quinta-feira, maio 23, 2013

Dom Mita

Dom Mita (Nílton Luiz Ferreira), compositor, cantor e percussionista, nasceu em Bauru, SP, em 23/04/1940, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 02/01/2002. Aos 13 anos de idade foi morar no morro de São João, no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro. Por essa época frequentou as rodas de samba e começou a aprender pandeiro e logo depois passou para outros instrumentos de percussão.

Surgiu no início da década de 1970, participando do movimento black music, ao lado de Gérson King Combo, Carlos Dafé, Tim Maia, Sandra de Sá, Cassiano e Os Diagonais e Banda Black Rio. No ano de 1973 Tim Maia gravou de sua autoria A paz no meu mundo é você.

Em 1975 Alcione gravou de sua autoria É amor... Deixa doer, no LP A voz do samba. No ano seguinte, a cantora incluiu outra composição sua, É melhor dizer adeus, no disco A morte de um poeta, pela gravadora Philips. Dois anos depois, em 1977, Carlos Dafé lançou o LP Pra que vou recordar o que chorei pela gravadora Warner, no qual interpretou De alegria raiou o dia, parceria de ambos. Neste mesmo ano, foi feito um videoclip para o programa Fantástico, da Rede Globo com a música. No ano seguinte, Carlos Dafé incluiu no disco Venha matar saudades, também pela Warner, outra parceria de ambos, Pobre de quem.

No ano de 1979, Jurema, no disco Eu nasci no samba, interpretou duas composições suas: Velho papo de ilusão (c/ Carlos Barbosa) e Não se preocupe, esta em parceria com Edson Carlos.

Em 1985, Agepê gravou Atalhos (c/ Carlos Barbosa).

No ano 2000, a gravadora Warner lançou a série Dois Momentos. Nesta coleção, compilou dois discos de Carlos Dafé: Pra que vou recordar o que chorei e Venha matar saudades, colocando em evidência neste ano, composições da década de 1970 que foram fomentadoras do movimento black music brasileiro, dentre elas duas composições de sua autoria dos respectivos LPs.

No ano 2001, apresentou o show "Mita & convidados" no teatro Rival, no Rio de Janeiro. Nesse show fez o lançamento de seu último disco Dom Mita, CD no qual incluiu Menininha da Coroa (c/ Jackson Góes) com participação de Marysa Alfaya; Minha deusa, com arranjos de Lincoln Olivetti; Tente entender (c/ César); Libra (Durval Ferreira, Oswaldo Rui da Costa e Macau) e ainda De alegria raiou o dia, interpretada em dueto como o parceiro Carlos Dafé. Neste mesmo ano Seu Jorge (ex-integrante do grupo Farofa Carioca) gravou De alegria Raio o dia (Dom Mita e Carlos Dafé) com a participação especial de Carlos Dafé.

Faleceu em 2002, sendo sepultado no Cemitério de Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Obras

A paz no meu mundo é você, Atalhos (c/ Carlos Barbosa), Cabeça feita (c/ Willy), Como é linda a natureza (c/ Carlos Dafé e Toninho Lemos), Dá um tempo coração (c/ Valmir), De alegria, raiou o dia (c/ Carlos Dafé), Despertar da solidão (c/ Carlos Dafé), É amor... Deixa doer, É melhor dizer adeus, Fuleragem (c/ Léo Machado), Menininha do coroa (c/ Jackson Góes), Minha deusa, Mundo companheiro (c/ Carlos Dafé), Não se preocupe (c/ Edson Carlos), No pique do amor (c/ Valmir), O som do Tim (c/ Valmir), Olhe, pare e pense (c/ Carlos Dafé), Pobre de quem (c/ Carlos Dafé), Que sorte a minha (c/ Carlos Dafé, William Félix e Gil Veloso), Rio sem você (c/ Valmir), Tempo ao tempo (c/ Pablo Moranzane e Ni), Tente entender (c/ César), Velho papo de ilusão (c/ Carlos Barbosa).

Discografia

(2001) Dom Mita • Beverly • CD; (2004) Black Music Brasil • Selo Som Sicam • CD

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Celso Blues Boy


Celso Blues Boy (Celso Ricardo Furtado de Carvalho), instrumentista, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 05/01/1956, e faleceu em Joinville, SC, em 06/08/2012. Nascido no Rio, morou em Blumenau, SC, dos 6 aos 14 anos. Começou a estudar guitarra com o pai, aos 14 anos de idade. Sua irmã, pianista, foi uma das primeiras pessoas para quem fez acompanhamento. Um de seus tios, grande conhecedor de rock e blues, foi quem o encaminhou para o rock e o blues. Tocou em vários grupos e bailes em Blumenau, onde a família havia se instalado. Logo, contudo, deixou a família e passou a viajar pelo país.

