Zé Fortuna (José Fortuna), compositor e cantor, (Itápolis SP ?/1923-São Paulo SP 10/11/1993), compôs sua primeira música,
Quinze a sete, aos 11 anos de idade, em homenagem à vitória de seu time de futebol.
A primeira composição gravada foi
Moda das flores, em 1944, na Victor, interpretada pelo trio Os Três Batutas do Sertão, formado por Raul Torres, Florêncio e Rielli. No ano seguinte, o mesmo trio gravou outra composição sua,
Moda de oito cores.
Em 1947, formou com seu irmão Euclides Fortuna (Itápolis 1928-) a dupla Zé Fortuna e Pitangueira. Vieram então para São Paulo, fazendo amizade com o sanfoneiro Juventus Merenda, com quem formaram um trio, no qual Merenda permaneceu pouco tempo. Com a saída de Merenda e a entrada do acordeonista Coqueirinho, adotaram o nome de Os Maracanãs, trio que atuou na Rádio São Paulo, passando em 1948 para a Rádio Record.
No ano seguinte, a dupla estreou em disco, gravando na Elite
Lágrimas de mãe e o corrido
Rancheiro triste (sua autoria). Em 1950 saiu pela Mocambo seu primeiro LP, destacando-se
Lágrimas de mãe.
Em 1953, a dupla passou para a Rádio Piratininga. Com a acordeonista Rosinha, o trio Os Maracanãs teve grande destaque no programa Terra, Sempre Terra, atuando em várias estações, entre as quais as rádios Bandeirantes (1958), Tupi (1962), Nove de Julho (1964) e Nacional (1965), firmando nesta última seu prestígio, com a entrada do sanfoneiro Zé do Fole, e aí permanecendo até 1973.
Quando da inauguração de Brasília, em 1960, sua música
Sob o céu de Brasília foi eleita hino inaugural da cidade.
Em 1968, a dupla lançou, pela Chantecler,
Zé Fortuna e Pitangueira - O sol e a lua, e, em 1972, pela CBS, a toada
Beijo da morte (com Osvaldo Audi) e
Selo de sangue (da dupla), além das composições cômicas
Corre-corre e
Moça gorda (marcha), de sua autoria, sendo dessa gravadora o maior sucesso da dupla,
Paineira velha (sua autoria). No ano seguinte, transferiram-se para a Rádio Record, acompanhados pelo sanfoneiro Castelinho, indo para a Rádio Gazeta dois anos depois.
Em 1973 lançaram dois LPs, um pela etiqueta Inspiração, com a valsa
Retalhos de amor (sua autoria) e
A venda do Serafim (da dupla), e outro pela Chantecler, destacando-se
Mais um fio só e
O trenzinho da vida (ambas de sua autoria).
Gravaram ainda obras românticas e sentimentais na Continental, como
Três batidas na porteira (da dupla), e o cateretê
A cruz da salvação e a guarânia
Lembrança (ambas de sua autoria), esta considerada sua mais bela composição.
Outros sucessos seus foram as guarânias
Índia, gravada originalmente por
Cascatinha e Inhana,
Anahy,
Solidão e
Minha terra distante. Com Paraíso, um de seus principais parceiros, compôs
O ipê e o prisioneiro,
Avenida boiadeira,
Atalho e
Raízes do amor, entre outras.
Autor de 42 peças teatrais, montou a Companhia Teatral Maracanã, com a qual percorreu inúmeras cidades do Brasil e da América do Sul, interpretando suas criações. Também publicou livretos de cordel e livretos com suas letras. Encerrou a companhia de teatro em 1975, e, a partir desse ano, passou a compor em parceria com Carlos César e a participar dos festivais de música da Rádio Record, vencendo em 1979, com
Riozinho, e, em 1981, com
O vai e vem do carreiro.
Em 1979, a Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo oficializou o
Hino do trabalhador brasileiro (com Carlos César). Foi radialista durante toda a vida artística, tendo apresentado seu Programa José Fortuna em quase todas as rádios de São Paulo.
Foi regravado por inúmeros intérpretes, entre os quais Maria Betânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Nara Leão, Ângela Maria, Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo. Compôs e gravou cerca de 2 mil músicas, deixando cerca de outras 900 inéditas.
CD
Zé Fortuna e Pitangueira, 1994, Continental 997338-2.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.