segunda-feira, maio 20, 2013

Herivelto, Dalva e Trio de Ouro em 1948

Herivelto, Dalva e seus filhos - 1948
Esse artigo da "Revista do Rádio", de outubro de 1948, chama a atenção sobre o casal Herivelto Martins - Dalva de Oliveira. A separação deles, mais tarde, motivou um ganho expressivo e emocional nos sambas-canções chamados de "dor-de-cotovelo". Agora um registro disso nesse revista em 1948:

"Primeiramente, devo dizer que o Trio de Ouro não acabou”. O que se passou foi o seguinte: Terminando o nosso contrato com a Rádio Nacional, não me interessei pela sua reforma tão pouco cogitei de ir para outra estação, isto porque tinha recebido vantajosa proposta de uma nova empresa cinematográfica, com a qual assinara um contrato para ir a São Paulo, montar os estúdios a fim de, quando os mesmos ficassem prontos, iniciar simultaneamente três películas, nas quais me caberia o papel de diretor-artístico e, ainda, o de intérprete juntamente com o Trio de Ouro.

Como eu me ausentasse do Rio para ir a São Paulo fiscalizar as obras dos estúdios; como nós tivéssemos saído da PRE-8; como há vários meses não atuamos em nenhuma emissora e não aparecemos em público, isso veio dar motivo a que muita gente pensasse que o Trio de Ouro desaparecera.ília

No entanto, posso afirmar mais uma vez que o Trio de Ouro continua mais firme do que o Pão de Açúcar e mais unido do que nunca. E, agora que os estúdios já estão quase concluídos, devemos seguir para São Paulo dentro de breves dias, a fim de cumprirmos o nosso contrato.

Quando voltarmos, então vou estudar qual a mais vantajosa das propostas que três das nossas maiores emissoras nos fizeram. Eis aí tudo
 o que eu tenho a dizer e peço a vocês que divulguem, através das páginas da simpática Revista do Rádio, para todos os rádioóuvintes do Brasil, tudo isto que acabei de lhes declarar".

Dalva de Oliveira e Herivelto Martins são casados. Mas espalhou-se a notícia que eles se tinham separado. Então, Dalva e Herivelto resolveram posar para o nosso, em companhia dos seus dois filhos. Não pode haver desmentido melhor... O casal continua feliz. O casal só, não. O quarteto..."

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Revista do Rádio - Edição de  Outubro de 1948.

Nilton Paz pela Revista do Rádio

Nílton Paz - 1939
A biografia do cantor Nilton Paz - e de centenas de outros artistas também desaparecidos da mídia e na espessa poeira do passado do Brasil -, tentamos, se fundamentando em documentos antigos, sem grandes chances, resgatar. Graças à "Revista do Rádio", e mais ainda, principalmente a Hemeroteca Digital Brasileira que está registrando publicações de outrora, há uma pequena luz. Então vamos a uma publicação da citada revista sobre o cantor...

“Há meses transactos, Nilton Paz, o valoroso cantor da Rádio Mayrink Veiga, seguia para os Estados Unidos, a fim de tentar a sorte no cinema. Confiante na sua boa estrela, cheio de esperanças, chegou a Hollywood.

Entretanto, teve que enfrentar uma série de dificuldades, uma vez que para se encontrar na Meca do Cinema é preciso, antes de tudo, muito talento e, depois, estar perfeitamente regularizado com as leis americanas que exigem de todos os estrangeiros uma infinidade de coisas. E o artista já estava vendo se dissiparem suas últimas esperanças... Mas não desanimou. Foi pondo em dia todos os seus documentos e ficou na expectativa de uma oportunidade. Estava escrito: o seu dia havia de chegar.

E eis que agora nos chega a grata notícia de que aproveitando uma chance que a Metro Goldwyn Mayer lhe oferecera para se submeter a alguns testes, a fim de julgar, desse modo, seu real quilate artístico, e tendo os mesmos agradado cem por cento, foi-lhe oferecido um contrato para interpretar um pequeno papel à guiza de experiência, com a promessa de melhores, no futuro, caso seu desempenho venha a corresponder.

Não está longe, pois, o dia em que veremos nos cartazes de um dos nossos cinemas o nome de mais um brasileiro que, à custa de ingentes esforços e dos seus inegáveis dotes artísticos, conseguiu vencer na terra de Tio Sam.”

Nilton Paz com Emilinha Borba para o Carnaval de 1939, gravaram na Columbia, a marcha Pirulito (João de Barro e Alberto Ribeiro). Emilinha não apareceu no selo do disco.
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Fontes: Revista do Rádio  - Setembro de 1948; MPB CIFRANTIGA.