Aos 17 anos, já acompanhava Raul Seixas (com quem atuou na faixa O diabo é o pai do rock) e a dupla Sá e Guarabira. Retirou seu nome Blues Boy de B B King, por quem tinha grande admiração: "Desde pequeno ouço B. B., que funciona para mim como um ponto de referência. Clapton, meu ídolo, entra como um ponto de equilíbrio e Hendrix como desabafo".

Aos 19 anos, em 1976, fundou o grupo de blues-hard rock Legião Estrangeira e a banda Aero blues. A partir da década de 1980 lançou-se em carreira solo apresentando-se na boate carioca Appalloosa, na rua Barata Ribeiro, em Copacabana.

No início da década de 1980, um aluno seu insistiu para que gravasse uma fita-demo e a levou à Rádio Fluminense (A Maldita). Logo, a emissora pôs sua música no ar, tornando-a um grande sucesso. Por essa época, começavam os shows de rock no Circo Voador, na Lapa, centro do Rio de Janeiro e também os show produzidos por Nelson Motta, "Noites Cariocas", no Morro da Urca (Pão de Açúcar).

Sua primeira participação solo em gravação ocorreu em 1982, na coletânea lançada pela WEA Rock voador, somente com bandas que se apresentavam no Circo Voador do Rio de Janeiro.

Em 1984, participou da trilha sonora do filme Bete Balanço, também lançada em LP pela WEA. Neste mesmo ano, lançou pela gravadora Warner o disco Som na guitarra, do qual se destacaram as faixas Blues motel e Aumenta que isso aí é rock and roll, sua composição mais conhecida. Ainda deste LP, outras músicas obtiveram relativo sucesso, entre as quais Rock fora da lei e O brilho da noite, parceria com Geraldo D'arbilly. No ano seguinte, ao lado de Barão Vermelho, Herman Torres, Robson Jorge e Lincoln Olivetti, Roupa Nova, José Renato, Fred Nascimento e Marisa Monte, entre outros, participou da trilha sonora do filme Tropclip, na qual interpretou de sua autoria Tempos difíceis.

No ano de 1986, foi convidado pela revista "Roll" para entrevistar B.B. King, que por essa época apresentava-se no Brasil. B. B. King emprestou-lhe sua famosa guitarra Lucille, convidando-o para visitá-lo em Indianápolis. Para seu quarto disco, fez eleições diretas no Circo Voador, pelas quais o público escolheu o repertório.

Em 1996 transferiu-se para a cidade de Joinville, em Santa Catarina.

Em 1999, lançou o CD Vagabundo errante, na casa de espetáculos carioca Ballroom. No ano de 2002 apresentou-se na Lona Cultural João Bosco, em Vista Alegre, subúrbio do Rio de Janeiro e na Lona Cultural Gilberto Gil, em Realengo, também no Rio de Janeiro. Em 2003, apresentou-se no HardRockCafé, no Rio de Janeiro.

No ano de 2007 fez show no Circo Voador gravando as faixas para o CD e DVD Quem foi que falou que acabou o rock'n' roll?, nos quais compilou seus maiores sucessos: Blues motel, Fumando na escuridão, Marginal, Aumenta que isso aí é rock'n' roll e Tempos difíceis, além da faixa inédita que dá nome ao disco. O DVD e CD foram lançados em show na casa carioca Canecão no ano seguinte, em 2008.

Em 2011 lançou o último disco de carreira intitulado Por um monte de cerveja. Foi considerado um dos melhores guitarristas de blues do Brasil.

Obra

Amor vazio, Aumenta que isso aí é rock and roll, Blues motel, Filhos da bomba, Fumando na escuridão, O brilho da noite (c/ Geraldo D'Arbilly), Quem foi que falou que acabou o rock'n' roll?, Rock fora da lei, Tempos difíceis.

