segunda-feira, março 13, 2006

Viriato Figueira da Silva


Viriato Figueira da Silva, compositor e instrumentista nasceu em Macaé (RJ) em 1851 e faleceu em 24/04/1883. Estudou no Conservatório de Música, do Rio de Janeiro, com Joaquim A. da Silva Callado, de quem se tornou grande amigo. Como flautista excursionou pelo Norte do país, com muito sucesso.


Em 1866 foi para São Paulo (SP), como integrante da orquestra do Teatro Fênix Dramática, do Rio de Janeiro, dirigida pelo maestro Henrique Alves de Mesquita, apresentando-se no Teatro São José. Foi um dos primeiros a sobressair no Brasil como solista de saxofone.

Em março de 1877, sua polca Só para moer foi editada por José Maria Alves da Rocha e, mais tarde, por Artur Napoleão e Cia., sendo muito bem recebida. A polca de sua autoria “Carnaval do Brasil” foi executada pela primeira vez a 15 de julho de 1878, no Clube Mozart, do Rio de Janeiro.

Disco 78 rpm - Título da música: Só para moer - Autoria Silva, Viriato Figueira da (Compositor) - Silva, Patápio (Intérprete) - Imprenta [S.l.]: Odeon, 1904-1907 - Nº Álbum 40047 - Gênero musical Choro:



Depois de sua morte, seus amigos realizaram, a 17 de dezembro de 1883, um concerto, para a compra de uma sepultura no cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, Rio de Janeiro. Ao seu lado foram depositados os restos mortais de Callado, transladados do Cemitério São João Batista, cumprindo o desejo manifestado pelos dois amigos que queriam ser enterrados juntos. Mais tarde a composição “Só para moer” recebeu versos de Catulo da Paixão Cearense, sob o título “Não vê-la mais”.

Obras

Aliança, xótis, s.d.; Amoroso, tango, s.d.; Caiu! Não Disse!, polca, s.d.; Capricho de moça, polca, s.d.; Carnaval do Brasil, polca, s.d.; Comme il faut, xótis, s.d.; Como é doce, polca, s.d.; Uma dor, polca, s.d.; É segredo, polca, s.d.; Eufrásia, polca, s.d.; Flor da noite, quadrilha, s.d.; Gratidão, quadrilha, s.d.; Lalá, polca, s.d.; Macia, polca, s.d.; Só para moer (ou Não vê-la mais com versos de Catulo da Paixão Cearense), polca, s.d.; Tutu, polca, s.d.


Fonte: Enciclopédia da música brasileira - Editora Art - PubliFolha - São Paulo, 1998.

Joaquim Antônio da Silva Callado Jr.


Joaquim Antônio da Silva Callado, flautista e compositor, nasceu em 11 de julho de 1848 no Rio de Janeiro e faleceu em 20 de março de 1880. É considerado o pai dos chorões e foi o mais popular músico do Rio de Janeiro imperial.


Começou estudando flauta e piano em casa com seu pai, que era mestre da Banda Sociedade União de Artista, e aos oito anos já aprendia composição e regência com Henrique Alves de Mesquita.

Antes de completar 18 anos, já se apresentava em bailes e saraus familiares. Pouco depois, fez sua primeira apresentação em concerto, como flautista, para a família imperial.

Sua composição de estréia, "Querosene", foi feita em 1863, aos 15 anos, e o primeiro sucesso em 1867, uma quadrilha chamada "Carnaval". No mesmo dia do lançamento, 19 de junho, seu pai faleceu de endocardite aos 52 anos.

No dia 13 de janeiro de 1869, a sua primeira polca foi publicada, chamada “Querida por todos”, dedicada à Chiquinha Gonzaga. Em 1873, Callado compôs “Lundu Característico”, que foi o primeiro lundu apresentado num concerto. Este fez tanto sucesso que ele foi nomeado para a cadeira de flauta do Império no Conservatório de Música. Em 1875, foram publicadas as polcas “Como é bom” e “Cruzes, minha prima!”.

Neste mesmo período, Callado criou o primeiro grupo de choro. Inicialmente composto por dois violões, uma flauta e um cavaquinho. O grupo começou adotando a polca-de-serenata, que trazia passagens modulantes em ritmo acelerado. No começo, o choro possuía improvisações, em que os violões criavam o ambiente para a flauta solar e o cavaquinho fazia um papel intermediário entre eles.

Callado foi parceiro de Viriato Figueira da Silva, Ismael Correia, Lequinho e outros chorões. Era amigo do compositor de modinhas Chiquinho Albuquerque e do flautista belga Matheus André Reichert, que D. Pedro II contratou para animar os Saraus do Paço em 1859. Em 1879, Callado recebeu a mais alta condecoração do Império: A Ordem da Rosa. Um ano depois, no dia 20 de março de 1880, falece de meningo-encefalite perniciosa.

