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quinta-feira, fevereiro 08, 2018

Disseram que voltei americanizada - Carmen Miranda


Disseram Que Voltei Americanizada (samba, 1940) - Vicente Paiva e Luiz Peixoto - Intérprete: Carmen Miranda

Disco 78 rpm / Título da música: Disseram Que Voltei Americanizada / Luiz Peixoto (Compositor) / Vicente Paiva (Compositor) / Carmen Miranda (Intérprete) / Gravadora Odeon, 1940 / Número do Álbum: 11913 / Lado B / Gênero musical: Samba.



Disseram que voltei americanizada
Com o burro do dinheiro
Que estou muito rica
Que não suporto mais o breque de um pandeiro
E fico arrepiada ouvindo uma cuíca


E disseram que com as mãos estou preocupada
E corre por aí
Que eu sei
Certo zum-zum
Que já não tenho molho, ritmo, nem nada


E dos balangandãs
Já nem existe mais nenhum
Mas para cima de mim
Pra que tanto veneno?
Eu posso lá ficar americanizada?


Eu que nasci com o samba
E vivo no sereno
Tocando a noite inteira a velha batucada
Nas rodas de malandro, minhas preferidas
Digo mesmo ‘eu te amo’ e nunca ‘I love you’
Enquanto houver Brasil na hora da comida
Eu sou do camarão, ensopadinho com chuchu

terça-feira, setembro 26, 2017

A Casinha da Colina em Revista

Aracy Cortes - 1924
A canção "A casinha da colina", em fins de 1926, apareceu no teatro de revista do Rio de Janeiro cantada pela vedete Araci Cortes, com versos do revistógrafo Luiz Peixoto, sobre arranjo musical do maestro Pedro de Sá Pereira.

A letra muito extensa dessa canção (nada menos de 42 versos distribuídos por quatro estrofes) fora publicada em 1926 no Almanaque de modinhas, trazendo uma indicação significativa: "Versos de Luiz Peixoto - Música arranjo de Pedro de Sá Pereira".

Arranjo, apenas, porque na realidade, a música de "A casinha da colina" era a mesma da canção mexicana de Othon e Llera intitulada "La casita", gravada pela primeira vez para a Victor norte-americana na interpretação de Alcides Briceño (disco Victor nr. 73.943), e relançada em 1928 pela Brunswick, na voz de Gaston Flores, conservando o número da gravação original mexicana ou americana - Brunswick nr. 40.114-A.

Disco 10" / Título da música: La Casita (Canción / Our little home) / Manuel José Othon (Compositor) / Felipe Llera (Compositor) / Alcides Briceño (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Victor / Data da gravação: 18/06/1923, Nova York, NY / Nº Álbum 73943 / Matriz nº B-28092/3 / Lado indefinido / Gênero musical: Canção:



A casinha da colina (1926) - Versos de Luiz Peixoto e arranjo de Pedro de Sá Pereira

Disco 76 rpm / Título da música: A casinha (Casinha da colina) / Sílvio Vieira (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1927 / Nº Álbum 123116 / Lado indefinido / Gênero musical: Canção.


------------------------E
Você sabe de onde eu venho / Duma casinha que eu tenho
-------------------------B7
Fica dentro de um pomar / É uma casa pequenina

----------------------------------------------E-- B7-- E
Lá no alto da colina / De onde se ouve longe o mar
----------------------------------------------E7
Entre as palmeiras bizarras / Cantam todas as cigarras
-------------------------A------------ Am------------- E
Sob o por, de ouro, do sol / Do beiral vê-se o horizonte
---------------------------B7 -----------------------( E B7 E B7 )
No jardim canta uma fonte / E há na fonte um rouxinol

--------------E
Do jasmineiro tão branco / Tomba de leve no banco
---------------------------B7
A flor que ninguém colheu / No canteiro há uma rosinha
-----------------------------------------------E
No aprisco uma ovelhinha / E em casa, meu cão e eu.
--------------------------------------------E7
Junto à minha cabeceira / Minha santa padroeira
-----------------------A----------------- Am --------E
Que está sempre no altar / Cuida de mim, se adoeço
---------------------------B7 --------------------( E B7 E B7 )
Vela por mim se adormeço / E me acorda devagar . . . .

------E
Quando eu desço pela estrada / E olho a casa abandonada
-------------------------B7
Sinto ao vê-la, não sei o que . . . / Anda em tudo uma tristeza
-----------------------------------------------E
Como é triste a natureza / Com saudade de você.
-------------------------------------------------E7
Se você é minha amiguinha / Venha ver minha casinha
---------------------A-------------- Am---------- E
Minha santa e meu pomar / Meu cavalo é ligeiro
--------------------------B7----------------------- ( E B7 E B7)
É uma légua só de outeiro / Chega a tempo de voltar

E------------------------------------- E7
Mas, se acaso anoitecer / Tudo pode acontecer
-------------------A ---------------Am--------- E
Que será de mim depois / A casinha pequenina
---------------------B7----------------------- ( E B7 E )
Lá no alto da colina / Chega bem para nós dois . . . 




