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Furnandes Albaralhão |
Horácio Campos (Horácio Mendes Campos), violonista, compositor, escritor, poeta e libretista de teatro de revistas, nasceu e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ (1902 - ant. 1964). Ficou conhecido pela composição
A voz do violão, canção composta em 1928 para a revista
Não é isso que eu procuro, apresentado no Teatro João pela Companhia de Jardel Jércolis.
Não alcançou inicialmente grande sucesso, e acabou sendo musicada novamente por
Francisco Alves que se empolgou pelos versos que ficou conhecendo através do diretor da companhia Jardel Jércolis e Chico acabou gravando a canção no mesmo ano, fazendo então com que alcançasse sucesso.
Foi gravada por Francisco Alves quatro vezes, tornando-se uma das composições mais emblemáticas do "Rei da voz" que a lançou em disco pela primeira vez em 1928, sem que aparecesse o nome do autor dos versos, que apresentou uma reclamação à Odeon. Só então Francisco Alves fez então uma segunda gravação incluindo seu nome na parceria. Essa canção foi ainda regravada por Francisco Alves em em 1929, 1939 e 1951.
Em 1953,
A voz do violão foi regravada em ritmo de baião por
Mário Gennari Filho em interpretação ao acordeom em disco Odeon. Em 1954, durante o encerramento do Festival da Velha Guarda, no Parque do Ibirapuera, a canção foi tocada por todos os violonistas que se apresentaram no evento com um arranjo de
Pixinguinha, sendo em seguida cantada por todos os artistas que participaram do mesmo evento. No mesmo ano, foi regravada ao violão por
Luiz Bonfá.
Em 1956,
A voz do violão foi regravada em ritmo de bolero por Pascoal Melilo ao saxofone e seu conjunto. Em 1960, foi relançada na Odeon por Luiz Bonfá e Norma Sueli. Em 1961, foi regravada duas vezes na gravadora Copacabana, por Romeu Fernandes e por
Inezita Barroso.
Em 1981, a canção, com Francisco Alves, foi relançada na voz de
Gilberto Alves no LP
O fino da seresta volume 2. Em 2004, a canção foi regravada por Maria Lúcia e Toneco da Costa em CD no qual realizaram um diálogo entre violão e voz, além de a apresentarem no show
Canções de Antigamente, no Café Concerto Majestic da Casa de Cultura Mário Quintana.
Obra
A voz do violão (c/ Francisco Alves), Dentinho de ouro (c/ Henrique Vogeler), Luizinha (c/ Henrique Vogeler), Os 18 de Copacabana (c/ Henrique Vogeler).
Quem é Furnandes Albaralhão?
Horácio Mendes Campos publicou, em 1930, o livro de humor Caldo Berde em que apresenta sátiras, paródias de sonetos famosos e pensamentos com linguagem macarrônica, bem à moda do pré-modernista Juó Bananere. Alguns trechos de seu livro foram reproduzidos na revista A Pomba na década de 60.
"Horácio Campos é um dos muitos colaboradores quase ignorados de uma das várias fases de A Manha, o jornal humorístico e satírico de Aporelly. Na A Manha, na mesma fase em que êle, escreveu também Saul Borges Carneiro, com o nome de Barão d'Ascurra. Em outras fases — diga-se incidentemente — também na mesma fôlha humorística escreveram José Lins do Rêgo, Valdemar Cavalcanti, Rubem Braga, Joel Silveira, Carlos Lacerda, o organizador desta antologia, etc.
Usando o pseudônimo de Furnandes Albaralhão, Horácio Campos fazia, com muita arte, o suplemento lusitano de A Manha, escrevendo paródias de poetas portuguêses e brasileiros e composições de sua inteira inspiração. Chegou a reunir parte delas num livro delicioso, publicado com o título de Caldo Berde. Foi, em relação aos portuguêses, o que era Juó Bananere em relação aos italianos. Tendo desaparecido ainda moço, seu livro, nunca mais reeditado, é hoje uma verdadeira raridade bibliográfica, tanto mais que nem a Biblioteca Nacional dêle possui exemplar" (R. Magalhães junior in Antologia de Humorismo e Sátira, Ed. Civilização Brasileira, 1957, p. 309).