terça-feira, fevereiro 01, 2011

Belmácio Pousa Godinho

Belmácio Pousa Godinho
Belmácio Pousa Godinho, compositor e instrumentista, nasceu em Piracicaba, SP, em 27/5/1892, e faleceu em Ribeirão Preto, SP, em 21/2/1980. Na escola, cedo revelou sua inteligência privilegiada e seu pendor para a música, que então se estudava no curso primário. Também nele se desenhava o futuro craque de futebol.

Como seresteiro, encheu de música as ruas quietas de Piracicaba do início do século. Tocou na Orquestra Lozano e também teve orquestras próprias, que se apresentavam em bailes familiares, convescotes, reuniões cívicas.

Compunha com facilidade, com singeleza e segurança, sobretudo valsas dolentes e melancólicas — primeira e segunda partes em tom menor e terceira em tom maior, no modelo primitivo.

Alguns de seus chorinhos, como Catando conchinhas, fizeram época. Produziu mais de 300 composições, muitas encontradas apenas em cadernos, copiadas pelos músicos seresteiros. Sua obra abrangeu formas musicais variadas: charleston, choro, fox-trot, hino, maxixe, mazurca, noturno, polca, quadrilha, ragtime, schottisch, tanguinho, tango, twostep e valsa.

Foram seus parceiros, como letristas: Américo Garrido, Angel Castroviejo, Angelino de Oliveira, Ariovaldo Pires, Arlindo Leal, Batista Júnior, Benedito Costa, Bento Tosca, Daniel Amaral Abreu, Duque de Abramonte, Felipe Tedesco, João Taful e Juvenal Guimarães.

Em O Malho, revista do Rio de Janeiro RJ, publicou, entre outras, a valsa E. C. XV de Novembro.

Formado em 1916 pela Escola Complementar, mudou-se no ano seguinte para Ribeirão Preto, onde passou a lecionar como professor primário e prosseguiu em sua movimentação artística e esportiva, neste último setor como presidente do Comercial Futebol Clube.

Obra

Adeus, escola (com Benedito Costa), 1967; Alma de caipira (com Benedito Costa), tanguinho, 1918; Alvorecer, 1972; O amor faz chorar, schottisch, 1914; Baile da saudade (c/Benedito Costa), valsa, 1943; Balada, 1971; Beijando flores, valsa, 1920; Brisas de maio, 1970; Catando conchinhas, tanguinho à carioca, s.d.; Chega pra cá (c/L. B.), tanguinho sertanejo, 1918; Conquistadô (c/Benedito Costa), tanguinho, 1919; Cristina, valsa, 1971; Elegia, 1966; Encanto, 1970; Enlevo (c/Benedito Costa), valsa, s.d.; Esporte Clube XV de Novembro, s.d.; Eu e ela, valsa, 1914; Fantasia, 1973; Flor de mi vida (c/Angel Castroviejo), tango, s.d.; Hino do Comercial Futebol Clube, s.d.; Humoresque, 1971; Imagem, 1971; Intuições poéticas, 1970; Jamais voltarei (com Benedito Costa), valsa, s.d.; O mulatinho (c/Felipe Tedesco), maxixe carioca, 1924; Never More, 1918; Pontevedra, valsa espanhola, 1967; Sinval, choro, s.d.; Um sonho, uma ilusão (c/Ariovaldo Pires), tango, 1943; Supremo adeus (c/Benedito Costa), valsa, 1917; Surpresa, tanguinho brasileiro, 1970; Suspiro dolente, valsa, 1913; Tango, 1961; Tango brasileiro, s.d.; Teu nome, valsa, 1913; Viola afamada (com J. Guimarães), tanguinho, s.d.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

Golpe de Estado

Golpe de Estado - Grupo paulistano de hard-rock formado em fins de 1985 por Catalau (André Leandro Marechal, São Paulo SP 1959—), vocais; Hélcio Teixeira Aguirra (São Paulo 1959—), guitarra; Nelson Gomes Brito (São Paulo 1960—), contrabaixo; e Paulo Jorge Zinner (São Paulo 1959—), bateria.