Fontes: A Música Popular No Romance Brasileiro, Volume 3 - Por José Ramos Tinhorão - Editora 34; The Library of Congress - National Jukebox - La Casita.

segunda-feira, maio 13, 2013

Júlio Cristóbal

Aracy Cortes no Teatro de Revista
Júlio Cristóbal (circa 1890 São Paulo - circa 1956 Rio de Janeiro), compositor e maestro, fez músicas para o teatro de revista na década de 1920. Por volta de 1913, o choro Josefina, com Pedro de Sá Pereira, Luiz Peixoto e Marques Porto, foi gravado pelo Choro Faulhaber na Favorite Records.

Em 1916, fez a música para Lusitania, um episódio patriótico em versos apresentado no Colyseu Santista, na cidade de Santos, SP. Em 1918, foi sucesso a revista Flor do Catumbi, de Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt, para a qual fez músicas juntamente com Enrique Sánchez.

Em 1926, fez sucesso com o samba O sarambá gravado na Odeon por Pedro Celestino e Artur Castro Budd com acompanhamento da American Jazz Band de Sílvio de Souza. No mesmo ano, Artur Castro gravou a canção Jaqueline também contando com o acompanhamento da American Jazz Band Sílvio de Souza. Nesse ano, fez com o maestro Pedro de Sá Pereira as músicas para a revista Prestes a chegar, de Luiz Peixoto e Marques Porto, que alcançou grande sucesso no Teatro Recreio.

Em 1929, foi juntamente com Pedro de Sá Pereira e Ary Barroso, autor de músicas para a revista Laranja da China, escrita por Olegário Mariano e dirigida por Luís Peixoto, tendo como grande cartaz a cantora Aracy Cortes. A revista foi apresentada no Teatro Recreio. Nesse ano, seu samba-canção A polícia já foi lá em casa, com letra do poeta Olegário Mariano, e incluída na revista Laranja da China, foi gravado na Odeon por Aracy Cortes:



Em 1946, fez a orquestração e regeu a orquestra no filme O ébrio, direção de Gilda de Abreu e um dos maiores sucessos do cinema brasileiro. Teve a música A polícia foi lá em casa gravada por Clara Sandroni e Grupo Lira Carioca no CD Notáveis desconhecidos de 2002.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

sábado, março 24, 2012

Chopin e Debussy na música de Vogeler

Henrique Vogeler
Estudiosos da música popular brasileira, Vasco Mariz e Elza Cameu apontaram as composições de Henrique Vogeler como influenciadas ou conduzidas por Chopin e Debussy. Ele, em seu livro A Canção Brasileira, escreveu: “... sua música (de Vogeler), sempre romântica, revela forte influência de Chopin...“. Elza, secundando-o, numa conferência que realizou em dezembro de 1962, disse: “... A influência de Debussy se fez sentir até na música popular de piano.” Esclarecendo a seguir: “... Não em seus processos técnicos, é claro, mas no aproveitamento da célula conclusiva de La plus que lente, da qual Henrique Vogeler tirou toda a inspiração para o seu Linda Flor.

Tem-se assim que o nosso saudoso musicista (patrício apesar do sobrenome germânico trazido de seu genitor), não foi verde-amarelo puro, absoluto. Sua bagagem artística onde se encontra obras algo elevadas ao lado de outras bem populares, enfeixa muitas que teriam sido inspiradas pelos citados mestres. Compositor com escola, e não de caixas de fósforos ou de tamborilamento, talvez não sentisse tais sugestões. Mesmo indo à regência de orquestras e à partitura de operetas e burletas, tais como A Canção Brasileira, de Miguel Santos e Luiz iglezias, de grande sucesso no Teatro Recreio, é possível que sua erudição não lhe tolhesse as concessões ao popularesco. Veio, no entanto, a marcá-las com tonalidades trazidas de seus estudos e predileções.

Recordando Vogeler

Bom compositor, ainda que seu nome não tenha logrado a popularidade de tantos outros de menor valia, Henrique Vogeler deixou um bom punhado de músicas. Constantes todas, ou quase todas, do excelente fichário de Almirante, vão desde o samba buliçoso, de melodia fácil, passando por valsas, foxes, até a canção de muito sentimento brasileiro. Mas, afora essas, visto serem partes integrantes das peças a que ser- viram, deve haver outro igual punhado de concepção mais alta, pomposa. Citemos, para imediato exemplo, as que compôs para a peça fantástica A Passagem do Mar Vermelho, de Fonseca Moreira, e foi apresentada no Teatro Carlos Gomes em maio de 1921.

