenham olhos
           Em
E não me vejam
           Em/D                       C#m7/5-  C7+
E nem mesmo pensamentos eles possam ter
                   Em
Para me fazerem mal
Em/D             C#m7/5- C7+               Em
         Armas de fogo,        meu corpo não alcançará
Em/D                       C#m7/5- C7+
      Facas lanças se quebrem
                     Em
Sem o meu corpo tocar
Em/D                               C#m7/5-  C7+
    Cordas correntes se arrebentem
                         Em
Sem o meu corpo amarrar

Em/D                    C#m7/5-                    C7+       Em
      Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Em/D                     C#m7/5-  C7+       Em
      Jorge é da Capadócia,          viva Jorge!
Em/D                     C#m7/5-  C7+           Em
      Jorge é da Capadócia,          salve Jorge!
Em/D    C#m7/5-  C7+                   Em
      Perseverança        ganhou do sórdido fingimento
Em/D     C#m7/5-   C7+                Em
      E disso tudo,         nasceu o amor

Em/D C#m7/5- C7+ Em      2x

Em/D          C#m7/5-  C7+       Em
Ogã,                     toca pra Ogum
Em/D    C#m7/5- C7+                     Em
           Ogã,       Ogã, toca pra Ogum
Em/D                     C#m7/5- C7+             Em
       Jorge é da Capadócia,     Jorge é da Capadócia
   Em/D                    C#m7/5-         C7+        Em
Ogã,            toca pra Ogum,      Ogã, toca pra Ogum
Em/D                C#m7/5-  C7+                  Em
      Jorge sentou praça,           na cavalaria
Em/D                 C#m7/5-    C7+
        E eu estou feliz porque
                                Em
eu também sou da sua companhia
  Em/D          C#m7/5-  C7+           Em
Ogã, toca pra Ogum, Ogã, toca pra Ogum
Em/D           C#m7/5- C7+              Em
Jorge da Capadócia,    Jorge da Capadócia

Solo: Em/D C#m7/5- C7+ Em               6x

Em/D         C#m7/5-                          C7+          Em
          Ogã,           toca pra Ogum, Ogã, toca pra Ogum
Em/D           C#m7/5- C7+            Em
Ogã, toca pra Ogum, Ogã, toca pra Ogum
Diz Jorge,
Em/D           C#m7/5- C7+                 Em
Jorge da Capadócia,    Jorge da Capadócia

Jesualda - Jorge Ben


Jesualda (1975) - Jorge Ben "Jorge Benjor" - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Jorge Ben - Solta O Pavão / Título da música: Jesualda / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1975 / Nº Álbum: 6349 162 / Lado B / Faixa 6.


(Am7 Bm7 Em7)
Jesualda parou com o morro
Pois ela estava no alto
Mas não estava por cima
Moça simpática prendada ano ginasial completo
Toda certinha ainda donzela
Prá ninguém botar defeito
Cheia de afeto
Desceu pra ver de perto o asfalto quente
Sentir a brisa e a água salgada do mar
Molhando seu corpo delgado
Procurou um emprego e achou
Foi trabalhar num duplex na zona sul
De cozinheira de forno e fogão
La, la, la, la, la, la, la, la, la
La, la, la, la, la, la, la, la, la
Na flor da idade
Tão pura tão linda tão meiga
No ponto do ônibus
Num domingo à tarde
Sua felicidade pintou
Pois um moço simpático
Que ia no seu carro meio apressado
Com bandeira e tudo
Com bandeira e tudo ao Maracanã
No que olhou pro lado, parou
Saltou levou um papo
E a linda simpática donzela ele amarrou
Hoje Jesualda é feliz
Casou de véu e grinalda
E agora espera baby
Espera baby no exterior
Espera baby no exterior
Salve simpatia
La, la, la, la, la, la, la, la, la 

Ive Brussel - Jorge Ben e Caetano Veloso


Ive Brussel - Jorge Ben Jor - Intérprete: Jorge Ben "Jorge Benjor" - Participação: Caetano Veloso

LP Jorge Ben - Salve Simpatia / Título da música: Ive Brussel / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Caetano Veloso (Partic.) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1979 / Nº Álbum: 403.6199 / Lado A / Faixa 2.


Tom: A
Intro: D7M C7M A#7M A7M  ( 3x )
D7M             C7M  A#7M A7M   D7M  C7M A#7M  A7M
Você com essa mania sensual ....de sentir e me olhar
D7M              C7M    A#7M  A7M      
Você com esse seu jeito contagiante....
D7M     C7M    A#7M A7M
fiel e sutil de lutar
Bm              E/G#          C#m   F#7
Não sei não, assim você acaba me conquistando
Bm              E/G#          C#m  F#7
Não sei não, assim eu acabo me entregando
D7M         C7M      A#7M    A7M
Pois está fazendo uma ano e meio amor
D7M     C7M  A#7M  A7M
Que eu estive por aqui
D7M              C7M      A#7M   A7M
Desconfiado, sem jeito e quase calado
D7M                C7M      A#7M       A7M
Quando fui bem recebido e desejado por você
D7M              C7M    A#7M   A7M
Nunca como eu poderia esquecer amor
Bm          E/G#           C#m                   F#7
Ai, ai se naquele dia você foi tudo, foi demais pra mim
Bm           E/G#          C#m                  F#7
Ai, ai se naquele dia você foi tudo, fez de mim um anjo
     Bm   E/G#    C#m      F#7      Bm    E/G#  C#m7 F#7
Ive, Ive  Ive Brussel, Brussel, Brussel, Brussel

Comanche - Jorge Ben


Comanche (1971) - Jorge Ben "Jorge Benjor" - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Jorge Ben - Negro É Lindo / Título da música: Comanche / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1971 / Nº Álbum: 6349 011 / Lado B / Faixa 2.


