sexta-feira, outubro 14, 2011

Ismael Neto

Ismael e seu irmão Severino.
Ismael Neto (Ismael de Araújo Silva Netto), cantor, instrumentista, arranjador e compositor, nasceu em Belém, PA, em 07/12/1925, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 31/01/1956. Era irmão de Severino Filho e Hortênsia Silva.

Foi o criador do conjunto Os Cariocas, grupo vocal de grande popularidade e que teve intensa atuação na época da bossa nova. Seus arranjos vocais, a quatro e cinco vozes, fizeram o diferencial do conjunto em relação a seus antecessores, que cantavam a três vozes.

Segundo Ruy Castro, em seu livro "Chega de Saudade", "a importância de Ismael para a música popular brasileira, como harmonizador, ainda está por ser conhecida, mas, em seu tempo, ele era um prodígio" (p. 91).

Destacou-se como compositor de clássicos do repertório da MPB, como Valsa de uma cidade (com Antônio Maria), de 1954, em homenagem à cidade do Rio de Janeiro, e O último beijo (com Nestor de Holanda).

Faleceu aos 30 anos de idade, em 31 de janeiro de 1956, sendo substituído no grupo Os Cariocas por sua irmã, Hortênsia Silva.

A primeira formação de Os Cariocas, era um quinteto. Contava com Ismael, seu irmão, Severino Filho, Emmanoel Furtado, mais conhecido por Badeco, Waldir Viviani e Jorge Quartarone, mais conhecido por Quartera.

Com o inesperado e precoce desaparecimento de Ismael, tiveram que se reorganizar: Severino Filho, seu irmão, assumiu a condição de arranjador e líder musical, e, aproveitando o fato de que Ismael fazia a primeira voz em falsete, que é a imitação da voz feminina, convocou Hortênsia Silva, irmã de ambos, que também era dotada de grande talento. Mas, Hortênsia resolveu deixar o grupo em fins de 1959.

Obras

Afinal (c/ Luís Bittencourt), Baile na roça, Canção da volta (c/ Antônio Maria), Marca na parede (c/ Mário Facini), O último beijo (c/ Nestor de Holanda), Valsa de uma cidade (c/ Antônio Maria)

Bibliografia Crítica

CASTRO, Ruy. Chega de saudade. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. SEVERIANO, Jairo e HOMEM DE MELLO, Zuza. A canção no tempo vol. 1. São Paulo: Editora 34, 1998.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB; Rádio USP - FM 93,7 - Olhar Brasileiro.

Araken Peixoto

Araken Peixoto (Araquén Peixoto Barros), pistonista, nasceu em 10/10/1930, em Niterói, RJ, e faleceu em 20/2/2008, no Rio de Janeiro, RJ. Irmão do cantor Cauby Peixoto e do pianista Moacir Peixoto. Sobrinho do grande pianista Nonô e primo do falecido cantor Ciro Monteiro.

Aos 16 anos, recebeu orientação musical de um professor integrante da Orquestra Sinfônica Nacional. Aos 18 anos, ingressou no serviço militar obrigatório, integrando a Banda do Exército.

Sua carreira esteve sempre associada às casas noturnas, principalmente paulistas, onde firmou prestígio como músico. Gravou, em 1957, com seus irmãos, um LP intitulado Quando os Peixotos se encontram. Tocou no Captain's Bar, do Hotel Comodoro, em 1958; no Hotel Claridge, de 1959 a 1960, e no Rio, Au Bon Gourmet, em 1960.

Em 1962, passou a atuar na Boate Drink, no Rio de Janeiro, casa que alugou junto com Moacir e Cauby. Gravou seu primeiro LP em 1963, intitulado Drink. Em 1968, atuava no restaurante paulistano A Baiúca. Em 1973 foi relançado o LP Quando os Peixotos se encontram.

Faleceu em sua casa no bairro carioca de Copacabana, em 20/2/2008, vítima de diabetes.

Discografia

(1957) Quando os Peixotos se encontram • RGE • LP; (1989) Quando os Peixotos se encontram • RGE • LP; (1996) Um pistão dentro da noite-vol. 1 • Eldorado • CD; (1997) Um pistão dentro da noite-vol. 2 • Eldorado • CD.

Bibliografia Crítica

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.