Byafra (Maurício Pinheiro Reis), cantor e compositor, nasceu em Niterói, RJ, em 15/10/1957. Ainda menino, foi presenteado por sua avó com uma flauta doce e uma inscrição num curso de música para aprender o instrumento.
Por ser muito magro e esquelético quando pequeno, recebeu aos 12 anos dos colegas, o apelido que adotaria como nome artístico: "Biafra". Em 1998, alterou para "Byafra", para evitar aparecer na mesma página da guerra civil nigeriana nos sites de busca da Internet.
Depois de cantar em coral (do CEN - Centro Educacional de Niterói), inclusive fora do país, em países como Escócia e Inglaterra, e de tocar flauta doce em casamentos, a carreira musical já era seu principal projeto de vida.
E foi nessa época que nasceu "O Circo", banda que teve rápido sucesso em apresentações em Niterói e no interior do Estado do Rio. Como principal vocalista do grupo, Byafra começou a ganhar intimidade com os palcos. E foi acompanhado por seus colegas de O Circo, que Byafra entrou pela primeira vez no velho estúdio da CBS (hoje Sony Music), na Praça da República, centro do Rio de Janeiro, para gravar seu primeiro álbum, na época editado em LP e cassete.
Lançado em 1979, Primeira Nuvem foi rapidamente adotado pelas rádios de todo o Brasil. Uma das canções, composta pelo próprio Byafra e por Luiz Eduardo Farah, transformou-se em grande sucesso: Helena. Poucas semanas depois de introduzida nas rádios, essa faixa ganhou popularidade ainda maior ao ser incluída na trilha sonora da novela Marron Glacê, da Rede Globo. Esta mesma emissora iria, ao longo dos anos, solicitar mais sete músicas de Byafra para suas novelas, identificando suas canções com vários personagens famosos.
Já em seu terceiro álbum – Despertar (1981) Byafra recebe seu primeiro Disco de Ouro ao superar 100 mil cópias vendidas, impulsionada pelo impressionante sucesso radiofônico de Leão ferido (Byafra e Dalto), música mais executada pelas emissoras brasileiras no ano de seu lançamento e que mais tarde receberia novas interpretações de artistas como Simone.
Em 1984, mais um Disco de Ouro em seu álbum de estréia na gravadora Ariola, hoje com seu catálogo incorporado à Universal. Dessa vez, a música que explodiu nas paradas de todo o Brasil, foi Sonho de Ícaro (Piska e Cláudio Rabello).
Desde esse início vitorioso até hoje, Byafra jamais deixou de ter suas canções cantadas e lembradas por fãs de todas as gerações. São ao todo 12 álbuns inéditos e duas compilações que compõem um capítulo importante da Música Popular Brasileira.
Como compositor Byafra registrou sua obra na voz de grandes artistas como Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Simone, Chitãozinho & Xororó, Chrystian & Ralf, Rosana, Xuxa, Angélica, Danilo Caymmi e muitos outros.
No dia 8 de setembro de 2009 foi lançado um vídeo no site youtube no qual Byafra é atingido involuntariamente por um parapente enquanto cantava para uma gravação de TV, a música de seu maior sucesso, Sonho de Ícaro, no Rio de Janeiro. Um episódio cômico da vida de Byafra, que encarou a situação com muito bom humor.
Discografia
1979 Primeira Nuvem • Sony Music • LP
1980 Byafra • Sony Music • LP
1981 Despertar • Sony Music • LP
1982 Menino • Sony Music • LP
1984 Existe uma ideia • Polygram/Universal • LP
1985 O sonho deve ser • Polygram/Universal • LP
1986 Toque • Polygram/Universal • LP
1987 Biafra • BMG • LP
1989 Biafra • Esfinge • LP
1991 Minha vida de artista • Sony Music • LP
1994 Biafra (compilação) • Universal • CD
1994 Infinito amor • Continental • CD
1998 Biafra (Série Brilhante) • Sony Music • CD
1998 Ícaro • Indie Records • CD
2002 Segundas intenções • Green Songs • CD
Fontes: Clique Music; Wikipédia; Página oficial.