Não sendo apenas um produtor de músicas destinadas ao sucesso das ruas, já que quase sempre esteve integrado em companhias teatrais regendo suas orquestras, fazendo a partitura de peças, dele pouco se fala. Até mesmo a sua Linda Flor, depois tornada Iá-iá, que vem tendo gravações sucessivas (a mais recente na voz de Isaurinha Garcia), provoca apenas a citação de sua grande criadora: Aracy Côrtes. Tudo muito compreensível em se tratando de um compositor vindo de uma época de sobriedade publicitária e perdido em meio de centenas (talvez milhares) de colegas. Estes, ainda que muito atentos a auto-divulgação, não lhe conseguem roubar o valor.

“Iá-iá” substitui “Linda Flor”

A música mais popularizada de Henrique Vogeler é, sem dúvida, a Linda Flor que teve seus primeiros versos escritos pelo literato Cândido Costa. Bonitos inegavelmente, de apurada correção, cantavam: “Linda flor, tu não sabes, talvez, quanto é puro o amor que me inspiras. Não crês, nem sobre mim teu olhar veio um dia pousar.” E seguiam sempre ternos, no preciosismo do tratamento da segunda pessoa do singular, suplicando o interesse da mulher que era linda e era flor. Apesar do apuro da letra, de seu exato encaixe no ritmo e na melodia suave, lenta, ficou quase inédita sem repercutir como merecia.

Algum tempo depois, a habilidade de um famoso revistógrafo, Luiz Peixoto, que se permitia acumular ser também irreverente caricaturista e poeta com muito senso do gosto da gente comum, concebia e rimava um novo motivo. A boa terra, essa Bahia que vem inspirando tantos sambas, daria uma de suas filhas para ser a personagem da canção. Nasceu, então, na mesma música de Vogeler — essa que Elza Cameu apontou como sugerida pelo tema de La plus que lente, de Debussy — o poemeto: “Ai, iô-iô!, eu nasci pra sofrê, fui oiá pra você, meus óinho fechô.” Sem perder o caráter ingênuo, simplório, prosseguia: “... E, quando os óio abri, quis gritá, quis fugi..“. Tinha-se, agora, versos espontâneos, gostosos, destinados a êxito certo.

Aracy garante o sucesso

Com sua nova forma, a canção de Henrique Vogeler foi incluída na revista Miss Brasil com a qual a renomada parceria Luiz Peixoto-Marques Porto subia mais uma vez ao letreiro luminoso do velho Recreio Dramático. Estreando no elenco, Aracy Côrtes, a mulata, como a tratava a imensidão de seus admiradores, foi escolhida para cantar o número. Chamada a interpretar música e letra bem próprias ao seu feitio, ela que nessa época (dezembro de 1928) dominava o nosso teatro popular, fez toda a platéia delirar. Quando o regente J. Cristobal, atendendo à insistência de bis deu as clássicas batidas com a batuta na estante pensou que a repetição bastaria para satisfazer ao numeroso público, mas enganou-se. Teve que fazer o mesmo gesto ainda por mais duas vezes.

Desenvolta, consagrada pelos aplausos entusiásticos, calorosos, Aracy não se fazia rogada e cantava: “Ai, iô-iô!, eu nasci pra sofrê, fui oiá pra você, meus Óinho fechô...“. E se a atriz se deixava empolgar pelo sucesso que alcançava, também Vogeler via projetar-se triunfante a sua música. Já não era mais a Linda Flor orgulhosa de quem se suplicava um olhar, era a Iá-iá. Renascia a música de Vogeler, graças aos versos de Luiz Peixoto e ao charme de quem os cantava, para popularizar o seu nome em toda a cidade. Consolidava esse triunfo a crítica, como o fez o saudoso Abadie Faria Rosa no Diário Carioca: “... A Sra. Aracy Côrtes que estreava como estrela do Recreio, emprestou a vários números aquele seu cunho de atriz bem nossa, cantando um lindo samba do maestro Vogeler com um sabor verdadeiramente acariciante.

Influência, sugestão, assimilação

Em música, como em qualquer outra arte, é sempre possível que as predileções, a retenção inconsciente de frases melódicas, de trechos, ou mesmo de acordes venham a se refletir na obra produzida. São, portanto, válidas e merecem acatamento as observações de Vasco Mariz e Elza Cameu quanto às influências de Chopin e Debussy nas composições de Henrique Vogeler. Um ou outro repontando no ritmo, na tessitura melódica e talvez no todo de algumas obras — tendo-se em conta que ambos provocaram escolas pianísticas e Vogeler foi exímio executante desse instrumento — não afetaram a brasilidade de sua música.