Intro: E G A B (2x)

E
Enquanto existir Deus no céu
Urubu não come folhas
E
Enquanto existir Deus no céu
Vou cantando numa boa

  E
Enquanto existir Deus no céu
Urubu não come folhas
E
Enquanto existir Deus no céu
Vou cantando gente boa

E              G
La la la la la la la
A
La la la la la
B
La la la la (2x)

               E       G
A minha mãe me chama,
A      B
Comanche
E      G
A minha mãe me disse,
A      B
Comanche

>E             G
Descobriram a lua
A                  B
E querem descobrir o sol
E
Você o comanche
G
É um guerreiro
A          B
Fique de olho aberto perdigueiro

               E       G
A minha mãe me chama,
A      B
Comanche
E      G
A minha mãe me disse,
A      B
Comanche

>        E                G
Você nasceu pra viver contente
A             B
Com você e com toda gente
E            G
Deus está no céu olhando
A                   B
E lhe passando harmonia
E          G
Só depende de você
A           B
Viver essa alegria

               E       G
A minha mãe me chama,
A      B
Comanche
E      G
A minha mãe me disse,
A      B
Comanche      (lá, lá, lá, lá, lá)  
   
E              G
La la la la la la la
A
La la la la la
B
La la la la (2x)

               E       G
A minha mãe me chama,
A      B
Comanche
E      G
A minha mãe me disse,
A      B
Comanche
E       G
A minha mãe me chama,
A      B
Comanche
E      G
A minha mãe me disse,
A      B
Comanche    (diz!)

  E                      G
Enquanto existir Deus no céu
A           B
Urubu não come folhas
E                      G
Enquanto existir Deus no céu
A           B
Vou cantando gente boa

  E                      G
Enquanto existir Deus no céu
A           B
Urubu não come folhas
E                      G
Enquanto existir Deus no céu
A           B
Eu vou cantando gente boa

  E         G         A         B
Comanche, comanche, comanche, comanche
E         G         A         B
Comanche, comanche, comanche, comanche

Só a cozinha, só a cozinha!

Chove chuva - Jorge Ben


Chove Chuva (samba, 1963) - Jorge Ben - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Jorge Ben - Samba Esquema Novo / Título da música: Chove Chuva / Jorge Ben (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1963 / Álbum: P 632.161 L / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Samba.


Tom: Am

Intro: Am D7

         Dm  G7         Am   
Chove chuva, chove sem parar,
Dm   G7          Am
chove chuva, chove sem parar

A7                 Dm          G7           Am7
Pois eu vou fazer uma prece pra Deus nosso senhor,
Dm        G7            Am7
Pra chuva parar de molhar o meu divino amor
D7                  Am7    
Que é muito lindo, é mais que o infinito,
Dm        G7             Am7
é puro e belo inocente como a flor

Dm              G7               Am7
Por favor chuva ruim, não molhe mais o meu amor assim
A7         Dm           G7                 Am7
Por  favor chuva ruim, não molhe mais o meu amor assim

Caramba!... Galileu da Galiléia - Jorge Ben


Caramba!... Galileu Da Galiléia (1972) - Jorge Ben "Jorge Benjor" - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Jorge Ben - Ben / Título da música: Caramba!... Galileu Da Galiléia / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1972 / Nº Álbum: 6349 047 / Lado B / Faixa 2.


 (Bm Em)

Disseram que ele não vinha, olha ele aí
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
E como já dizia Galileu na Galiléia
Malandro que é malandro não bobéia
Se malandro soubesse como é bom ser honesto
Seria honesto só por malandragem, caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Diziam também que a terra era quadrada
Mas ficou provada que a terra é redonda, caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Quem ama quer casa, quem quer casa quer criança
Quem quer criança quer jardim
Quem quer jardim quer flor
E como já dizia Galileu, isso é que é amor
Ai, ai caramba, ai ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba

Camisa 10 da Gávea - Jorge Ben


Camisa 10 da Gávea (1976) - Jorge Ben "Jorge Benjor" - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Jorge Ben - África Brasil / Título da música: Camisa 10 da Gávea / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1976 / Nº Álbum: 6349 187 / Lado B / Faixa 3.


Tom: Am
Intro: Am - G
Am                    G
É falta na entrada da área
Am                  G
Adivinha quem vai bater
Am               G
É o camisa 10 da Gávea
Am               G
É o camisa 10 da Gávea
F             G
Ele tem uma dinâmica
F             G
Física rica e rítmica
F             G
Seus reflexos lucidos
F                              G
Lançamentos e dribles desconsertantes
F            G
Chutes maliciosos
F                    G
São como Flash eletrizante
Am                                   G
Estufando a rede num possível gol de placa
Am                                   G
Estufando a rede num possível gol de placa É GOL , É GOL
Am                    G
É falta na entrada da área
Am                  G
Adivinha quem vai bater
Am               G
É o camisa 10 da Gávea
Am               G
É o camisa 10 da Gávea
F                G
O Galinho de Quintino, Chegou
F                  G        F  G
Com garra, fibra e amor  
F                  G
Pode não ser o jogador perfeito
F                                       G
Mas a sua malícia o faz com que seja lembrado
F                               G
Pois mesmo quando não está inspirado
F                  G
Ele procura a inspiração
Am                      G
E cada gol, cada toque, cada jogada
Am                             G
É um deleite para os apaixonados do esporte bretão
Am                    G
É falta na entrada da área
Am                  G
Adivinha quem vai bater
Am               G
É o camisa 10 da Gávea
Am               G
É o camisa 10 da Gávea
Etc.