terça-feira, janeiro 07, 2014
A história do Bando da Lua
Uma brincadeira que deu certo — A verdadeira história do Bando da Lua - Fotos: CARIOCA Abril/1936 |
O “Bando da Lua” é uma brincadeira de amigos de infância que deu certo. Um grupo de rapazes do mesmo bairro, com vocação para música, formou uma pequena orquestra. Colheu, na vizinhança, os primeiros aplausos. Um dia, os seus componentes tocaram em um estúdio, o da Rádio Sociedade. E, como fizeram sucesso, continuaram a tocar. Não recebiam nada. Até se ofendiam, quando alguém lhes falava em dinheiro.
— Vocês são bobos. Recebam o cachê. Isso de rejeitar, além de ser tolice, estraga o negócio dos outros ...
Um dia, afinal, eles receberam o primeiro salário. Foi uma sensação extraordinária, para todos eles. Os rapazes da avenida Martins da Motta precisaram, então, batizar o seu conjunto, que tocava, ainda pagão, nas nossas difusoras. Um dia, na praia, um sugeriu, olhando a redoma dourada da lua:
— Achei o título! Será “Bando da Lua” ...
O nome ficou. Um do grupo, Aluízio de Oliveira, revelou-se excelente “crooner”. Misto de Bing Crosby e de Rudy Valee, cantando tão bem em português como em inglês. Aluízio fez curso de dentista. Enquanto isso, os outros estudavam também. Ivo Astolpho deu para estudar língua e fala o inglês, espanhol, italiano e alemão. Hélio Jordão Pereira diplomou-se em contabilidade e triunfou, recentemente em um concurso municipal. Oswaldo Eboli faz jornalismo. E os demais têm, também, além da música, algo com que ocupar o espírito.
Duas vezes, já foram a Buenos Aires, com passagem de primeira, ida e volta, e 3.200 pesos de ordenado. Exibiram-se no Broadway e irradiaram na Belgrano. Sucesso absoluto. E ganharam os clássicos “cuatro porotos” de “Caras y Caretas”, que é a classificação dada por essa revista ao melhor número da semana.
Agora, na Rádio Tupy, com um contrato de um semestre, a 3:750S000 mensais, por um conjunto de dez audições, o Bando da Lua teve o seu melhor negócio no “broadcasting” brasileiro. Por todo este ano, ficará o popular conjunto no Brasil, de onde só sairá em 1937 para uma excursão a Buenos Aires e à costa do Pacífico, até Hollywood.
O “Bando da Lua” tem fãs. E muitos fãs. Nosso leitor Oscar Fernandes da Silva, de São Paulo, registra o sucesso desse conjunto, na capital bandeirante, juntamente com Carmen e Aurora Miranda e Almirante. E Ismeninha Ramos, uma leitora de CARIOCA, escreve:
“O “Bando da Lua”, que conjunto sugestivo! ... Mesmo assim, creio que ainda ninguém lembrou mencioná-lo honrosamente, entusiasticamente, no magnífico concurso radiofônico, instituído pela brilhante revista CARIOCA. Psiu! Fiquem quietos... é porque o Bando da Lua nos deixa mudos, taciturnos, com os ouvidos colados ao receptor, para melhor sorvermos o feitiço contagioso de suas músicas. Intérpretes magníficos de músicas populares e “foxes-blues”, os seus componentes galgam vitoriosamente a escada da glória e subirão, subirão, até chegarem a lua, a branca lua que é a madrinha desse grupo jovial de trovadores modernos” ...
Aí está, rapazes. Dividam irmãmente os elogios, como irmãmente dividem os lucros do conjunto...
Fonte: CARIOCA, de 04/04/1936 - Fotos e texto atualizado.
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