O reparo, a apreensão feita de vestígios, de influências chopiniana e debussiniana nas obras de Henrique Vogeler têm procedência porque se referem a um compositor enfronhado na escrita da pauta. Fosse ele um maestro caixa de fósforos, que os temos muitos e fazendo música verdadeiramente bonita por simples inspiração, falar-se-ia em assimilação inconsciente.

O certo, o inegável, é que a Linda Flor, ou a Iá-iá na concepção através da qual ganhou popularidade, tenha ou não a influência de Frederico (Chopin) ou de Cláudio (Debussy) resultou bem brasileira e ao nosso gosto.

(O Jornal, 5/7/1964)
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Fonte: Figuras e Coisas da Música Popular Brasileira / Jota Efegê. - Apresentação de Carlos Drummond de Andrade e Ary Vasconcelos. — 2. ed. — Rio de Janeiro - Funarte, 2007.

domingo, novembro 21, 2010

Penha

Penha (samba, 1953) - Vicente Paiva e Luiz Peixoto

Disco 78 rpm / Título da música: Penha / Autoria: Peixoto, Luiz (Compositor) / Paiva, Vicente, 1908-1964 (Compositor) / Diamantina Gomes (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 30/06/1953 / Nº Álbum 13514 / Data de Lançamento 10/1953 / Lado A / Gênero musical: Samba /

Penha
Numa estrada de granito
Penha
Que aos jardins do céu vai dar
Penha
Das alegres romarias
Das procissões
Das lanternas dos esplendorosos
E lindo altar
Sempre a brilhar

Penha
Onde a santa padroeira
Dá-nos o sorriso encantador
Ouve, com o ritmo de samba
A oração que a voz do bamba
Vai rezar em seu louvor

domingo, setembro 26, 2010

Sussuarana

Hekel Tavares
Hekel Tavares (1896/1969) nasceu num berço musical: além da mãe pianista e pai flautista, cresceu em Alagoas ouvindo repentes, reisados, maracatus e congadas, e isto marcou sua vida para sempre. Quando veio para o Rio de Janeiro, em 1921, já tocava piano, harmônica e cavaquinho.

Estudou harmonia e composição com os maestros Francisco Braga e J. Otaviano, entre outros. Da mesma geração que Heitor Villa-Lobos e Francisco Mignone, Hekel aliou a sólida formação musical ao amor pela profusão de ritmos e formas que a música popular lhe oferecia.

E foi no teatro de revista que começou a compor de forma profissional. Durante a década de 20 compôs várias canções, com diversos letristas. Um dos mais constantes, o bamba Luiz Peixoto, o levou ao sucesso radiofônico com Sussuarana, pela voz de Gastão Formenti.

Sussuarana (toada, 1928) - Hekel Tavares e Luiz Peixoto - Intérprete: Gastão Formenti

Disco 78 rpm / Título da música: Sussuarana / Hekel Tavares, 1896-1969 (Compositor) / Luiz Peixoto (Compositor) / Gastão Formenti (Intérprete) / Rogério Guimarães [Violão] (Acomp.) / Gravadora: Odeon, 1928 / Nº do Álbum: 10171-a / Nº da Matriz: 1513-I / Lançamento: Maio/1928 / Gênero musical: Canção / Coleções: IMS, Nirez


Faz três sumana / Que na festa de Sant'Ana
O Zezé Sussuarana / Me chamou pra conversar
Dessa bocada / Nóis saímo pela estrada
Ninguém não dizia nada / Fomo andando devagar

A noite veio / O caminho estava em meio
Eu tive aquele arreceio / Que alguém nos pudesse ver
Eu quis dizer / Sussuarana, vamo imbora
Mas Virgem Nossa Senhora / Cadê boca pra dizer

Mais adiante / Do mundo, já bem distante
Nóis paremo um instante / Predemo a suspiração
Envergonhado / Ele partiu para o meu lado
Ó Virgem dos meus pecados / Me dê a absorvição

Foi coisa feita / Foi mandinga, foi maleita
Que nunca mais indireita / Que nos botaram, é capaz
Sussuarana / Meu coração não me engana
Vai fazer cinco sumana / Tu não volta nunca mais


A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34

terça-feira, abril 08, 2008

Bento Mossurunga

Bento Mossurunga (Bento João de Albuquerque Mossurunga), regente, compositor e instrumentista, nasceu em Castro - PR, em 06/05/1879, e faleceu em Curitiba - PR, em 23/10/1970. Filho do tabelião João Bernardes de Albuquerque Mossurunga e de Graciliana Reis de Albuquerque Mossurunga, nasceu entre músicos (o pai e o irmão tocavam violão e viola, e as irmãs, órgão) e desde pequeno aprendeu a tocar violinha sertaneja. Cresceu em contato com violeiros populares, com a música produzida numa colônia de negros libertos que ficava perto de sua casa e com a música de bandas.