Bicho do mato - Jorge Ben



Bicho do mato (samba, 1964) - Jorge Ben

LP Ben é Samba Bom / Título: Bicho do mato / Jorge Ben (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1964 / Álbum: P-632.727-L / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Samba.


Intro: G7M Am7 G7M Am7 G7M Am7 Bm7 Bbm7 Am7
         G7M Am7         G7M Am7
Bicho do mato, nego teve aí
G7M Am7         G7M Am7
Bicho do mato, devagar pra não cair
G7M Am7         G7M Am7
Bicho do mato, nego teve aí
G7M Am7         G7M Am7
Bicho do mato, devagar pra não cair
Bm7  Am7       Bm7          Am7
Bicho do mato, bicho bonito danado
Bm7  Am7        Bm7 Bbm7      Am7
Bicho do mato, nego teve aí e disse assim
G7M Am7         G7M Am7
Bicho do mato, quero você pra mim
G7M Am7         G7M Am7
Eu só vou embora, se você disser que sim
G7M                Am7                    G7M Am7
Mas eu só ponho meu boné onde eu posso apanhar
G7M                Am7                    G7M Am7
Devagar se vai ao longe, devagar eu chego lá

Bebete vãobora - Jorge Ben


Bebete Vãobora (1969) - Jorge Ben "Jorge Benjor" - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Jorge Ben / Título da música: Bebete Vãobora / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1969 / Nº Álbum: R 765.100 L / Lado B / Faixa 3.


Introdução: F#m E F#m G#m  2X
 F#m       E   F#m             G#m   
Bebete vãobora pois já está na hora
F#m       E   F#m             G#m  
Bebete vãobora pois já está na hora
F#m            E                  F#m           
Olha que o galo canto e sol vai raiar
G#m
E você não parou de sambar
F#m                E
Eu sei que você me é fiel
F#m                G#m
Mas é que os vizinhos já estão a olhar e falar
F#m       E            F#m          G#m
Eu sou o seu homem e você minha mulher
F#m                 E 
Mas quem não chora não mama
F#m                  G#m 
E o nosse nenêm já ta chorando querendo mamar
F#m            E               F#m
E você sabe muito bem que logo mais eu tenho que
G#m
trabalhar
F#m                    E     F#m      
Já não posso mais chegar atrasado e nem pensar em
G#m
faltar
F#m          E            F#m            G#m
Pois o novo gerente não é lá muito meu amigo
F#m                    E            F#m          
E depois como é que eu posso comprar estando a perigo
G#m                   F#m
Novas Sandálias pra você sabar
E     F#m       G#m 
Bebete oh Bebete
F#m       E   F#m             G#m   
Bebete vãobora pois já está na hora
F#m       E   F#m             G#m  
Bebete vãobora pois já está na hora
 F#m            E                  F#m           
Olha que o galo canto e sol vai raiar
G#m
E você não parou de sambar
F#m                E
Eu sei que você me é fiel
F#m                G#m
Mas é que os vizinhos já estão a olhar e falar
F#m       E            F#m          G#m
Eu sou o seu homem e você minha mulher
F#m                 E 
Mas quem não chora não mama
F#m                  G#m 
E o nosse nenêm já ta chorando querendo mamar
F#m            E               F#m
E você sabe muito bem que logo mais eu tenho que
G#m
trabalhar
F#m                    E     F#m      
Já não posso mais chegar atrasado e nem pensar em
G#m
faltar
F#m          E            F#m            G#m
Pois o novo gerente não é lá muito meu amigo
F#m                    E            F#m          
E depois como é que eu posso comprar estando a perigo
G#m                   F#m
Novas Sandálias pra você sabar
E     F#m       G#m 
Bebete oh Bebete
F#m       E   F#m             G#m   
Bebete vãobora pois já está na hora
F#m       E   F#m             G#m  
Bebete vãobora pois já está na hora

Balança pema - Jorge Ben


Balança Pema (samba, 1963) - Jorge Ben Jor - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Samba Esquema Novo / Título da Música: Balança Pema / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1963 / Nº Álbum: P 632.161 L / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Samba / Bossa Nova.


Introd.: G6 Am7
        G6
Balança Pema
Am7           G6
Balança sem parar
Am7            G6
Arrasta as sandálias
Am7           G6   Am7
Arrasta até gastar
G6                Am7
Pois quando você sambalança
Bm7                Am7
Sambalança meu coração também
G6                 Am7
Ele sambalança certinho
Bm7         Bbm7      Am7 D7(9)
Juntinho com o seu vai e vem
        G6
Balança Pema
Am7            G6
Balança sem parar
Am7            G6
Arrasta as sandálias
Am7            G6   Am7
Arrasta até gastar
G6         Am7
Se você jurar
Bm7
Me ensinar
Am7
A sambalançar assim
G6                  Am7
Eu lhe darei uma sandália de prata
Bm7        Bbm7      Am7 D7(9)
Pra você sambalançar só pra mim.
    G6
Balança Pema
Am7            G6
Balança sem parar
Am7            G6
Arrasta as sandálias
Am7            G6   Am7
Arrasta até gastar
        Bm7         Bbm         Am7   D7(9)
Din din don don don din din din don