Discografia

(1982) Rock voador • Independente • LP; (1983) Fugindo de mim/Sinto tanta vontade • WEA • Compacto simples; (1983) Eu disse adeus/Caminhando • WEA • Compacto simples;(1984) Som na guitarra • Philips/WEA • LP; (1985) Tropclip • Philips • LP; (1986) Marginal blues • Polygram • LP; (1987) Celso Blues Boy 3 • LP; (1988) Blues forever • LP; (1989) Quando a noite cai • LP; (1991) Ao vivo - Celso Blues Boy • CD; (1996) Indiana Blues • CD; (1998) Nuvens Negras Choram • CD; (1999) Vagabundo errante • CD; (2008) 2008 Quem foi que falou que acabou o rock'n' roll? (ao vivo no Circo Voador) • DVD; (2008) Quem foi que falou que acabou o rock'n' roll? • CD; (2011) Por um monte de cerveja • CD.


Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Francisco Mário

Francisco Mário (Francisco Mário Figueiredo Souza), compositor, violonista e economista, nasceu em Belo Horizonte, MG, em 22/08/1948, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 14/3/1988. Membro de uma família ligada à cultura (era irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho), em que a apreciação e experimentação musical eram incentivadas desde a infância.

Dedicou-se à música depois de ter estudado economia, engenharia e de ter atuado como jornalista no jornal O Estado de S. Paulo e como crítico musical na revista Realidade. Estudou violão com o professor Henrique Pinto e criou o método de música em cores para crianças, aplicando técnicas dramáticas e músicas folclóricas brasileiras, sendo utilizado em várias escolas de São Paulo (para onde mudou-se em 1966) e em cursos para professores.

Em 1978 radicou-se no Rio de Janeiro, onde teve aulas de arranjo e teoria musical com Roberto Gnattali. Lançou o primeiro LP, "Terra", independente, em 1979, com participações de Joyce, Quarteto em Cy, Antônio Adolfo, Airton Barbosa, Chiquinho do Acordeom e outros.

Ativista desde os anos 60, quando participou de manifestações estudantis, engajou-se na luta pela produção fonográfica independente, ao lado de nomes como Antonio Adolfo, Danilo Caymmi e a dupla Luli e Lucina. Foi um dos artistas que mais lutaram contra o poder e o monopólio das grandes gravadoras, sendo um dos fundadores da Associação do Produtores Independentes de Discos e Fitas e autor do livro "Como Fazer um Disco Independente".

Lançou em 1980 "Revolta dos Palhaços", LP que se baseava no esquema alternativo de pré-vendas (era vendido antes mesmo de estar pronto, e o dinheiro era usado na produção). No ano seguinte, depois de uma bem-sucedida viagem ao México, onde apresentou-se no 5º Festival de Oposición, gravou ao lado de Francisco Julião o disco "Versos e Viola", vetado pela censura na época.

Em 1983 foi a vez do instrumental "Conversa de Cordas, Palhetas e Metais", disco instrumental que ganhou o Prêmio Chiquinha Gonzaga. Simultaneamente, publicou um livro de poemas, "Painel Brasileiro". Participou de festivais nos anos 80 e lançou "Pijama de Seda" (85), também instrumental, e "Retratos" (86), um passeio por diferentes ritmos brasileiros. No final de 1986 descobriu que contraíra o vírus da Aids em uma transfusão de sangue decorrente da hemofilia.

Em 1987 compôs, numa fazenda, seus últimos trabalhos, “Dança do Mar”, “Suíte Brasil” e “Tempo”. Com o agravamento da doença, diversos artistas realizaram no fim de 1987 um grande show no Rio de Janeiro em homenagem ao compositor. A iniciativa repetiu-se em janeiro de 1988 em Belo Horizonte, com participação de artistas mineiros.

O disco "Dança do Mar" foi lançado postumamente, em show com participação de Raphael Rabello, Mauro Senise, Galo Preto e outros. Parte de sua obra foi relançada em CD nos anos 90 nos Estados Unidos e no Brasil.

Obra

1964, 1968, Amanhecer, Bailarina (c/ Paulo Emílio), Balada negra, Bandeiras ao alto, Barroco Mineiro, Bateia, Bicho fantasiado, Bossa velha, Calmaria, Campesi, Cantiga de cego, Carro de boi, Chora palhaço, Chorinho interior, Choro em Bach, Choro Grave, Choro nacional, Choro novo, Clareira aberta (c/ Gianfrancesco Guarnieri), Coceirinha, Cromachoro, Cuba, Diretas, Domingo, Espanhola, Exílio, Faz que vai, Ginga, Guerra de Canudos, III Guerra, Inverno, Las locas, Malabarista da inflação (c/ Tárik de Souza), Manto, Maria Leal, Marionetes, Mistério, Moda do Tio Geraldo, O andaime, O homem mais forte do mundo, Os mágicos, Ouro Preto (c/ Fernando Rios), Outono, Pankararé, Pão e circo, Paraíso perdido, Passarinho preto, Pijama de seda, Primavera, Princípio real, Prisão, Pulsação, Quitute mineiro, Reses Tensa, Ressurreição, Revolta dos Palhaços, Roça, Samba latino, Saudade da terra, Saudade de meu pai, Saudade de mim, Se cobrir é circo, se cercar é hospício (c/ Paulo Emílio), Sobrevivendo, Sonho Nordestino, Souza, Tempestade, Terra, Terra queima, Triste São Paulo, Triviola, Valsa relativa, Veludo Azul (c/ Aldir Blanc), Venceremos, Verão, Vida nova, Violada.