Tendo-se iniciado no piano com o ourives Manuel Cristino dos Santos, e em violino, teoria e solfejo com o italiano Augusto Mainardi, em 1895 foi para Curitiba, onde continuou os estudos com Adolfo Corradi, no Conservatório de Belas Artes. Na capital paranaense, além de trabalhar numa loja de chapéus e de estudar, freqüentava o Grêmio Musical Carlos Gomes, tendo convivido com os compositores e músicos da época. Depois de haver voltado a Castro em 1897, retornou a Curitiba em 1902, para retomar os estudos musicais; durante esse período lecionou piano e apresentou-se num café-concerto.

Em 1905, sua valsa Bela morena foi publicada pela revista carioca O Malho. Transferiu-se então para o Rio de Janeiro RJ, onde a princípio atuou como violinista no teatro de variedades Guarda Velha. Em 1907 ingressou no I.N.M. tendo estudado com Frederico Nascimento (harmonia), Francisco Braga (contraponto, composição e fuga) e Ernesto Ronchini (violino). Nessa época integrou, como primeiro violino, a orquestra do Centro Musical, regida por Francisco Braga.

Iniciou carreira de regente ao ingressar, em 1916, na companhia do Teatro São José, inicialmente como auxiliar do maestro José Nunes e, depois, com a morte deste, como diretor do teatro, a convite da Empresa Pascoal Segreto. De 1918 a 1922, supervisionou ensaios, fez instrumentações e musicou operetas, revistas e burletas, embora algumas passassem como de autoria de compositores conhecidos. Musicou peças de Luiz Peixoto, Cardoso de Meneses, Viriato Correia, Gastão Tojeiro, etc. Desempenhou depois a função de regente em diversos teatros cariocas, como o Lírico, o Apolo, o Carlos Gomes e o Recreio Dramático.

A 21 de setembro de 1924 casou com Belosina Lima. Em 1930, de volta a Curitiba, passou a dirigir um curso de música e a trabalhar na Sociedade Musical Renascença, além de haver fundado a Sociedade Orquestral Paranaense.

Sempre produzindo para o teatro musicado e compondo hinos, canções e obras para orquestra, em 1946 organizou, com um grupo de estudantes e músicos, a Orquestra Estudantil de Concertos, que em 1958 se transformaria na Orquestra Sinfônica da Universidade do Paraná.

Em 1947, seu Hino do Paraná (1903) tornou-se o hino oficial do Estado. Professor, lecionou canto orfeônico no Colégio Estadual do Paraná e instrumentação na Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Sua obra popular, que inclui numerosos sambas, tangos, choros, marchas carnavalescas, valsas, mazurcas, etc., perdeu-se em grande parte. Musicou, entre outras, as seguintes peças: Reco-reco, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses, 1921; Olelê olalá, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses (em colaboração com Freire Júnior), 1922; Segura o boi, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses, 1921; Meu bem, não chora!, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses (em colaboração com Assis Pacheco), 1922; Florzinha, opereta de Ivete Ribeiro (em colaboração com Henrique Vogeler), 1927; Gato, baeta, carapicu, revista de Cardoso de Meneses (em colaboração com Bernardo Vivas), 1920; Boas falas, revista de Bastos Tigre, 1927.

Obras

Música orquestral: Bucólica paranaense, s.d.; Dezenove de Dezembro, hino militar, 1904; Guaicará, s.d.; Hino do Paraná, 1903; Ingrata, mazurca, 1904; Marcha da cidade de Curitiba, s.d.; Ondas do Iapó, s.d.; Pintassilgo dos pinheirais, s.d.; Rincão, s.d.; Sapecada, s.d.
Música instrumental: Doce reminiscência, para piano, s.d.; Fantasia romântica, para violino e piano, s.d.; Serenata, para piano, s.d.; Serenata rústica, para celo e piano, s.d.
Música vocal: Bandeira do Brasil, para quatro vozes, s.d.; Berceuse, para canto e piano, s.d.; Canções paranaenses, para canto e piano, s.d.; Luar no mato, para canto e piano, s.d.; Nosso Brasil, para canto e piano, s.d.; , para canto e piano, s.d.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: Popular, Erudita e Folclórica, 2ª edição revista e atualizada, página 524, São Paulo - SP, Art Editora e Publifolha, 1998.

quinta-feira, março 20, 2008

Brasil moreno


Brasil moreno (samba, 1941) - Ary Barroso e Luiz Peixoto - Intérprete: Cândido Botelho

Disco 78 rpm / Título da música: Brasil moreno (Primeira Parte) / Ary Barroso (Compositor) / Luiz Peixoto (Compositor) / Cândido Botelho (Intérprete) / Fon-Fon, 1908-1951 (Acomp.) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 06/08/1941 / Lançamento: 09/1941 / Nº do Álbum: 12040 / Nº da Matriz: 6733 / Gênero: Samba // Coleções de origem: IMS, Nirez


Samba o o... samba o o...
Samba meu Brasil moreno
Ouve
Quanta harmonia
Vai no batuque no sereno
Meu Deus
Samba o o... samba o o...
Bate o teu pandeiro
Nesta canção toda de sol e luar
Brasil, grande como o céu e o mar!