Agora ninguém chora mais - Jorge Ben


Agora Ninguém Chora Mais (1965) - Jorge Ben "Jorge Benjor" - Intérprete: Jorge Ben Jor

LP Jorge Ben - Big Ben / Título da música: Agora Ninguém Chora Mais / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1965 / Nº Álbum: P 632.768 L / Lado B / Faixa 6.


intro: E  (G A B) (G A B) 
     (G A) (G A) (G A)  E

             E      G
Chorava todo mundo,
A       B          E
Mais agora ninguém chora mais
G           A
Chora mais, chora mais
B         E      G
Chorava todo mundo,
A       B          E  G  A  B
Mais agora ninguém chora maaaaaaaais
E  G  A  B
Chora maaaaaaaais

        E
Chorava mãe
G     A  B
Ô, ô, ô, ô,
E
Chorava pai
G     A  B
Ô, ô, ô, ô,
E    G  A
Na hora da partida
B        E    G  A
Mais era um beleza
B          E    G  A
em vez de tristeza
B         E    G  A
Mais era uma beleza
B          E  G   A   B
em vez de tristezaaaaaaaaaa

        E
Chorava mãe
G     A  B
Ô, ô, ô, ô,
E
Chorava pai
G     A 
Ô, ô, ô, ô, 

B         E      G
Chorava todo mundo,
A       B          E
Mais agora ninguém chora mais
G           A
Chora mais, chora mais
B         E      G
Chorava todo mundo,
A       B          E
Mais agora ninguém chora mais
G           A
Chora mais, chora mais

         B       E       G
Pois o menino voltou. Ô, ô
A         B      E   G  A  B
Voltou homem, voltou doutor
E       G
Pois o menino voltou. Ô, ô
A         B      E   G  A  B
Voltou homem, voltou doutor
E          G       A   B
Menino que é bom não cai
E           G
Pois já nasceu com a estrela
A        B
E sempre a mente sã
E          G       A   B
Menino que é bom não cai
E    G  A
Pois é protegido
B  E  G  A  B
De Iansã
E    G  A
Pois é protegido
B  E   G          A  
De Iansã (deixa cair)

B         E      G
Chorava todo mundo,
A       B          E
Mais agora ninguém chora mais
G           A
Chora mais, chora mais
B         E      G
Chorava todo mundo,
A       B          E  G  A  B
Mais agora ninguém chora maaaaaaaais
E  G  A  B
Chora maaaaaaaais

E  G  A  B (até o final da música)

Mano Caetano - Maria Bethânia e Jorge Ben


Mano Caetano (1971) - Jorge Ben "Jorge Benjor" - Intérprete: Maria Bethânia - Participação: Jorge Ben Jor

LP Maria Bethânia - A Tua Presença / Título da música: Mano Caetano / Jorge Ben "Jorge Benjor" (Compositor) / Maria Bethânia (Intérprete) / Jorge Ben Jor (Partic.) / Gravadora: Philips / Ano: 1971 / Nº Álbum: 6349 001 / Lado A / Faixa 6.


Intro: G7

                            C7
Lá vem o mano, meu mano Caetano
           G7              C7
Lá vem o mano, meu mano Caetano
           Eb7               D7
Ele vem sorrindo, ele vem cantando
                               G7   C7
Ele vem feliz, pois ele vem voltando
                   G7   F7
Lá vem meu mano Caetano
          Bb7   Eb7         Ab7
Menino adorado, menino encantado
            C7    G7
É o mano Caetano
                           C7
Lá vem o mano, meu mano Caetano
          G7               C7
Lá vem o mano, meu mano Caetano

Lá vem o mano Caetano

F7                      Bb7
Vem numa linda estrada verde
F7                       Bb7
Cheia de sol e rosas amarelas
Eb7                             Ab7
Lá vem o menino de camisolas brancas
  C7
Debaixo de um lindo céu azul
                             G7
Verde e amarelo, azul e branco
                            C7
Lá vem o mano, meu mano Caetano
         G7                C7
Lá vem o mano, meu mano Caetano
(G7 C7)
Lá vem o mano Caetano
Cae, Cae, é Caetano
Cae, Cae, é Caetano

Jorge Ben Jor - Biografia


Jorge Duílio Lima Meneses nasceu no Rio de Janeiro RJ em 22 de Março de 1942. Filho de Augusto Meneses, estivador, feirante, pandeirista do bloco carioca Cometas do Bispo, cantor e compositor carnavalesco, e de Silvia Saint Ben Lima, etíope, morava numa favela da Rua do Bispo, no bairro de Rio Comprido.


Aos 13 anos ganhou um pandeiro e começou a tocar num regional; aos 15, cantava no coro da igreja do Colégio Diocesano São José, onde fez o ginásio. Gostava muito de jogar futebol e chegou, inclusive, a integrar a equipe infanto-juvenil do Flamengo. Aos 18 anos, quando servia o Exército, a mãe lhe deu um violão e um método para principiantes.

