Belmácio Pousa Godinho |
Belmácio Pousa Godinho, compositor e instrumentista, nasceu em Piracicaba, SP, em 27/5/1892, e faleceu em Ribeirão Preto, SP, em 21/2/1980. Na escola, cedo revelou sua inteligência privilegiada e seu pendor para a música, que então se estudava no curso primário. Também nele se desenhava o futuro craque de futebol.
Como seresteiro, encheu de música as ruas quietas de Piracicaba do início do século. Tocou na Orquestra Lozano e também teve orquestras próprias, que se apresentavam em bailes familiares, convescotes, reuniões cívicas.
Compunha com facilidade, com singeleza e segurança, sobretudo valsas dolentes e melancólicas — primeira e segunda partes em tom menor e terceira em tom maior, no modelo primitivo.
Alguns de seus chorinhos, como Catando conchinhas, fizeram época. Produziu mais de 300 composições, muitas encontradas apenas em cadernos, copiadas pelos músicos seresteiros. Sua obra abrangeu formas musicais variadas: charleston, choro, fox-trot, hino, maxixe, mazurca, noturno, polca, quadrilha, ragtime, schottisch, tanguinho, tango, twostep e valsa.
Foram seus parceiros, como letristas: Américo Garrido, Angel Castroviejo, Angelino de Oliveira, Ariovaldo Pires, Arlindo Leal, Batista Júnior, Benedito Costa, Bento Tosca, Daniel Amaral Abreu, Duque de Abramonte, Felipe Tedesco, João Taful e Juvenal Guimarães.
Em O Malho, revista do Rio de Janeiro RJ, publicou, entre outras, a valsa E. C. XV de Novembro.
Formado em 1916 pela Escola Complementar, mudou-se no ano seguinte para Ribeirão Preto, onde passou a lecionar como professor primário e prosseguiu em sua movimentação artística e esportiva, neste último setor como presidente do Comercial Futebol Clube.
Obra
Adeus, escola (com Benedito Costa), 1967; Alma de caipira (com Benedito Costa), tanguinho, 1918; Alvorecer, 1972; O amor faz chorar, schottisch, 1914; Baile da saudade (c/Benedito Costa), valsa, 1943; Balada, 1971; Beijando flores, valsa, 1920; Brisas de maio, 1970; Catando conchinhas, tanguinho à carioca, s.d.; Chega pra cá (c/L. B.), tanguinho sertanejo, 1918; Conquistadô (c/Benedito Costa), tanguinho, 1919; Cristina, valsa, 1971; Elegia, 1966; Encanto, 1970; Enlevo (c/Benedito Costa), valsa, s.d.; Esporte Clube XV de Novembro, s.d.; Eu e ela, valsa, 1914; Fantasia, 1973; Flor de mi vida (c/Angel Castroviejo), tango, s.d.; Hino do Comercial Futebol Clube, s.d.; Humoresque, 1971; Imagem, 1971; Intuições poéticas, 1970; Jamais voltarei (com Benedito Costa), valsa, s.d.; O mulatinho (c/Felipe Tedesco), maxixe carioca, 1924; Never More, 1918; Pontevedra, valsa espanhola, 1967; Sinval, choro, s.d.; Um sonho, uma ilusão (c/Ariovaldo Pires), tango, 1943; Supremo adeus (c/Benedito Costa), valsa, 1917; Surpresa, tanguinho brasileiro, 1970; Suspiro dolente, valsa, 1913; Tango, 1961; Tango brasileiro, s.d.; Teu nome, valsa, 1913; Viola afamada (com J. Guimarães), tanguinho, s.d.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.