"Flor amorosa" - Disco 78 rpm - Interpretação de Jacó do Bandolim - Imprenta [S.l.]: Continental, 1948-1949 - Nº Álbum 16011 - Em gênero musical Choro



Depois de onze dias, foi colocada à venda sua última composição, a polca Flor amorosa. No dia 17 de dezembro de 1883, alguns músicos organizaram um festival e com a renda construíram um único mausoléu no cemitério de São Francisco Xavier para unir os restos mortais de Callado e Viriato Figueira da Silva, que faleceu em 1883. A transferência dos restos foi realizada no dia 27 de julho de 1885.

Obra completa

Adelaide, quadrilha, s.d.; Ai, que gozos, polca, s.d.; ; Aurora, quadrilha, s.d.; Capricho característico, polca, s.d.; Carnaval de 1867, quadrilha, 1867; Celeste, polca, s.d.; Choro, s.d.; As cinco deusas, quadrilha, s.d.; Como é bom, polca, 1875; Como é bom o que é bom!, quadrilha, s.d.; Conceição, polca, s.d.; Consoladora, polca, s.d.; Cruzes, minha prima!, polca, 1875; A dengosa, polca, s.d.; A desejada, polca, 1880; Ermelinda, polca, s.d.; Ernestina, polca, s.d.; Familia Meyer, quadrilha, s.d.; Fantasia para flauta, choro, s.d.; Flor amorosa (com versos de Catulo da Paixão Cearense), polca, 1880; As flores do coração, quadrilha, s.d.; Florinda, polca, s.d.; Hermenêutica, valsa, s.d.; Honorata, polca, s.d.; Imã, polca, 1873; Improviso, polca, s.d.; Isabel, polca, s.d.; Laudelina, quadrilha, s.d.; Lembrança do cais da Glória, polca, s.d.; Linguagem do coração, polca, 1872; Lírio fanado, recitativo, 1882; Lundu característico, 1873; Manuela, quadrilha, s.d.; Manuelita, quadrilha, s.d.; Maria, polca, s.d.; Maria Carlota, polca, s.d.; Mariquinhas, polca, s.d.; Mimosa, quadrilha, s.d.; Não digo, polca, s.d.; Uma noite de folia, quadrilha, s.d.; O que é bom, é bom!, quadrilha, s.d.; Olhos de Ana, polca, s.d.; Pagodeira, polca, s.d.; Pagodeira, quadrilha, s.d.; Perigosa, polca, s.d.; Perigoso, choro, s.d.; Polca em dó maior, s.d.; Polucena, polca, s.d.; Puladora, polca, s.d.; Quem tocar, toca sempre, polca, s.d.; Querida por todos, polca, 1869; O regresso de Chico Trigueira, polca, s.d.; Rosinha, polca, s.d.; Salomé, polca, s.d.; Saturnina, quadrilha, s.d.; Saudade do cais da Glória, polca, s.d.; Saudades de Inhaúma, quadrilha, s.d.; Saudosa, polca, s.d.; A sedutora, polca, s.d.; Sete de novembro, polca, s.d.; Sousinha, quadrilha, 1869; Suspiro, quadrilha, s.d.; Suspiros de uma donzela, quadrilha, s.d.; Último suspiro, polca, s.d.; União comercial, polca, s.d.; Valsa, s.d.; Vinte e Um de Agosto, polca, s.d.; Vinte e Um de Junho, polca, s.d.

Calado

"Callado foi um flauta de primeira grandeza, e ainda hoje é lembrado e chorado pelos músicos desta época, pois as suas composições musicais nunca perdem o seu valor, na sua flauta, quando em bailes, serenatas (que eram feitas em plena rua pois naquele tempo eram permitidas não havendo intervenção da polícia). Callado tornou-se um Deus para todos que tinham felicidade de ouvi-lo. Os acompanhamentos era violão, cavaquinho, oficlide, bombardão, instrumentos estes que naquela época faziam pulsar os corações dos chorões, quando eram manejados pelos batutas da velha guarda, como sejam: Silveira, Viriato, Luizinho, etc.

Callado e Viriato foram tão amigos em vida como na morte, e assim compreendendo os músicos daquela época organizaram um festival e com o produto do mesmo mandaram construir um mausoléu do lado direito do Cemitério de São Francisco Xavier, onde se acham os dois juntinhos dormindo o sonho da eternidade, dando assim uma recordação perpétua aos chorões de agora, que ao passarem naquele mausoléu curvam-se respeitosamente em homenagem a aquelas duas entidades, que as atuais gerações ainda não deram iguais.

Contavam alguns daqueles tempos que também já dormem o sono dos justos, que Callado foi chamado para um concerto num dos teatros desta cidade ao qual compareceu com a sua flauta maravilhosa, mas o grande músico deixando a sua flauta deitada na estante um oficial do mesmo ofício, desparafusou uma das chaves de seu instrumento sem que ele percebesse afim de quando fosse tocar a mesma pular, e Callado fazer um grande fiasco, mas o seu intento não deu o resultado esperado, pois apesar da chave ter saído fora do lugar, Callado, a força de beiço tocou toda a partitura sem perturbar-se, sendo muito abraçado e cumprimentado por aqueles que souberam do fato, estando neste meio o velho Imperador que condecorou com o título de Comendador.