Discografia
   
(1979) Terra • Libertas; (1980) Revolta dos palhaços • Libertas • LP; (1981) Versos e viola • Independente • LP; (1983) Conversa de cordas, couros, palhetas e metais • Libertas; (1985) Pijama de seda • Visom; (1986) Retratos • Libertas; (1988) Dança do Mar • Independente; (1992) Suíte Brasil • Libertas; (s/data) Marionetes Homenagem a Francisco Mário. Francisco Mário/Regina Spósito • Independente. 

Fonte: CliqueMusic.

Sebastião Lopes

Sebastião Lopes (Sebastião Odilon Lopes de Albuquerque), compositor e cantor, nasceu em Goiana, PE, em 01/01/1905, e faleceu em Recife, PE, em 19/12/1974. Destacou-se como compositor de frevos sendo considerado um dos grandes nomes do carnaval pernambucano.

Mudou-se para Recife na década de 1930, quando começou a carreira artística como cantor na Rádio Clube de Pernambuco.

Nesse período, começou também a compor e, como tal, consagraria sucessos como o frevo-canção Tô sentindo uma coisa, gravada em 1954 por Nelson Gonçalves na RCA Victor, Italiana, lançada também pelo mesmo cantor no ano seguinte, e Me dá um cheirinho, esta última, gravada por Jackson do Pandeiro em 1956. Nesse ano, gravou, pela gravadora pernambucana Mocambo o maracatu Cruz do patrão, de sua autoria, e Bumba-meu-boi, parceria com Ascenso Ferreira.

Em 1957, o frevo-canção Vegetariano foi gravado por José Orlando. No mesmo ano a dupla Céu e Mar gravou a marcha Pisei na fogueira, e Nerize Paiva gravou o frevo- canção Operação Macaco, parcerias com Nelson Ferreira.

Em 1958, Claudionor Germano gravou, também pela Mocambo, o frevo- canção Caiu a sopa no mel, parceria com Nelson Ferreira e Aldemar Paiva. Ainda no mesmo ano, o trio Os Três Boêmios gravou o coco Tirador de improviso, também com Nelson Ferreira.

Em 1962, Evaldo França gravou o frevo-canção Mesmo que queijo e a Turma dos frevolentos gravou o frevo-canção O amor vem da sorte e o maracatu Dona santa, enquanto Bianor Batista lançou o frevo-canção Chegou o Biu das moças, parceria com Nelson Ferreira.

Em 1964, Francisco de Assis gravou o frevo-canção Mariana. Seus maiores sucessos foram Operação Macaco, com Nelson Ferreira, Qual é o pó, Caiu a sopa no mel, com Nelson Ferreira, Mesmo que queijo, Olhe o dedinho, Mariana e Quem morre de véspera é peru.

Suas obras foram quase que exclusivamente dedicadas ao carnaval pernambucano, somando frevos-canções, maracatus, marchas, cocos e frevos-de bloco, entre outros ritmos característicos daquela região.

Obras

Bumba meu boi (c/Ascenso Ferreira), Caiu a sopa no mel (c/ Nelson Ferreira), Chegou o Biu das moças (c/ Nelson Ferreira), Cruz do patrão, Dona santa, Italiana, Mariana, Me dá um cheirinho, Mesmo que queijo, O amor vem da sorte, Olhe o dedinho, Operação Macaco (c/ Nelson Ferreira), Pisei na fogueira, Qual é o pó, Quem morre de véspera é peru, Tirador de improviso (c/ Nelson Ferreira), Tô sentindo uma coisa, Vegetariano.

Discografia

(1956) Cruz do patrão/Bumba meu boi • Mocambo • 78

Fontes: Enciclopédia Nordeste; Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista do Rádio;