Vai, vai ouvir o teu sertão
Pontear o violão
Vai ver
Como te bate o coração
Vai ver
O coqueiral todo a gingar
Vai ouvir teus pássaros cantar
À luz das madrugadas!
Oooh! Brasil, quebrando nas quebradas
Teu samba todo o mundo há de escutar!



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Canção dos infelizes

Zaíra Cavalcanti

Canção dos infelizes - (canção, 1930) - Donga, Luiz Peixoto e Marques Porto - Interpretação: Zaíra Cavalcanti

Disco 78 rpm / Título: Canção dos infelizes / Donga, 1890-1974 (Compositor) / Luiz Peixoto (Compositor) / Marques Porto (Compositor) / Zaíra Cavalcanti (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Simon Bountman (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10611 / Nº da Matriz: 3547-1 / Lançamento: Junho/1930 / Gênero musical: Canção / Coleções: IMS, Nirez



São as mulheres raízes
Com frontes muito elevadas
Umas são sempre felizes
Outras as mais desgraçadas

Há as que amam na vida
E as que só vivem amadas
Sofrem as mais esquecidas
Gozam as sempre lembradas

Eu que quis alguém que não me quis bem
Agora também não quero a ninguém
Dei meu amor, deixaram perder
Eu morro de dor, mas hei de esquecer

No coração das mulheres
Quando um amor se agasalha
Ou dá milhões de prazeres
Ou corta mais que navalha

Uma infeliz quando ama
Não há amor igual ao dela
Anda mais baixa que a lama
Ou sobe mais que uma estrela

Eu quis alguém
Que não me quis bem
Agora também não quero ninguém
Se meu amor, deixaram perder
Eu morro de dor, mas hei de esquecer



Fonte: Discografia Brasileira - Instituto Moreira Salles.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Os Garridos

Os Garridos - Dupla formada pelos atores de teatro de revista Alda Palm Garrido (São Paulo SP 1896 - Rio de Janeiro RJ 1970) e seu marido, Américo Garrido, fazendo duetos até 1920, em São Paulo.

Mudam-se para o Rio de Janeiro e organizam uma companhia para o Teatro América, estreando com Luar de Paquetá, de Freire Júnior, 1924, que permanece seis meses em cartaz com sucesso.

A dupla recebe convite para trabalhar com o empresário Pascoal Segreto, e na sua companhia atuam, entre outras, em Ilha dos amores, Quem paga é o Coronel, ambas de Freire Júnior, Francesinha do Bataclan, de Gastão Tojeiro, todas em 1926.

A temporada projeta Alda Garrido, que é contratada pelo empresário de teatro de revista Manoel Pinto, pai de Walter Pinto, para atuar na Companhia Nacional de Revistas, no Teatro Recreio.

O sucesso que a atriz obtém no gênero a faz manter desde então uma dupla atuação profissional - de um lado as comédias de costume que monta em sua própria companhia com produção do marido, de outro, os contratos com os empresários do teatro de revista.

Mas aos poucos os espetáculos de sua companhia acabam se rendendo ao sucesso do teatro musicado, como em Brasil pandeiro, 1941, com texto de seu autor favorito, Freire Júnior, em parceria com Luiz Peixoto, uma dupla das mais requisitadas no gênero revisteiro.

Em 1939, o empresário Walter Pinto faz com que, no espetáculo Tem marmelada, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses, Garrido e Araci Cortes dividam o palco pela primeira e última vez, no Teatro Recreio.

Entre as revistas de maior sucesso de sua carreira estão Maria Gasogênio - sátira à falta de gasolina nos anos da Segunda Guerra - e Da Favela ao Catete, de Freire Júnior e Joubert de Carvalho, 1935.

domingo, abril 16, 2006

Linda flor


Além de ser uma bela composição, "Linda Flor" entra para a história da música popular brasileira como o primeiro samba-canção a fazer sucesso. Mas até conquistar a preferência do público, esta composição recebeu três versões de diferentes letristas: a primeira, de Cândido Costa, com o título de "Linda flor", lançada por Dulce de Almeida na comédia A Verdade do Meio Dia e gravada por Vicente Celestino; a segunda, de Freire Júnior, com o título de Meiga Flor, gravada por Francisco Alves; e a terceira e definitiva, de Luiz Peixoto, cantada por Araci Côrtes na revista Miss Brasil e no disco, com o título de Iaiá, mas que se tornou conhecida como Ai, Ioiô.