Tocando e cantando bossa nova, rock e twist, costumava apresentar-se em festinhas de amigos. Por 1961, o contrabaixista do Copa Trio, Manuel Gusmão, convidou-o para ensaiar com seu conjunto. Nessa época, Zé Maria, organista e líder de conjunto que se apresentava no Beco das Garrafas, descobriu-o e levou-o como pandeirista para se apresentar no Little Club, e, logo depois, no Bottle’s, tocando violão e cantando suas musicas. Ainda por volta de 1961, atuou como cantor de rock na boate Plaza, em Copacabana.

Em 1963 voltou ao Bottle’s, acompanhado pelo Copa Cinco (Meireles no sax, Pedro Paulo no trompete, Toninho no piano, Dom Um na bateria e Manuel Gusmão no baixo) e Zé Maria colocou duas músicas suas – Mas que nada e Por causa de você –, no LP Tudo azul, de cuja gravação o compositor participou como ritmista e como cantor do coro. No dia seguinte foi contratado pela Philips e lançou o primeiro 78 rpm, com essas músicas, acompanhado pelo Copa Cinco, obtendo grande êxito. Também desse ano e o primeiro LP, Samba esquema novo, também de grande sucesso, e o segundo, Sacudin Ben samba.

Em 1964 sua composição Chove chuva foi gravada ao vivo, no Teatro Paramount, e incluída no terceiro LP, Ben é samba bom. No ano seguinte, a convite do Ministério das Relações Exteriores, foi aos EUA, onde, durante três meses, se apresentou em universidades e clubes. De volta ao Brasil, encontrou dificuldades em se situar no panorama musical brasileiro, dividido entre o iê-iê-iê da Jovem Guarda e os sambas e marchas carregados de conteúdo social.

Essa situação, agravada pelo relativo fracasso de seus dois últimos LPs, provocou incidentes embaraçosos: depois de ensaiar para o programa da TV Record O Fino da Bossa, foi excluído pouco antes de entrar no palco, por ter se apresentado, no dia anterior, a convite de Roberto Carlos, no programa Jovem Guarda da mesma emissora, cantando Agora ninguém chora mais, bem recebida pelo publico do auditório.

Enquanto Mas que nada e Chove chuva chegavam as paradas de sucesso, nos EUA, lançados por Sérgio Mendes, e, em seguida, suas músicas Zazueira e Nena naná eram gravadas, respectivamente, por Herp Albert e José Feliciano, sua carreira atravessava momento difícil: os três compactos seguintes, lançados pela Mocambo, foram recebidos com frieza pelo público e pela crítica.

Um dos responsáveis pela fixação do funk na cultura carioca e pela injeção da soul music no samba, gravou em 1967 o LP O Bidu – Silêncios no Brooklin, que incluía maracatus misturados ao rock’n roll. Somente no final de 1968 suas composições reencontraram o caminho do sucesso, depois de apresentação como convidado no programa Divino Maravilhoso, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, na TV Tupi.

Nos primeiros meses de 1969 teve êxito com Cadê Teresa, Que pena, Que maravilha (com Toquinho), Minha menina, Domingas, País tropical. No mesmo ano participou do IV FIC, da TV Globo, no Rio de Janeiro, com Charles Anjo 45 e, em 1970, apresentou Eu também quero mocotó, no V FIC, interpretada pelo maestro Erlon Chaves, a Banda Veneno e o Trio Mocotó.

Ainda nesse ano sua musica Domingas foi muito aplaudida no MIDEM, em Cannes, França. Em 1972 fez temporadas na Itália, Portugal e Japão, onde chegou a gravar um LP ao vivo. Participou em 1972 do VII FIC, com a música Fio Maravilha, classificada em primeiro lugar na interpretação de Maria Alcina.

Em 1974 lançou dois LPs bem sucedidos: Jorge Ben – dez anos depois e Os alquimistas estão chegando. No ano seguinte gravou, com Gilberto Gil, um álbum duplo intitulado Gil-Jorge, e realizou apresentação única no Teatro Sistina, em Roma, Itália, gravada ao vivo pela televisão italiana. Nos anos de 1980, popularizou-se no exterior.

Em 1989 lançou o LP Alô, alô, como vai?, pela Som Livre, que alem da canção-título inclui Cae, cae, Caetano, Lady Benedicta e A cegonha me deixou em Madureira. Em 1989, por problemas de direitos autorais, alterou seu sobrenome para Jorge Ben Jor. Em 1990 lançou W Brasil e, em 1991, Jorge Ben Jor ao vivo no Rio.

Em 1995 lançou o CD World dance, pela WEA, com os sucessos Pisada de elefante, W/ Brasil e Alcohol, todas de sua autoria. No mesmo ano, foi contratado pela Sony e lançou Homo Sapiens, que inclui o sucesso Gostosa, além de Rabo preso e da música em espanhol Maria Luísa.

Em novembro de 1997, lançou o CD Músicas para tocar em elevador (Sony), com participações de Carlinhos Brown, Paralamas do Sucesso e Fernanda Abreu, entre outros artistas. (Página dedicada ao amigo Simone Morini, Itália).

Em 2002, gravou, no estúdio do Polo de Cine e Vídeo, no Rio de Janeiro, o "Acústico Jorge Benjor" (CD, DVD e musical de televisão), com arranjos de Lincoln Olivetti e produção musical de Paulinho Tapajós, acompanhado de duas bandas. Nesse mesmo ano, também acompanhado da Admiral Jorge V, da Banda do Zé Pretinho e de uma orquestra de cordas sob a regência de Lincoln Olivetti, apresentou-se no Via Funchal (SP) e no ATL Hall (RJ).