Catalau havia integrado o Casa das Máquinas, Hélcio fora guitarrista do Harppia e Nelson e Paulo vinham de outros grupos, como o Fickle Pickle de André Christovam e Pepino Irritadiço. 

O grupo lançou seu primeiro LP, Golpe de Estado, em 1986 (selo Baratos Afins) e foi imediatamente aclamado como um dos melhores grupos de hard-rock nacional.

Seguiram- se os discos Forçando a barra (1988), Nem polícia nem bandido (Eldorado, 1989), Quarto Golpe (Eldorado, 1991) e Zumbi (Eldorado, 1995). O grupo abriu shows brasileiros dos grupos ingleses Jethro Tull (1990), Nazareth (1990) e Deep Purple (1991).

Catalau deixou o grupo em 1996, lançando em 1997 seu primeiro disco solo, Magos do som (pela Baratos Afins), com participação do guitarrista Lanny Gordin, e Paulo Zinner atuou como baterista no grupo de Rita Lee, além de gravar com o Fickle Pickle em 1994. O novo cantor do grupo passou a ser Rogério (Rogério Fernandes, São Paulo 1965—), exFickle Pickle e ex-Big Balls.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha -2a. Edição - 1998;

Oscar Guanabarino

Oscar Guanabarino
Oscar Guanabarino (Oscar Guanabarino de Sousa e Silva), pianista, compositor e crítico, nasceu em Niterói, RJ, em 29/11/1851, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 17/1/1937.

Aos seis anos iniciou-se no piano com Achille Arnaud, estreando como recitalista aos 15 anos de idade, em concerto realizado no Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.

Aperfeiçoou-se em harmonia com Gioacchino Giannini, tendo recebido lições de piano de Louis Moreau Gottschalk. Ainda jovem, escreveu a comédia As filhas da titia, encenada no Coliseu Teatro, do Rio de Janeiro, de propriedade de seu pai, o escritor, historiador, poeta e comediógrafo Joaquim Norberto de Sousa e Silva.

Manteve durante muito tempo curso de piano numa das salas do antigo Teatro Lírico e exerceu durante vinte anos a crítica musical no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro.

Publicou O professor de piano (coletânea de artigos para a Revista Musical), Rio de Janeiro, 1881.

Inimigos íntimos

Heitor Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, petulante, autodidata. Esse professor de piano e folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo.

Fã do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer.

Na coluna Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'.

Guanabarino inspirou novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não as levou a sério.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha- 2a. Edição - 1998; Revista Época on line.

Galdino Cavaquinho

Galdino Cavaquinho (Galdino Barreto), instrumentista e compositor, fl. Rio de Janeiro, RJ, 1903.

Professor de cavaquinho de Mário Cavaquinho, foi contemporâneo dos grandes chorões do início do século XX. 

Participou da serenata que Eduardo das Neves promoveu para comemorar o retorno de Santos Dumont ao Brasil, em 1903.

"Mestre dos mestres, que se celebrizou com o seu aprendiz Mario, cujo discipulo venceu naquelle época todas difficuldades do instrumento transformando, a sua tonalidade de quatro cordas para cinco, emquanto isso Galdino, continuava com o seu cavaquinho de quatro cordas tirando infinidades de tons e combinações de acordes que me é aqui difficil de descrever, tal é a magia, e a convicção das notas vibradas pela palheta encantada de Galdino, este grande artista, inegualaval no meio dos chorões, aonde elle foi o unico educador deste instrumento que se chama cavaquinho (O choro - Reminiscências dos chorões antigos - Alexandre Gonçalves Pinto).

Obra

Fera, polca, s.d.; Flausina, polca, s.d.; Isaltina, valsa, s.d.; Me espere na saída, polca, s.d.; Na sombra da laranjeira, polca, s.d.; Os olhos dela, polca, s.d.; Recordação, valsa, s.d.; Ricardina, polca, s.d.; Saudades, polca, s.d.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998; O choro - Reminiscências dos Chorões Antigos - Alexandre Gonçalves Pinto - 1936.