Na realidade, essa terceira versão só existiu porque Araci rejeitou as anteriores. Como a canção estava no repertório de Miss Brasil, o libretista da peça, Luiz Peixoto, teve de criar às pressas os novos versos, que foram escritos no intervalo de um ensaio, em pleno palco do Teatro Recreio.

Bem feminina, Linda Flor tem entre suas intérpretes algumas deusas da canção brasileira como Isaura Garcia, Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Zezé Gonzaga e, naturalmente, Araci Cortes, que a popularizou. Como curiosidade, para os que acham que o termo "samba-canção" só surgiu em meados dos anos trinta, reproduzimos uma nota publicada no n° 16, de 30 de março de 1929, da revista Phonoarte: "Yayá (Linda Flor), o samba canção que todos conhecem e que, no último Carnaval, foi um dos seus mais ruidosos sucessos, acha-se impresso pela Casa Vieira Machado".

Linda flor (Ai Ioiô) (samba-canção, 1929) - Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto - Interpretação: Araci Côrtes

Disco 78 rpm / Título da música: Ai Ioiô (Linda Flor) / Henrique Vogeler (Compositor) / Peixoto, Luiz (Compositor) / Porto, Marques (Compositor) / Araci Côrtes (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 13535-a / Nº da Matriz: 9850 / Gravação: 21/Agosto/1953 / Lançamento: Novembro/1953 / Gênero musical: Samba Canção / Coleções: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi


--------C--------- G7------ C
Ai Ioiô, eu nasci pra sofrer
--------G7------ A7-- A7/5+-------- Dm7 Bb7 Dm6
Fui oiá prá você / Meus oinho fechô
-----------------Bb7---- Dm Bb7 Dm6
E quando os oio eu abri
-----------Bb7----- G7
Quis gritá quis fugí
-----------------------C ---------Db0--------- Dm---- G7
Mas você não sei porque, você------ me chamou
--------C---------- G7----- C
Ai, Ioiô, tenha pena de mim
------------G7------ A7-------- A7/5+ -------Dm7 A7 Dm
Meu Senhor do Bon . . .fim pode inté se zangar
Ab--------------- C----- Bb7
Se Ele um dia sou . . .ber
-----------A7 -----D7 ---G7 ----C --Fm ---C
Que você é que é o Ioiô de Iaiá
------------------D7-------------- G
Chorei toda noi . . .te pensei
-----------B7----------------------- E7
Nos beijos de amor que eu te dei
------------------Am ----------D7----- G
Ioiô meu benzinho do meu cora . . .ção
--------E7 --------A7--------------- D7----- G
Me leva prá casa me deixa mais não
------------------D7----------- G
Chorei toda noi . . .te pensei
--------------------B7----------------- E7
Nos beijos de amor que eu te dei
-----------------Am ------------D7 ----------G
Ioiô meu benzi . . .nho / Do meu cora . . .ção
---------E7 ------A7 ------D7-------- G--- Cm--- G
Me leva prá casa me deixa mais não


Fonte: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34

sábado, abril 01, 2006

Luiz Peixoto

Luiz Peixoto

Considerado o maior revistógrafo brasileiro de todos os tempos, Luiz Peixoto (1889-1973) fez brilhar nos palcos do teatro de revista não apenas os seus sambas. Letrista inspirado, criador de sucessos, era disputado por consagrados parceiros.


Em 1923, depois de dois anos em Paris, Luiz Peixoto lança no Rio de Janeiro um espetáculo com muito êxito, a revista Meia Noite e Trinta. O público lotava o Teatro São José, curioso por ver o que os críticos classificavam como a revista mais original que alguém escrevera até então no Brasil.

Luiz Carlos Peixoto de Castro, com 34 anos, estava destinado, ao longo de sua proveitosa vida, a interferir na cultura brasileira, tanto no teatro como na poesia .ou na música popular. Até morrer, com 84 anos, foi um respeitado criador.

Caricaturista na juventude, companheiro de Raul Pederneiras e Kalixto, encontrou no teatro de revistas o maior campo para seu talento. Ali, foi tudo. Autor, cenógrafo, compositor, diretor, diretor artístico, figurinista, mas sobretudo um homem voltado para as coisas brasileiras, principalmente a música.

Quando chegou da Europa, veio disposto a abrir espaço para substituir o uso musical de ritmos ultrapassados, pela utilização intensa de ritmos da atualidade, especialmente os das composições populares brasileiras, no dizer da pesquisadora Neyde Veneziano. Transformou-se, assim, no maior revistógrafo brasileiro. Poeta inspirado, tornou-se letrista de um sem-número de músicas e parceiro de sambas memoráveis, lançados em revistas de sua autoria ou, mesmo de outros autores. É dele, Ai Ioiô (Linda flor), feita com Henrique Vogeler e Marques Porto, que consagrou Araci Cortes, na revista Miss Brasil, em 1928.