Em 2004, participou, ao lado de Gilberto Gil e outros artistas, da gravação do CD "Hino do Fome Zero" (Roberto Menescal e Abel Silva). Nesse mesmo ano, fez show no Noites Cariocas, no Morro da Urca (RJ).

Em 2005, apresentou-se no espaço Oi Noites Cariocas, no Morro da Urca (RJ). Nesse mesmo ano, lançou o CD "Reactivus amor est", contendo as composições inéditas "Mexe mexe", "Gabriel, Rafael, Miguel", "O rei é Rosa Cruz", "Sãos e salvos", "Zé Blueman", "História do homem", "Janaína Argentina", "Eu bem que lhe avisei", "Tupinambás", "O nome do rei é Pelé", "Desligado", "Hoje é dia de festa", "Maria Helena e Chiquinho", "Funk Astrid", "Turba Philosophorum" e "C 589".

No dia 23 de abril de 2007, apresentou-se ao lado de Jorge Vercilo, Jorge Mautner e Jorge Aragão na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em show que reuniu os “Jorges” da música brasileira em homenagem a São Jorge. O registro ao vivo do show, com direção musical de Rildo Hora e canja especial de Gilberto Gil, foi lançado, nesse mesmo ano, no CD e DVD "Coisa de Jorge".

Em 2009, foi lançada a caixa “Salve, Jorge!”, com os 13 álbuns gravados para a Philips (hoje Universal), desde “Samba esquema novo”, de 1963, até “África Brasil", de 1976, e trazendo ainda um CD duplo com raridades de estúdio, entre as quais “Camisa 12”, “Os Mentes Claras”, “Salve América” e “Silvia Lenheira”.

Em 2012, fez show na Praia do Pontal, em Paraty, para gravação em CD e DVD do projeto especial "Luau MTV Jorge Benjor", tendo a seu lado Lorival Costa (teclado), Dadi (baixo), Lucas Real Fernandes (bateria), Neném da Cuíca e ainda um naipe de sopros formado por Marlon Sette, Altair Martins e Jean Arnoult. Nesse mesmo ano, e com os mesmos músicos, apresentou-se no Circo Voador (RJ) e nos espaços Fundição Progresso e Citibank Hall (RJ). Também em 2012, entrou na web o documentário “Imbatível ao extremo: assim é Jorge Ben Jor!”, especial em 10 capítulos sobre sua trajetória artística dirigido e roteirizado por Paulo da Costa e Silva para a Rádio Batuta do Instituto Moreira Salles, com produção de Paulo da Costa e Silva, Adriana Maciel e Heloisa Tapajós.

Em 2013, encerrou, com dois dias de show, a Programação de Verão do Circo Voador.

Algumas músicas





















































Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Elza Laranjeira - Biografia

Elza Laranjeira na capa da Revista do Rádio em 07/07/1956.

A cantora Elza Laranjeira nasceu em Bauru, SP, em 16/6/1925 e faleceu em São Paulo em 22/7/1986. Aos dez anos já se apresentava cantando na Rádio Clube de Bauru. Professora pela escola normal de Bauru, foi mais tarde para São Paulo SP, onde começou a cantar na Rádio Cruzeiro do Sul, substituindo Leny Eversong num programa de Blota Júnior.


Em 1945 transferiu-se, com Blota Júnior, para a Rádio Record. Suas primeiras gravações, na antiga Star (depois Copacabana), foram as dos sambas Foi sem querer (Simonetti e Maragliano) e Quando eu era pequenina (Simonetti e Donato), e das canções Dia das mães e Poema das duas mãozinhas, passando depois a lançar vários sucessos.

Teve êxito em países latino-americanos, principalmente no Uruguai. Em 1951 conquistou o prêmio Roquete Pinto de melhor cantora. Durante longo período atuou em shows das boates paulistanas, sendo considerada uma das maiores intérpretes de Dolores Duran.

Entre suas principais gravações estão A noite do meu bem (Dolores Duran) e Eu sei que vou te amar (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), ambas pela RGE.

No início da década de 1960 deixou a Rádio Record, transferindo-se para o Rio de Janeiro e passando a se apresentar na Rádio Nacional. Mais tarde, afastou-se da vida artística, só retornando em 1975, quando voltou a cantar na boate Samba Enredo, de São Paulo.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Altamiro Carrilho - Biografia


O instrumentista e compositor Altamiro Carrilho (Altamiro Aquino Carrilho) nasceu em Santo Antônio de Pádua, RJ, em 21/12/1924. Ainda menino, começou a tocar numa flautinha de bambu. Concluiu apenas o curso primário, pois, quando tinha nove anos, seu pai ficou muito doente e ele precisou trabalhar numa tamancaria para ajudar a família.


Aos onze anos empregou-se como prático de farmácia, passando a tocar tarol na Banda Lira de Árion, formada quase que por inteiro de seus parentes. Em 1940 mudou-se para Niterói RJ com a família, continuando a trabalhar em farmácia e passando a estudar música a noite, com o flautista amador Joaquim Fernandes. Por essa época, começou a freqüentar, no Rio de Janeiro RJ, os programas de rádio dos flautistas Dante Santoro e Benedito Lacerda, e, com uma flauta de segunda mão, iniciou suas apresentações em programas de calouros, conseguindo tirar o primeiro lugar no programa de Ary Barroso.