Callado não era só músico para tocar de primeira vista, como também para compor qualquer choro de improviso, quantas vezes achava-se tocando em um baile de casamento, batizado, aniversário ou outra qualquer reunião e se nesta ocasião qualquer dama ou cavalheiro pedisse para escrever um choro em homenagem ao festejado, Callado, não dizia que não, passava a mão em qualquer papel quando não trazia o próprio, riscava a lápis e zaz! Punha-se a escrever, daí a momento entregava a um chorão presente que a executando tornava-se um delírio para todos os convivas pela clareza e pela linda inspiração da mesma. Callado foi o rei da música daquele tempo" (O Choro - Reminiscências dos chorões antigos - 1936 - Alexandre Gonçalves Pinto).


Fontes: WMmulher, Enciclopédia da música brasileira, Editora Art - PubliFolha, 1998 - São Paulo; O Choro - Reminiscências dos chorões antigos - 1936 - Alexandre Gonçalves Pinto.

Paulino Sacramento


Paulino Sacramento, trompetista, compositor e regente nasceu no Rio de Janeiro RJ em 08/12/1880 e faleceu na mesma cidade em 08/03/1926. Foi contemporâneo de Albertino Pimentel, Candinho Trombone, Francisco Braga, no Colégio dos Meninos Desvalidos, em cuja banda tocaram juntos.


Quando o maestro e compositor Francisco Braga então regente da banda obteve uma bolsa de estudos para se especializar em Paris, Paulino foi indicado para substituí-lo.

Em 1896, então com 16 anos de idade, foi candidato a primeiro Mestre da Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, sendo derrotado por Anacleto de Medeiros.

Trompetista de boa técnica, seu tango Pierrô, é considerado um autêntico carro de fogo para os solistas desse instrumento. A partir de 1912, dedicou-se ao teatro de revista. Produziu partituras para revistas, operetas e burletas, sendo a primeira delas, O Rio civiliza-se. Neste mesmo ano, dirigiu a Orquestra do Teatro Rio Branco, sendo o primeiro maestro a reger o músico Pixinguinha, então com 14 anos de idade.

Colaborou com alguns famosos libretistas, como Bastos Tigre (O Maxixe), João Foca, Raul Pederneiras, Catulo da Paixão Cearense (O Marroeiro).

Seu tango Vatapá, foi regravado,em 1971, na RCA Victor por Radamés Gnattali (piano), Altamiro Carrilho (flauta), Paulo (bombardino), Dino e Meira (violões) e Canhoto (cavaquinho). O disco foi lançado em 1972 pela Editora Abril, no fascículo 48 "Donga e os primitivos", da série História da Música Popular Brasileira.


Fonte: Enciclopédia da música brasileira - Editora Art - PubliFolha - 1998 - SP.

Eduardo Souto


A obra variada do compositor Eduardo Souto, que teve parceiros tão famosos quanto João de Barro e Bastos Tigre, abrangeu gêneros como a valsa, o tango, o samba, a marchinha e o choro. Eduardo Souto nasceu em São Vicente SP, em 14 de abril de 1882.


Aos seis anos de idade já tocava valsas no piano da família e aos 11 foi para o Rio de Janeiro RJ estudar o instrumento. Compôs sua primeira valsa, Amorosa, aos 14 anos. Em 1902 abandonou os estudos para se empregar num banco, onde trabalhou por 15 anos. Tomou-se famoso com o fado-tango O despertar da montanha (1919), que adquiriu celebridade internacional.

Em 1920, o compositor fez sucesso no carnaval com a marchinha Pois não, com João da Praia, uma das composições pioneiras no gênero. Nesse mesmo ano, abriu a Casa Carlos Gomes, uma loja de música que se tornou ponto de encontro de compositores renomados. Organizava orquestras e corais e participava de peças teatrais musicadas quando foi designado pelo governo brasileiro para organizar o programa musical de recepção aos reis da Bélgica.

O maior sucesso carnavalesco de Eduardo Souto foi Tatu subiu no pau (1924), gênero em que se destacou também com Batucada (1931), em parceria com João de Barro, e Gegê (1932), com Getúlio Marinho.

É autor do hino Glorioso, do Botafogo Futebol e Regatas, e da romântica Do sorriso das mulheres nasceram as flores, esta em parceria com Bastos Tigre. Em 1932, abandonou a música e voltou a trabalhar em banco. Eduardo Souto morreu no Rio de Janeiro em 18 de agosto de 1942.

Algumas músicas





















Fontes: Encyclopaedia Britannica do Brasil - Barsa; A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.