Amigo de Carmen Miranda, desde a incursão da Pequena Notável no teatro de revista, fez para ela dois sambas que marcaram a carreira da estrela: Na batucada da vida, com Ary Barroso, e Voltei pro morro, com Vicente Paiva. Elizeth Cardoso consagrou-se com É luxo só, feita em sua homenagem, pela dupla Luiz Peixoto/Ary Barroso. Sílvio Caldas gravou, também dos dois, além do impecável samba Maria, o belíssimo Por causa dessa cabocla. A força do samba Paulista de Macaé, de parceria com Marques Porto, foi tanta que, lançado na revista Prestes A Chegar, em 1926, tornou-se ele próprio uma revista em 1927. Inovando em sua estreia, após retorno da Europa, sempre moderno, Luiz Peixoto foi acima de tudo um compositor com a alma no palco.

Ilustr.: Três amigos, três caricaturistas, três artistas: Raul Pederneiras, Luiz Peixoto e Kalixto.

Algumas músicas



















Fonte: História do Samba - Ed. Globo.

quinta-feira, março 23, 2006

Casa de caboclo

Os versos desta canção "Numa casa de caboco / um é pouco / dois é bom / três é demais", consagraram-se como um verdadeiro dito popular. Este fato, por si só, comprova a grande popularidade alcançada pela composição, que tornou conhecido o seu lançador, o então jovem cantor Gastão Formenti.

Autores de "Casa de Caboclo", Hekel Tavares e Luiz Peixoto acabaram inspirando, juntamente com Joubert de Carvalho, uma onda de canções sobre motivos sertanejos, que proliferou no final dos anos vinte. Como acontece muitas vezes a músicas de sucesso, houve à época do lançamento quem considerasse "Casa de Caboclo" plágio de um tema de Chiquinha Gonzaga, levando a discussão aos jornais. Daí a informação que figura em algumas de suas regravações: "Canção baseada em motivos de Chiquinha Gonzaga".

Casa de caboclo (canção, 1929) - Chiquinha Gonzaga, Luiz Peixoto e Hekel Tavares - Intérprete: Gastão Formenti

Disco 78 rpm / Título da música: Casa de caboclo / Chiquinha Gonzaga (Compositora) / Hekel Tavares (Compositor) / Luiz Peixoto (Compositor) / Gastão Formenti (Intérprete) / Piano (Acomp.) / Violão (Acomp.) / Gravadora: Parlophon / Nº do Álbum: 12863-a / Nº da Matriz: 1994-I / Gravação: 21/09/1928 / Lancamento: Novembro/1928 / Gênero musical: Canção / Coleções: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi



(A)--------- Gb7--------- Bm--------- E7
Você tá vendo essa casinha simplesinha
-----------------------A-- E7-- A
Toda branca de sapê
-------------------------------E---------------- B7
Diz que ela véve no abandono não tem dono
---------------------------E7---- A
E se tem ninguém não vê
-------------Gb7--------- Bm--------------- E7
Uma roseira cobre a banda da varanda
------------------------A----- D
E num pé de cambuçá
-------------------------A--------------- E7
Quando o dia se alevanta Virge Santa
---------------------(A) (E) (A) (Db7) Gbm
Fica assim de sabiá
--------------------------Db7----------------- D7
Deixa falá toda essa gente maldizente
---------------------------Db7------ Gb7
Bem que tem um moradô
------------------------------B7 ----------------E7
Sabe quem mora dentro dela Zé Gazela
----------------------(A) (E) (A) (E) A
O maió dos cantadô
----------------Gb7------- Bm --------------E7
Quando Gazela viu siá Rita tão bonita
-----------------------A---- E7---- A
Pôs a mão no coração
---------------------------E------------------ B7
Ela pegou não disse nada deu risada
--------------------------E7----- A
Pondo os oinho no chão
------------Gb7----------- Bm --------------E7
E se casaram, mas um dia, que agonia
-----------------------------A ----------D
Quando em casa ele voltou
-----------------------A---------------- E7
Zé Gazela via siá Rita muito aflita
----------------------A (E) (A) (Db7) Gbm
Tava lá Mané Sinhô
---------------------------Db7-------------------- Gbm
Tem duas cruz entrelaçada bem na estrada
-----------------------Db7---- Gb7
Escrevero por detrás:
-----------------------B7----------------- E7
“Numa casa de caboclo um é pouco
--------------------------(A) (E) (A)
Dois é bom, três é demais”


Fonte: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34