Sua grande capacidade de improvisação chamou a atenção de muitos artistas, o que o levou a participar de vários grupos. Estreou em disco em 1943, participando da gravação de um 78 rpm de Moreira da Silva, na Odeon.

Em 1946 integrou o conjunto de Ademar Nunes, na Rádio Sociedade Fluminense; um ano depois, entrou para o conjunto de César Moreno, tocando nas rádios Tamoio e Tupi; e, em 1948, passou a fazer parte do conjunto de Rogério Guimarães, na Radio Tupi. No ano seguinte, gravou na Star seu primeiro disco, Flauteando na chacrinha, choro de sua autoria.

Em 1950 formou conjunto próprio para tocar na Rádio Guanabara, onde permaneceu até maio de 1951, quando foi convidado a integrar o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda. O regional tocava na Radio Mayrink Veiga e acompanhava, em gravações, cantores como Orlando Silva, Vicente Celestino, Sílvio Caldas e outros.

Apareceu, em 1951, no filme Mulher do Diabo (direção de Milo Marbisch), e formou em 1955 a Bandinha de Altamiro Carrilho, com ele na flauta ou flautim, e mais acordeom, pistom, clarineta, tuba, bateria e pratos. Um ano depois, a bandinha já gravava seu maxixe Rio antigo, que fez grande sucesso.

De 1956 a 1958, a bandinha ganhou prestígio e popularidade com seu programa Em Tempo de Música, na TV Tupi. Em 1957 deixou o Regional do Canhoto, sendo substituído por Carlos Poyares. Na década de 1960, passou grandes períodos excursionando pelo exterior: em 1963, apresentou se em Portugal, Espanha e França; em 1964, na Inglaterra (onde gravou para a BBC), Alemanha, Líbano e Egito; em 1966, na então URSS; em 1968, no México, onde ficou um ano; em 1969, nos EUA.

Com a redescoberta do choro a partir da década de 1970, tornou-se um dos flautistas mais requisitados, como solista e como acompanhante em gravações de choro e samba tradicional.

Apesar de ser músico popular, tocou, em novembro de 1972, no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, o Concerto em sol, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756—1791). Nos anos de 1974 e 1975, fez o arranjo musical e o acompanhamento dos discos 100 anos de música popular brasileira 1, 2 e 3, da série MPB 100 ao vivo — Projeto Minerva, lançados pela Tapecar.

Em 1977 lançou pela Philips o LP Antologia da flauta. Em 1985 participou do álbum triplo Velhos sambas... Velhos bambas, produzido pela FENAB, e, dois anos depois, acompanhou Elisete Cardoso em sua tournee pelo Japão.

Em 1997, a gravadora Tom Brasil lançou a série Música Viva, incluindo o CD Brasil musical, com Arthur Moreira Lima. Toca vários tipos de flauta e já gravou 69 discos.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Tamba-Tajá - Inezita Barroso

Segundo um mito amazônico, na tribo dos macuxis havia um índio que, por muito amar sua esposa, levava-a sempre consigo para todo lugar, fosse para caçar, pescar ou lutar. Certa vez, o índio teve que ir para a guerra, mas a esposa ficou doente, sem poder andar. Não querendo separar-se de sua amada, ele fez um saco com folhas de bananeira, para poder carregá-la nas costas. Durante o combate, sua amada foi ferida e morreu. O índio, desesperado de amor, enterrou-se junto com ela. No lugar onde jaziam seus corpos, nasceu um tajá diferente, pois atrás de cada grande folha verde da planta nascia grudada uma pequena folha de forma vaginal. Renasciam assim os amantes, unidos novamente para sempre.

As plantas têm na Amazônia poderes curativos e mágicos, conhecidos pelos pajés e feiticeiros. O Tamba-tajá tem a propriedade especial de proteger os amantes. É por isso que a pessoa que canta se dirige a ele fazendo um pedido, uma espécie de prece pagã, que não é menos desprovida de fé que uma prece religiosa, pois os caboclos acreditam piamente no poder das plantas. Desse modo, devemos revestir de uma certa religiosidade sua execução (Fonte: Uma visão sobre a interpretação das canções amazônicas de Waldemar Henrique - Márcia Jorge Aliverti).

Tamba-tajá (canção, 1934) - Waldemar Henrique - Intérprete: Inezita Barroso

LP Inezita Barroso Com Arranjos e Orquestra de Hervé Cordovil / Título da música: Tamba-Tajá / Waldemar Henrique (Compositor) / Inezita Barroso (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Ano: sem data / Nº Álbum: CLP 11231 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Canção / Folclore.



E7+    Fº   F#m4/7   F7/5-
Tamba-Tajá, me faz feliz
E7+      Fº            F#m  B7
Que meu amor me queira bem
G#m      Gm6/5+     F#m4/7           F7/5-
Que meu amor seja só meu, de mais ninguém
        G#m7          Gm6/4+           F#m4/7  F7/5-
Que seja meu, todinho meu, de mais ninguém

 E     C#7/9-  F#m  B7
Tamba-Tajá me faz feliz
G#m7   Gm6/5+     F#m
Assim o índio carregou
       B7
Sua macuxy
G#m7     Gm6/5+         F#m            B7  G#m
Para o  roçado, para a guerra, para a morte
        Gm6/5+         F#m         B4/7
Assim carregue o nosso amor à boa sorte

G#m     Gm6/5+ F#m4/7 F7/5-
Tamba-Tajá...
G#m7             Gm6/5+  F#m          B7
Que ninguém mais possa beijar o que beijei
G#m7         Gm6/5+      F#m           B7  G#m
Que ninguém mais escute aquilo que escutei
           Gm6/5+           F#m         B7/9-
Nem possa olhar dentro dos olhos que olhei
G#m     Gm6/5+ F#m4/7 F7/5-
Tamba-Tajá...

Uirapuru - Vanja Orico

Havia, no Sul do Brasil, uma tribo de índios cujo cacique era amado por duas jovens muito bonitas. Não sabendo qual delas escolher para esposa, o jovem cacique prometeu que se casaria com aquela que tivesse melhor pontaria. Assim sendo, fez-se uma competição e as duas jovens atiraram suas flechas, mas só uma delas acertou o alvo e casou-se com o cacique.

A jovem que perdeu a prova se chamava Oribicy. Ela chorou tanto por ter perdido seu amado, que suas lágrimas formaram um córrego. Sua tristeza era tanta, que pediu a Tupã que a transformasse num passarinho para que ela pudesse visitar seu amado sem ser reconhecida. Tupã realizou o desejo da moça e Oribicy, com sua nova forma, voou até o amado. Para sua grande tristeza, constatou na visita que o cacique vivia muito feliz com sua jovem esposa. Oribicy resolveu ir embora e voou para o Norte. Tupã, para consolá-la, deu-lhe um canto especial, que a faria esquecer sua dor enquanto o entoasse e atrairia quem quer que o escutasse. Assim, a jovem não ficaria solitária.

É por isso que o uirapuru, o pássaro que não é pássaro, vive a cantar e a atrair com seu canto todos os que o ouvem. Esse fenômeno acontece realmente. Na floresta, mesmo se todos os pássaros estão a cantar enchendo o ar de melodias e gritos diversos, quando o pequeno e cinzento uirapuru inicia seu canto, todos os outros silenciam e, o que é ainda mais interessante, vêm depositar aos seus pés oferendas: sementes, galhos, alimento (Fonte: Uma visão sobre a interpretação das canções amazônicas de Waldemar Henrique - Márcia Jorge Aliverti).

Uirapuru (canção, 1934) - Waldemar Henrique - Interpretação de Vanja Orico

LP Ritmo De Nossa Terra - Viagem Musical Com Vanja Orico / Título da música: Uirapuru / Waldemar Henrique (Compositor) / Vanja Orico (Intérprete) / Gravadora: Sinter / Ano: 1958 / Nº Álbum: SLP 1740 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Canção / Folclore.



Certa vez de montaria
Eu descia um "paraná"
O caboclo que remava
Não parava de falar, ah, ah
Que caboclo falador!

Me contou do "lobishomi"
Da mãe-d'água, do tajá
Disse do juratahy
Que se ri proluar, ah, ah
Que caboclo falador!

Que mangava de visagem
Que matou surucurú
E jurou com pavulagem
Que pegou uirapuru, ah, ah
Que caboclo tentadô

Caboclinho, meu amor
Arranja um pra mim
Ando roxo pra pegar
Unzinho assim...

O diabo foi-se embora
Não quis me dar
Vou juntar meu dinheirinho
Pra poder comprar

Mas no dia que eu comprar
O caboclo vai sofrer
Eu vou desassossegar
O seu bem querer, ah, ah
Ora deixa ele pra lá...

Sem Seu - Jorge Fernandes

Motivos de candomblé de Ilhéus, recolhido pelo maestro paraense Waldemar Henrique.

Sem Seu (motivos de candomblé, 1952) - Waldemar Henrique - Intérprete: Jorge Fernandes

LP 10' Música De Waldemar Henrique Na Interpretação De Jorge Fernandes / Título da música: No Jardim de Oeira / Waldemar Henrique (Compositor) / Jorge Fernandes (Intérprete) / Gravadora: Sinter / Ano: 1956 / Nº Álbum: SLP 1064 / Lado B / Faixa 7 / Gênero musical: Ponto ritual / Folclore / Obs.: Jorge Fernandes é acompanhado ao piano pelo próprio Waldemar Henrique.



Sem Seu
É de Congoricó, miriti tome lá
É de Congoricó, miriti tome lá
Não posso te amar

Sem Seu
É de Congoricó, miriti tome lá
É de Congoricó, miriti tome lá
Não posso te amar

Sem Seu sou de Maionghê
Sem Seu não posso te amar
Neto de Aruanda
Filho de Yemanjá
Lá no meu sertão, ó bujanjo
Sou Ogã de Ori
Lá no meu sertão, ó bujanjo
Sou Ogã de Ori

No Jardim de Oeira - Jorge Fernandes


No Jardim de Oeira (ponto ritual, 1948) - Waldemar Henrique - Intérprete: Jorge Fernandes

LP 10' Música De Waldemar Henrique Na Interpretação De Jorge Fernandes / Título da música: No Jardim de Oeira / Waldemar Henrique (Compositor) / Jorge Fernandes (Intérprete) / Gravadora: Sinter / Ano: 1956 / Nº Álbum: SLP 1064 / Lado B / Faixa 7 / Gênero musical: Ponto ritual / Folclore / Obs.: Jorge Fernandes é acompanhado ao piano pelo próprio Waldemar Henrique.



No Jardim de Oeira
Onde eu me criei
Lá tinha uma rosa
Nela eu me encantei
Aruê de minha São Benedito
Na coroa de anjo
Tem congá
Auê, auê, auá
Na coroa de anjo
Tem congá